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MILENA SANTANA DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PÓS-OPERATÓRIO DE 
FRATURA DO PLATÔ TIBIAL ASSOCIADO À FRATURA DE FÍBULA 
PROXIMAL: estudo de caso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARACATU 
2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACULDADE TECSOMA 
CURSO DE FISIOTERAPIA 
 
 
 
MILENA SANTANA DE SOUZA 
 
 
 
REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PÓS-OPERATÓRIO DE 
FRATURA DO PLATÔ TIBIAL ASSOCIADO À FRATURA DE FÍBULA 
PROXIMAL: estudo de caso 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
disciplina de Monografia II da Faculdade Tecsoma, 
como requisito para obtenção do título de Bacharel 
em Fisioterapia. 
 
Orientadora: M Sc. Michelle Faria Lima 
Co-orientadora: M Sc. Cecília Maria Dias 
Nascimento 
 
 
PARACATU – MG 
2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOUZA, Milena Santana. 
Benefícios de um Protocolo de Reabilitação Fisioterapêutica em Pós-Operatório de Fratura do 
Platô tibial Associado à Fratura de Fíbula Proximal: estudo de caso/ Milena Santana de 
Souza. 
Paracatu, 2011. 
80p. 
 
Orientadora: Michelle Faria Lima 
Monografia (Bacharelado)-Faculdade Tecsoma- FATEC, Paracatu – Minas Gerais, 
Bacharelado em Fisioterapia. 
Bibliografia 
 
 1. Fratura de Platô Tibial 2. Fratura de Fíbula 3.Cinesioterapia 4. Ultra-som. I. Lima, 
Michelle Faria. II. Faculdade Tecsoma. III. Título 
CDU:618.5 
 
 
 
 
 
MILENA SANTANA DE SOUZA 
 
 
 
 
 
REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PÓS-OPERATÓRIO DE 
FRATURA DO PLATÔ TIBIAL ASSOCIADO À FRATURA DE FÍBULA 
PROXIMAL: estudo de caso 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de 
Bacharel no curso de graduação de Fisioterapia pela Faculdade Tecsoma. 
 
 
 
 
Banca Examinadora: 
Orientadora Geral: ________________________________________ 
 M Sc. Michelle Faria Lima 
 Faculdade Tecsoma 
 
 
Orientadora Metodológica: _________________________________________ 
 M Sc. Cecília Maria Dias Nascimento 
 Faculdade Tecsoma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARACATU/MG, 07/11/2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais Marlene Santana e Alcides 
Rodrigues, por terem com muito amor, incentivo, 
lutas e garra me ensinado a valorizar a busca 
pelos meus objetivos com muita serenidade, 
coragem e honestidade. 
A meu filho Rafael Santana Diniz, minha 
fortaleza, minha luz e fonte de energia. 
Obrigada por existirem na minha vida! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Agradeço a Deus pelo dom de viver e estar sempre me carregando no colo nos 
momentos em que eu menos esperava. 
Aos meus maravilhosos pais Marlene Santana Barbosa de Souza e Alcides 
Rodrigues de Souza, ao meu querido irmão Alcides Santana de Souza Júnior, pelo apoio, 
dedicação e amor durante todos esses anos. 
A minha família que me fez crescer internamente, dando força para seguir. 
Ao meu lindo filho Rafael Santana Diniz pelas horas em que entendeu a minha 
falta nas horas das brincadeiras, por ser meu impulso, minha força e por me fazer ser uma 
pessoa muito feliz. 
Ao meu namorado pela atenção, colaboração e compreensão que muito me ajudou 
a chegar até aqui. 
As minhas colegas de sala Élica Chênia e Pollyana pela tolerância, carinho, 
atenção nas horas de dificuldades e alegrias. 
Aos professores pela paciência, ensino e por dividir suas experiências e 
conhecimentos nessa longa conquista Mellissa Macedo Mundim, Júnia Benedita, Jomayer 
Facundini, Sara Regina em especial Sheila Pimentel, Michelle Faria Lima e Vanessa 
Travisanutto Mansur Corrêa, pelo estímulo a realização da pesquisa. 
As orientadoras Profª. Ft. M Sc. Michelle Faria Lima e Profª. M Sc. Cecília Maria 
Dias Nascimento pelo apoio e colaboração para que este projeto fosse idealizado. 
Ao paciente participante do presente estudo pela presença e cooperação na 
realização do projeto. 
Por fim a todos que me ajudaram direta ou indiretamente para a finalização desta 
pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O sucesso nasce do querer, da determinação e 
persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo 
não atingindo o alvo, quem busca e vence 
obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.” 
 
José de Alencar 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
A fratura de platô tibial associada à fratura de fíbula proximal é raramente encontrada. 
É considerada intra-articular e complexa, porém sua causa pode ocorrer devido a acidentes 
motociclísticos, forças em valgo, varo e traumas diretos, com incidência maior em homens 
adultos jovens. A mesma causa limitações na amplitude de movimento, dor, fraqueza 
muscular, alteração no equilíbrio, conseqüentemente na marcha e até mudança de emprego ou 
afastamento, causando impactos físicos e psicossociais. O tratamento primário para 
consolidação dos fragmentos ósseos é o aparelho gessado, quando a primeira hipótese não é 
eficaz, indica a redução cirúrgica por meio de osteossíntese como placa e parafusos, onde se 
fixa apenas o platô, considerada uma técnica favorável, pois facilita a mobilidade precoce. A 
reabilitação fisioterapêutica favorece a consolidação óssea, a mobilidade precoce, ganho de 
força muscular, propriocepção e equilíbrio, favorecendo o retorno às atividades de vida diária. 
O objetivo deste estudo foi averiguar os benefícios do ultra-som e da cinesioterapia em um 
paciente com diagnóstico de fratura de platô tibial associada à fratura de fíbula proximal com 
fixação por meio de osteossíntese no membro inferior esquerdo. O protocolo de reabilitação 
foi aplicado em uma paciente do sexo masculino, com 43 anos de idade, residente no 
município de Paracatu/MG, com diagnóstico de fratura de platô tibial associada à fratura de 
fíbula proximal com fixação por meio de material de síntese como placa de suporte e 
parafuso. A avaliação do paciente foi realizada no primeiro dia de tratamento, com 
reavaliação a cada 10 sessões para quantificar a ADM, perimetria, força muscular, quadro 
álgico e AVD´s. Após a intervenção fisioterapêutica, que durou 3 meses, observou-se redução 
significativa do quadro álgico, aumento da ADM dos MMII e da força muscular e redução do 
edema em MIE. A reabilitação fisioterapêutica visa recuperar as funções que se encontram 
prejudicadas pelo processo da fratura. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: fratura de platô tibial, fratura de fíbula, ultra-som, 
cinesioterapia. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The tibial plateau fracture associated with the fracture of proximal fibula is rarely 
found. It is considered as intra-articular and complex, but its cause may be due to motorcycle 
accidents, forces in valgus and varus and direct trauma, focuses mostly in young adult men. It 
causes limitations in range of motion, pain, muscle weakness, change in the balance, 
consequently in gait and up to employment or expulsion, causing impacts physical and 
psychosocial. The primary treatment for consolidation of the bone fragments and the plastered 
apparatus, when the first hypothesis is not effective, indicates the surgical reduction by means 
of osteosynthesis as plate and screws, where only fixes the plateau,which is considered a 
favorable technical because it facilitates the early mobility. The physiotherapeutic 
rehabilitation favors the bone consolidation, the early mobility, gain muscular strength, 
proprioception and balance, favoring the return to activities of daily living. The objective of 
this study was to discover the benefits of ultrasound and kinesiotherapy in a patient with a 
diagnosis of tibial plateau fracture associated with a fracture of proximal fibula with fixation 
by means of osteosynthesis in left lower limb (LLL). The rehabilitation protocol was applied 
in a male patient, 43 years of age, residing in the city of Paracatu/MG, with a diagnosis of 
tibial plateau fracture associated with a fracture of proximal fibula with fixation by means of 
synthesis material such as carrier plate and screw. The evaluation of the patient was held on 
the first day of treatment,with reassessment to each 10 sessions to quantify the decompression 
abrupt maneuver (DAM), perimetry, muscular strength, pain and activities of daily (AD). 
After the physiotherapeutic intervention, which lasted 3 months, it was observed significant 
reduction of pain, increase of DAM in lowers limb (LL) of muscle strength and reduction of 
the edema in (LLL). The physiotherapeutic rehabilitation aims to restore the functions that are 
prejudiced by the process of the fracture. 
 
