Buscar

DIREITO EMPRESARIAL IV RESUMO DAS AULAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO EMPRESARIAL IV
PROFESSOR: VINÍCIUS GONTIJO
AULA DE 03.08.2015.
Falência – Lei 11.101
Falência (art. 1044 CC). *Art. 206, II, C, LSA.
A falência é o processo 
AULA DE 07.08.2015.
Art. 242, LSA
Art. 173, par. 1º, inciso II, CRFB: Isonomia.
STF: Explorar atividade econômica;
Praticar ato administrativo puro.
Se a empresa pública não exerce atividade comercial, ela não pode falir. Entretanto, caso exerça a atividade comercial, pelo princípio da isonomia, pode falir.
Lei 10303/2001 – Acaba com o amparo legal
Lei 11101/2005: Art. 2º, inciso I – Retorna com a situação anterior. 
Lei 11101/2005: Art. 2º, inciso II - Veda que o credor requeira a falência de uma instituição financeira.
STJ: RESP 729.779/ RJ.
Este recurso especial traz à tona uma interpretação do STJ sobre o caso de falência de uma subsidiária integral.
O art. 2º, inciso II tem que ser conjugado com o art. 21, b da L.I.L.E.
Ver Lei 6024/74 (L.I.L.E.) Lei de intervenção e liquidação extrajudicial.
Esta lei traz na alínea B do art. 21, “b” da LILE, duas hipóteses em que um banco pode falir.
1 - Quando o ativo não cobrir ao menos a metade do passivo quirografário. Neste caso, 100% dos credores não quirografários.
2 - Quando houver fundados indícios de crime falimentar.
Art. 180 da Lei 11.101. Expande a hipótese de crime falimentar (Crime falencial ou crime tipificado na Lei de falência).
Uma vez constado que houve crime falencial o liquidante ou interventor indicado pelo Banco Central comunicará ao BACEN, que assim autoriza este agente a pedir a autofalência da instituição dando ao Ministério Público as condições para agir sobre os administradores.
Para tanto terá que haver um pressuposto processual: A prévia existência de um processo administrativo no BACEN de intervenção ou liquidação extrajudicial, já que a instituição financeira só pode falir na modalidade de autofalência.
1.2 – CONCEITO:
a) Execução coletiva:
A falência é uma execução coletiva sob duplo aspecto: Objetivo e subjetivo
Objetivo quando todo o ativo penhorável do devedor será usado para responder pelo passivo.
Sob o prisma subjetivo quando todos os credores comuns devem vir se habilitar na massa falida. Princípio da “vis attractiva” – por força. Juízo Universal falimentar.
1.3 – Competência (art. 3º, Lei 11.101)
A competência para conhecer do Processo de Falência é do juízo do principal estabelecimento. 
É uma competência absoluta (STJ: CC 37.736/SP.
Há três correntes doutrinárias que divergem sobre o que seja “Principal estabelecimento”.
Parte da Doutrina vai afirmar que principal estabelecimento é aquele com maior volume de recursos, ou seja, que concorre com maior volume de movimentação financeira.
Parte vai dizer que principal estabelecimento é aquele da sede social.
Doutrina majoritária: Terceira teoria
STJ: CC 366/PR; CC 21.775/PR; CC 27.835/DF; CC 32.988/RJ...
Principal estabelecimento é sinônimo de sede administrativa, de onde partem os atos de gestão, onde está a cabeça da sociedade.
A pessoa jurídica se constitui pelo registro (art. 45, CC) e cessa com a sua dissolução (art. 51, § 3º). 
Ela não cessa com a falência.
Com a falência apenas se limita a capacidade administrativa do devedor sobre seus bens, que passarão a ser administrados pelo administrador judicial da massa falida.
A falida, pessoa natural ou jurídica continuará existindo, representada pelo síndico, enquanto a massa falida que é representada pelo administrador judicial é a reunião dos bens arrecadados. 
A falência é processada onde está a sede administrativa da empresa e onde estão seus sócios, evitando assim que, estando em outra comarca os sócios, o processo seja uma contínua emissão de cartas precatórias para que prestem as necessárias declarações.
1.4 – Finalidade (art. 75)
 Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa.
 Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia processual.
Temos claramente demonstrado neste artigo a preocupação do legislador com a “teoria da preservação da empresa” (atividade do empresário). 
A principal finalidade da empresa é gerar lucro. É necessário fazer a interpretação da Lei 11.101 sob a ótica deste artigo, inferindo da Lei o seu significado hermenêutico. 
É necessário entender a intenção do legislador quando criou tal artigo. Neste caso, o artigo em questão visa a proteção da empresa, direcionando os operadores do Direito à busca desta finalidade. 
O artigo busca a preservação da empresa dentro de um escopo do Estado, não do empresário.
AULA DE 14.08.2015
1.4.1 – Meio de implementação: Realização do ativo.
A realização do ativo é de capital importância para a preservação da empresa. Caso contrário este será sucateado. Se não ocorrer dentro de um lapso razoável de tempo a venda do ativo este vai se deteriorar, causando prejuízo a todos os interessados.
1.4.1.1 – Ordem de Preferência para realização do ativo (Art. 140)
Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, observada a seguinte ordem de preferência:
        I – alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco;
        II – alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente;
        III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor;
        IV – alienação dos bens individualmente considerados.
        § 1o Se convier à realização do ativo, ou em razão de oportunidade, podem ser adotadas mais de uma forma de alienação.
        § 2o A realização do ativo terá início independentemente da formação do quadro­geral de credores.
        § 3o A alienação da empresa terá por objeto o conjunto de determinados bens necessários à operação rentável da unidade de produção, que poderá compreender a transferência de contratos específicos.
        § 4o Nas transmissões de bens alienados na forma deste artigo que dependam de registro público, a este servirá como título aquisitivo suficiente o mandado judicial respectivo.
