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Reclamação Trabalhista contra Francisca Caldas Silva ME

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE UMA DAS VARAS DO TRABALHO DE SALVADOR/BA. 
JAQUELINE DA SILVA SANTOS, brasileira, solteira, desempregada, filha de Edileuza de Souza dos Santos, portadora do RG nº 20.042.675- 34 SSP/BA, inscrita no CPF/MF sob o nº 858.129.555-06, CTPS nº. 8246615, série 0030 BA, PIS: 200.67756.44-6, residente e domiciliada na Rua Dom Avelar, 21, Paripe, Salvador-Ba, CEP: 41810-490, por uma de suas bastantes advogadas infrafirmadas, constituídas mediante o anexo Mandato, vem apresentar 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
em face de FRANCISCA CALDAS SILVA ME., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 21.978.856/0001-53, com sede na Avenida José Joaquim Seabra, n 14, Loja Baixa dos Sapateiros, Salvador-BA, CEP 40.025-000, pelas razões de fato e de direito que passa a expor e afinal requer:
INICIALMENTE
Requer a concessão dos benefícios da Gratuidade de Justiça, com amparo na Constituição Federal, art. 5º, inciso LXXIV e art. 98 e seguintes do CPC, considerando que a parte autora não pode suportar eventuais ônus ou despesas processuais sem 
prejuízo do sustento próprio e de sua família, inclusive por estar atualmente desempregada.
1 – DOS FATOS
A reclamante foi admitida pela reclamada em 01/03/2016, para exercer a função de vendedora em loja do ramo de comércio varejista (vide registro em CTPS), pagando-lhe como último salário o valor de R$ 1018,00 (mil e dezoito reais) mês, sendo que a reclamante sempre prestou serviços de segunda a sábado na reclamada. 
A reclamante trabalhou para a reclamada até o dia 16.12.2016, quando a reclamada dispensou a reclamante do trabalho sem justa causa, sem realizar o pagamento das suas verbas rescisórias, férias proporcionais, 13 proporcional, férias proporcionais, baixa em sua CTPS, etc.
Deste modo, devidas ainda a multa do art. 477, § 8º da CLT, pelo não pagamento das verbas rescisórias no prazo de lei e a multa do artigo 467 da CLT, caso não haja o pagamento dos valores incontroversos na primeira audiência agendada. 
 E ainda, no decorrer da relação empregatícia, de forma rotineira, a primeira reclamada, não cumpriu com os seus deveres legais, não realizou corretamente os depósitos na conta vinculada ao FGTS (vide em anexo), recolhimentos previdenciários, atrasos no pagamento dos salários, de vale transporte e refeição, dentre outras graves ilegalidades. 
Verifica-se, ainda, que durante toda a relação empregatícia, a primeira reclamada, ignorou a existência das Convenções Coletivas de Trabalho, já que descumpriam de forma freqüente. 
Diante de tamanhas irregularidades, a única alternativa da obreira foi requerer o pagamento dos valores devidos judicialmente.
2- DA RESCISÃO SEM JUSTA CAUSA E DO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS
Como se não bastassem todos os inadimplementos da primeira reclamada, insta ressaltar, que para agravar a situação, a mesma não cumpriu com a obrigação de pagar os vencimentos da obreira no prazo legal, pois após receber o pagamento que deveria ter sido realizado no mês de novembro em 16 de dezembro de 2016, nada mais recebeu, sendo que foi dispensada pela reclamada do trabalho em 16.12.2016.
Desse modo, em face da rescisão sem justa causa da empregada, é devido a obreira: A declaração da rescisão do Contrato de Trabalho sem justa causa ou por culpa do empregador, com os consequentes: I) pagamento do décimo terceiro salário proporcional; II) as férias proporcionais acrescidas de 1/3; III) a multa de 40% do FGTS; IV) A emissão ou liberação das guias do seguro desemprego ou indenização equivalente; V) o saldo de salários, VI) Diferenças de FGTS de todo o período de labor, haja vista que depositado a menor (extrato em anexo); VII) Pagamento do aviso prévio indenizado; VIII) Baixa da carteira de trabalho da reclamante pela ré ou pela secretaria da vara no caso de ausente a ré, considerando-se a data do aviso prévio indenizado (16/01/2017).
