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Avaliação Psicomotora Prof(a): Marineide M. Nogueira Avaliação Psicomotora BPM (Bateria Psicomotora): desenvolvida por Vitor da Fonseca (1976), permite a detecção qualitativa de sinais funcionais desviantes e a análise dos fatores psiconeurológicos subjacentes, tentando contribuir para a compreensão dos problemas de aprendizagem e de desenvolvimento na criança. permite a obtenção de dados importantes para a identificação qualitativa de problemas psicomotores e de aprendizagem; é instrumento de identificação de sinais psicomotores, e não um exame neurológico. Avaliação Psicomotora A aquisição ou desenvolvimento dos elementos ou fatores psicomotores segue uma hierarquização vertical, cuja organização funcional, assim, apresenta-se: Tonicidade: Aquisições neuromusculares, conforto tátil e integração de padrões motores antigravíticos (do nascimento aos 12 meses). Equilibração: Aquisição da postura bípede, segurança gravitacional, desenvolvimento dos padrões locomotores (dos 12 meses aos 2 anos). Avaliação Psicomotora Lateralização: Integração sensorial, investimento emocional, desenvolvimento das percepções difusas e dos sistemas aferentes e eferentes (dos 2 aos 3 anos). Noção do Corpo: Noção do Eu, consciencialização corporal, percepção corporal, condutas de imitação (dos 3 aos 4 anos). Estruturação Espaço- Temporal: Desenvolvimento da atenção seletiva, do processamento da informação, coordenação espaço- corpo, proficiência da linguagem (dos 4 aos 5 anos). Avaliação Psicomotora Praxia Global: Coordenação oculomanual e oculopedal, planificação motora, integração rítmica (dos 5 aos 6 anos). Praxia Fina: Concentração, organização, especialização hemisférica (dos 6 aos 7 anos). A BPM compõe-se dos sete fatores psicomotores, subdivididos em 26 subfatores, definidos em termos psiconeurológicos e comportamentais funcionais dos sinais detectados, obedecendo uma escala de pontuação que varia de 1 (apraxia) à 4 (hiperpraxia). Avaliação Psicomotora O resultado total da BPM é obtido cotando nos 4 fatores apresentados, todos os subfatores, sendo a cotação média de cada fator arrendondada. A cotação global será transcrita para a primeira página, onde se encontra o perfil psicomotor. As tarefas da BPM ajudam a identificar o grau de maturidade psicomotora da criança. Avaliação Psicomotora ESCALA DE PONTOS DA BPM Pontos da BPM Tipo de Perfil Psicomotor Dificuldades de Aprendizagem 27 – 28... Superior ------------ 22 – 26... Bom ------------- 14 – 21... Normal ------------- 9 – 13... Dispráxico Ligeiras (específicas) 7 – 8... Deficitário Significativas (moderadas ou severas) Avaliação Psicomotora 1. Perfil Psicomotor: Superior e bom (hiperpráxico): Obtidos p/ crianças que não apresentam dificuldades de aprendizagem específica, possuidoras de uma organização psiconeurológica normal. Normal (eupráxico): Crianças sem dificuldades de aprendizagem, podendo apresentar fatores psicomotores variados e diferenciados, ou seja, com possibilidade de surgir subfator que revele imaturidade ou imprecisão de controle. Avaliação Psicomotora Dispráxico: Identifica as dificuldades de aprendizagem leves, traduzindo a presença de sinais desviantes, com significação neuroevolutiva, conforme a idade e a severidade que a criança apresenta. Deficitário (apráxico): Obtido por crianças com dificuldades de aprendizagem significativas, do tipo moderado ou severo, com sinais disfuncionais evidentes, que não realizam ou realizam de forma imperfeita e incompleta a maioria das tarefas da BPM. OBS: Criança neurologicamente saudável deve ter pouca dificuldade na execução de qualquer das tarefas, depois dos 7 anos de idade. Avaliação Psicomotora Criança, adulto ou pessoa na 3ª idade com síndrome cerebelar orgânica, falha em tarefas da bateria. Problemas de tremor, desorientação espacial, assomatgnosias, apraxias e agnosias são sintomas patológicos que podem ocorrer em qualquer idade e comprometer o desempenho na avaliação psicomotora. Avaliação Psicomotora BATERIA PSICOMOTORA (BPM) Destinada ao Estudo do Perfil Psicomotor da Criança (Vítor da Fonseca, 1975) NOME ........................................................... SEXO: F ( ) M ( ) DATA NASC. ....../....../.......... IDADE .... ANOS .... MESES FASES DE APRENDIZAGEM ................................................................... OBSERVADOR ...................................... DATA DA OBSERVAÇÃO ......../....../.......... PERFIL 1ª UNIDADE 4 3 2 1 CONCLUSÕES E INTERPRETAÇÕES TONICIDADE ___________________________________________________ EQUILIBRAÇÃO ___________________________________________________ 2ª UNIDADE LATERALIZAÇÃO ____________________________________________________ NOÇÃO DO CORPO _____________________________________________________ ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL __________________________________________________ ______________________________________________________ 3ª UNIDADE PRAXIA GLOBAL ____________________________________________________ PRAXIA FINA ____________________________________________________ Escala de Pontuação: 1. Realização imperfeita, incompleta e desordenada (fraco) – perfil apráxico 2. Realização com dificuldades de controle (satisfatório) – perfil dispráxico 3. Realização controlada e adequada (bom) – perfil eupráxico 4. Realização perfeita, econômica, harmoniosa e bem controlada (excelente) – perfil hiperpráxico • Recomendações (Projeto