Este artigo prevê uma ordem de prioridade na venda dos ativos.
1º - Preferencialmente: Venda de todos os estabelecimentos conjuntamente (porteira fechada), com todos os elementos corpóreos e incorpóreos. A venda de todos os estabelecimentos certamente trará um melhor resultado que a venda de objetos separadamente. Quem o comprar certamente o fará com o intuito de dar continuidade à atividade.
2º - Na impossibilidade da venda do conjunto do estabelecimento serão vendidas cada uma das unidades produtivas separadamente com todos os seus bens corpóreos e incorpóreos.
3º - Se não houver a venda das unidades, serão vendidos os bens em bloco. Desta forma, a venda destes bens em bloco preservará a criação de outras unidades no mesmo ramo.
Como podemos inferir, todas as formas acima estão visando a teoria da preservação da empresa.
4ª - A última forma prevê a venda isolada, e, pela absoluta impossibilidade de venda do conjunto, somente nesta hipótese não se mira a preservação da empresa.
Art. 141, II - Os bens adquiridos na falência não herdam vinculação com nenhum ônus, não havendo sucessão do arrematante nas obrigações do devedor.
 Art. 141 Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das  modalidades de que trata este artigo: 
II objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações  do  devedor,  inclusive  as  de  natureza  tributária,  as  derivadas  da  legislação  do  trabalho  e  as decorrentes de acidentes de trabalho.
Art. 142, § 7º - O Ministério Público será intimado pessoalmente em qualquer modalidade de alienação, sob pena de invalidação.
Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê, se houver, ordenará que se  proceda à alienação do ativo em umadas seguintes modalidades:
 § 7o Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público será intimado pessoalmente, sob pena de nulidade.
Ver art. 60, parágrafo único. (Recuperação judicial) – Princípio da alteridade – Princípio pelo qual cabe ao empregador o risco da atividade.
Art. 60. Se o plano de recuperação judicial aprovado envolver alienação judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua realização, observado o disposto no art. 142 desta Lei.
Parágrafo único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, observado o disposto no § 1o do art. 141 desta Lei.
STF: 
RE 583.955
ADI 3934 
Ambos de autoria do Ministro Ricardo Levandowsk.
STJ
Conflito de competência 88.632
Conflito de competência 61.272
Conflito de competência 94.460
Todos estes recursos reconhecem que não há sucessão na falência e nem na Recuperação Judicial.
*STJ – Súmula nº 480. 
Reconhece a súmula do TST que, pelo argumento da despersonalização da pessoa jurídica é possível buscar os bens dos sócios nos casos das ações trabalhistas das empresas em recuperação judicial.
STF ED AI 794.836/ RJ. (Vinícius Gontijo).
Os institutos da falência e da recuperação da empresa visam a preservação da empresa, que se viabiliza pela realização dos ativos, porém a recuperação da empresa visa a recuperação da empresa precipuamente e também do empresário.
NÃO HÁ, PORTANTO, NENHUMA HERANÇA DOS PASSIVOS SOBRE BENS ADQUIRIDOS DE EMPRESAS EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL OU EM PROCESSO DE FALÊNCIA.
AULA DE 17.08.2015
1.4.1.2 – Modalidades de Realização de Ativos:
a) Modalidades Ordinárias (Art.142)
São muito parecidas com o processo licitatório, com apenas uma diferença: Enquanto na licitação busca-se o melhor preço, no leilão busca-se o maior preço.
São previstas tres modalidades ordinárias:
1 - Leilão mediante lances orais
2 - Propostas lacradas
3 - Pregão
O pregão se desenvolve em duas fases, sendo que da segunda fase somente poderão participar aqueles que se habilitarem na primeira fase. A primeira fase consiste em apresentação de propostas lacradas e a segunda em leilão. 
O critério para se habilitar é exclusivamente matemático, de valor.
No leilão somente se habilitarão aqueles que oferecerem no mínimo de 90% do valor da maior proposta lacrada.
b) Modalidades Extraordinária (Art. 35, II, C)
A lei prescreve que a assembleia geral de credores AGC poderá prescrever modalidades alternativas de realização de ativos. Ela não está amarrada às modalidades ordinárias. Esta se sobrepõe ao definido pelo Juiz.
2 - Recuperação de Empresas
2.1 - Introdução:
A Recuperação de empresas é o instituto que vem substituir o instituto da concordata. 
Não se confunde com este. É um instituto autônomo.
Apesar de serem institutos distintos sua origem é muito semelhante. 
A recuperação de empresas decorre da solidariedade que há entre os empresários. Ela nasceu dentro de uma solução de acordos entre credores e devedores e somente muitos anos depois vai ser acobertada pelos institutos jurídicos. 
A Recuperação de empresa pauta-se também pela socialização dos riscos da atividade empresarial. Por este instituto o empresário socializa com seus credores os riscos de sua atividade. 
Esta é a lógica subjacente deste instituto.
2.2 - Natureza Jurídica
A natureza jurídica da recuperação de empresas é contratual, através de cujo contrato se repactua o passivo. Assim decidiu o STJ quando do julgamento do RE 1.314.209/SP.
Agravo de Instrumento - AI 0008634-34.2013.8.26.000 
- Deverão estar presentes as cláusulas que são pressupostos de quaisquer contratos, ou seja, as cláusulas gerais do contrato, inclusive a boa fé objetiva.
Esses contratos são formais. Têm uma forma judicial prevista em Lei. 
Sob o prisma judicial é um processo de jurisdição voluntária. 
=> Tendo isto em mente:
- Não há coisa julgada material, porém formal. 
- Não há partes, mas interessados. Os devedores não são réus; São interessados. 
- Não há contestação; Podem ser apresentadas objeções ao plano. 
- O juiz não julga a objeção. Ele convoca a assembleia de credores para avaliar a melhor proposta de contrato.