 
Keywords: Tibial plateau fracture, Fracture of the Fibular, ultrasound, 
Kinesiotherapy. 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
 
Figura 1 - Resultados obtidos através da avaliação dos músculos flexores e extensores de 
joelho, com base na escala de Kendall.....................................................................45 
 
Figura 2 - Resultado obtido através da avaliação pela Escala Análoga Visual da dor nas 
avaliações do tratamento........................................................................................46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LISTA DE TABELAS 
 
 
 
Tabela 1 - Goniometria mostrando os resultados obtidos através da flexão e extensão ativa, 
comparada entre os dois joelhos............................................................................40 
 
Tabela 2 - Dados obtidos pela mensuração para perimetria comparando o membro inferior 
direito com o membro inferior esquerdo................................................................41 
 
 Tabela 3 - Resultados obtidos através da aplicação da escala de atividades de vida 
diária....................................................................................................................43 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
 
ADM Amplitude de Movimento 
AVD’s Atividades de Vida Diária 
AVP’s Atividades de Vida Profissional 
CREFITO Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional 
EVA Escala Análogo Visual da Dor 
HeNe Hélio Neônio 
MID Membro Inferior Direito 
MIE Membro Inferior Esquerdo 
MMII Membros Inferiores 
SN Sistema Nervoso 
US Ultra-som 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13 
 
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 16 
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 17 
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 17 
1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 17 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 19 
2.1 ANATOMIA DO JOELHO E PERNA PROXIMAL ........................................................ 19 
2.2 ARTICULAÇÕES ENVOLVIDAS ................................................................................... 20 
2.3 MUSCULATURA .............................................................................................................. 21 
2.4 LIGAMENTOS .................................................................................................................. 22 
2.5 MENISCO .......................................................................................................................... 23 
2.6 MOBILIDADE ................................................................................................................... 23 
2.7 INERVAÇÃO ..................................................................................................................... 24 
2.8 FRATURA ......................................................................................................................... 24 
2.9 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO .......................................................................................... 26 
2.9.1 Goniometria ..................................................................................................................... 26 
2.9.2 Perimetria ........................................................................................................................ 26 
2.9.3 Escala Análoga Visual ..................................................................................................... 27 
2.9.4. Graduação de Força Muscular ........................................................................................ 27 
2.10 MÉTODOS DE TRATAMENTO .................................................................................... 27 
2.11 FIXAÇÃO POR MEIO DE OSTEOSSÍNTESE .............................................................. 28 
2.12 INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA ....................................................................... 30 
2.13 ELETROTERAPIA .......................................................................................................... 31 
2.14 CINESIOTERAPIA ......................................................................................................... 32 
2.15 ALONGAMENTOS ......................................................................................................... 33 
2.16 MOBILIZAÇÃO ARTICULAR ...................................................................................... 34 
2.17 LIBERAÇÃO CICATRICIAL ......................................................................................... 35 
2.18 FORTALECIMENTO MUSCULAR ............................................................................... 36 
2.19 PROPRIOCEPÇÃO E EQUILÍBRIO .............................................................................. 37 
2.20 TREINO DA MARCHA .................................................................................................. 38 
 
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 40 
3.1 MÉTODO ........................................................................................................................... 40 
3.2 AMOSTRA ESTUDADA .................................................................................................. 40 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 42 
 
 
 
 
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 50 
 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 51 
 
APÊNDICE .............................................................................................................................60 
 
ANEXOS ................................................................................................................................. 71 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A movimentação, força e destreza dos movimentos se devem a resistência e 
rigidez dos ossos. Há uma gama de vascularização e vários tipos de células que formam e 
reabsorvem a matriz óssea. Estes variam quanto a forma sendo curto, longo e plano e ainda 
conforme o tamanho, e ainda se dividem em cortical a parte mais externa e a esponjoso a mais 
interna a qual é composto por trabéculas ósseas. Não podendo se esquecer do osso reticulado, 
embrionário ou imaturo e o lamelar que é o osso secundário e maturo (WEINSTEIN; 
BUCKWALTER, 2000). 
De acordo com Hoppenfeld (2004), o joelho é propenso a distúrbios 
osteomusculares, pois geralmente há grande susceptibilidade a lesões por estar entre a tíbia e 
o fêmur, e não existe grande quantidade de tecido adiposo e ser pobre de músculos de 
cobertura. 
O fêmur é o maior osso do corpo humano, articula-se distalmente com a tíbia 
pelos côndilos laterais e mediais, quando a perna encontra-se estendida a face patelar que se 
localiza entre os côndilos articula com a patela, está estabilizada pela gama de musculatura e 
pelos ligamentos cruzado anterior e posterior, colateral lateral e medial, há ainda meniscos os 
quais amortecem os impactos ocorridos na deambulação e descarga de peso (SPENCE, 1991). 
 A patela é um sesamóide, significa que pode algumas pessoas apresentar ou não, 
esta estrutura óssea. Inclui-se na inserção do quadríceps, articula-se com o fêmur, possui 
forma triangular, constituída por um ápice e uma base invertidos (DÂNGELO; FATTINI, 
2008). 
Os ossos da perna são compostos pela tíbia e pela fíbula. A tíbia formada de osso 
cortical denso, a pouca quantidade de músculos existentes está fixada em sua parte ântero-
lateral e posterior, portanto a fíbula liga-se a tíbia pela membrana interóssea, sendo o fator 
primordial de estabilidade das fraturas dos ossos da perna (HEBERT et al., 2003). 
A tíbia é um dos ossos longos que mais sofre fratura, por ser um osso em grande 
parte superficial, se sujeita a alta incidência de exposição e evolução freqüentemente 
desfavorável, pela dificuldade de cobertura de tecidos moles (STADNICK; AGUIAR 
JÚNIOR, 2002). 
A fíbula localiza-se lateralmente, articulando apenas com a tíbia em sua 
extremidade distal sendo o maléolo lateral, constitui de uma pequena cabeça, fino colo e 
delicada diáfise. Na lateral do colo é ponto de inserção de músculos, como o bíceps femoral, 
14 
 
 
no entanto a depressão localizada superiormente a esta região insere o ligamento colateral 
fibular que garante a estabilidade do joelho (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2005). 
A fratura de platô tibial é muito complexa e de difícil questão para a ciência que 
estuda os traumas, ou seja, a traumatologia. Isso se explica devido as diversas classificações 
para essa fratura. Enfim podem ser fraturas intra ou extra articulares e afeta em sua maioria o 
joelho esquerdo (CAMACHO, 2008). 
As fraturas do platô tibial abrangem pouca quantidade de fraturas clinicamente 
diagnosticadas, acomete a funcionalidade do joelho e da perna, porém com alta significância 
decorrente de acidentes automobilísticos e fatores como osteoporose, quedas, atropelamentos, 
torções, golpes, forças em valgo, varo ou de compressão, gerando conseqüência a fratura do 
planalto lateral e medial (COLODETE, 2007). 
Fraturas do planalto tibial abrangem alto risco à integridade funcional do joelho. 
Ocorrem devido a aplicação de forças compressivas axiais combinadas ou não com estresses 
em varo ou em valgo da articulação do joelho. A forma e o desvio da fratura dependem de 
diversos fatores, como a direção da aplicação da força, do grau de flexão do joelho no 
momento do trauma e da qualidade óssea. Por conseguinte em indivíduos mais jovens, os 
fragmentos tendem a serem maiores e em forma de cunha, devido às forças de cisalhamento 
envolvidas. No caso dos pacientes idosos, é mais freqüente analisarmos fraturas por depressão 
pura, sendo geralmente causadas por traumas de menor energia, ou até queda da própria 
altura. A incongruência e instabilidade articulares podem resultar em osteoartrose pós-
traumática, pois o osso já encontra fraco e poroso, susceptível a fratura. (KFURI JÚNIOR et 
al., 2009). 
A fratura da fíbula proximal não comumente ocorre isolada sempre está associada 
com a tíbia superior ou inferior com o tornozelo. Mesmo sendo rara quando acontece é por 
trauma diretamente no próprio osso, com leve deslocamento de fragmentos (ADAMS, 19_ _). 
As sintomatologias referidas nas fraturas do platô tibial são freqüentemente dor 
intensa, pois o tecido ósseo é vascular, ao qual impede de deambular, edema, deformidades 
em alguns casos, crepitações, graus diversos de mobilidade, instabilidade principalmente em 
fraturas ocorridas por trauma de alta energia, enfocando o quadro clínico que o fisioterapeuta 
baseará sua terapia (HEBERT et al., 2003). 
Para o diagnóstico de uma fratura o exame de maior importância é o radiográfico, 
com vistas em ântero-posterior e perfil analisando todo o comprimento da perna, desde o 
joelho até o tornozelo, não desconsiderando que as fraturas do platô tibial acompanham lesões 
ligamentares do joelho. A solicitação de exames subsidiários como tomografia 
15 
 
