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Roteiro Aula 01 Gametogênese

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Medicina Veterinária 
Embriologia 
Roteiro de aula 
Aula 01 – Gametogênese 
 
A Embriologia é o ramo da biologia que estuda o desenvolvimento do embrião, desde a fase inicial 
até o nascimento. É o estudo do desenvolvimento dos seres vivos. 
Didaticamente a Embriologia engloba 05 períodos: 
• Gametogênese; 
• Fecundação; 
• Clivagem; 
• Gastrulação; 
• Organogênese. 
O embrião é formado pela junção do material genético presente no espermatozóide e no oócito. Essas 
células, chamadas de gametas, são formadas nas gônadas: testículos (machos � espermatozóides) e ovários 
(fêmeas � oócitos). Portanto, para estudar o desenvolvimento do embrião é necessário retroceder algumas 
etapas e analisar a origem e a formação dos gametas. 
Gametogênese é o processo de formação dos gametas masculinos e femininos. Está dividida em três 
ou quatro fases distintas, são elas: 
• Proliferação: multiplicação das células precursoras (mitose); 
• Crescimento: desenvolvimento das células preparando-se para a divisão meiótica; 
• Maturação: divisão meiótica, as células dividem-se e modificam-se para formação dos 
gametas; 
• Diferenciação: ocorre apenas nos machos, é o processo final de formação do espermatozóide, 
que parte de uma célula arredondada até a forma especializada conhecida. 
Origem dos gametas: As células precursoras dos gametas dos dois sexos são formadas ainda na vida 
embrionária a partir das Células Germinativas Primordiais (CGPs), a origem das CGPs é extragonadal e 
extra-embrionária, elas são detectadas inicialmente no epitélio do endoderma dorsal do saco vitelínico, 
próximo ao alantóide. As CGPs migram para região onde futuramente serão formadas as gônadas e 
desenvolvem-se em: 
• Espermatogônias: células precursoras de espermatozóides; 
• Oogônias: células precursoras de oócitos. 
 
 
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Espermatogênese 
Espermatogênese é o processo de formação dos espermatozóides, os gametas masculinos, esse 
processo ocorre nos testículos e inicia-se na vida embrionária com a multiplicação das espermatogônias e o 
processo completo de formação dos espermatozóides inicia-se na puberdade e dura toda a vida do macho, 
assim como a multiplicação das espermatogônias. Cada espermatogônia dá origem a quatro 
espermatozóides. 
Os testículos são formados por uma série de túbulos e células intersticiais, a ampliação desses 
túbulos apresenta uma estrutura composta por (do interstício para o lúmen – de fora para dentro dos 
túbulos): 
• Interstício e células intersticiais (células de Leydig); 
• Membrana basal; 
• Células germinativas (espermatogônias mais próximas à membrana basal); 
• Células de Sertoli; 
• Células germinativas em processo de formação; 
As células de Sertoli desempenham funções importantes na espermatogênese, essas células estão 
intimamente relacionadas com as células germinativas e fornecem a elas: sustentação, nutrição e fagocitose 
de restos citoplasmáticos liberados durante a espermatogênese. Além disso, atuam no desenvolvimento dos 
túbulos seminíferos por meio da produção de proteínas e outras substâncias que estimulam a formação e 
crescimento dos túbulos seminíferos e atuam no controle da espermatogênese, esse controle não está 
totalmente desvendado, mas sabe-se que as células de Sertoli produzem a proteína ABP (Androgen binding 
protein – proteína ligadora de andrógenos) que se liga à testosterona e a mantém no lúmen em concentração 
maior que na corrente sanguínea, sabe-se que a testosterona é importante para maturação dos 
espermatozóides. A testosterona é produzida pelas células de Leydig. 
 
Processo de formação dos espermatozóides: 
� Durante a vida fetal e pós-natal do macho as espermatogônias estão em constante multiplicação 
(mitose), essa fase ocorre durante toda a vida do macho (Proliferação); 
� As espermatogônias multiplicam-se dão origens a espermatogônias de diferentes gerações: 
espermatogônias do tipo A1, A2, A3 e A4, algumas dessas gerações podem retornar ao estágio inicial, dar 
origem a outras da mesma geração ou podem ainda entrar na fase de crescimento (Crescimento); 
� Durante a fase de crescimento as espermatogônias do tipo A vão sofrendo modificações e 
passam a ser chamadas de espermatogônias intermediárias e em uma etapa seguinte são chamadas de 
espermatogônias tipo B, essas duas últimas já estão comprometidas com a formação do espermatozóide e 
não retornam aos estágios iniciais. O último estágio da fase de crescimento é a formação do 
espermatócito I (ou primário), que ainda é uma célula diplóide (2n) (Crescimento); 
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� Durante a fase de maturação o espermatócito I realiza a primeira divisão da meiose e formam 
dois espermatócitos II (ou secundários) que completa a meiose ao realizar a segunda divisão dando 
origem a quatro espermátides (Maturação); 
� As espermátides são células ainda arredondadas e passam por um processo de diferenciação que 
consiste em organização das organelas, condensação do núcleo, alterações no complexo de Golgi, 
desenvolvimento da cauda, entre outros, para poderem finalmente formar os espermatozóides, esse 
processo de diferenciação é chamado de espermiogênese (Diferenciação ou espermiogênese); 
� As células espermáticas desprendem-se das células de Sertoli e são liberadas para o lúmen dos 
túbulos, nos quais seguirão o fluxo e serão armazenadas no epidídimo, onde completam sua maturação e 
são armazenados, mas permanecem inativos, ou seja, estão descapacitados. 
O tempo para uma espermatogônia formar quatro espermatozóides é variável e depende da espécie, 
no entanto, ao longo dos túbulos seminíferos as espermatogônias estão iniciando a formação em momentos 
diferentes, isso garante um estoque relativamente constante de espermatozóides. 
Ciclo do epitélio seminífero (CES) são as modificações ocorridas em determinado ponto do túbulo 
seminífero entre o surgimento de dois estágios iguais. Ou seja, são todas as fases que acontecem em um 
ponto até que retorne à fase inicialmente observada. O CES é composto de estágios, o número de estágios 
varia de acordo com as espécies, esses estágios ocorrem de forma ordenada e sequêncial ao longo do túbulo, 
assim, Onda espermatogênica é a sequência de estágios do epitélio ao longo dos túbulos seminíferos. 
O Espermatozóide, estruturalmente, é dividido em: 
• Cabeça: composta pelo acrossoma e núcleo; 
• Peça intermediária: bateria mitocondrial, arranjo de mitocôndrias com a função de fornecer 
energia para o deslocamento da célula; 
• Cauda. 
A composição e função de cada estrutura é melhor explicada na roteiro da aula 02. 
 