2.3 - Conceito:
É ação de jurisdição voluntária pela qual o devedor busca repactuar com seus credores seu passivo, a fim de preservar sua atividade empresarial.
Há duas espécies de recuperação de empresas:
2.4 – Espécies
2.4.1 - Extrajudiciais
Nesta modalidade o devedor convoca seus credores fora de juízo e repactua com eles o passivo. Como se trata de modalidade extrajudicial, temos que três credores e cinco créditos não se submeterão aos termos da recuperação (art. 161, par. 1º, Lei 11.101).
Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art.48 desta Lei poderá propor e negociar com credores Plano  de recuperação extrajudicial.
        § 1o Não se aplica o disposto neste Capítulo a titulares de créditos de natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho, assim como àqueles previstos nos arts. 49, § 3o, e 86, inciso II do caput, desta Lei.
 Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos.
§ 3o Tratando­se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão  os  direitos  de  propriedade  sobre  a  coisa  e  as  condições  contratuais,  observada  a  legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial.
 Art. 86. Proceder­se­á à restituição em dinheiro:
 II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde  que  o  prazo  total  da  operação,  inclusive  eventuais  prorrogações,  não  exceda  o  previsto  nas  normas específicas da autoridade competente;
Nesta modalidade, diferentemente da recuperação judicial não se obriga o devedor a incluir todos os credores.
Recuperação extrajudicial de homologação judicial facultativa
A recuperação extrajudicial de homologação judicial facultativa se dará quando o devedor obtiver a aceitação expressa de todos os credores que ele pretendia abranger em seu plano. Para que isto se opere o devedor deve atender a todos os requisitos e não pode estar impedido.
Neste caso, não estando impedido e tendo conseguido o apoio expresso dos credores ele poderá requerer a homologação judicial, para que se tenha a segurança jurídica da coisa julgada material. Isto se traduz em uma segurança jurídica para ambos, devedores e credores. Esta homologação também gera uma novação judicial, mas é muito pouco utilizada.
Recuperação extrajudicial de homologação judicial necessária
Toda vez que o devedor não obtiver aceitação expressa de todos os credores que ele pretendia abranger no seu plano de recuperação extrajudicial, mas, houver obtido a aceitação de credores que representem mais de 3/5, financeiramente considerados, em cada classe de credores abrangida pelo plano, o devedor poderá (no sentido de dever) também requerer a homologação judicial, desde que atendidos os requisitos da Lei e não esteja impedido. 
Com esta homologação há o ganho da segurança jurídica da coisa julgada, mas o mais importante é que neste caso ele irá compelir a todos os credores, inclusive os que não aprovaram o plano.
Os tres Credores:
O primeirodestes credores é a Fazenda pública. (Compreende os créditos de natureza tributária). O Estado veda a transação de créditos de natureza tributária.
O segundo credor é o empregado. Na vigência do contrato de trabalho os direitos trabalhistas são indisponíveis e, portanto inegociáveis. O empregado se encontra em condição de vulnerabilidade.
O terceiro excluído é o acidentado do trabalho, pelas mesmas razões que o empregado.
Os cinco créditos excluídos (art. 49, par. III e IV):
- Alienação fiduciária em garantia
- Arrendamento Mercantil (Leasing)
- Reserva de Domínio (Quando ocorre a venda de um equipamento e se reserva o domínio do mesmo até que se ultime o pagamento)
- A compra e venda de imóveis desde que o contrato tenha cláusula de irrevogável e irretratável.
- O ACC - Contrato de antecipação de câmbio. Blindado tanto na falência quanto na recuperação judicial. (Súmulas 307 STJ, 133 STJ, 36 STJ).
2.4.1.1 - Modalidades
a) De homologação judicial facultativa: art. 162
 Art. 162. O devedor poderá requerer a homologação em juízo do plano de recuperação extrajudicial, juntando  sua  justificativa  e  o  documento  que  contenha  seus  termos  e  condições,  com  as  assinaturas  dos credores que a ele aderiram.
b) De homologação judicial necessária: art. 163
Art. 163. O devedor poderá, também, requerer a homologação de plano de recuperação extrajudicial que obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde que assinado por credores que representem mais de 3/5 (três quintos) de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos.
2.4.2 - Judiciais
2.4.2.1 - Modalidades
a) Especial (art. 70 a 72)
É aplicável exclusiva, porém facultativamente às microempresas e empresas de pequeno porte. Somente estas empresas podem requerer esta modalidade de recuperação. (Art. 170, IX, CRFB).
Diz-se facultativamente porque estas empresas podem requerer a recuperação judicial de homologação judicial facultativa.
b) Ordinária
O que vem a ser a trava bancária para os créditos na recuperação judicial?
Decreto Lei 911/69 => Alienação fiduciária em garantia
Empréstimos bancários com cessão fiduciária ou endosso fiduciário. A alienação fiduciária não se submete à recuperação judicial.
Os Tribunais de alguns estados começaram a quebrar a trava alegando a impossibilidade de se operar este instrumento, já que o bem dado em garantia deve ser, por lei, levado a leilão por se tratar de garantia. Esta garantia deve ser leiloada para liquidação do débito que se for mais que suficiente deve gerar devolução ao devedor e se faltar continuará a execução.
Aí veio a decisão do STJ RESP 1.202.9181/SP e alterou para alienação fiduciária permitindo assim que estes créditos ficassem de fora da recuperação.
A fazenda pública não se submete à recuperação judicial. Entretanto o STJ definiu em jurisprudência que o devedor não pode cometer nenhum ato que comprometa o patrimônio do devedor.
STJ: CC 107.065/RJ
AG RG CC 114.657/RS.
AULA DE 24.08.2015
2.4.2.1 – Judiciais
2.4.2.1.1 – Modalidades:
A) Especial – Art. 70 a 72.