terapêutico-pedagógico): .................................................................................. • ................................................................................... • ................................................................................... Avaliação Psicomotora 2. Aspecto Somático: a)Aspectos tipológicos (segundo evolução do embrião): Ectomorfismo (Ectoderme ou Fascículo Externo: Formará o SNP e SNC, a retina, a córnea, o cristalino, o nervo óptico etc): Linearidade e magreza corporal, com tronco reduzido e membros compridos, ombros largos, pescoço fino e comprido, queixo recuado e testa larga. Avaliação Psicomotora Mesomorfismo (Mesoderme ou Fasc. Intermédio: Formará os músculos, os ossos, o miocárdio, artérias, veias etc) : Estrutura muscular e atlética do corpo, ombros e peitos largos e abdômen pequeno, com pouca gordura subcutânea. Endomorfismo (Endoderme ou Fasc. Interno: Formará o tubo digestivo, o epitélio respiratório, a tireóide... ): Aspecto arredondado e amolecido do corpo, geralmente gordos, com o tronco extenso e os membros curtos e flácidos, ossos pequenos. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA b) Desvios Posturais: observa-se a presença de Lordoses, cifoses, escolioses..devem ser registrados, assim como, sinais de raquitismo, distonias, pés planos, joelho recurvado... c) Controle Respiratório: Deve-se verificar a amplitude toráxica, a coordenação tóraco-abdominal, o ritmo respiratório, sinais de fadiga ou manifestações asmáticas. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Controle Respiratório: Na inspiração e expiração é sugerido que a criança realize 4 inspirações ou expirações simples: 1 pelo nariz, 1 pela boca, 1 rápida e outra lenta (apnéia). Na apnéia é sugerido que a criança mantenha-se em bloqueio torácico o máximo de tempo possível. (Usar cronômetro). AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Cotação: 4. Realizações corretas e controladas; 3. Realizações completas; 2. Realizações sem controle e com fraca amplitude, ou com sinais dedesatenção; 1. Não realizou as 4 inspirações ou expirações, ou as realizou de forma incompleta e inadequada. Cotação para a Apnéia: 4. Bloqueio torácico mantido por mais de 30s, sem sinais de fadiga; 3. Bloqueio torácico mantido entre 20-30s, sem sinais de fadiga ou de descontrole; 2. Mantêm-se entre 10-20s, com sinais evidentes de fadiga ou de descontrole; 1. Não ultrapassa os 10s, ou não realiza a tarefa. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Fatigabilidade: Observação geral durante a realização total da BPM, traduzindo ainda o grau de atenção e motivação, quando de sua realização. Cotação: 4. Não mostrou nenhum sinal de fadiga, mantendo-se motivada e atenta durante todas as tarefas; 3. Revelou alguns sinais de fadiga, sem significado clínico; 2. Revelou sinais de fadiga em várias tarefas, demonstrando desatenção e desmotivação; 1.Resistiu às tarefas, manifestando frequentes sinais de fadiga e de labilidade das funções de alerta e de atenção. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Tonicidade: Formas de Tonicidade: (a) de repouso ou de fundo, de caráter permanente, assegurando a preparação da musculatura para as múltiplas formas de atividade postural e práxica; (b) de atividade, atuando permanentemente na postura e praxia, facilitando ou inibindo a atividade dos motoneurônios alfa e gama. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA – PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Tonicidade: Subfatores da Tonicidade (tônus de suporte): a) Extensibilidade: É o maior comprimento possível que podemos imprimir a um músculo, afastando as suas inserções. Permite observar o grau de mobilização e de amplitude que uma articulação pode atingir. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Tonicidade: Hipotonia é sinônimo de hiperextensibilidade, característica da astenia, da passividade, hipoatividade, bradicinesia, flacidez, ataxias etc. Hipertonia é sinônimo de hipoextensibilidade, característica da hiperatividade, impulsividade, dispraxia, instabilidade etc Criança com dominância lateral D apresenta maior extensibilidade no membro contralateral. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Tonicidade: Nos MMII, explora-se a extensibilidade dos adutores, extensores da coxa e quadríceps femural. Nos MMSS, explora-se a extensibilidade dos deltóides anteriores e peitorais, flexores do antebraço e extensores do punho. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL a) Extensibilidade: MMII Observação dos adutores: Sentada, com apoio póstero-lateral das mãos, afastando lateralmente as pernas, estendidas ao máximo. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Extensibilidade: MMII Observação do quadríceps femural: Deitada, em DV, com flexão das pernas até à vertical. Nesta posição, o observador deve afastar lateral e exteriormente ambos os pés. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Extensibilidade: MMII Observação dos extensores da coxa: Deitada, em DD, elevar as pernas até fletir as coxas sobre a bacia. O observador assiste a criança a realizar a extensão máxima das pernas. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Cotação: 4. Afastamento segmentar entre 140°-180° nos adutores e extensores da coxa, e afastamento dos calcanhares da linha média dos glúteos, superior a 20cm-25cm nos quadríceps femurais. 3. Afastamento entre 100°-140° (...), entre 15cm-20cm nos quadríceps femurais. 2. Atinge entre 60°-100° de afastamento de adutores e extensores da coxa, e afastamento de 10cm-15cm nos quadríceps femurais, com sinais de contratibilidade e esforço visíveis. 