 
computadorizada ou mesmo ressonância nuclear magnética é pouco realizada. Já cintilografia 
também pouco realizada, será cabível caso haja persistência de fenômenos dolorosos e com 
resultados das radiografias primárias negativas, estabelecendo evidentemente a presença de 
fraturas incompletas ou mesmo de estresse. A arteriografia ou venografia será solicitada 
quando houver situações correlacionadas a lesões vasculares (FERREIRA, 2000). 
A ressonância magnética é um exame que aprimora a identificação das fraturas 
inicialmente não diagnosticada pela radiografia. As fraturas que envolvem os côndilos 
femorais, platô tibial ou patela, com maior prevalência o platô tibial lateral, são complexas e 
de difícil definição para a traumatologia (BITAR; PACCOLA; ELIAS JR, 1998). 
O tratamento cirúrgico das fraturas do platô tibial pode ser realizado por meios de 
haste intramedular de forma cautelosa, pois as falhas no controle de fragmentos podem gerar 
deformidades e consolidação viciosa e outra forma de fixação dentre várias é a placa em 
ponte, minimamente invasiva, para esta técnica não há grande necessidade de exposição para 
a redução. A ocorrência de desvios angulares, consolidação viciosa e pseudoartrose podem 
derivar de uma falha no pré-contorno preciso da placa ou uma distração dos fragmentos na 
hora da redução (LABRONICI et al., 2009). 
As correções das fraturas podem ser por meio de imobilização gessada conhecida 
como forma incruenta ou de forma incruenta com técnicas cirúrgicas e invasivas de fixação 
por fios de Kirschner, e placas, pinos, parafusos e hastes, entretanto, estas também devem 
seguir um período de imobilização, porém estas imobilizações geram atrofia da musculatura, 
perda de força muscular, redução dos sarcômeros, podendo ainda resultar em uma 
complicação mais grave a chamada síndrome compartimental. (SANTILI et al., 2010). 
Objetiva-se na fratura do platô tibial o alcance de manutenção da estabilidade e 
alinhamento dos fragmentos ósseos, mobilização precoce e aniquilação do quadro álgico 
articular, minimizando a síndrome de imobilização que pode ainda resultar em uma 
osteoartrose (SCHMIEDT et al., 2004). 
 
A Fisioterapia busca alcançar, através de metodologias 
e técnicas próprias, baseadas na utilização terapêutica 
dos movimentos e dos fenômenos físicos,uma melhor 
qualidade de vida para o cidadão, frente as disfunções 
intercorrentes (RESOLUÇÃO Nº. 158, DE 29 DE 
NOVEMBRO DE 1994. D.O.U nº. 235 - de 13.12.94, 
Seção I, Pág. 19374). 
 
16 
 
 
A cinesioterapia, com suas técnicas de mobilidade favorece o desempenho 
fisiológico e físico do ser humano, objetivando o aprimoramento do movimento. Por este 
motivo os exercícios terapêuticos são essenciais no processo de reabilitação de indivíduos 
apresentando fratura de platô tibial e fíbula proximal (KISNER; COLBY, 1998). 
A reabilitação das fraturas do platô tibial e fíbula proximal devem envolver não 
apenas a parte envolvida e sim todas as estruturas do membro inferior que podem ser 
acometidas com atrofias, encurtamentos e redução da amplitude de movimento, pois os 
exercícios passivos, ativo-assistido, ativo e resistido com carga gradual favorecem o retorno 
as funções, sempre respeitando as fases de recuperação e a fisiologia de cada indivíduo 
(ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2000). 
Segundo O’ Sullivan e Schmitz (2004), para o retorno ideal as atividades de vida 
diária de uma fratura do platô tibial e diáfise da fíbula, seja qual for sua extensão, a 
deambulação é um fator primordial, pois aumenta a funcionalidade e até mesmo a 
independência individual. A marcha é um fator a ser avaliado com precisão e conhecimento, 
pois é o objetivo principal de um indivíduo que perdeu ou perdeu a estabilidade desta. Toda 
musculatura envolvida necessita estar eficaz, não somente a de membro inferior e sim a de 
tronco e membros superiores, todavia para uma marcha coerente é evidente a dissociação de 
cinturas e balanço dos membros. No entanto a reabilitação envolve treino em terrenos 
regulares e irregulares, como aclive, declive, escadas e rampas finalizando o tratamento e 
obtendo alta deste com equilíbrio e propriocepção, evitando assim novas recidivas de fraturas. 
Este trabalho visa destacar a anatomia da articulação do joelho, da tíbia e fíbula 
proximal, descrever o tratamento fisioterapêutico para fratura de platô tibial associado à 
fratura de fíbula proximal com uso de ultra-som e cinesioterapia, com enfoque no 
fortalecimento muscular antes da descarga de peso, através de um estudo de caso. 
Basearam-se em referências bibliográficas nacionais, livros da biblioteca da 
faculdade, periódicos e revistas científicas. Foram realizadas pesquisas em artigos científicos 
nos sites de busca: Bireme, Lilacs e Scielo as palavras utilizadas na busca foram: fratura de 
platô tibial; fratura de fíbula, cinesioterapia, ultra-som. 
 
1.1 JUSTIFICATIVA 
 
 
A fratura de platô tibial associada à fratura de fíbula proximal, raramente são 
encontradas, sendo ocasionadas por trauma direto, acidentes automobilísticos ou forças em 
17 
 
 
varo ou valgo do joelho, além de fatores como osteoporose, quedas, atropelamentos, torções e 
golpes, entre outros dependendo da qualidade da estrutura óssea, de acordo com a idade e 
hábitos de vida do paciente, podendo gerar dor, limitação da ADM, ocorrência de aderência 
intra-articulares, redução de força equilíbrio e propriocepção causando déficit na marcha, 
podendo resultar em uma osteoartrose pós-traumática. 
Através das técnicas utilizando o ultra-som pulsado e a cinesioterapia com base 
nos movimentos, as quais são de baixo custo, fácil acesso e eficaz para a reabilitação 
ortopédica, baseado nisso, surgiu o interesse em pesquisar as fraturas de platô tibial associado 
à fíbula proximal, pois a fisioterapia é de extrema importância para favorecer o retorno mais 
precoce à funcionalidade nas AVD’s e AVP’s, restabelecendo uma marcha normal e 
favorável, e ainda evitar seqüelas da imobilização, assim como reduzir ou aniquilar a dor, 
facilita o ganho de ADM para evitar atrofias, favorece a manutenção e aprimoramento da 
força muscular, que na maioria ocorrem por longos períodos de tempo, sem tratamento, 
porém é cabível que o paciente seja coerente e freqüente nas sessões. 
 
 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
1.2.1 Objetivo Geral 
 
 
Avaliar os benefícios do protocolo em paciente no pós-operatório de fratura de 
platô tibial associada à fratura de fíbula proximal, visando o ganho de amplitude de 
movimento e força, antes da descarga de peso. 
 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 
 
Quantificar a redução do quadro álgico comparado pela escala análoga da dor, 
após medidas analgésicas; 
Averiguar a redução do edema com uso do ultra-som de acordo a mensuração pela 
perimetria; 
18 
 
 
Analisar o aumento da amplitude de movimento de joelho avaliado através da 
goniometria; 
Verificar o fortalecimento da musculatura de MMII, avaliando a evolução de 
acordo com a escala de Kendall, ao conseguir a ADM favorável; 
Adquirir interação fisioterapeuta-paciente, a fim de viabilizar condições 
favoráveis ao tratamento. 
 
 
 
19 
 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
2.1 ANATOMIA DO JOELHO E PERNA PROXIMAL 
 
 
O sistema ósseo protege estruturas como órgãos, sustentam e conformam o corpo, 
produzem algumas células do sangue e propicia o movimento do corpo. Os ossos possuem 
depressões, saliências e aberturas. Todavia as saliências articulam as estruturas ósseas entre 
elas mesmas, além de servir para fixar músculos, ligamentos e cartilagens. As depressões 
podem ou não serem articulares, classificando entre as fossas, fossetas, sulcos e etc. Portanto 
as aberturas visam o caminho de nervos ou vasos, sendo ainda passados dentro dos forames 
(DÂNGELO; FATTINI, 2008). 
O sistema ostéo-muscular sofre conseqüências pelo tempo de imobilização e pelo 
processo cirúrgico, com isso a hipotrofia é evidente e redução do número de sarcômeros é 
atenuada. A redução da elasticidade das articulações, ligamentos e a diminuição da produção 
do líquido sinovial, devido a falta de mobilidade promovem estalidos e desconforto ao 
paciente (DELISA et al., 2002). 
O joelho é composto proximalmente pelo fêmur, patela e distalmente pela tíbia, 
suas estruturas moles constituintes são os ligamentos dividindo em cruzado anterior e 
posterior, colateral medial e lateral, além dos meniscos os quais absorvem impactos na 
deambulação (SPENCE, 1991). 
Conforme Prentice e Voight (2003), o joelho é uma articulação considerada 
dobradiça, pois realiza movimentos primordiais de flexão e extensão, necessitando assim da 
rotação tibial para sua eficaz mobilidade, é estabilizada por ligamentos, sendo instável na sua 
lateral e medial, mesmo assim é capaz de sustentar o peso corpóreo. 
De acordo com Dângelo e Fattini (2004), o fêmur é composto por epífises sendo 
proximal e distal e o corpo conhecido como diáfise, articula-se em sua totalidade proximal 
com o quadril e distalmente com a tíbia formando a articulação do joelho. É constituído pela 
cabeça do fêmur, colo do fêmur, trocanter maior e menor, linha intertrocantérica, côndilo 
medial e lateral, a face patelar, tuberosidade glútea, linha supracondilar medial e lateral, 
epicôndilo lateral e medial e ainda a fossa intercondilar. 
20 
 