Pagamento:
*Remissória: à vista + desconto
*Dilatória: Prazo + Sem desconto
* Mista: Prazo + Desconto 
STJ: RESP. 666.676/PR
Cria duas restrições ao direito de contratar:
Para contratar novo empregado deverá ter prévia e expressa autorização judicial.
Não poderá celebrar novo contrato que represente em aumento de despesa.
B) Ordinária
?????????????????????????????????????????
3) Falência:
3.1 – Pressuposto: Fático-jurídico
3.1.1 – Insolvência
A) De fato (Ou econômica): Art. 748, CPC.
Neste caso o passivo exigível supera o ativo.
Necessita que o credor comprove contabilmente a insolvência do devedor. 
Insolvência = Se o devedor apurar todo seu ativo, este não é capaz de saldar todo seu passivo.
B) Jurídica
Sustenta-se sobre fatos jurídicos que pressupõem a incapacidade jurídica do devedor.
O Sistema misto falimentar Brasileiro prevê que há duas formas de se exteriorizar a situação de ruína jurídica do devedor.
3.1.1.1 – Meios de exteriorização da intimidade do devedor
* Impontualidade: Art. 94, I e II. 
I – Extrajudicial
II – Judicial
 Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
 I - Sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários­mínimos na data do pedido de falência;
              II  –  executado  por  qualquer  quantia  líquida,  não  paga,  não  deposita  e  não nomeia  à  penhora  bens suficientes dentro do prazo legal;
Condição para que se caracterize a insolvência do devedor:
Vencido o título quem está em mora é o credor. Para que o devedor fique em mora este deverá ser cobrado, e só a partir de então estará em mora.
Segundo o STJ o protesto cambial por falta de pagamento supre a necessidade do protesto especial com fins falimentares, desde que se revista das formalidades do protesto especial.
A primeira formalidade é o lugar em que tira o protesto. Este lugar é a praça de pagamento do título.
A primeira diferença entre protesto ordinário e protesto para fins falimentares:
- No protesto ordinário o lugar para o protesto é a Praça de pagamento do título. 
– No protesto para fins falimentares o protesto deverá ser efetuado no lugar em que vai ser requerida a falência, qual seja o do principal estabelecimento.
A teoria da aparência nos informa que o ato praticado por uma pessoa que não seja o representante legal da sociedade a vinculará se a pessoa que tenha praticado o ato aparentava racionalmente ser o representante legal da pessoa jurídica.
A Lei de falência não adere à teoria da aparência. Esta se opera em alto grau de formalidade. Neste caso, para que seja válido para os fins de falência, o protesto deverá ter a identificação do devedor.
A segunda diferença é a identificação do representante legal (atendimento aos requisitos da sumula 361 do STJ).
Exteriorização por um ato extrajudicial (Protesto). 
Falência não é uma ruína econômica. É uma ruína jurídica.
Toda presunção absoluta se assenta em pressupostos. Se um destes pressupostos é derrubado quebra-se a presunção absoluta. A presunção absoluta pode ser quebrada, enquanto a presunção relativa pode ser afastada.
 Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias.
        Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado  procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor.
No caso em que o devedor efetuar o depósito elisivo, a natureza jurídica da ação é alterada para ação de cobrança. Neste caso, tendo pago o valor, a ação foi satisfeita e portanto não poderá ser decretada a falência.
Os 10 dias acima serão contados a partir da juntada da citação aos autos do processo.
Art. 98 - O depósito elisivo realizado a tempo e modo hábeis impede a decretação da falência. 
É a única maneira de se afastar a presunção.
AULA DE 31.08.2015
* Atos ruinosos ou de falência (Art. 94, III).
 Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: 
 III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
        a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
        b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
        c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
        d) simula a transferência de seu principal estabelecimentocom o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
e)  dá  ou  reforça  garantia  a  credor  por  dívida  contraída  anteriormente  sem  ficar  com  bens  livres  e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
        f) ausenta­se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona  estabelecimento  ou  tenta  ocultar­se  de  seu  domicílio,  do  local  de  sua  sede  ou  de  seu  principal estabelecimento;
        g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
Este artigo prescreve uma série de condutas típicas que uma vez praticadas pelo devedor fazem presumir sua ruína jurídica e autorizam a decretação de sua falência. 
Demonstrada uma destas condutas, não há o que discutir. 
Uma destas condutas é o abandono do estabelecimento. Neste caso pode-se fazer uma ata por um tabelião que, tendo fé pública, comparece ao local e narra o fato. Este documento terá o valor de prova, não sendo necessária a ação cautelar para produção de prova.
3.2 – MEIOS DE DEFESA 
Vige aqui o princípio da concentração da defesa. Toda matéria de defesa deve ser articulada em uma petição única. Não existem no processo falimentar os mesmos incidentes existentes no processo civil.
Impontualidade
Contestar.
- Obs: Nunca se deve pedir a suspensão de um processo falimentar. Esse pedido caracteriza moratória concedida ao devedor e neste caso o juiz extinguirá o processo sem exame de mérito.
- Depósito Elisivo
- Cumular. O credor pode cumular, alegando impontualidade e atos ruinosos. O devedor pode efetuar o depósito elisivo e contestar.
Atos Ruinosos
- Contestar; Alegar que a conduta é atípica.
AULA DE 04.09.2015
Exercício em sala de aula.
AULA DE 11.09.2015
Prova
AULA DE 14.09.2015
3.3 – Sistema Recursal Falimentar (art. 100)
Para que se entenda o sistema recursal falimentar, há pressupostos. Necessário conhecê-los.
 Art. 79. Os processos de falência e os seus incidentes preferem a todos os outros na ordem  dos feitos, em qualquer instância.
O artigo 79 prevê prioridade do recurso envolvendo falência em detrimento de qualquer outro.
Procedência
Da sentença que decreta a falência caberá Agravo de Instrumento.