1. Valores semelhantes aos anteriores, com evidências de hipotonia ou hipertonia, de hiperextensibilidade ou hipoextensibilidade, de limitação ou hiperamplitude (lassidão), compatível com disfunção tônica (ex. hemiparesia, espasticidade, rigidez, atetose, ataxia etc) AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Extensibilidade: MMSS Observação dos deltóides anteriores e peitorais: De pé, braços pendentes e descontraídos; o observador deve assistir na aproximação máxima dos cotovelos atrás das costas. Deve ser observado se os cotovelos se tocam ou medir a distância a que ficam um do outro. Extensibilidade: MMSS Observação dos flexores do antebraço: avalia o ângulo formado pelo antebraço e o braço, após extensão máxima do antebraço, e a amplitude de supinação da mão. Observação dos extensores do punho: (inclui a flexão máxima da mão sobre o antebraço - ângulo do punho). O observador deve assistir na flexão da mão, pressionando o polegar. Verificar se o polegar toca no antebraço ou medir a distância a que fica da sua superfície anterior. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Cotação: 4. Os cotovelos se tocam, e realiza extensão total do antebraço; máxima supinação das mãos nos flexores do antebraço; toca com o polegar na superfície anterior do antebraço nos extensores de punho, facilmente. 3. Idem a anterior, porém com maior resistência e mobilização mais assistida e forçada. 2. Não toca com os cotovelos, nem com o polegar nas respectivas explorações, acusando resistência e rigidez à mobilização; sinais de esforço, hipoextensibilidade ou hiperextensibilidade. 1. Sinais óbvios de resistência ou lassidez, sugerindo perfil tônico desviante e atípico (disfunção). AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL b) Passividade “É a capacidade de relaxamento passivo dos MM e suas extremidades distais (mãos e pés) perante mobilizações, oscilações e balanços ativos e bruscos, introduzidos exteriormente pelo observador”. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Passividade: MMII Sentada numa cadeira, suficientemente alta, (os pés não tocam o chão). Movimento pendular das pernas, no sentido ântero- posterior, com pé livre e apoio no terço inferior da perna; em seguida, deve haver mobilização do pé até provocar uma rotação interna assistida. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Passividade: MMSS De pé, com braços pendentes e descontraídos (“mortos”); o observador faz deslocamentos anteriores, balanços e oscilações em ambos os braços e mãos, com mobilização ântero-posterior do terço do antebraço, logo acima da articulação do punho. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Cotação: 4. MM e respectivas extremidades distais com movs. passivos, sinergéticos, harmoniosos e de regular pendularidade, de fácil descontração na musculatura proximal e distal, e sensibilidade do peso dos MM; ausência de manifestações emocionais. 3. Descontração muscular e ligeira insensibilidade no peso dos MM, provocando leves movs. voluntários de oscilação ou pendularidade; discretas manifestações emocionais. 2. Insensibilidade ao peso dos MM, sem descontração; não realiza movs. passivos e pendulares provocados exogenamente; sinais de distonia, movs. involuntários nas extremidades, movs. atetotiformes (lentas torções e regulares) e coreiformes (contrações de pequena amplitude) nas extremidades; frequentes manifestações emocionais. 1. Não realiza a prova, ou a realiza de forma incompleta e inadequada; total insensibilidade ao peso dos MM e dificuldade de descontração; movs. abruptos, convulsivos, irregulares e titubeantes; presença exagerada de manifestações emocionais atípicas (risos, gesticulações faciais/corporais, agitação, instabilidades). AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL c) Paratonia “Incapacidade ou a impossibilidade de descontração voluntária”. “Estado patológico, revelado pelo exagero dos reflexos tendinosos, porperturbações nos reflexos plantares, sincinesias e descoordenação dos movimentos intencionais, impossibilitando a realização voluntária da resolução motora”. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Paratonia Atua como frenagem tônica, impedindo o relaxamento muscular, prejudicando a realização do movimento, alterando a sua precisão, perfeição, harmonia, ritmo e regularidade. Paratonia: MMII DD, em posição de relaxamento (deitado); Observar assimetrias na postura das pernas e pés, ou alguma alteração na coluna e na bacia; através de mobilizações passivas e de quedas (com descontração máxima), deixando cair os membros no colchão. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Paratonia MMII Verificar se a criança relaxa (abandona) parcial ou totalmemte os MM, deixando-os cair no colchão. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Paratonia: MMSS DD, com mobilização simultânea e alternada dos MMSS, descontraídos até a vertical, seguido de movimentos pluridirecionais com a articulação do ombro; Queda dos ombros, observando o grau de abandono e liberdade tônica de cada membro. Realizar manipulações semelhantes com o antebraço e mão. OBS: Membros dominantes acusam menos extensibilidade e tendem a apresentar maior resistência nas manobras e nas manipulações. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Cotação: 4. Não revela tensões ou resistências nas manipulações dos quatro membros. 3. Revela tensões ligeiras e fraca resistência nas manipulações, com ligeiras manifestações emocionais. 