Devidas ainda a multa do art. 477, § 8º da CLT, pelo não pagamento das verbas rescisórias no prazo de lei e a multa do artigo 467 da CLT, caso não haja o pagamento dos valores incontroversos na primeira audiência agendada.
3- DAS DIFERENÇAS SALARIAIS
Durante o período em que exerceu o labor para a reclamada, nos primeiros meses, esta não adequou o salário da reclamante a CCT dos Comerciários, cláusula 2, “f” (em anexo) 
Deste modo, como somente a partir de agosto de 2016 passou a ré a pagar o salário de R$ 1018,00, deve ser condenada nas diferenças salariais, tendo em vista que até julho de 2016 a ré pagava a reclamante a importância de apenas R$ 880,00, quando lhe era devido R$ 1018,00, tais diferenças salariais devem incidir inclusive no pagamento do FGTS, multa compensatória de FGTS, férias proporcionais, 13º salário proporcional, saldo de salário, aviso prévio, horas extras, multas 467 da CLT, adicional noturno, RSR, etc. 
 4- DA JORNADA DE TRABALHO. DA SUPRESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA.
A obreira laborava de segunda-feira a sexta, das 08h30min às 18h00 e aos sábados das 8h30min às 17hs00 com 1h30min de intervalo para refeição. 
Em épocas festivas (natal, São João, etc) laborava a reclamante de segunda-feira a sexta, das 08h30min às 19h00 e aos sábados das 8h30min às 18hs00 com 1h30min de intervalo para refeição. 
Cerca de 4 vezes no mês a reclamante usufruía apenas de 30 minutos de intervalo para almoço.
Diante da não concessão integral do intervalo para descanso/alimentação, a reclamante faz jus ao recebimento de indenização, acrescida do percentual normativo, por se tratar de horas havidas como extraordinárias, durante todo o vínculo de labor.
Ademais, como cediço, o pagamento do período integral do intervalo para descanso/alimentação deve ser feito como serviço extraordinário, o qual deve ser incorporado ao salário para todos os efeitos legais, com os devidos reflexos e repercussões.
Sendo assim, imperiosa a condenação da Reclamada no pagamento de indenização para descanso/alimentação suprimidos, durante todo o vínculo empregatício, a qual deve ser feita como serviço extraordinário, com o adicional previsto na CCT anexa e na CLT, as quais devem ser integradas ao salário para todos os efeitos legais, inclusive reflexos e repercussões nas parcelas de FGTS, multa compensatória de FGTS, férias proporcionais, 13º salário proporcional, saldo de salário, aviso prévio, multas 467 da CLT, horas extras, adicional noturno, RSR, etc. 
Devido de igual modo o pagamento da jornada extraordinária, com as devidas repercussões pela extrapolação da jornada, nos termos da fundamentação acima, uma vez que a reclamante foi admitida para cumprir carga horária de trabalho de 44 horas semanais, de maneira que a partir da 44ª hora de trabalho, inclusive, deve ser considerado labor extraordinário, bem como integrações para todos os fins de acordo com a CCT em anexo e a CLT, inclusive incorporações e reflexos em todas as parcelas 
de natureza salarial (FGTS, multa compensatória de FGTS, férias proporcionais, 13º salário proporcional, saldo de salário, aviso prévio, multas 467 da CLT, horas extras, adicional noturno, RSR) eis que habituais.
Requer ainda, consoante a jornada acima estabelecida, que sejam integradas ao salário as diferenças do repouso semanal remunerado, bem como as horas extras para todo os fins legais, sobretudo para fins de pagamento - que de logo fica requerido.
5- DO DANO MORAL PELO CONSTANTE PAGAMENTO EM ATRASO DO SALÁRIO, REFEIÇÃO E TRANSPORTE
Conforme exposto nos fatos acima, a ré não pagava o salário da reclamante em dia, sempre com atraso, bem como o transporte e refeição, o que gera dano moral, eis que tirou a capacidade da parte autora de prover suas necessidades básicas, devendo as empresas que assim atuam serem responsabilizadas por essa conduta ilícita, nos termos dos artigos 186 e 927 do Código Civil Brasileiro.