 
A patela serve como componente auxiliar na extensão de joelho, protege do atrito 
o tendão patelar, na extensão localiza-se na lateral próximo da tróclea e na flexão de joelho 
entra na tróclea (PRENTICE; VOIGHT, 2003). 
Segundo Moore e Dalley (2007), a tíbia é o segundo maior osso do corpo, 
encontra-se na posição vertical e se articula superiormente aos côndilos femorais, na parte 
inferior com o tálus e na lateral com a fíbula, transferindo assim o peso corpóreo. Localiza-se 
na perna ântero-medialmente, sua extremidade proximal é mais larga, formando assim o 
côndilo medial e lateral, os quais se articulam com os côndilos do fêmur.A tíbia é composta pelos platôs e côndilos lateral e medial, eminência 
intercondilar, tuberosidade da tíbia, diáfise da tíbia, maléolo medial e linha solear 
(DÂNGELO; FATTINI, 2004; HALL, 2000). 
A fíbula é classificada como osso longo, articula-se com a tíbia e posiciona-se 
anatomicamente com a cabeça voltada para a área superior, o maléolo situado na lateral e as 
fossas maleolares póstero-medialmente (MIRANDA, 2000). 
A fíbula é composta pela cabeça, colo da fíbula, diáfise, margem interóssea da 
fíbula e maléolo lateral (SPENCE, 1991). 
 
 
 
2.2 ARTICULAÇÕES ENVOLVIDAS 
 
 
 
Conseqüentemente a sua localização é posterior e lateral à tíbia e fixa-se a esta 
através da sindesmose tibiofibular, envolvendo a membrana interóssea, ou seja, entre ossos. 
Embora não é relevante para a função de sustentar peso, sua utilidade estabelece pela fixação 
de músculos. Um importante constituinte da fíbula são os maléolos, que se encaixam 
formando a articulação do tornozelo (MOORE; DALLEY, 2007). 
A tíbia se articula proximalmente com o fêmur, formando a articulação 
tibiofemoral, caracterizada como dobradiça por realizar movimentos de rolagem, 
deslizamento e de rotação, para o movimento eficiente desta articulação todos esses 
componentes devem estar íntegros (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2002). 
21 
 
 
A articulação tibiofemoral é bilateral, sendo tanto na medial quanto na lateral, são 
comunicações entre os côndilos o fêmur e da tíbia, necessitando de grupos musculares e 
ligamentos fortes para sustentar o peso corpóreo (MOORE; DALLEY, 2007). 
A articulação tibiofibular a qual faz parte da estrutura articular do joelho é a maior 
de todo o esqueleto, sendo do tipo gínglimo e realiza dois tipos de movimentos. O espaço 
localizado entre a tíbia e o fêmur é composto pelos meniscos lateral e medial. A perna, o 
tornozelo e o pé constituem funções de sustentação como estruturas rígidas e propulsão por 
alavanca móvel (MAGGE, 2005; HALL 2000). 
A articulação tibiofibular proximal, é caracterizada por sinovial e plana, possui 
leve mobilidade no movimento de dorsiflexão de tornozelo. Todavia a articulação tibiofibular 
distal é fibrosa firmada pela membrana interóssea, realiza pouca mobilidade também no 
movimento de dorsiflexão do tornozelo (MOORE; DALLEY, 2007). 
A perna é constituída pela articulação tibiofibular distal, que é estabilizada pelos 
ligamentos tibiofibular anterior, posterior e transverso inferior, além dos interósseos, sendo 
que promove uma estabilização da articulação impedindo que esta realize movimentos além 
de sua amplitude e resultando em lesões. Ressaltando também a articulação tibiofemoral, 
sendo em dobradiça e estando em sua parte proximal, onde a tíbia se articula com o fêmur, 
garantida a estabilidade pelos ligamentos cruzado anterior e posterior. Por conseguinte entre 
essas estruturas encontram-se os meniscos lateral e medial, promovendo a absorção de 
impactos (MAGEE, 2005). 
O movimento acessório produzido pela articulação tibiofibular, favorece a maior 
mobilidade em graus no tornozelo (ANDREWS, HARRELSON; WILK, 2000). 
De acordo com Santili e colaboradores (2010), a região anterior média da tíbia é 
desprovida de cobertura muscular de proteção. O nervo fibular comum passa pelo colo da 
fíbula mais subcutâneo, vulneráveis a lesões por traumatismo direto e indireto de tração. 
 
 
2.3 MUSCULATURA 
 
 
Conforme Dângelo e Fattini (2008), a musculatura corpórea tem reações de 
relaxamento, afastamento das fibras musculares e de contração aproximação das mesmas, 
22 
 
 
sendo que a unidade contrátil do músculo são os sarcômeros, os quais devem estar íntegros, 
fortalecidos para haver uma eficaz condução nervosa promovendo o movimento. 
A musculatura do joelho que favorece sua flexão são os músculos bíceps femoral, 
semitendinoso, semimembranoso, grácil, sartório, gastrocnêmio, poplíteo e plantar. Para 
garantir a extensão favorável, a musculatura solicitada é o quadríceps. Já a rotação da tíbia se 
dá pelo bíceps femoral, para a rotação interna o poplíteo, semitendinoso, semimembranoso, 
sartório e grácil (PRENTICE; VOIGHT, 2003). 
Conforme Lippert (2003), o quadríceps se insere na patela e ainda na tuberosidade 
da tíbia e origina no fêmur no trocanter maior, linha áspera e espinha ilíaca do fêmur. Garante 
a estabilidade e mobilidade de extensão, rotação medial e lateral do joelho. 
A musculatura da perna no compartimento lateral os quais garantem mobilidade 
são o fibular longo, fibular curto, o tibial anterior, extensor longo dos dedos, fibular terceiro, 
extensor longo do hálux, extensor longo dos dedos e extensor curto dos dedos enquadram-se 
na região anterior da perna (SPENCE, 1991). 
Em concordância a Andrews; Harrelson e Wilk (2000), os músculos que se 
localizam profundamente e posteriormente à perna são o tibial posterior, o flexor longo dos 
dedos e o flexor longo do hálux. 
Segundo Spence (1991), posteriormente a musculatura superficial é definida pelo 
gastrocnêmio, sóleo, o plantar e os músculos profundos o poplíteo, flexor longo dos dedos e o 
tibial posterior. 
A função da musculatura do MMII, principalmente de quadríceps e panturrilha é 
garantir mobilidade, promover retorno venoso e favorecer movimentos viáveis para a 
deambulação (PRENTICE; VOIGHT, 2003). 
 
 
2.4 LIGAMENTOS 
 
 
A estabilidade do joelho é garantida pelos ligamentos e sua musculatura 
envolvida, sendo o ligamento cruzado anterior, o cruzado posterior, o colateral medial e 
colateral lateral, impedindo de o joelho deslocar-se excessivamente para frente, para trás e 
para os lados, impedindo movimentos bruscos e lesivos (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 
2000). 
23 
 
 
O ligamento cruzado anterior origina posteriormente ao fêmur inserindo 
anteriormente na tíbia. O cruzado posterior sai do côndilo medial anterior e fixa-se ou insere 
na parte posterior da tíbia, alterações neste ligamento promove alta instabilidade do joelho 
(HEBERT et al., 2003). 
Na região medial do joelho, encontra-se o ligamento colateral da tíbia, este 
favorece a união dos côndilos mediais do fêmur com a tíbia. Consecutivamente na região 
lateral, localiza-se o ligamento fibular colateral, ligando o côndilo lateral do fêmur com a 
cabeça da fíbula. Há também o ligamento poplíteo oblíquo, este faz conexão das partes 
articulares entre fêmur e tíbia (RASCH; BURKE, 1986). 
O ligamento colateral medial tem origem no fêmur e origem na parte anterior da 
tíbia, estabilizando-a medialmente. O ligamento colateral lateral origina no epicôndilo lateral 
do fêmur e sua inserção está na cabeça da fíbula, estabilizando o joelho lateralmente 
(MOORE; DALLEY, 2007). 
 
 
2.5 MENISCO 
 
 
Atuam com função de absorver impactos, estabiliza o joelho, protege as estruturas 
ósseas e lubrifica a articulação, está fixo no platô tibial, formados de tecido fibrocartilaginoso, 
o menisco medial tem formato de C, já o lateral tem formato de O e tem mais mobilidade que 
o medial (HEBERT et al., 2003). 
 
