Ação de Alimentos: Majoração de Pensão

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Nº 70074676990 (Nº CNJ: 0231814-46.2017.8.21.7000)
2017/Cível
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ALIMENTOS. MAJORAÇÃO. CABIMENTO. A necessidade alimentar dos filhos menores é presumida, incumbindo, aos genitores, o dever de sustento. A pensão alimentícia merece ser fixada com base nos ganhos fixos mensais do alimentante, podendo ser majorada. 
Apelação parcialmente provida.
	Apelação Cível
	Sétima Câmara Cível
	Nº 70074676990 (Nº CNJ: 0231814-46.2017.8.21.7000)
	Comarca de Osório
	L.C.G.J.
..
	APELANTE
	L.C.G.
..
	APELADO
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos. 
Acordam os Desembargadores integrantes da Sétima Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em dar parcial provimento ao recurso.
Custas na forma da lei.
Participaram do julgamento, além do signatário (Presidente), os eminentes Senhores Des. Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves e Des.ª Liselena Schifino Robles Ribeiro.
Porto Alegre, 24 de outubro de 2017.
DES. JORGE LUÍS DALL'AGNOL, 
Presidente e Relator.
RELATÓRIO
Des. Jorge Luís Dall'Agnol (PRESIDENTE E RELATOR)
Trata-se de apelação interposta por Leandro CGJr, menor, representado por sua genitora, contra a sentença que, nos autos da ação de alimentos que move em face de Leandro CG, julgou parcialmente procedente a ação, condenando o réu ao pagamento de alimentos ao filho no percentual de 10% de seus rendimentos líquidos.
Em suas razões, em suma, sustenta que o genitor possui condições de auxiliar o filho em maior quantidade, exercendo a função de Sargento da Brigada Militar e exercendo trabalhos de forma autônoma. Acrescenta que o alimentante alcança alimentos a outro filho no valor de 15% dos seus rendimentos líquidos. Pede o provimento do apelo, a fim de que os alimentos sejam majorados para 20% dos rendimentos líquidos do réu, ou 15%, ao menos.
Apresentadas as contrarrazões.
O Ministério Público opina pelo conhecimento e parcial provimento do recurso.
É o relatório.
VOTOS
Des. Jorge Luís Dall'Agnol (PRESIDENTE E RELATOR)
O apelante recorre da sentença que fixou o quantum dos alimentos, pretendendo seja estabelecidos em 20% dos rendimentos líquidos do réu ou, ao menor, 15% do mesmo indexador.
Inicialmente, cumpre destacar que aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos decorrentes do poder familiar (art. 229, 1ª parte, da CC/88, art. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente, arts. 1.566, IV, 1630, 1634 e 1635, inciso III, do Código Civil).
Como leciona Yussef Said Cahali, “incumbe aos genitores - a cada qual e a ambos conjuntamente - sustentar os filhos, provendo-lhes a subsistência material e moral, fornecendo-lhes alimentação, vestuário, abrigo, medicamentos, educação, enfim, tudo aquilo que se faça necessário à manutenção e sobrevivência dos mesmos” (Dos Alimentos, RT, 6ª edição, p. 337).
Com efeito, na fixação dos alimentos, devem-se levar em conta os recursos financeiros do alimentante e a necessidade do alimentado, ou seja, na dicção do artigo 1.695 do Código Civil, atentar para o binômio possibilidades do alimentante/necessidades do alimentando.
No caso, não se discute o dever do alimentante de prestar alimentos em favor do filho Leandro, que conta 02 anos de idade, cujas necessidades são presumidas. 
O alimentante comprova o pagamento de pensão para outro filho no valor de 15% dos seus rendimentos líquidos. 
Assim, no intuito de evitar desequilíbrio entre a prole, bem como em respeito ao principio da isonomia, tenho que a melhor solução é a majoração da pensão para 15% dos ganhos líquidos do demandado.
Ressalta-se, ainda, que a obrigação alimentícia vincula-se à clausula rebus sic stantibus, podendo ser revisada sempre que ocorrer substancial alteração no binômio possibilidade/necessidade, sendo possível então novo pleito de redução ou majoração de alimentos, após novos elementos que alterem as possibilidades do alimentante ou as necessidades do alimentando.
Nesses termos, dou parcial provimento ao recurso de apelação, a fim de fixar a verba alimentar em 15% sobre os rendimentos líquidos do demandado, assim entendido o bruto menos os descontos obrigatórios de IR e INSS.
Des. Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves - De acordo com o(a) Relator(a).
Des.ª Liselena Schifino Robles Ribeiro - De acordo com o(a) Relator(a).
DES. JORGE LUÍS DALL'AGNOL - Presidente - Apelação Cível nº 70074676990, Comarca de Osório: "DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO APELO PARA ESTABELECER OS ALIMENTOS EM 15% DOS RENDIMENTOS DO ALIMENTANTE. UNÂNIME."
Julgador(a) de 1º Grau: GILBERTO PINTO FONTOURA
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