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Beatriz Marinelli 7º termo Doença do Refluxo Gastroesofágico e Hérnia Hiatal Objetivos: • Rever a anatomia da transição do esôfago gástrica e destacar os fatores anti refluxo; • Definir Refluxo Gastroesofágico e Hérnia de Hiato; • Classificar os tipos de hérnia de hiato e interpretar as manifestações clinicas em casa tipo; • Indicar e interpretar exames complementares diagnósticos; • Explicar as complicações; • Estabelecer o tratamento clinico; • Conhecer os fundamentos do tratamento cirúrgico. É condição benigna mais comum do esôfago, tendo incidência semelhante nos dois sexos, tem aumento com aumento da idade relacionada à flacidez muscular, sendo comum na gravidez pelo aumento da pressão abdominal(transitório). Essa doença interfere na qualidade de vida do paciente, em que ele possui restrição alimentar, atrapalha no sono entre outros. →Fisiologia normal Da boca, o bolo alimentar desce pela faringe, passa pelo esôfago onde ocorrem contrações musculares chamadas de movimentos peristálticos, que em purra o alimento até chegar ao estômago. Tem sentindo crânio caudal. →Mecanismos que evitam o refluxo • O esfíncter esofágico inferior, com sua tonicidade normal, faz a contração, evitando o refluxo. • Pressão abdominal, responsável por comprimir o esôfago evitando o refluxo; • Junção esôfago gástrico na altura do hiato esofágico funciona como mecanismo anti refluxo; • Pilares diafragmáticos que envolvem o hiato esofágico, uma abertura ovalada, que o esôfago passa. Beatriz Marinelli 7º termo REFLUXO GASTROESOFÁGICO O refluxo gastroesofágico é a afecção clinica decorrente do fluxo retrogrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgão adjacentes, acarretando espectro variável de sintomas, associado ou não a lesões teciduais. Isto é, não necessariamente o conteúdo precisa ser gástrico (Acido clorídrico), podendo ser duodenal como a bile. →Fisiopatologia • Pode ocorrer um encurtamento do esôfago; • Relaxamento prolongado do esfíncter esofágico inferior favorecendo o refluxo; • Anormalidade peristáltica do corpo do esôfago, distúrbio de motilidade; • Presença de uma hérnia de hiato. →Fatores Predisponentes • Gravidez e obesidade aumentando a pressão intra-abdominal; • Dieta, tabagismo e álcool mantem o esfíncter esofágico aberto por mais tempo. →Manifestações clinicas Típicas • Pirose (90%) • Regurgitação (54%) • Eructação • Disfagia • Dor torácica • Dor distensão e abdominal. Atipicas ou extra gastrintestinais Laringe • Rouquidão ou disfonia • Pigarro • Odinofagia • Rinorreia • Laringoespasmo Pulmonares Beatriz Marinelli 7º termo • Tosse • Dispneia • Pigarro • Por um broncoespasmo que leva a um reflexo vagal →Exame físico No exame físico podemos notar erosão de dentárias, hiperemia orofaríngea, sinusite crônica e na ausculta presença de sibilos. HÉRNIA HIATAL A hérnia hiatal é a passagem para o tórax do esôfago abdominal e de parte do estomago, através do hiato do diafragma. O hiato alargado favorece a passagem de parte do estomago para cavidade torácica. →Classificação da hérnia de hiato • Tipo I: Hérnia de deslizamento • Tipo II: Hérnia paraesofágica ou rolamento • Tipo 3: mista (tipo I+ tipo II) • Tipo 4: passagem de víscera para o mediastino Esses tipos tem sintomatologias diferentes entre si, sendo que o tipo II apresenta sintoma mais obstrutivo como disfagia(dificuldade para engolir), odinofagia, saciedade precoce, dor epigástrica intermitente. →Diagnostico • Esôfago manometria: estuda o peristaltismo, contração do esôfago, relaxamento do esfíncter esofágico anterior; • PH metria: avalia a acidez do esôfago • Endoscopia digestiva: para diagnostico e complicações; • Esofagografia- SEED: morfologia e complicações. Beatriz Marinelli 