2.6 MOBILIDADE 
 
 
 
Os movimentos realizados pela articulação do joelho são de: flexão que pela 
goniometria é estabelecido o valor de até 140º em indivíduos sem limitação e extensão 
quando não há alteração de 0º, porém há indivíduos que apresentam menos amplitude de 
movimento e não relata nenhuma dificuldade ao deambular, o ideal são ambos os joelhos 
apresentarem a mesma ADM, é mensurados através de um goniômetro, este possui um braço 
fixo e outro móvel, e é ainda um instrumento de avaliar a melhora da funcionalidade de um 
indivíduo (MARQUES, 2003). 
24 
 
 
 
2.7 INERVAÇÃO 
 
 
 
A inervação do joelho e pernaé realizada pelos nervos, seus dermátomos e plexos 
que se ramificam através dos nervos periféricos, toda musculatura necessita de estímulos 
nervosos para a passagem da condução de sinais para a contração e o relaxamento muscular, 
visando o trajeto final: o movimento (MOORE; DALLEY, 2007). 
O quadríceps é um músculo composto pelo vasto lateral, vasto intermédio, vasto 
medial e pelo reto femoral, sendo que na sua parte proximal é inervado por L1 na medial por 
L2, e na distal L3. A musculatura da tíbia é inervada por L4, já a da fíbula por L5. O nervo 
femoral localiza-se na região anterior da coxa, os nervos glúteos na região póstero-superior e 
inferior, o obturados na parte anterior e medial da coxa, todavia o nervo isquiático se localiza 
na parte posterior da coxa, perna e planta do pé, o nervo fibular comum na lateral anterior e 
posterior da perna em sentido a fíbula, já o fibular superficial no compartimento lateral da 
perna anterior (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2005). 
 
2.8 FRATURA 
 
 
A descontinuidade óssea é classificada como fratura, classificando-se como 
completa ou incompleta, simples ou fechada, aberta ou exposta, de acordo com a direção pode 
ser transversa, oblíqua, longitudinal ou espiralada (MIRANDA, 2000). 
No entanto as fraturas do platô tibial são raras, as quais representam menos de 2% 
das fraturas. A direção do impacto, a localização do joelho na hora do trauma define a fratura, 
localidade e angulação de desvio. Conseqüentemente as fraturas por cisalhamento posterior 
ocorrem devido a traumas com compressão axial com joelho fletido ou semi-fletido 
(WAJNSZTEJN et al., 2011). 
São causadas em sua maioria por forças induzidas para a parte medial, gerando 
uma deformidade em valgo, também por uma força lateral, propiciando deformidade vara e 
ainda pela compressão axial ou mista combinando forças medial, lateral e/ou axial direta. 
(HOPPENFELD; MURTHY; KRAM, 2001) 
25 
 
 
Concordando com Prentice e Voight (2003), as fraturas de tíbia e fíbula ocorrem 
por trauma direto no osso ou indireta por forças de rotação e compressão e são diagnosticadas 
por radiografias e avaliação clínica. 
A fratura de platô tibial tem uma elevada incidência em indivíduos do sexo 
masculino, geralmente na faixa dos quarenta anos, por acidentes de fortes impactos, já nas 
mulheres incide a partir dos setenta anos, já diagnostica sua causa devido a osteoporose. 
Prevalece o platô tibial lateral, não dispensando o acometimento no platô medial, há ainda a 
possibilidade de ocorrer nos dois côndilos (MANDARINO; PESSOA; GUIMARÃES, 2004). 
A articulação do joelho é considerada sinovial e necessita de suas estruturas moles 
envolvidas, tais como ligamentos, tendões, meniscos e cápsulas, a fim de promover a 
estabilidade. Em alguns casos a fratura do platô tibial está associada com estas partes moles, o 
que pode piorar a evolução do paciente (HUNGRIA NETO, 1996). 
As causas mais comuns de fratura do platô tibial são quedas de locais altos, 
escorregões e torções, lesões no esporte e acidentes no trânsito, sendo esta última a mais 
incidente, todavia ocorre tanto em pedestres como acidentes de carro e motocicletas, por 
promover uma força em valgo ou varo na articulação (CAMACHO et al., 2008). 
Sendo classificada com intra-articular a fratura de platô tibial, causa desvio de 
fragmentos ósseos e deprime a superfície articular, caso não tratados de forma corretiva 
precocemente e favorável, pode gerar possíveis malefícios futuros, assim como artrose após o 
trauma em articulação cuja função é realizar suporte de peso (FAUSTINO JÚNIOR; 
ANDRADE; CALAPODOPULOS, 1998). 
Segundo Hoppenfeld; Murthy e Kram (2001), as fraturas do platô tibial 
classificam-se em: Tipo I- forma de cunha e com divisão vertical na lateral, tipo II- divisão 
lateral e verticalmente, incluindo depressão e envolvimento de lesões dos componentes 
articulares, tipo III- exclusivamente com depressão do platô lateral, a qual também acomete 
estruturas articulares, tipo IV- há depressão do platô medial e se divide verticalmente, envolve 
na maioria dos casos a eminência intercondilar e ligamento cruzado, associando a lesão de 
estruturas articulares, tipo V- Envolve ambos os platôs, estabelecida como forma de inversão 
do Y, é freqüentemente associada a lesões da articulação, tipo VI- fratura do osso diafisário e 
metafisário proximal da tíbia. 
De acordo com Albuquerque e colaboradores (2009), as fraturas do platô tibial 
caracterizam-se por uma das fraturas menos ocorridas, dentre todas e apresenta uma média de 
ocorrência em idosos, geralmente com envolvimento da própria cartilagem, precisam de 
medidas redutoras cirúrgicas e mobilização precoce. 
26 
 
 
A fratura do côndilo da tíbia ocorre por força em abdução da tíbia com o pé fixo 
ao solo, podendo ser cominutiva compressiva sendo a mais encontrada, nesta há esmagamento 
tanto do côndilo quanto da superfície articular; há também platô em depressão com 
comprometimento da superfície articular do côndilo lateral, e por fim fratura oblíqua por 
cisalhamento, menos existente, ocorre quebra em uma única parte do osso em uma fratura 
oblíqua (ADAMS; HAMBLEN, 1994). 
Fratura de fíbula proximal é difícil de ocorrer, porém não podemos menosprezar 
essa fratura, pois assim como outras pode ocorrer por fadiga, após exposição de tempo 
prolongado em corridas ou deambulação, no entanto, nos exames radiográficos demonstra um 
simples traço, todavia nota-se após alguns dias formação de calo ósseo predominante 
(ADAMS, 19_ _). 
Grecco e colaboradores (2002), em estudo epidemiológico enfocaram que o tempo 
de consolidação de uma fratura da tíbia e fíbula difere do tipo de tratamento abordado, tipo de 
fratura, sua fixação, grau e extensão. 
 
 
2.9 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO 
 
 
2.9.1 Goniometria 
 
Originado o termo do grego, gonia = ângulo e metron = medida, é utilizada para 
avaliar as medidas de ângulos da articulação humana. O goniômetro é o aparelho universal, 
para medir a amplitude de movimento, possui um braço fixo e outro móvel, é barato e de fácil 
aplicabilidade. Para que os objetivos e seu possível tratamento sejam projetados, é 
indispensável a avaliação pela goniometria, visa avaliar a mobilidade das estruturas ósseas e 
tecidos moles que circundam a articulação, além de uma completa anamnese (STARKEY; 
RYAN, 2001). 
 
2.9.2 Perimetria 
 
É a mensuração da circunferência da massa muscular ou edema, com uso da fita 
métrica, essa técnica é de fácil aplicação. Objetiva avaliar o protocolo de tratamento proposto, 
porém o ponto de referência anatômica deve ser o mesmo desde a primeira avaliação e o 
27 
 
 
músculo avaliado necessita de estar relaxado e não em tensão (ANDREWS; HARRELSON. 
WILK, 2005). 
 
2.9.3 Escala Análoga Visual 
 
A escala visual analógica – EVA auxilia no exame da intensidade da dor, não 
deve ser dispensada, pois favorece na verificação da progressão do paciente durante o 
tratamento. É um método confiável e concreto de análise dos resultados, assim como melhora 
ou piora da dor. 
Pode ser usada no início, meio e no final do tratamento, registrando o resultado 
sempre na evolução, sendo que 0 significa ausência de dor e 10 o nível de dor máxima 
suportável pelo paciente (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2002) 
 
2.9.4. Graduação de Força Muscular 
 
Para a graduação da força muscular os músculos são solicitados a realizar seu 
próprio movimento através da contração ativa e com resistência. A escala de força muscular é 
graduada de 0 que significa que não há contração muscular até 5 que é a força normal 
vencendo totalmente uma resistência. A evolução na escala indica a melhora do paciente 
diantede tal procedimento (KENDALL et al., 2007). 
 