2. Tensões, bloqueios, resistências moderadas e freqüentes em qualquer das manipulações; identificação de paratonias de contrações proximais e distais. 1. Tensões, bloqueios e resistências acentuados; incapacidade e impulsividade de descontração voluntária; manifestações emocionais. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL d) Diadococinesias (tônus de ação) “Função motora que permite a realização de movimentos vivos, simultâneos e alternados”. “Realização coordenada, sucessiva e antagônica de movimentos com ambas as mãos, que põe em jogo a coordenação cerebelosa”. Ex: realização rápida de movimentos de pronação e supinação, em ambas as extremidades superiores. Sentada, antebraços fletidos sobre o braço, com os cotovelos em apoio em cima da mesa e com os braços em extensão anterior sem apoio. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Cotação: 4. Movimentos de pronação e supinação realizados corretamente, precisos, coordenados e harmônicos. 3. Movimentos realizados com ligeiro desvio do eixo do antebraço, e breve afastamento do cotovelo; realização de movs. em espelho, ou alterações de ritmo na realização simultânea. 2. Movs. de pronação e supinação descoordenados, dismétricos, sem amplitude ou arrítmicos; nítidos movs. em espelho, quando a mão D realiza a tarefa ou vice- versa. 1. Não realiza os movs. de pronação e supinação, ou movs. associados involuntários bem marcados; perda de amplitude e ritmo; movs. em espelho, permanentes; sincinesias etc. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL e) Sincinesias Reações parasitas de imitação dos movimentos contralaterais e de movimentos peribucais ou linguais. Movimentos não intencionais, desnecessários, cuja eliminação exige inibição tônico-cinética. Sincinesias são frequentes nas crianças de 6, 7 e 8 anos e tendem a desaparecer totalmente a partir dos 10-12 anos (maturação neurológica). As sincinesias traduzem movimentos associados que acompanham a realização no movimento intencional, prejudicando a sua precisão e eficácia. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL e) Sincinesias Além de fornecerem dados valiosos para determinar a lateralidade tônico-motora da criança, servem para despistar aspectos da tonicidade induzida e problemas de ordem tônico-emocional. Sentada, com as mãos em cima da mesa, realizando uma contração máxima da mão dominante com uma bola de espuma. Ao mesmo tempo, observar os movimentos de imitação ou crispação, quer nos membros contralaterais, quer peribucais, ou linguais, visando à detecção de sincinesias bucais ou contralaterais. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Cotação: 4. Não apresenta sincinesias bucais ou contralaterais; ausência de movs. associados. 3. Realiza as tarefas com sincinesias contralaterais pouco óbvias e imperceptívais: detecção de ligeiros movimentos ou contrações tônicas associadas. 2. Presença de sincinesias bucais e contralaterais marcadas e óbvias: realização com sinais desviantes; presença de movimentos associados não inibidos. 1. Sincinesias evidentes, com flexão do cotovelo, crispação dos dedos da mão contralateral, tensões tônico-faciais e sincinesias linguais; tremores etc. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Significação Psiconeurológica Todas as sensações, para serem integradas, necessitam de um tônus ideal (eutonia). A observação de sinais tônicos atípicos pode ajudar a compreender vários problemas de desenvolvimento psiconeurológico na criança, uns implicados com a psicomotricidade, outros com as aprendizagens simbólicas. A atenção, a orientação, o controle, a adaptação etc., reclamam a participação da tonicidade, função de transição entre o corpo e o cérebro e entre esse e o meio. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Equilibração: É uma condição básica da organização psicomotora; envolve uma multiplicidade de ajustamentos posturais antigravíticos, que dão suporte a qualquer resposta motora. Reúne um conjunto de aptidões estáticas e dinâmicas, abrangendo o controle postural e o desenvolvimento das aquisições de locomoção. O nível de organização neurológica da equilibração envolve essencialmente o tronco cerebral, o cerebelo e os gânglios da base. É atribuído ao mesencéfalo os mecanismos que integram os reflexos tônicos do pescoço, labirínticos, oculares, de endireitamento e até mesmo os padrões motores de sentar, levantar e andar. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA O sistema vestibular, órgão especializado da equilibração, compreende um componente funcional periférico ao nível do ouvido interno e um componente funcional interno; responde pela postura, orientação espacial, organização perceptiva, e pelo potencial de aprendizagem; está envolvido nas funções de vigilância, de alerta e de atenção; repercute em toda a organização psicomotora. A insegurança postural ou gravitacional gera instabilidade emocional, hiperatividade, ansiedade, distratibilidade etc, alterando as condições necessárias ao processamento da informação. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Subfatores da Equilibração: a) Imobilidade: É a capacidade de inibir voluntariamente qualquer movimento durante um curto lapso de tempo. Sua observação, permite avaliar a capacidade da criança em conservar o equilíbrio c/ os olhos fechados, os ajustamentos posturais, as reações tônico-emocionais (ansiedade, turbulância, instabilidade etc.), movs. faciais, movs. involuntários, gesticulações, sorrisos, oscilações multi e unidirecionais, distonias, movs. coreiformes e atetotiformes. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Sinais que podem traduzir disfunções vestibulares e cerebelosas: Movimentos faciais: movs. involuntários da cabeça, distonias periorais e perioculares; movs. irregulares da boca, dos lábios e da língua; crispações faciais localizadas; Gesticulações: movs. involuntários do tronco; desvios simétricos e assimétricos; movs. coréico- atetósicos; movs. atetóides lentos e irregulares dos dedos etc. Sorrisos: expressões mímicas inadequadas, manifestações emocionais transitóriasetc. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA • Oscilações: flutuações breves da postura, oscilações rítmicas, mioclonias involuntárias e bruscas, reequilibrações do deslocamento do centro de gravidade D/E e frente-trás. • Rigidez Corporal: distonias, hiperextensão do punho e dos dedos; flexão dos ombros; pronação excessiva da mão; abdução do punho; bloqueio respiratório ... • Tiques: movimentos parasitas, sacudidelas, fasciculações, movs. palpebrais constantes acompanhados de nistagmos, assinergia dos globos oculares etc. • Hiperemotividade: agitação, instabilidade, ansiedade, movs. atetósicos. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Equilibração: a) Imobilidade: Manter-se na posição ortostática durante 60s. com os olhos fechados e os braços pendentes ao lado do corpo, com apoio palmar das mãos e dos dedos na face lateral da coxa, pés juntos, simétricos e paralelos. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Equilibração: b) Equilíbrio Estático Consta de 3 provas de 20s., efetuadas em 2 tentativas possíveis. Com crianças (4/5 anos) as provas devem ser realizadas com os olhos abertos; A partir dos 6 anos, c/ os olhos fechados. As mãos devem apoiar-se nos quadris, com a finalidade de evitar movs. compensatórios dos braços. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL b) Equilíbrio Estático As 3 provas são: apoio retilíneo, manutenção do equilíbrio na ponta dos pés e apoio unipedal. No apoio retilíneo, a criança deve colocar um pé no prolongamento exato do outro, permanecendo assim por 20s. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Equilíbrio Estático Equilíbrio na ponta dos pés: a criança deve colocar os pés juntos e manter-se em equilíbrio no terço anterior dos mesmos, e demais condições descritas. Apoio unipedal: a criança deve apoiar-se num único pé, fletindo a perna contrária ao joelho, efetuando com ela um ângulo reto. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL c) Equilíbrio Dinâmico O equilíbrio dinâmico exige orientação controlada do corpo em situações de deslocamento no espaço, com os olhos abertos. A observação deve captar sinais quanto à precisão, economia e melodia dos movimentos, quanto ao seu controle em termos quantitativos e qualitativos e quanto ao grau de facilidade ou dificuldade relevado nas várias tarefas. As tarefas do equilíbrio dinâmico incluem: marcha controlada, evolução na trave (frente, trás, direita e esquerda), saltos com apoio unipedal (pé-coxinho esquerdo e direito), saltos a pés juntos (frente, trás e com os olhos fechados). AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL Equilíbrio Dinâmico Na tarefa da marcha controlada: a criança deverá evoluir no solo em cima de uma linha reta com 3m de comprimentos, de modo que o calcanhar de um pé toque na ponta do pé contrário, permanecendo sempre com as mãos nos quadris. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL c) Equilíbrio Dinâmico Nas tarefas de evolução na trave: a criança deve proceder como na marcha controlada, realizando- a para frente, para trás, para o lado direito e esquerdo, com as mãos nos quadris. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL c) Equilíbrio Dinâmico Os desvios e desorientações espaciais devem ser registrados, bem como as gesticulações, as reequilibrações bruscas, em especial na cabeça, sincinesias, dismetrias, impulsividades etc. Na tarefa dos saltos com apoio unipedal: a criança deverá cobrir os 3m em saltos com apoio unipedal, registrando o pé escolhido. Uma vez terminada a primeira tarefa, a criança deverá concluir trajeto idêntico com o pé contrário. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA PRIMEIRA UNIDADE FUNCIONAL c) Equilíbrio Dinâmico A observação dos saltos a pés juntos nas suas três subtarefas (frente, trás e com os olhos fechados), é necessária para concluir esse subfator. Atentar-se à colocação dos pés, da bacia, do tronco e da cabeça, verificando as possíveis disfunções posturais que possam se apresentar. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Significação Psiconeurológica As disfunções posturais, dadas as múltiplas inter-relações do cerebelo com os centros límbicos, talâmicos e subtalâmicos, podem causar distúrbios de ordem perceptiva e de memória. A equilibração conjuntamente com a tonicidade constituem a organização motora de base que prepara a organização psicomotora superior: lateralidade, somatognosia, estruturação espaço-temporal e praxias. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL Lateralização A integração bilateral, que compreende as tarefas da BPM, quer em nível sensorial (visão e audição), quer em nível motor (mão e pé) visa detectar discordâncias inter-hemisféricas e avaliar o grau de integração dos dois lados do corpo, onde entram em jogo o tronco cerebral e o mesencéfalo. A lateralização, subentende diferentes níveis de complexidade: identificação das partes do corpo, identificação dupla homolateral; identificação dupla contralateral, de partes do corpo no outro, e de partes do corpo no outro e no próprio. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL Lateralização As tarefas da BPM visam determinar a consistência da preferência dos telerreceptores (visão e audição) e dos proprioefetores (mãos e pés). Lateralização Ocular (olho preferencial): pede- se à criança para olhar primeiro através de um tubo ou canudo de papel e depois de um buraco feito no centro de uma folha de papel normal. A apresentação do tubo deve ser feita na linha média do corpo da criança, para não condicionar o uso da mão. A mão que agarra o tubo é a mão dominante. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL Lateralização ocular A criança deve segurar a folha de papel com ambas as mãos, e espreitar pelo buraco com o olho preferencial. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL Lateralização Lateralização Auditiva (ouvido preferencial): pede-se à criança para auscultar um relógio de corda e em seguida para simular o atendimento do telefone. Lateralização Manual (mão preferencial): sugere-se à criança que simule escrever e depois cortar o papel com a tesoura; se confirmará nas tarefas de coordenação oculomanual da praxia global e fina. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL Lateralização Lateralização Pedal (pé preferencial): sugere-se à criança que dê um passo gigante à frente, partindo da posição de pés paralelos, e depois simule enfiar as calças, registrando-se o primeiro pé. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Significação Psiconeurológica A organização espacial, a elaboração de praxias, a fala e a escrita como pensamento cognitivo, requerem operações precisas e complexas dos dois hemisférios, porém ambos só estão aptos a cooperar e a trabalhar conjuntamente quando o tronco cerebral trabalha apropriadamente. A especialização hemisférica desenvolve-se até ao ponto do hemisfério D ser responsável pela integração motora, libertando o hemisfério E para assumir outras funções, nomeadamente as funções cognitivas e a linguagem. Não há, portanto, duplicação funcional, mas sim uma intercomunicação cooperativa. As lesões hemisféricas, em adultos, têm demonstrado que as lesões direitas afetam a noção do corpo e as relações espaciais, enquanto as lesões esquerdas afetam outro quadro clínico mais relacionado com as afasias. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL Noção do Corpo: A noção ou imagem do corpo estrutura-se a partir dos estímulos periféricosdas preferências do movimento corporal, resultando em processos de transdução e de análise. A noção do corpo resulta das projeções específicas das áreas primárias, mas elabora-se e armazena-se como construção gnósica corporal (somatognosia) nas áreas parientais secundárias (áreas 5 e 7 do Brodmann). AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL Noção do Corpo: A noção do corpo é uma construção polifatorial que envolve a relação com o outro e a dimensão geocênctrica da linguagem. Noção primeiro intuitiva, da qual decorre uma auto-imagem sensorial interior, passa posteriormente a uma noção especializada linguisticamente. Forma-se da noção de esquema corporal e de imagem corporal. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL Noção do Corpo: a) Sentido Cinestésico: A criança deverá manter-se de pé, c/ os olhos fechados e, em seguida, sugerir que ela nomeie os vários pontos do corpo em que foi tocada tatilmente. Crianças em idade pré-éscolar (4/5 anos) devem nomear 8 pontos táteis (nariz, queixo, olhos, orelha, ombro, cotovelo, mão e pé). Crianças com + de 6 anos, devem nomear 16 pontos táteis (testa, boca ou lábios, olho D, orelha E, nuca ou pescoço, ombro E, cotovelo D, joelho E, pé D, pé E, mão E, polegar, indicador, médio, anelar e mínimo D). AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL b) Reconhecimento Direita- esquerda: Envolve uma função de decodificação verbal em face da noção simbólica do hemicorpo e da consciencialização da linha média do corpo. Envolve, da parte da criança, a resposta (output) motora a solicitações (input) verbais apresentadas pelo observador. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL Crianças em idade pré-primária (4/5 anos) as solicitações são: “Mostra-me a tua mão D”; “Mostra-me o teu olho E”; “Mostra-me o teu pé D”; “Mostra-me a tua mão E”. Crianças em idade escolar (acima de 6 anos) as solicitações verbais são: “Cruze a perna D por cima do joelho E”; “Toca a orelha E com a tua mão D”; “Aponta o meu olho D com a tua mão E”; “Aponta a minha orelha E com a tua mão D”. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL c) Auto-imagem (face) Visa estudar a noção do corpo no seu componente facial. A criança, de olhos fechados, com os braços em extensão lateral, as mãos fletidas e os respectivos indicadores estendidos, deve realizar mov. lento de flexão do braço até tocar com as pontas dos dedos indicadores na ponta do nariz. Realizada 4 vezes, 2 com cada d) Imitação de Gestos Cópia gestual bilateral (simultaneamente com as 2 mãos). São movs. bilaterais (coordenação recíproca), a fim de evitar confusões de lateralização na reprodução de movimentos. A criança de pé, face ao observador, observa o que ele vai realizar. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL d) Imitação de Gestos AVALIAÇÃO PSICOMOTORA e) Desenho do Corpo A criança desenha o que sabe do seu corpo. Significação Psiconeurológica Nomear os lados ou membros do corpo, diferenciá- los intracorporalmente e extracorporalmente é uma condição de orientação no espaço que é vital para a organização perceptiva e para as aprendizagens simbólicas mais complexas. A noção do corpo é a condição básica para a iniciação de qualquer movimento intencional. As perturbações aferentes (impressivas) afetam as eferentes (expressivas), consequentemente as alterações nas sensações levam a distúrbios nas ações. Diagnosias serão dispraxias. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL Estruturação Espaço-Temporal Envolve basicamente a integração cortical de dados espaciais, mais referenciados com o sistema visual (l. occipital), e de dados temporais, rítmicos, mais referenciados com o sistema auditivo (l. temporal). A gênese do espaço da criança, resultante da sua progressiva organização psicomotora, subentende, em paralelo, a apropriação da linguagem e da percepção visual. As fixações em detalhes, contornos, limites, ângulos, alinhamentos, estruturas, deslocamentos, orientações ... estão integradas na gênese da evolução da linguagem e do desenvolvimento cognitivo. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL A noção de tempo abrange o tempo estático (precedente e subsequente) e o tempo dinâmico (passado, presente e futuro). A sequência dos acontecimentos e a sua relação temporal são essenciais para estabelecer sistemas de relações. O ritmo ocorre em várias áreas do comportamento: na motricidade (coordenação de movimentos), na audição (reconhecimento de estímulos auditivos), na visão (exploração sistemática do envolvimento), nas aprendizagens escolares (leitura, escrita, cálculo). Traduzir as tarefas do tempo para o espaço (ouvir uma história ou fazer um ditado) e do espaço para o tempo (descrever uma imagem, copiar ou ler) é uma condição necessária às funções mentais superiores. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL Subfatores da Estruturação Espaço- Temporal: a) Organização Compreende a capacidade espacial concreta de calcular as distâncias e os ajustamentos dos planos motores necessários para os percorrer. A prova requer a participação das áreas parientais e occipitais, (área 5 e 7), onde se opera a fusão de dados direcionais e espaciais. Sugere-se à criança para andar de um ponto da sala a outro na distância de 5m, contando o nº de passos em voz alta. Pede-se à criança para realizar o 2º percurso com mais 1 passo, ou mais 3 passos. Por último, solicita-se que realize o 3º percurso com menos 1 passo ou - 3 passos. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL b) Estruturação Dinâmica Compreende a capacidade de memorização sequencial visual (de curto-termo) de estruturas espaciais simples. Aprecia a capacidade da criança reproduzir de memória sequências de fósforos em posições e orientações espaciais determinadas. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL b) Estruturação Dinâmica Sugere-se à criança que observe durante 3, 4 ou 5s as fichas respectivas com 3, 4 e 5 fósforos, após os quais deverá reproduzir exatamente as mesmas sequências com os fósforos, mantendo a orientação da esquerda para a direita. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL c) Representação Topográfica Retrata a capacidade espacial semiótica e a capacidade de interiorização de uma trajetória espacial apresentada num levantamento topográfico. O material é uma folha de papel e um lápis. O observador com a criança realiza o levantamento topográfico da sala, reproduzindo exatamente as suas proporções espaciais e a localização do mobiliário, identificando com os respectivos números. Desenhando, posteriormente, um trajeto com um lápis, solicitando- lhe sua realização motora. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA SEGUNDA UNIDADE FUNCIONAL d) Estruturação Rítmica Compreende a capacidade de memorização e reprodução motora de estruturas rítmicas. Avalia problemas de percepção auditiva e de memorização de curto-termo e a translação dos estímulos auditivos para as respostas motoras. Sugere-se à criança que ouça com atenção a sequência de batimentos apresentada, devendo, em seguida, reproduzir a mesma estrutura e o mesmo número de batimentos. As estruturas rítmicas são: AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Significação Psiconeurológica Em termos neuropatológicos, a lesão da região temporal E cai no âmbito da afasia sensorial e da agnosia acústica, afetando o núcleo do analisador auditivo. Aspectos visoperceptivos (reconhecimento de objetos, análise e síntese visual, dificuldades de discriminação, problemasde figura-fundo, dificuldade de reconhecimento facial ...) aspectos visoespaciais (problemas de direção, distância, orientação topográfica ...) e aspectos visoconstrutivos (problemas de agrupamento e de grafomotricidade ...) podem emergir de distúrbios resultantes das disfunções visotátil-cinestésicas que estão em jogo nos subfatores de orientação, estruturação dinâmica e representação tempográfica. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA TERCEIRA UNIDADE FUNCIONAL PRAXIA GLOBAL Envolve a organização da atividade consciente e a sua programação, regulação e verificação. A praxia global, por compreender tarefas motoras sequenciais globais; está relacionada com a área 6 (realização e a automação dos movimentos globais complexos), que se desenrolam num certo período de tempo e exigem a atividade conjunta de vários grupos musculares. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA TERCEIRA UNIDADE FUNCIONAL Subfatores da Praxia Global a) Coordenação oculomanual Material: uma bola de tênis, um cesto de papel, uma cadeira e uma fita métrica. Sugere-se à criança de pé que lance uma bola de tênis para dentro de um cesto de papel colocado em cima de uma cadeira, a uma distância de 1,50m (crianças de 4/5 anos), e de 2,50m para crianças em idade escolar. b) Coordenação oculopedal Compreende a capacidade de coordenar movimentos pedais com referências perceptivo-visuais (requer a coordenação apendicular dos MMII). Material: uma bola de tênis, uma cadeira e uma fita métrica. Sugere-se à criança de pé que chute uma bola de tênis para passar entre as pernas da cadeira, a uma distância igual à situação anterior. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA TERCEIRA UNIDADE FUNCIONAL AVALIAÇÃO PSICOMOTORA TERCEIRA UNIDADE FUNCIONAL c) Dissociação: MMSS: Sugere-se à criança de pé que realize vários batimentos das mãos, em cima da mesa, de acordo c/ a seguinte sequência: 2 batimentos da mão D, 2 da E (2MD/2ME); 2 batimentos da mão D, 1 da E (2MD/1ME); 1 batimento da mão D, 2 da E (1MD/2ME); 2 batimentos da mão D, 3 da E (2MD/3ME). Sequencialmente reproduzida pelo menos 4 vezes. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA TERCEIRA UNIDADE FUNCIONAL c) Dissociação: MMII Sugere-se à criança de pé que realize batimentos das mãos em cima da mesa seguidos dos pés no solo, na seguinte estrutura seqüencial: 1 batimento da mão D, 2 da E, 1 do pé D e 2 do E (1MD/2ME/1PD/2PE); 2 batimentos da mão D, 1 da E, 2 do pé D, 1 do E (2MD/1ME/2PD/1PE); 2 batimentos da mão D, 3 da E, 1 do pé D, 2 do E (2MD/3ME/1PD/2PE AVALIAÇÃO PSICOMOTORA TERCEIRA UNIDADE FUNCIONAL d) Prova de agilidade: a criança deve saltitar, afastando e juntando as pernas, devendo bater as mãos na mesma hora em que afasta as pernas, sem interromper a sequência do saltitar. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Significação psiconeurológica: A praxia global (e naturalmente a praxia fina), exige a atenção voluntária, a planificação motora, o registro e a seleção de engramas, muito antes de desencadear o movimento; isto é, a intenção precede a ação. O objetivo da praxia global na BPM é avaliar o rendimento motor, bem como a qualidade da integração sensorial e psicomotora que evidencia a integridade do cérebro, desde o tronco cerebral aos hemisférios. O cérebro diz aos músculos o que fazer, mas as sensações vindas dos músculos e do corpo (proprioceptividade) é que permitem ao cérebro fazer o que transmitiu. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA TERCEIRA UNIDADE FUNCIONAL PRAXIA FINA Mão e inteligência ligam-se e formam-se dialeticamente. A praxia fina evidencia a velocidade e a precisão dos movs. finos e a facilidade de reprogramação de ações, à medida que as informações tátil-perceptivas se ajustam às informações visuais. A íntima relação que a praxia fina tem com a percepção visual é de grande importância para o desenvolvimento psicomotor e para o desenvolvimento da aprendizagem, nomeadamente da leitura, escrita e cálculo. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA TERCEIRA UNIDADE FUNCIONAL Subfatores da Praxia Fina: a) Coordenação Dinâmica Manual Solicita-se à criança sentada para compor uma pulseira de clips o mais depressa possível (5 clips para as crianças em idade de 4/5 anos e 10 para as em idade acima de 6 anos). Deve-se realizar 1 a 2 ensaios, nos quais a criança deverá compor e descompor a pulseira. O tempo de composição e de decomposição devem ser registrados. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA TERCEIRA UNIDADE FUNCIONAL b) Tamborilar O observador deve demonstrar à criança como é que os dedos devem estar colocados, realizando círculos na transição dedo para dedo, desde o indicador até o mínimo, e, em seguida, na direção inversa (2, 3, 4, 5 e 5, 4, 3, 2). Sugere-se à criança sentada que imite os movimentos e que complete no mínimo 3 ensaios antes de realizar a tarefa. As suas mãos devem ser avaliadas, realizando cada uma 3 sequências separadas e 1 simultânea (tamborilar bimanual simultâneo). AVALIAÇÃO PSICOMOTORA TERCEIRA UNIDADE FUNCIONAL c) Velocidade- Precisão: Compreende 2 tarefas de coordenação práxica do lápis, que envolve a preferência manual e a coordenação visográfica. Material: Folha de papel quadriculada, lápis bem afiado e cronômetro. Sugere-se à criança sentada que realize o maior nº de pontos e cruze-os por 30s., tendo como referências espaciais os limites dos quadrados do papel e a realização sequencial da E para a D. O nº de pontos considerados para cotação envolve sua contagem total (realização de velocidade), menos os sem êxito: traços, pontos a mais, tangentes, omissões, saltos de espaços ... (realização de precisão). AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Significação Psiconeurológica O triângulo postura-visão-mão é uma recoordenação sistêmica que está na base da praxia fina. As tarefas da coordenação dinâmica manual, do tamborilar e da velocidade-precisão permitem-nos detectar problemas perceptivo-visuais (estrabismo, problemas de visão binocular, excessiva aproximação dos objetos ou das mãos, nistágmo, distorções perceptivas de figuras-fundo, orientação em relação espacial...); problemas proprioceptivos (hipertonia, rigidez, crispação...); problemas de coordenação e inibição cerebelosa (dismetrias, tremores, preensão trêmula e titubeante...), e também problemas de automatização (movimentos excessivamente vigiados, hipercontrolados, sem fluidez...) Obrigada! Marineide M Nogueira
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