Chama a atenção para o fato de que a reclamante atualmente está com suas contas atrasadas e sem poder prover o sustento de sua família, inclusive sendo que sequer ainda recebeu suas parcelas rescisórias. 
Conforme entendimentodo TST, o atraso no pagamento do salário da reclamante tem o condão de gerar danos morais, vide abaixo: 
RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO DE SALÁRIOS. I. Esta Corte Superior firmou jurisprudência no sentido de que o atraso reiterado no pagamento de salários, por si só, dá ensejo ao pagamento de indenização por danos morais. Precedentes. II. Recurso de revista de que não se conhece.
(TST - RR: 163720135040203Data de Julgamento: 11/11/2015, Data de Publicação: DEJT 13/11/2015)
Devemos ressaltar ainda que, o descumprimento das obrigações contratuais por parte das empresas gera, de forma imediata, danos de ordem material, que podem e devem ser corrigidos com a recomposição patrimonial do trabalhador.
Inobstante, pode redundar, de forma mediata, dano moral, quando o inadimplemento do contrato de trabalho, ou das verbas devidas, trazem para o obreiro lesado agravo a sua imagem, honra ou intimidade.
Ressalta-se que em razão do atraso da reclamada no pagamento de salários, de refeição e transporte, a reclamante ficou impedida de compras para a manutenção de sua família e até mesmo para o seu trabalho.
Deste modo, requer seja condenada a parte ré em danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) ou outro valor arbitrado por este MM. Juízo, bem como danos materiais pelos prejuízos sofridos no importe de R$ 3.000,00 (três mil reais) ou outro valor arbitrado por este MM. Juízo, como medida de justiça.
6 - DO ACÚMULO DE FUNÇÕES.
A reclamante, quando da sua admissão, foi contratado para exercer a função de vendedora, conforme demonstram os documentos em anexo (vide CTPS). 
Ocorre que, era obrigada a fazer limpeza da loja e do banheiro (serviços gerais) todos os dias e ainda a ficar na frente da loja para fazer a segurança local, sendo que quando a reclamante se afastava da entrada para realizar as vendas aos clientes ouvia gritos para não deixar a entrada sozinha. 
Acumulava, portanto, as funções de vendedora com a de serviços gerais e com a de segurança da loja.
Assim, em virtude do acúmulo de funções, a Reclamada deve ser condenada no pagamento do PLUS salarial, durante todo o vínculo empregatício, no percentual de 30% (trinta por cento) da remuneração da Obreira por cada acúmulo de função desempenhado ou outro valor a ser arbitrado por este MM Juízo, o qual deve integrar o salário para todos os efeitos legais, para reflexos e repercussões nas parcelas de saldo de salário, aviso prévio, nas férias acrescidas de 1/3 de toda relação; 13º salário de toda relação; repouso semanal remunerado; diferenças de FGTS, multa compensatória do FGTS, adicional noturno, horas extras e RSR, e ainda parcelas rescisórias, multa do art. 467 da CLT.
7- DO DANO MORAL- LIMITAÇÃO PELO EMPREGADOR
A Constituição, em seu artigo 5, incisos V e X, deixou claro que a ofensa moral está intimamente ligada ao desrespeito e o Sr. João, conhecido como um dos donos na ré, a impedia de ir ao banheiro, beber água ou fazer qualquer necessidade dentro da jornada de trabalho, afirmando que já era concedido 15 minutos pela manhã e mais 15 minutos pela parte da tarde para suprimento das necessidades, violando os direitos da personalidade da reclamante ao privar suas necessidades básicas. 
A reclamante era obrigava ainda a permanecer em pé em frente à loja fazendo a vigia e correndo os riscos daí decorrentes, sem equipamentos de proteção adequados, inclusive por ser a loja em região perigosa em Salvador e vendendo ao mesmo tempo as mercadorias. 