2.10 MÉTODOS DE TRATAMENTO 
 
 
Segundo Ferreira (2000), há quatro meios de propor um tratamento para as 
fraturas do platô tibial e da fíbula proximal, sendo a redução incruenta seguida de 
imobilização gessada ou órtese pré-fabricada, fixação externa, redução cruenta com 
osteossíntese e fixação a foco fechado e uso de pinos intramedulares. 
A tíbia é um osso muito propenso a fraturas, e constituinte de diversas formas de 
tratamento, devido à modernização e novas técnicas como a de osteossíntese reduz assim os 
índices de riscos e facilita a cirurgia, sempre padronizando a biomecânica estrutural, 
propiciando retorno mais precoce às atividades de vida diária e a redução cruenta está 
28 
 
 
classificada como uma das técnicas mais utilizadas pelos ortopedistas com fixação por hastes 
intramedulares bloqueadas (NASCIMENTO et al., 2009). 
O tratamento conservador o qual se enquadra a fisioterapia consiste apenas no 
controle da algia, redução de processos inflamatórios, mobilidade, não excluindo a 
manutenção da função fisiológica, e sim estabelecendo equilíbrios de forças para resolução da 
fratura ou lesão, incluindo ainda nos cuidados pós-cirúrgico, sendo então primária ou 
secundária (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2002). 
Segundo Peterson e Renström (2002), o tratamento das fraturas da tíbia deve 
englobar as partes moles em volta da lesão. Para viabilizar a necessidade do tratamento eficaz, 
há a realização do exame da área lesionada, função nervosa e circulação distal, radiografias a 
fim de confirmar a integridade ou não de estruturas ósseas, realinhamento dos ossos, tanto 
com redução cruenta com gesso ou incruenta, colocação de hastes, placas ou parafusos, 
podendo haver ainda fixação externa, pois, a mobilidade precoce auxilia na manutenção da 
nutrição local tanto de músculos, quanto óssea. 
De acordo com Labronici e colaboradores (2009), o tratamento cirúrgico é 
invasivo e necessita de fixação, porém muito indicado, pois a redução das fraturas da tíbia 
geralmente não favorece a consolidação, principalmente se a fíbula for fraturada no mesmo 
nível da tíbia, classificando assim como trauma de alta energia, promovendo instabilidade e 
encurtamento de membros inferiores, na atualidade a haste intramedular bloqueada e a placa 
em ponte o método de fixação mais utilizado. 
O tratamento cirúrgico é conseqüentemente indicado quando não há tratamento 
conservador ou quanto este não foi eficaz nos resultados, com maior facilidade a artroscopia 
facilita o processo cirúrgico, sendo menos invasivo, tamanho menor de suturas e cicatrizes 
(MALONE; MCPOIL; NITZ, 2002). 
 
2.11 FIXAÇÃO POR MEIO DE OSTEOSSÍNTESE 
 
A fixação da fratura de platô tibial e fíbula proximal pela osteossíntese é 
considerada como redução, pois expõe cirurgicamente o local da fratura para realizar a 
fixação interna, visando o alinhamento do osso fraturado. Destacam-se atualmente por 
favorecer mobilização precoce das articulações, estabilização dos fragmentos fraturados 
rápida, favorecendo a funcionalidade (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2002). 
29 
 
 
Geralmente a redução cruenta é indicada quando não é possível a realização de 
fixação por meio de redução gessada, principalmente em adultos com menos de 60 anos 
(ADAMS, 19_ _). 
Segundo Malone, McPoil e Nitz (2002), a compressão por placas são estruturas 
metálicas, que garante a estabilização do osso. Conhecido como parafusos ou chapas, 
devidamente utilizadas para processos cirúrgicos, há baixo grau de rejeição, no qual estas são 
próprias para estruturas ósteo-articulares, favorecendo o alinhamento viável da fratura. 
Uma das funções das placas de fixação é a de suporte, principalmente na fratura 
de epífises, na qual as trações com parafusos isolados não conseguem fixar os fragmentos 
ósseos, podendo assim deslocar-se ou até quebrar-se, todavia a combinação de parafusos com 
placas de suporte visa o não deslizamento das estruturas ósseas envolvidas (BRETAS et al., 
2009). 
Segundo Falavinha e Costa (1997), define que o uso de placas e parafusos 
favorece a estabilidade da fratura e a mobilização precoce. Porém afirma ainda que as placas 
provocam lesão vascular no local devido ao contato com o osso e sua colocação pode levar a 
lesão de partes moles, o que não diretamente gera lesão vascular. 
As fraturas que envolvem os componentes articulares promovem maior 
instabilidade e a maneira de propiciar um bom desempenho da articulação em questão e 
regenerar a cartilagem é através de redução aberta e interna com auxílio de parafusos, para 
uma fixação eficaz (SCHMIEDT et al., 2004). 
As placas são utilizadas para proteção dos parafusos, no qual as placas tracionam 
o fragmento fraturado, favorecendo a consolidação óssea, principalmente nas fraturas de 
cisalhamento e/ou rotação. Caso o membro fraturado seja exposto a carga precoce, pode gerar 
falhas na consolidação óssea. Contudo fixa-se internamente propiciando proteção com as 
placas de suporte, evitando ocorrências indesejadas (BRETAS et al., 2009). 
Na fratura de platô tibial e fíbula proximal os fragmentos são estabilizados por 
técnicas de osteossíntese, como placas e parafusos, porém somente é colocado no platô tibial, 
pois a estrutura óssea da tíbia é mais forte que a da fíbula, e alinhando o platô 
conseqüentemente a fíbula por si já se alinha, promovendo o calo ósseo imaturo e 
posteriormente a consolidação madura das duas estruturas (Corrêa, 2011 Comunicação 
Pessoal). 
30 
 
 
 
2.12 INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA 
 
 
Atualmente as intervenções terapêuticas, são de grande valia na reabilitação de 
um paciente fraturado ou lesionado, desde que está seja realizada de forma eficaz, com devido 
conhecimento e experiência prática. Para a fisioterapia o uso dos exercícios cinesiológico-
funcionais são primordiais associados a outras técnicas de aceleração da cicatrização, redução 
da dor e do processo inflamatório, as quais sua evolução necessita de um biofeedbak das 
respostas fisiológicas dos tecidos submetidos à fratura. Portanto em detrimento das formas de 
intervenções únicas específicas, o fisioterapeuta deve estabelecer o melhor protocolo para 
reabilitar as particularidades de cada indivíduo (PRENTICE, 2004). 
A fisioterapia evolui técnica e cientificamente no aspecto do cuidar e reabilitar o 
indivíduo, enfocando suas alterações funcionais e limitantes, favorecendo o retorno ao 
convívio social de maneira rápida e evitando ainda lesões e fraturas reicidivantes 
(MACHADO; NOGUEIRA, 2008). 
Os aspectos psicológicos e fisiológicos estão associados na reabilitação de um 
indivíduo, pois a progressão ou regressão do tratamento pode ser devido a estes fatores, que é 
dividido em cinco fases, sendo fase de proteção máxima, na qual ocorre tratamento do 
processo inflamatório, cicatrização inicial e mobilização precoce; na proteção moderada há 
amadurecimento dos tecidos envolvidos e fortalecimento; na fase de proteção mínima ocorre 
reorganização tecidual, funcionalidade leve e estímulos a habilidades; a fase avançada 
caracteriza-se por fortalecimento evolutivo e retorno as AVD’s; na fase de manutenção é o 
trabalho contínuo da manutenção da força muscular e condicionamento a fim de evitar 
recidivas de novas fraturas (GOULD III, 1993). 
O olhar holístico é uma ampla alternativa para a eficácia da terapia, pois o 
paciente não se encontra separado por partes, pois fatores fisiológicos e psicológicos estão 
intimamente relacionados entre si, sempre objetivando bons resultados ou pelo menos a não 
regressão. O tratamento fisioterapêutico divide-se em fases de proteção máxima visa reduzir o 
processo inflamatório, a cicatrizaçãoe a manutenção da capacidade funcional; fase de 
proteção moderada objetiva o aumento da força e maturação do osso; a fase de proteção 
mínima, ou seja, voltada para a atividade funcional básica e solicitação de destreza; a fase do 
nível avançado na reabilitação, que é a progressão funcional e a última a fase de manutenção, 
31 
 
 
pois esforços contínuos favorecem os traumas ocasionais (MALONE; MCPOIL; NITZ, 
2002). 
Para garantir objetivos e condutas favoráveis ao tratamento de uma fratura deve 
considerar fatores relevantes como idade, tipo de trauma, grau de força muscular, ADM, dor, 
edema, enfocando sempre o método comparativo do membro sadio com o lesado. O avanço 
de cada fase no tratamento ocorre de modo gradual, no entanto cada etapa visa a 
funcionalidade e benefícios o mais dentro do normal possível, portanto a evolução ou 
regressão de cada exercício ou fase é considerado importante para a alta e qualidade de vida 
do paciente (GOULD III, 1993). 
O resultado da reabilitação fisioterapêutica precoce no pós-operatório de fratura 
age abrangendo o indivíduo como um todo, contudo os exercícios devem ser orientados, pois 
a alta do indivíduo ocorre quanto suas atividades cotidianas e funcionais estão adequadas não 
apenas nas sessões de fisioterapia, devido a isto o fisioterapeuta deve ter sensibilidade para 
identificar o momento da evolução do tratamento e da alta no momento eficaz (ZAGO; 
GRASEL; PADILHA, 2009). 
 