Oogênese 
Oogênese é o processo de formação dos oócitos, os gametas femininos, esse processo inicia-se na 
vida fetal com a multiplicação das oogônias, ainda durante a vida fetal as oogônias entram na fase de 
crescimento e desenvolvem-se até oócitos I (ou primários), nas fêmeas a fase de multiplicação cessa durante 
a vida fetal ou logo após o nascimento (carnívoros e lagomorfos), o processo de maturação até a ovulação 
inicia-se na puberdade. Cada oogônia ao desenvolver-se dá origem a um oócito II. 
Os ovários são compostos pela região medular (central) responsável basicamente pela irrigação 
ovariana e a região cortical (mais externa) na qual está o estoque de gametas e é onde ocorre o 
desenvolvimento dos oócitos e da estrutura folicular. Os oócitos primários estão circundados por uma 
camada de células pavimentosas (achatadas) e juntos formam a estrutura chamada de folículo primordial. 
As células foliculares desenvolvem-se junto com os oócitos. 
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Processo de formação: 
� As oogônias passam por sucessivas mitoses durante a vida fetal e param de se multiplicar, com 
exceção dos carnívoros e lagomorfos (coelhos e lebres) nos quais ainda ocorrem mitoses logo após o 
nascimento, mas também cessam; 
� As oogônias desenvolvem-see iniciam a divisão meiótica parando na fase de prófase I (meiose 
I), essas células formam o estoque de células que continuarão seu desenvolvimento na puberdade, nessa fase 
as células foliculares formam uma única camada ao redor do oócito (folículos primordiais); 
� Na puberdade, mediante estímulos hormonais, os oócitos I iniciam a fase de maturação e 
concluem a primeira divisão meiótica formando duas estruturas, o oócito II (ou secundário) que inicia a 
segunda divisão meiótica e para em metáfase II. A outra estrutura gerada é chamada de corpúsculo polar, 
que é basicamente núcleo resultante da divisão, quase todo o citoplasma permanece no gameta; 
� Enquanto o oócito I modifica-se para formar o oócito II, as células foliculares continuam se 
desenvolvendo e as células pavimentosas tornam-se maiores e adquirem formato cúbico, junto com o oócito 
I formam o folículo primário; 
� Ainda durante a modificação do oócito, as células foliculares multiplicam-se e formam várias 
camadas ao redor do oócito e é possível observar a diferenciação em duas camadas: células da teca (mais 
externas) e células da granulosa (mais internas, próximas ao oócito, junto com o oócito I formam o folículo 
secundário; 
� Enquanto o oócito I está concluindo a primeira divisão meiótica, começam a formar pequenos 
espaços entre as células preenchidos por líquidos produzidos pelas células foliculares, esses pequenos 
espaços são chamados de antros, os folículos a partir desta fase são denominados folículos antrais, os 
anteriores são chamados pré-antrais. O oócito II, as células foliculares e os pequenos antros formam o 
folículo terciário. 
� Os antros começam a se fundir e a quantidade de líquidos aumenta empurrando as células da 
granulosa para periferia e a maior parte da estrutura passa a ser ocupada pelo líquido que possui proteínas, 
hormônios e outras moléculas. O oócito circundado por algumas células fica na periferia do folículo preso às 
células da granulosa. O conjunto de células que fica entre o oócito circundado por células da granulosa e as 
células da granulosa na periferia do folículo é chamado de cumulus oophorus, essa estrutura “prende” o 
oócito à parede formada pelas células, mas todas são células da granulosa. 
� O oócito II dentro da estrutura folicular desenvolvida formam o folículo pré-ovulatório ou de 
Graaf; 
� O folículo se rompe, o oócito II é expulso (ovulado/oocitado). O oócito II está em metáfase II e 
só completará a segunda divisão meiótica, caso seja fecundado, e após a fecundação a estrutura passa a ser 
chamada de óvulo ou ovo e posteriormente zigoto.

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