7º termo Manometria: avalia o esfíncter esofágico anterior, se esse permanece mais tempo relaxado, favorecendo o refluxo. Avalia também anormalidade das ondas primárias e secundárias do esôfago, e motilidade do esôfago. Serve para diagnostico diferencial de outras doenças como a acalasia e outras doenças de distúrbios de motilidade do esôfago. Phmetria: O pH do estomago é ácido, logo se ocorrer um refluxo vai levar uma acidez no esôfago, confirmando o refluxo gastroesofágico. Endoscopia: usado para diagnóstico da hérnia, pela retrovisão conseguimos observar um hiato alargado. • Manobra de retrovisão (“U turn”): quando o aparelho de endoscopia é curvado durante o exame de modo a "olhar para trás". • A hérnia hiatal maior: também chamada de hérnia hiatal por deslizamento de grandes proporções, observamos um alargamento do pilar do oficio hiatal. Radiografia: quando grande, a hérnia pode ser observada na radiografia de tórax. Esofagografia-SEED: radiografia contrastada é útil para o estudo da forma, transito, hérnias, ângulo, esvaziamento do esôfago, complicações (estenose), para programar uma cirurgia além de ser um exame para diagnóstico diferencial de acalasia e outras doenças. →Complicações da hérnia hiatal e do RGE 1.Esofagite erosiva por refluxo Classificação endoscópica de acordo com o tamanho da lesão (Los Angeles (1994)): • Grau A- lesão com menos de 5 mm que não se estendem entre as duas pregas; • Grau B- lesões com mais de 5 mm que não se estendem entre as duas pregas; • Grau C- lesões continuas entre duas pregas, mas que não ocupam 75% da circunferência; • Grau D- lesões continuas que ocupam pelo menos 75% da circunferência. Erosões maiores. 2.Esofago de Barret Quando o refluxo leva uma substituição do epitélio escamoso do esôfago para um epitélio colunar do tipo intestinal, ou seja, uma metaplasia intestina, levando alterações na coloração da mucosa (mucosa cor salmão). Deve ser feito uma biopsia e encaminhar para um estudo anatopatológico. Essa metaplasia leva a uma displasia podendo gerar em um adenocarcinoma, senso essa a complicação. Beatriz Marinelli 7º termo →Diagnóstico diferencial • Obstrução esofágica; • Estenose péptica; • Anel de Schatzki; • Neoplasias; • Corpo estranho; • Divertículos; • Distúrbio de motilidade aclasia. →Tratamento clínico Após o diagnóstico já é possível iniciar o tratamento clinico com medidas comportamentais, dietético e medicamentoso. • Comportamentais: dieta, emagrecimento, evitar bebida alcoólica, cafeína; • Dietético: elevar a cabeceira da cama; • Medicamentoso: inibidores dos receptores de H, inibidores da bomba de prótons (omeprazol). ▪ Inibidores da bomba de prótons: esses limitam intensamente a fase final da secreção de HCL pela célula parietal, ou seja, inibe a secreção ácida. Ex: Omeprazol, Lansoprazol, Rabeprazol, Pantoprazol. →Tratamento cirúrgico É realizado quando há uma persistência de exposição ácida do esôfago distal apesar da terapia médica máxima, isto é, o paciente não melhora com o tratamento medicamentoso, sendo indicada a cirurgia. Feita por meio de sutura do pilar diafragmático e confecção de uma válvula antirefluxo. É chamada de cirurgia de Nissen. Quando o orifício hiatal é muito grande é feito a colocação de tela no hiato alargado. • No obeso é feito by pass gástrico, diminuindo a produção de ácido e refluxo. • Foram feitos vários estudos para impedir o refluxo. Antirefluxo por radiofrequência, em que as pontas no final do dispositivo fornecem baixos níveis de energia de radiofrequência no musculo entre o estomago e o esôfago. Esse estimulo leva a contração diminuindo o refluxo. Mucosa esofágica (normal) → Metaplasia intestinal (Barret) → Displasia → Adenocarcinoma.
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