O dano moral se apresenta no âmbito do sentimento, do sofrimento humano resultante da lesão de direitos da personalidade e físicos, em que a dor, o espanto, a emoção, a vergonha, em geral é uma dolosa sensação experimentada pela pessoa, decorrente da injusta conduta de outra pessoa.
Durante o vínculo empregatício com a ré a Reclamante amargou (e continua amargando) abatimentos psicológicos, em seu direito de personalidade, em suas finanças, em sua moral.
Vide julgados neste sentido:
“RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. LIMITAÇÃO AO USO DO BANHEIRO 1. A limitação ao uso do banheiro por determinação do empregador acarreta constrangimento, lesão à dignidade humana e risco grave de comprometimento da própria saúde. Tal situação gera direito à indenização por dano moral. 2. Direito à indenização por dano moral assegurado. 3. Recurso de revista conhecido e provido, no particular.(TST – RR 1222220115120049, Relator João Oreste Dalazan, data de Julgamento: 12/08/2015, 4 Turma, Data de Publicação: DEJT 21/08/2015). “
Vale ressaltar, que a indenização do dano moral não é meio de valoração da lesão em si, que certamente não tem preço, mas sim meio de compensar economicamente a dor sofrida, que virá a minorar as agruras da Reclamante, fazendo com que sirva de incentivo para outros interesses na vida, esquecendo um pouco a tristeza pela perda irreversível, servindo de estímulo para novos interesses. Serve também de exemplo para 
a coletividade em geral, para que tenha maior consideração com a integridade humana, procurando evitar a indenização e acautelando-se mais nos meios de evitar tais danos.
Vale destacar que, se algum âmbito do Direito a aplicação de dano moral tem maior relevância, esse é o do Direito do Trabalho. A razão está na subordinação a que está sujeito o trabalhador na satisfação de seu débito, já que uma das finalidades desse ramo do Direito é assegurar o respeito e a dignidade do empregado, de sorte que, a lesão a que o mesmo seja acometido exige imediata reparação. 
As lesões passíveis de reparação são aquelas provocadas por pessoa, que agindo com culpa ou dolo, provoca uma diminuição patrimonial eou extrapatrimonial, tratando-se de prejuízos cumuláveis.
No caso em tela a Reclamante sofria limitação de uso do banheiro, beber água ou atender qualquer das necessidades pessoais, acarretando constrangimento, lesão a dignidade humana e ainda risco grave de comprometimento da saúde, desrespeitando a reclamada a lei e ainda a permanecer em pé em frente da loja fazendo a vigia e correndo risco daí decorrentes, inclusive por ser a loja em região perigosa em Salvador.
Resta, portando, notória a responsabilidade da parte Reclamada em indenizar a Reclamante, haja vista as levianas e inconseqüentes condutas impróprias no curso da relação empregatícia entre as partes, negligência empresarial que resultou na afetação patrimonial, moral do Reclamante, devendo, portanto, ser condenada pela indenização dos danos causados.
Diante o exposto, requer a condenação da parte Reclamada quanto ao dever de indenizar a Reclamante, pelo dano moral sofrido, no valor de R$ 30.000,00, deixando a critério e bom alvitre deste D. Juízo a fixação do valor correspondente ao dano sofrido pelo Reclamante, no patamar que entender justo e correto.
8- DANOS MATERIAIS (PERDAS E DANOS). CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO. HONORÁRIOS. DESPESAS PROCESSUAIS. CABIMENTO. 
A parte autora jaz jus também a uma indenização pelas despesas gastas com a contratação de advogado para a consecução dos seus interesses no percentual de 30%, sobre o valor da condenação.
A Constituição Federal, no seu art. 133, considera o advogado como essencial à função jurisdicional do Estado, de sorte que a contratação pelo autor de advogado particular para defender os seus direitos violados, em verdade, consagra o direito constitucional de acesso à justiça e atende ao princípio da ampla defesa. 
Segundo o princípio da restituição integral ("restitutio in integrum"), a reparação de um dano deve ser feita de forma completa, sob pena de não se fazer justiça.