Improcedência
Em caso de improcedência o recurso cabível é a apelação.
Atualmente no processo civil há três espécies de recursos retidos (art. 542, §3º CPC).
O Agravo retido
O Recurso especial retido
O Recurso extraordinário retido
Com relação à sentença de falência não se aplicará o recurso retido. Não se trata aqui de decisão interlocutória, mas sim de uma sentença.
Temos também que verificar a sumula nº 88 do STJ.
São admissíveis embargos infringentes em processo falimentar, desde que atendidos os pressupostos de admissibilidade previstos no CPC.
Toda vez que um julgamento for decidido de maneira não unânime, caberá embargos infringentes, por aplicação subsidiária do CPC.
3.4 – Ordem dos créditos na falência
Falida – empresa antes da falência
Massa falida – empresa após a falência
3.4.1 – Créditos extraconcursais (Art. 84, Lei 11.101).
São créditos que serão pagos independentemente de prévia habilitação e tão logo haja disponibilidade de caixa. Trata-se, salvo uma exceção, de dívidas da massa falida.
Prescreve em primeiro lugar os honorários do administrador, seus auxiliares e o dos empregados por serviços prestados à massa falida.
Um mesmo empregado poderá se posicionar em várias posições:
- Pelo serviço prestado à massa falida o empregado estará lançado na massa falida na classe extraconcursal, classe I.
- O crédito trabalhista anterior à falência é um credito concursal I, até o limite de 150 salários mínimos.
O restante será concursal, classe VI (Quirografário).
Art.  84.  Serão  considerados  créditos  extraconcursais  e  serão  pagos  com  precedência  sobre  os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:
        I  remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da  falência;
        II – quantias fornecidas à massa pelos credores;
Em alguns casos, para que o prejuízo não se torne ainda maior com a lacração da empresa, e se percam com isso, bens imateriais, os fornecedores podem injetar valores com o objetivo de manter a empresa funcionando minimamente. Estas quantias fornecidas pelos credores têm preferência, pois estes valores proveem a massa falida de recursos para a manutenção mínima das atividades da empresa.
 III - despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição  do seu produto, bem como custas do processo de falência;
 IV - custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido  vencida;
SUMULA 86 DO TST – EXIME A MASSA FALIDA DO PAGAMENTO DE CUSTAS.
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 3, TST – DEPÓSITO RECURSAL – É GARANTIA DA EXECUÇÃO.
3.4.2 – Créditos concursais (Art. 83, Lei 11.101)
São créditos que somente serão pagos mediante prévia habilitação, salvo a fazenda pública. Tratam-se, salvo uma exceção, de dívidas da falida.
OBS: NÃO HÁ NENHUMA DIFERENÇA ENTRE O CRÉDITO TRABALHISTA, O TRIBUTÁRIO E O QUIROGRAFÁRIO, POIS TODOS DEPENDEM DO MESMO PONTO, QUE É O PATRIMÔNIO COMO UM TODO CONSIDERADO.
Não é a natureza alimentar que define a preferência do crédito trabalhista, mas uma opção Legislativa.
Art. 186 – CTN => O crédito tributário prefere a qualquer outro, independente de sua natureza e do tempo de sua constituição, exceto o trabalhista e os créditos de acidentes de trabalho. O crédito trabalhista tem natureza alimentar e por essa razão tem privilégio.
Sumula nº 227, STF.
Preferência: (Art. 958, CC)
- Privilégio (Processo) – Somente se emerge se houver processo, porque é uma regra de pagamentos. Este decorre exclusivamente da Lei. Não está na autonomia da vontade.
- Garantia (material) – Independe da prévia existência de processo. Decorre do Direito de sequela. Esta decorre da Lei ou do Contrato.
Os créditos trabalhistas em cessão serão considerados quirografários:
 Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
 § 4o Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários.
O artigo 151 da Lei de falência:
Este artigo garante o pagamento de 5 salários mínimos aos empregados
 Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários­mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa.
Estes 05 salários mínimos são dedutíveis dos 150 salários mínimos previstos no art. 84 da Lei 11.101.
AULA DE 25.09.2015
2º - Créditos tributários (Art. 84, Inciso V)
Art.  84.  Serão  considerados  créditos  extraconcursais  e  serão  pagos  com  precedência  sobre  os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:
 V-Obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termosdo art. 67 desta Lei, ou  após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a  ordem estabelecida no art.  83 desta  Lei.
O fornecedor que continuar mantendo relacionamento comercial com a empresa em recuperação, com a falência desta, terá seus créditos equiparados aos da fazenda pública, conforme acima.
3º - O Credor com garantia real
Este credor receberá até o valor da avaliação do bem dado em garantia pelo administrador judicial. Caso não o faça e seu bem seja vendido em bloco, ele receberá, independentemente do valor do bem, pelo valor da avaliação efetuada.
Portanto ele deve acompanhar a avaliação, para impugná-la, caso não concorde com o valor desta avaliação.
4º - A fazenda Pública (art. 187, p.u., CTN) .
Este artigo é flagrantementeinconstitucional. De acordo com o art. 19, III, CRFB.
Sumula 563, STF.
STF: Agravo Regimental AGRFAI 745.114/SP.
Art. 29, LEF – Lei de execuções fiscais (Lei 6830/80) – Prevê que não só a União recebe primeiro como também suas entidades. Não só os Estados recebem primeiro, como também suas entidades.
Existe então uma ordem de privilégio entre os créditos fazendários.
Privilégio especial – art. 964, CC
Privilégio Geral – 965, CC
5º - Os créditos civis
Entre os créditos civis também existem privilégios.
6º - Os créditos quirografários (Do grego quiros – mão / Grafia – escrito)
 Na garantia Real o credor tem, assegurando a adimplência da obrigação, um bem destacado (um imóvel, um veículo, etc.) notadamente no patrimônio do devedor, mas não obrigatoriamente.