 
2.13 ELETROTERAPIA 
 
 
O US (ultra-som) de baixa intensidade favorece a consolidação óssea, devido à 
propagação de energia mecânica no tecido ósseo, por estímulos elétricos, os quase favorecem 
a aceleração do metabolismo ósseo. A pizoeletricidade é o enfoque que favorece a formação 
de calo ósseo, pois aumenta íons cálcio e reações celulares de consolidação que difere de 
indivíduo para indivíduo. Portanto o ultra-som pulsado não propicia aquecimento tecidual, e 
seu processo de cavitação é eficaz no processo de consolidação e formação do calo ósseo 
(SOUZA et al., 2008). 
Portanto deve ser acoplado a pele com utilização de gel ou meio aquoso para 
promover a vibração de moléculas e íons através da membrana, facilitando a consolidação 
óssea, através do aparecimento do calo, redução da dor e a melhora da circulação, este deve 
ficar em movimentos circulares e não parado. Respeitando cada fase do tratamento as 
dosagens devem ser estipuladas de acordo com o local e tamanho da lesão, na fase aguda ou 
32 
 
 
com implantes metálicos usa-se o a pulsado, todavia não há produção de calor, já na fase 
crônica utiliza o contínuo, que proporciona calor (GUTMANN, 1989). 
O uso do ultra-som pulsado no estágio agudo, com seus efeitos de cavitação e 
corrente acústica favorece a entrada de cálcio a partir da membrana celular, secundariamente 
aonde aglomera histamina e macrófagos para a cicatrização tecidual, com sua ação após o 
processo inflamatório a fim de contê-lo e não evitar deste aparecer, o que é inevitável na 
maioria das vezes. Já na fase de granulação os fibroblastos estão a produzir colágeno no qual 
o ultra-som propicia aceleração da síntese. E por fim na fase de remodelamento as fibras de 
colágeno se organizam favorecendo a cicatrização e o ultra-som promove a melhor extensão 
do colágeno formado anteriormente, porém agora maduro (LOW, REED, 2001). 
As ondas ultrassônicas atuam em forma de pulsos, como liga e desliga, evitando a 
formação de calor, pode ser aplicado diretamente na pele com uso de um gel, com luva de 
água ou subaquático. Tem como efeito a cavitação que é a formação de pequenas bolhas 
gasosas nos tecidos resultante da vibração do US. A cavitação estável é quando há formação 
de bolhas oscilantes de um lado para outro dentro das ondas do US, permanecendo íntegras, 
sendo assim a cavitação transitória ocorre quando o tamanho da bolha altera de forma rápida e 
então fecha, com alta pressão e mudanças de temperatura (KAHN, 2001). 
De acordo com Giordano e colaboradores (2001), as técnicas avançadas no 
tratamento das fraturas são capazes de acelerar o reparo ósseo, geralmente as fraturas são 
consolidáveis, o uso do laser de HeNe (hélio neônio), então se torna eficaz para acelerar no 
processo de consolidação da fratura e reparo ósseo, reduz o processo inflamatório e 
conseqüentemente dor. 
Concordando com Low e Reed (2001), o implante metálico inserido no tecido 
ósseo não gera maior absorção de calor nas áreas as quais estão localizadas, pois sua 
condução a áreas circunvizinhas é favorável, quando aplicado o ultra-som pulsado. 
Segundo Prentice (2004), o uso do US é confiável em próteses de metal, no 
entanto, o calor que esta absorve é menor ou incalculável ao que é dissipado e não há 
ocorrência de elevação da temperatura nos tecidos circunvizinhos. 
 
2.14 CINESIOTERAPIA 
 
 
É caracterizada como terapia por movimentos, visa o retorno às funções 
osteomusculares, promovendo a melhora e manutenção da força muscular, portanto envolve 
33 
 
 
contração muscular isométrica, contração excêntrica, concêntrica e isocinética. Favorece a 
resistência de tendões e ligamentos, aumento das miofibrilas decorrente da síntese protéico, os 
exercícios podem ser realizados tanto de forma passiva, para manutenção das estruturas 
musculoesqueléticas ou ativa na qual o movimento é do próprio indivíduo e facilita o aumento 
de força e um relevante para o ganho ou manutenção de propriocepção e equilíbrio. A 
cinesioterapia deve sempre está associada ao respeito de cada fase, o tempo de cicatrização, 
número de sessões, repetições e intervalos, tipo de exercícios, aquecimento e desaquecimento 
(LIANZA, 2007). 
O movimento do corpo realizado pelo sistema locomotor é fator primordial para a 
manutenção da saúde, pois quando este fica alterado por traumas e/ou patologias, ocorre 
fraqueza muscular e déficit motor. A técnica de cinesioterapia que é a terapia em forma de 
movimento deve ser cautelosa, realizada com conhecimento e individual para cada pessoa, 
pois os objetivos são criteriosos, a reavaliação é a maneira de saber como anda o processo de 
reabilitação e demarca a progressão dos exercícios até a alta na qual há recuperação funcional. 
Classifica-se como isométrico, passivo e ativo, o primeiro com auxílio externo e o último com 
força muscular voluntária (GUIMARÃES; CRUZ, 2003). 
 
2.15 ALONGAMENTOS 
 
 
A flexibilidade relaciona-se com a sobrevida do ser humano, pois o movimento se 
torna completo com o aumento de sua amplitude. Devido a isto são relevantes as técnicas de 
alongamentos, na reabilitação desportiva ou ortopédica. Os alongamentos podem ser 
classificados como alongamentos estáticos e balísticos. Os alongamentos estáticos são aqueles 
que alongam a musculatura até o ponto extremo suportável e o mantém por certo tempo, 
estabelecido pelo terapeuta, apresenta ainda menos propensão a lesões, portanto é o mais 
utilizado. Todavia os alongamentos balísticos utilizam o balanço de um segmento corporal 
ritmado priorizando o alongamento muscular. Conseqüentemente os alongamentos visam o 
aumento da flexibilidade, reduz a incidência e intensidade das lesões osteomusculares 
(ROSÁRIO; MARQUES; MALUF, 2004). 
Alongamento é o estiramento da musculatura até o limiar do paciente, havendo 
manutenção estática. Às vezes surgem relatos de dor pela retração dos componentes 
34 
 
 
articulares envolvidos e estes podem estar encurtados, melhora a flexibilidade, e é indicado 
após as alterações músculo-esquelético, assim como traumas (BANDY; SANDERS, 2003). 
De acordo com Grandi (1998), a fisiologia do alongamento que envolve estruturas 
como músculos e tendões, acelera a atividade reflexa do músculo,o que favorece o aumento 
da flexibilidade, pois envolvem receptores que estimulam o comprimento e a tensão dos fusos 
musculares que promovem a contração muscular e órgãos tendinosos de Golgi, que 
promovem o relaxamento das fibras musculares. 
A ADM pode ser considerada passiva, assim há movimentos além do limite ativo 
do indivíduo, reproduzido por uma força externa, com mínima contração muscular do próprio 
corpo ou membro; a ativa reproduz um movimento com própria contração muscular de 
determinada articulação, e por último a ativo-assistida, na qual uma força externa auxilia de 
forma manual ou mecânica, para completar o movimento, estas podem ser definidas devido a 
integridade muscular e flexibilidade de estruturas moles (KISNER; COLBY, 2005). 
Segundo O’Sullivan e Schmitz (2004), a ADM é utilizada nas atividades 
funcionais, a movimentação ativa faz parte do movimento voluntário, sua análise deve ser 
realizada quantificando as limitações, dores, estalidos e coordenação, todavia a ADM passiva 
pode ser assistida pelo terapeuta ou pelo outro membro do indivíduo, esta quando avaliada 
caracteriza-se em maior graus pois ao término do movimento há uma involuntariedade do 
sistema osteoarticular, suas medidas se dão pelo goniômetro e através do alongamento a 
ADM pode ser aumentada e melhorada. 
A mensuração da mobilidade articular (ADM) é um dos fatores que devem ser 
levados em consideração na avaliação física, pois diagnostica as limitações existentes, 
facilitando e favorecendo efetividade nas técnicas fisioterapêutica durante o tratamento. O 
método mais usado é através do equipamento chamado goniômetro. Para ser um método com 
valores confiáveis deve ser realizado no mesmo indivíduo, na mesma medida e nos mesmos 
centímetros, com técnica pelo fisioterapeuta, portanto caso não siga estas regras pode ser 
definido como inválido ou parcialmente inválido (BATISTA et al., 2006). 
 