Ora, se, diante do da ação ilícita da ré, necessitou a parte autora demandar judicialmente para reparação dos danos sofridos, e, para tanto, necessitou contratar um advogado às suas expensas, é indubitável que sofrerá considerável perda patrimonial quando vier a ser deduzido do valor que vier a receber montante a título de honorários advocatícios, se não for indenizado desse prejuízo. Não se trata aqui de honorários devidos por força da sucumbência,mas sim de honorários contratuais e, portanto, de ressarcimento de perdas e danos. 
Desse modo, porque teve a autora despesas com a contratação de advogado para pleitear judicialmente a reparação dos seus direitos violados. Merece ser indenizado por perdas e danos, com arrimo nos arts. 389 e 404 do novel Código Civil, sendo que a reparação deve incluir, além de juros e atualização monetária, o valor correspondente aos honorários advocatícios contratados, para que assim seja prestigiado o princípio da restituição integral das perdas.
Assim requer que a ré seja condenada no pagamento de indenização por danos materiais pelos gastos realizados com advogado, no percentual equivalente a 30% do valor da condenação.
O pedido deve ser interpretado na forma de honorários contratuais, haja vista que pretensão principal não difere em sua essência, e porque o trabalhador não pode ser prejudicado. 
Os honorários contratados entre reclamante e advogado constituem, na verdade, perdas e danos oriundas do inadimplemento da obrigação, por parte do devedor, no caso o empregador. Decorrem da restitutio integrum, sendo devidos também na seara trabalhista, ante a compatibilidade de institutos.
Caso assim não entenda este MM Juízo, sobre os honorários advocatícios obrigacionais devem incidir juros e correção monetária. Devem, ainda, seguir o disposto no artigo 85, § 2º do CPC, sendo fixados no importe de 20% sobre o valor da condenação.
9- DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer que a reclamada seja notificada, para comparecer e contestar se quiser, sob as penas da revelia e confissão, a presente reclamação e que, após a instrução regular, a presente reclamação seja julgada procedente e condenada ao pagamento das parcelas correspondentes e abaixo descritas, considerando todo o período laborado, acrescidas dos juros e correção monetária, além das multas, reflexos, repercussões e integrações devidas, como de direito:
A) A concessão do benefício da gratuidade de justiça, ora requerido, nos termos da fundamentação supra;
B) Seja condenada a ré no pagamento das verbas rescisórias, considerando-se ter havido rescisão da reclamante sem justa causa ou por culpa do empregador, com os consequentes: I) pagamento do décimo terceiro salário proporcional; II) as férias proporcionais acrescidas de 1/3; III) a multa de 40% do FGTS; IV) A emissão ou liberação das guias do seguro desemprego ou indenização equivalente; V) o saldo de salários, VI) Diferenças de FGTS de todo o período de labor, haja vista que depositado a menor (extrato em anexo); VII) Pagamento do aviso prévio indenizado; VIII) Baixa da carteira de trabalho da reclamante pela ré ou pela secretaria da vara no caso de ausente a ré, considerando-se a data do aviso prévio indenizado que se deu até o dia 16/01/2017 (aviso prévio de 30 dias); IX) pagamento das multas dos arts. 467 e 477, § 8º da CLT e X) pagamento das multas dos arts. 467 e 477, § 8º da CLT. 
C) O pagamento das diferenças salariais de acordo com a CCT dos Comerciários, cláusula 2, “f” (em anexo) e de acordo com a fundamentação supra, inclusive com incidência nas diferenças de FGTS, multa compensatória de FGTS, férias 
proporcionais, 13º salário proporcional, saldo de salário, aviso prévio, horas extras, multas 467 da CLT, adicional noturno, RSR, etc.
D) O pagamento das horas extras e do intervalo intrajornada, com os devidos reflexos, nos termos da fundamentação supra, inclusive com incidência nas diferenças de FGTS, multa compensatória de FGTS, férias proporcionais, 13º salário proporcional, saldo de salário, aviso prévio, multas 467 da CLT, adicional noturno, RSR, etc.
E) O recolhimento previdenciário durante todo o vínculo empregatício.