Na garantia quirografária o credor tem, assegurando a adimplência da obrigação, o patrimônio do devedor, como um todo considerado.
7ª - Classes sub-quirografárias
Compõe-se das classes numero 7 e 8
Na de número 7, temos duas hipóteses: A primeira são as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias.
Estas fazem emergir um problema de alta complexidade.
AULA DE 28.09.2015
Decreto Lei 7661/45: Art. 23, PU;
Lei 11101/05: art. 76, caput.
STF: AG RG AI 181.245-1/RS
 AG RG RE 212.839/RS
O STF validou o preceito da antiga Lei de Falências.
8ª - Creditos subordinados
Essa classe assim se denomina porque seus créditos se subordinam ao pagamento de todos os demais credores. Referem-se aos mútuos concedidos pelos sócios à sociedade.
Prevê também como créditos subordinados os mútuos que os administradores sem vínculo de emprego têm com a sociedade.
3.5 – JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA (ART. 124)
A massa falida pagará normalmente a correção monetária. Entretanto há divergência com relação aos juros.
A massa falida não pagará juros, salvo se os comportar. Paga-se primeiro o principal a todos os credores e, se sobrar dinheiro, volta pagando os juros nos limites das forças da massa falida. Excetuam-se desta situação duas classes de credores: Os debenturistas e os credores com garantia real.
Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados.
        Parágrafo único. Excetuam­se desta disposição os juros das debêntures e dos créditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia.
Normalmente os debenturistas são credores institucionais.
3.6 – Compensação (art. 122) 
 Art.  122.  Compensam­se,  com  preferência  sobre  todos  os  demais  credores,  as  dívidas  do  devedor vencidas  até  o  dia  da  decretação  da  falência,  provenha  o  vencimento  da  sentença  de  falência  ou  não, obedecidos os requisitos da legislação civil.
        Parágrafo único. Não se compensam:
        I – os créditos transferidos após a decretação da falência, salvo em caso de sucessão por fusão, incorporação, cisão ou morte; ou
        II – os créditos, ainda que vencidos anteriormente, transferidos quando já conhecido o estado de crise econômico­financeira do devedor ou cuja transferência se operou com fraude ou dolo.
        Art. 123. Se o falido fizer parte de alguma sociedade como sócio comanditário ou cotista, para a massa falida entrarão somente os haveres que na sociedade ele possuir e forem apurados na forma estabelecida no contrato ou estatuto social.
        § 1o Se o contrato ou o estatuto social nada disciplinar a respeito, a apuração far­se­á judicialmente, salvo se,  por  lei,  pelo  contrato  ou  estatuto,  a  sociedade  tiver  de  liquidar­se,  caso  em  que  os  haveres  do  falido, somente após o pagamento de todo o passivo da sociedade, entrarão para a massa falida.
        § 2o Nos casos de condomínio indivisível de que participe o falido, o bem será vendido e deduzir­se­á do valor arrecadado o que for devido aos demais condôminos, facultada a estes a compra da quota­parte do falido nos termos da melhor proposta obtida.
Na prática com quem se tem sempre um crédito e um débito? Com um banco. Então quem compensa, na prática, quase sempre é um banco.
Esta compensação colide com outros artigos, pois cria uma preferência de pagamento em restrição de todo o sistema.
A compensação tratada no artigo 122 da Lei de falências não pode determinar a preferência dos credores que tem valores a compensar, pois seria inconstitucional por impropriedade da via Legislativa. Portanto uma inconstucionalidade formal.
Esta preferência para compensação deve se dar avaliando classe a classe. Esse credor que tem valores a compensar tem uma preferência, entretanto dentro da classe em que estiver inserido.
AULA DE 02.10.2015
3.7 – EFEITOS DA FALÊNCIA NOS CONTRATOS DO FALIDO (Arts. 117 e 118 Lei de Falências).
3.7.1 – BILATERAIS
Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência de qualquer uma das partes. A Lei, contudo prescreve o seguinte:
Aquele que contratou com o devedor cuja falência foi decretada poderá interpelar o administrador judicial no prazo de 90 dias da posse de sua posse, indagando se a massa falida irá ou não cumprir o contrato bilateral. Interpelado este tem 10 dias para responder. O silêncio equivale a recisão do contrato.
As cláusulas resolutivas de contratos celebrados entre empresas, que prevêm a resolução do contrato em caso de falência, operando-se esta de pleno Direito, não se operam de forma tão concreta. A princípio, levando-se em consideração o princípio de preservação da empresa ela parece ilegal. Entretanto há que se analisar, pois não se pode impor a outras empresas o risco de negociar com uma empresa em uma situação de falência, pois colocaria em risco esta empresa.
A cláusula resolutiva tácita pode ser discutida; Entretanto a expressa pode seim, se operar de pleno direito.
3.7.2 – UNILATERAIS
a) A Massa falida é credora
Os contratos unilaterais em que a massa falida é credora não se resolvem pela falência, cabendo ao administrador judicial arrecadar para a massa falida o objeto na forma contratada. 
b) A Massa falida é devedora
Quanto aos contratos unilaterais em que a massa falida é devedora caberá ao administrador judicial, ouvido o comitê de credores, se existir, decidir pela recisão ou pelo cumprimento do contrato, segundo os interesses da massa falida. 
3.8 – EFEITOS DA FALÊNCIA SOBRE A PESSOA DO FALIDO
A falência não extingue a personalidade do falido. Nem a personalidade jurídica, nem a personalidade civil. 
A falência ocasiona uma limitação à capacidade civil do devedor que perderá a posse e administração de seus bens a fim de ser constituída a massa falida objetiva.
Cabe ao administrador arrecadar para a massa todos os bens na posse do falido, ainda que estes não sejam de propriedade da falida.