F) O Pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) ou outro valor arbitrado por este MM. Juízo, mais indenização por danos materiais no importe de R$3.000,00 em razão dos constantes pagamentos em atraso e prejuízos sofridos, de acordo com a fundamentação supra;
G) O Pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) ou outro valor arbitrado por este MM. Juízo, em razão da limitação de uso do banheiro, beber água ou atender qualquer das necessidades pessoais, acarretando constrangimento, lesão a dignidade humana e ainda risco grave de comprometimento da saúde, desrespeitando a reclamada a lei e ainda a permanecer em pé em frente da loja fazendo a vigia e correndo risco daí decorrentes, inclusive por ser a loja em região perigosa em Salvador, tudo nos termos da fundamentação supra;
H) A condenação da ré no pagamento dos acúmulos de funções em favor da reclamante, durante todo o vínculo empregatício, no percentual de 30% (trinta por cento) da remuneração da Obreira por cada função acumulada a de vendedora, nos termos da fundamentação supra, o qual deve integrar o salário para todos os efeitos legais, para reflexos e repercussões nas parcelas de saldo de salário, aviso prévio, nas férias acrescidas de 1/3 de toda relação; 13º salário de toda relação; repouso semanal remunerado; diferenças de FGTS, multa compensatória do FGTS, adicional noturno, horas extras e RSR, e ainda parcelas rescisórias, multa do art. 467 da CLT;
I) O Pagamento de indenização por danos materiais em razão dos gastos realizados com advogado, no percentual equivalente a 30% do valor da condenação ou de forma subsidiaria, o pagamento de honorários Advocatícios de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação, nos termos da fundamentação supra; 
Requer ainda: 
I – A citação da reclamada, para querendo, compareça, por seu preposto, sob pena de revelia e venha oferecer a resposta que entender cabível, sob pena de confissão, trazendo os documentos requeridos, ainda sob pena de confissão;
II – Requer que o imposto de renda seja calculado, quando do deferimento dos pleitos, consoante Instrução Normativa nº 1127 da RFB/2011.
III – No que se refere à tributação dos juros moratórios, a merecer apreciação, há que se considerar serem as parcelas dos juros de mora, consoante a recente jurisprudência do STJ, acatada pelo TST, calcada no art. 404 do Código Civil de 2002, isentas do imposto de renda, devendo, por conseguinte, serem excluídas da base de cálculo desse imposto. 
III.I – Sobre a matéria, o STJ, em decisão de agosto de 2009, entendeu ser a incidência do Imposto de Renda sobre juros de mora indevida, eis que o novo dispositivo do CC passou a considerar os juros como perdas e danos, sem fazer qualquer distinção entre juros de mora incidentes sobre parcela de natureza remuneratória ou indenizatória, tendo os juros de mora qualificação de perdas e danos, em razão do não pagamento em tempo hábil das obrigações de pagamento em dinheiro, assumindo a correção caráter indenizatório, dessa forma, afastando a incidência do IR sobre os juros de mora.
IV – A produção de todos os meios de prova admitidos em direito, requerendo, ainda, de logo que a empresa seja notificada com a vestibular, para trazer aos autos na primeira audiência, sob pena de confissão, conforme prevê os arts. 396 e seguintes do novo CPC, os documentos que são comuns as partes, necessários ao deslinde da questão e que se encontrão em posse e guarda da reclamada que são os 
seguintes: a) ficha de registro da empregada devidamente atualizada; b) comprovante de pagamento de todo o período laborado e do 13º salário proporcional; c) comprovante de recolhimento do FGTS de todo o período laborado; d) comprovante de recolhimento previdenciário, de todo o período laborado; e) comprovante de pagamento de férias proporcionais, para comprovar que a empresa não as pagou, na forma prevista em lei; f) controle de jornada de todo o período, sob pena de confissão, consoante Sumula 338 do TST, na forma prevista e g) Instrumentos normativos de todo o período de trabalho da reclamante.
Junta procuração e documentos. Dá-se a causa o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais)
Salvador, 09 de fevereiro de 2017
EMANUELA NUNES FREIRE
OAB/BA 37.129
 ANA PAULA DOS PASSOS SEIXASOAB/BA 37.968

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