Pode ser que neste ato ele arrecade bens do falido que não tenham envolvimento com a massa falida. Neste caso não são cabíveis as ações possessórias tratadas pelo Direito Civil.
Os artigos 85 a 93 da Lei e falência prevê uma ação chamada restituitória que é uma ação possessória própria do processo falimentar. Turbado de sua posse, o proprietário não pode entrar com uma ação do código de processo civil Há uma ação própria que afasta a regra geral do CPC.
3.9 – EFEITOS DA FALÊNCIA SOBRE OS BENS DO FALIDO
3.9.1 – AÇAO RESTITUITÓRIA (OU DE RESTITUIÇÃO) – Art. 85 a 93 da Lei 11.101.
CONCEITO:
Trata-se da ação possessória do processo falimentar, pela qual o proprietário de um bem (corpóreo ou incorpóreo) indevidamente arrecadado para a massa falida irá reaver sua posse.
É uma ação desintegrativa. Tira-se os bens da massa falida e devolve ao falido.
Ver Decreto Lei 911/01.10.1969.
AULA DE 09.10.2015
São duas as formas de ação Restituitória:
Ordinária: Direito de Propriedade
Extraordinária: Se pauta pela Boa Fé.
PROCEDIMENTO
- RITO
Segue o rito ordinário do CPC- OBJETO
A restituição será feita in natura, do próprio bem, do próprio objeto. Na impossibilidade de se restituir o bem, in natura, nos termos do artigo 86, far-se-á a restituição em dinheiro.
O § 1º do artigo 86 prevê que antes seja respeitado o previsto no artigo 151.
A FEBRABAN impetrou uma ação de inconstitucionalidade (ADI3424) em função do artigo 5º, XXII da Constituição e foi negado pelo STF em sede de controle de controle concentrado, mas em sede de controle difuso, todos os juízes admitem a inconstitucionalidade do parágrafo acima.
SUSPENSÃO DA DISPONIBILIDADE DO BEM (Art. 91 da Lei 11.101)
Como a restituição é in natura, a mera distribuição da ação de restituição provoca a suspensão da disponibilidade do bem para a massa falida.
Fungibilidade com a habilitação de crédito: (Art. 89 Lei 11.101)
Deve haver um pedido sucessivo na ação restituitória, para que, sendo julgada improcedente a ação restituitória, seja este credor incluído na classe quirografária respectiva, ainda que o artigo 89 determine esta inclusão ex-ofício. Há entendimento do STJ neste sentido.
Recurso:
Da sentença caberá apelação, sem efeito suspensivo.
Embargos de Terceiros (Art. 93, da Lei 11.101)
Em caso de turbação da posse, de posseiro cujo bem foi arrecadado pela massa falida, este posseiro carece de Direito de ação restituitória, já que não é o proprietário da coisa. 
Neste caso deverá este posseiro turbado em sua posse, ajuizar ação de embargos de terceiros.
AULA DE 16.10.2015
 Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
 II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí­lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido  de  falência,  do  pedido  de  recuperação  judicial  ou  do  1o  (primeiro)  protesto  por  falta  de  pagamento, excluindo­se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
É sabido que o empresário, na proximidade da bancarrota, começa a praticar atos em detrimento da comunidade de credores. Por isto mesmo o legislador criou o chamado “período suspeito”, que compreende o período de dois anos, anterior ao decreto da falência. Na prática este prazo é curto. 
Por isto foi criado o “termo Legal”. (art. 99, II). 
Todos os atos praticados pelo devedor no termo legal serão considerados fraudulentos. Este prazo seria de 90 dias contados do primeiro protesto não cancelado, ou tratando-se de uma recuperação judicial convolada em falência, 90 dias da distribuição do pedido de Recuperação de empresas.
No caso de autofalência até noventa dias contados da data de distribuição do pedido de autofalência.
3.9.2 – Ação Revocatória (Art. 129, Lei 11.101).
Há uma presunção (jure et de jure) absoluta de fraude.
A presunção é absoluta. Há uma presunção absoluta de que o devedor tirou fraudulentamente bens de seu nome com a intenção de fraudar credores.
É como se fosse a ação Pauliana do Processo civil, com algumas peculiaridades. Aqui a intenção de fraude deve ser provada. Aqui havendo uma ação, o bem objeto deverá retornar ao patrimônio do devedor para ser objeto de ação de execução preferencialmente pelo autor da ação.
Não se aplica ao objeto da atividade. Ex: Uma concessionária de veículos, cujo objeto é a venda de veículos. Não cabe ação revocatória por um carro que foi adquirido desta concessionária.
- Ação Revogatória (Art. 130, Lei 11.101).
Aqui se provou a má-fé.
Procedimento (Art. 134).
- Nos termos deste artigo o procedimento é o rito ordinário do CPC. Para ambas as ações o procedimento é o mesmo. O objeto de pedir é que é diferente. Pode ser em conformidade com o artigo 129 ou o 130.
b) Legitimidade
- Ativa (art. 132)
Nos termos deste artigo temos uma legitimidade concorrente, entre a massa falida, o MP ou qualquer credor interessado. Qualquer destes pode ser o autor.
- Passiva (art. 133)
Todos aqueles a quem o bem foi transferido.
Prazo decadencial (art. 132).
- O prazo decadencial é de 03 anos contados da sentença que decretar a falência. 
d) Terceiro de Boa-fé (Art. 132, § 2º).
Na realidade não é terceiro. É quarto. Aquele que negociou com a massa falida nunca está de boa fé. Àquele que negociou com quem negociou com a falida não lhe pode ser atribuída má fé.
e) Efeito (Art. 138).
Segundo Serpa Lopes:
Ato Jurídico Inexistente
Um ato jurídico inexistente é um ato que não existe no mundo dos fatos nem no mundo jurídico.
Ato jurídico nulo
E um ato que existe no mundo dos fatos, mas não no mundo do Direito.
Ato jurídico anulável
É aquele que existe no mundo dos fatos e no mundo do Direito, até que o juiz o retire do mundo do Direito.
*Depende de um ato judicial. A anulação tem efeito “erga omnes” e “ex tunc”.
Ato jurídico ineficaz
Existe no mundo dos fatos e no mundo do direito, até que o juiz o retire do mundo do Direito.
*Efeito inter-partis e ex nunc
Sempre que se deparar com um ato ineficaz, há que se fazer a seguinte pergunta: É ineficaz em relação a quem?
AULA DE 19.10.2015
3.10 – Linha do Processo Falimentar
Inicia-se o processo falimentar com o pedido. Temos então a fase postulatória (inicial, contestação, ETc.) que culmina com a sentença falimentar.
Com a sentença falimentar passamos à fase de Liquidação. Concomitantemente À esta fase vem a fase de administração. Nesta fase de administração temos o primeiro relatório do administrador judicial. (art. 22, III, E da Lei 11.101).
Este relatório se chama de Exposição circunstanciada (art. 186 LF). Sua principal finalidade é a apuração da responsabilidade civil e principalmente penal dos envolvidos. Após o advento da Lei 11.101 é feita em apenas uma via e protocolizada pelo administrador.
O Juiz abrirá vista ao MP. 
Se o MP entender que não há crime, o juiz remeterá os autos ao procurador Geral de Justiça. Este poderá concordar com o Juiz ou não. Se entender que não há crime, devolverá o processo ao juiz que dará segmento.
Se, no entanto o Procurador Geral de Justiça entender que há crime, designará outro promotor de justiça para oferecer a ação penal.
O MP tem 10 dias para oferecer a denúncia, em caso de entender que há crime.
Se o MP entender que há crime:
Pode entender que não é necessária a dilação da investigação
Pode entender que é necessária a dilação da investigação. Neste caso extrairá cópia da exposição circunstanciada e encaminhará para o Delegado de Polícia para que faça a apuração de crime falencial.
Se o MP for oferecer a denúncia, qual será o Juízo competente para conhecer da ação?
 Art. 183. Compete ao juiz criminal da jurisdição onde tenha sido decretada a falência, concedida a recuperação  judicial ou homologado o plano de recuperação extrajudicial,  conhecer da ação penal pelos crimes previstos nesta Lei.
 Neste ponto há um grande problema. Há discussão doutrinária sobre quem é competente para receber a ação penal. 
A súmula 564 do STF: 
É também sumulado pelo STF, pela súmula 592, que as causas de prescrição do código penal se aplicam aos crimes falimentares.
A lei de falências fixou uma novidade.
O artigo 182 da Lei de Falências derrogou a súmula do STF de nº 147.
Hoje a prescrição dos crimes falenciais é regida pelo código penal (Art. 109, CP).
Estas fases se estenderão até a prestação de contas.
PEDIDO => FASE POSTULATÓRIA que se encerrarão com a sentença falimentar => ADMINISTRAÇÃO concomitante COM A LIQUIDAÇÃO -> Se encerra com a PRESTAÇÃO DE CONTAS (art. 154, LF) => ENCERRAMENTO (art. 155) -> Fase de encerramento que se encerra com a SENTENÇA DE ENCERRAMENTO. (ART.156, LF)
Art. 155. Julgadas as contas do administrador judicial, ele apresentará o relatório final da  falência no prazo de 10 (dez) dias, indicando o valor do ativo e o do produto de sua realização, o valor do passivo e o dospagamentos feitos aos credores, e especificará justificadamente as responsabilidades com que continuará o falido. 
Na fase de encerramento teremos apenas um ato. A sentença de encerramento. Nesta sentença informará, um a um, todos os credores que habilitaram seus créditos, em que classe, quaisos crédito a que título, o valor do crédito, quanto a massa pagou em rateio eventualmente e quanto ficou a dever na data do encerramento da falência.
Falida é a sociedade. Não o sócio. Contudo temos o artigo 181 da LF, que prevê:
  Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
        I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial;
        II –o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de administração, diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei;
        III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio.
        § 1o Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitação penal.
        § 2o Transitada em julgado a sentença penal condenatória, será notificado o Registro Público de Empresas para que tome as medidas necessárias para impedir novo registro em nome dos inabilitados.
AULA DE 23.10.2015
Art. 181 da Lei de Falências - Neste caso são duas sanções autônomas. Pode-se aplicar a pena restritiva de liberdade ou a pena restritiva de Direitos.
Art. 6º da Lei de Falências
Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial  suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
Do período que vai da sentença de falência até a sentença de encerramento fica suspensa a prescrição de todas as ações e execuções individuais em face do devedor.
Proferida a sentença de encerramento vamos para a última fase do processo falimentar:
Fase de encerramento das obrigações do Falido (art.158) 
Esta fase se encerrará com a sentença de extinção das obrigações do falido.
A única finalidade pratica da sentença de obrigações do falido é reabilitá-lo para 
Neste caso, sendo pessoa jurídica, esta poderá retomar suas atividades ou, poderá enfim ser extinta.
 Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
        I – o pagamento de todos os créditos;
        II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinqüenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo;
        III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei;
        IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei.
Há um erro no inciso II da Lei acima, pois se o falido tiver algum valor este será arrecadado para os pagamentos da massa falida. Na verdade este pagamento poderá ser feito por terceiros.
O último caso será a prescrição que é quinquenal, se não tiver havido a condenação por crime falencial.
Tendo havido a condenação por crime falencial a prescrição é decenal(dez anos).
Enquanto não houver certidão de encerramento das obrigações do falido, esta poderá ser exigida.
Art. 191 do CTN:
Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos.
Assim os juízes normalmente exigem o CND antes de conceder a sentença de extinção.
Como a fazenda pública não se sujeita ao processo falimentar, em relação a esta continua correndo a prescrição.

Continue navegando