2.16 MOBILIZAÇÃO ARTICULAR 
 
 
Segundo Prentice e Voight (2003), as técnicas de mobilização favorece o ganho 
da ADM articular e reduz a dor promovendo a funcionalidade dos movimentos auxiliares da 
35 
 
 
articulação. Quando há realização de deslizamento patelar superior, caracterizam-se como 
aumento da extensão de joelho, todavia os inferiores favorecem a flexão. Portanto os 
deslizamentos ocorridos para a lateral alongam medialmente tecidos não elásticos e os 
mediais favorecem o alongamento do retináculo lateral. 
A mobilização de articulações no período que procede a cirurgia, ou seja, pós-
cirúrgico favorece o retorno precoce as atividades de vida diária, e deve ser realizada de 
acordo cada fase e objetivos do tratamento da fratura (Sociedade Brasileira de Ortopedia e 
Traumatologia Colégio Brasileiro de Radiologia, 2007). 
O uso da mobilização articular promove redução da dor e rigidez articular, 
evitando aderências. A tração exercida para a realização da técnica favorece a descompressão 
das estruturas envolvidas, com isso aumenta a amplitude de movimento (ANDREWS; 
HARRELSON; WILK, 2005). 
A mobilização de uma articulação auxilia no tratamento de uma fratura, pois 
recruta tecidos encurtados, favorecendo o movimento de forma mais desejável, mesmo 
quando há necessidade de correção cirúrgica pode realizar esta técnica, sempre relevando a 
cautela e conhecimento com a técnica, o paciente deve ficar de forma a não questionar de 
desconfortos exagerados (GOULD III, 1993). 
 
 
 
2.17 LIBERAÇÃO CICATRICIAL 
 
 
 
As massagens de fricções profundas ou de cyriax, assim conhecida devido ao seu 
descobridor, mobilizam através de movimentos lentos, localizados e profundos, sempre de 
forma em círculos ou transversais de acordo as fibras dos tecidos conjuntivos presentes nos 
tendões, ligamentos e músculos, a fim de evitar aderências cicatriciais. Realizam geralmente 
pela ponta dos dedos e digital do polegar, podendo até causar um desconforto ao paciente, 
mas nunca uma dor insuportável (DOMENICO; WOOD; 1998). 
Esta técnica envolve fricção circular promovendo e a mobilização de tecidos mais 
profundos através da pressão gerada nos mais superficiais, os dedos são pressionados de 
forma oblíqua nos tecidos. Sua eficácia proporciona uma vasodilatação, no entanto promove a 
liberação de histamina e favorece a maior quantidade de substâncias favorecendo a 
36 
 
 
minimização da fibrose principalmente quando há cicatriz pós-traumática na região (Escola de 
Massoterapia Sogab, (20_ _). 
A massagem de fricção favorece o alongamento e relaxamento do tecido fibroso, 
sendo com leve destreza nos movimentos e sua pressão e profundidade aumentada 
gradualmente, quando exercida de maneira brusca pode causar fadiga das arteríolas, por isso a 
importância de garantir a leveza e sensibilidade do toque (CASSAR, 2001). 
 
 
2.18 FORTALECIMENTO MUSCULAR 
 
 
A reabilitação das lesões ou fraturas da perna inclui exercícios cinesioterapêuticos 
os quais envolve o movimento propriamente dito, como mobilização passiva da patela, flexão 
passiva de joelho, deslizamento do calcanhar, flexão ativo-assistida de joelho, polia para 
flexão do joelho, deslizamento na parede, extensão passiva de joelho, exercícios isométricos 
favorecendo a contração muscular sem movimento, porém com nutrição muscular e evitando 
atrofia excessiva. Há ainda evidências do fortalecimento muscular através de exercícios 
isotônicos em arcos de movimentos de cada articulação da perna e conforme a criatividade do 
terapeuta, com resistência progressiva. Já os exercícios de cadeia cinética fechada favorecem 
não apenas para o fortalecimento muscular e além para treino de marcha, retorno às atividades 
de vida diária, descarga de peso, propriocepção e equilíbrio, com seus vários aparelhos e 
técnicas (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2000). 
Os exercícios isométricos promovem contração do músculo o que resulta em um 
aumento do fortalecimento muscular, além de evitar atrofias, porém deve ser avaliado número 
de séries e repetições, a associação da respiração com essa modalidade de exercício evita o 
aumento da pressão sistólica (PRENTICE; VOIGHT, 2003). 
A fisioterapia é uma área da saúde voltada para a reabilitação de indivíduos e nos 
exercícios isométricos, não há movimentação da articulação afetada, porém existe contração 
muscular sem mudança no comprimento da musculatura. Correlaciona para manutenção e 
ganho de força, pois promove tensão nos sarcômeros, que são unidades contráteis do músculo, 
aumenta ainda seu tamanho forçando uma hipertrofia favorável. São fáceis de realizar com 
grande vantagem, pois pode ser aplicado a uma gama de grupos musculares. Por fim 
considerados estáticos, eles são indicados caso haja algia no movimento articular ou quando o 
movimento for contra-indicado (KISNER e COLBY, 1998). 
37 
 
 
Os exercícios isométricos são componentes importantes na fase precoce do 
tratamento, pois não sobrecarregam a articulação fraturada, pois não há mobilidade. Visa o 
fortalecimento muscular, reduz o edema, é de fácil aplicabilidade, porém com grande 
relevância para a melhora funcional (MALONE, MCPOIL; NITZ, 2002). 
Em vista de aprimorar a força muscular estática, os exercícios isométricos 
favorecem o trabalho das fibras musculares, evitando que estas atrofiem e fiquem com 
redução da massa muscular e um grande aliado na fase antes da descarga de peso nas sessões 
de fisioterapia (DELISA et al., 2002). 
Os exercícios isotônicos iniciam-se conforme a tolerância e progressão do 
paciente quanto à resistência, número de séries e repetições, alternando os dias, a fim de não 
sobrecarregar a musculatura e ocorrer recidiva de lesões. O fortalecimento do gastrocnêmico, 
que é uma bomba importantepara o movimento e o retorno venoso se inicia com cadeia 
cinética aberta e passa para a fechada, o indivíduo devem usar sapatos confortáveis e saltos 
(PRENTICE; VOIGHT, 2003). 
De acordo com Kendall; McCreary e Provance (1995), o fortalecimento muscular 
advém das cargas em que o músculo é exposto e associa aos números de repetições e séries, o 
que favorece a hipertrofia benéfica da musculatura trabalhada. 
Para que ocorra a contração de um músculo ou grupo muscular as fibras 
musculares tensionam-se, exigindo maior trabalho destas com resistência podendo ser 
manual, por carga ou pesos, para progredir aumenta-se a carga e o número de repetições deve 
ser menor, levando a uma hipertrofia, ou seja, aumento das fibras musculares, devido ao 
trabalho exercido (KISNER; COLBY, 1998). 
De acordo com Hoppenfeld; Murthy e Kram (2001), o qual diz que a sustentação 
de peso, após três meses que seguem a fratura não é benéfica, pois pode ocasionar falhas na 
consolidação ou distorção dos implantes o que dificulta uma fixação dos fragmentos, sendo 
assim pode haver necessidade de uma nova cirurgia ou a consolidação pode ocorrer de forma 
errada causando alteração no tamanho do membro fraturado. 
 
2.19 PROPRIOCEPÇÃO E EQUILÍBRIO 
 
 
A propriocepção é a noção consciente da articulação na posição estática, 
necessária para regulação do tônus e função muscular, inicia-se apenas após a total 
38 
 
 
restauração das estruturas lesadas ou fraturadas. As mudanças de direção, independente das 
forças aplicadas e resistências, sendo reflexas e conectando os mecanorreceptores a atividades 
e informações proprioceptivas que favorece a postura e consciência corporal, sendo assim, a 
fisioterapia atua evitando lesões sucessivas (PRENTICE; VOIGHT, 2003). 
O termo propriocepção é um estímulo aferente, que chega ao cérebro através dos 
receptores de tato, dor, temperaturas enfim de sensibilidade encontrados nos músculos, 
ligamentos, tendões e articulações, para que haja realização e coordenação no movimento 
(MARTIMBIANCO, 2008). 
Os exercícios de equilíbrio e controle postural visam melhorar a estabilidade de 
tronco, alinhar biomecanicamente e distribuir o peso corpóreo, garantir estabilidade 
proporcionada pelos ligamentos, favorecer as respostas músculo-tendíneas para o equilíbrio, 
promover durante as atividades estáticas e dinâmicas a manutenção do corpo em diversos 
ambientes e funções, realizando integração entre os sistemas vestíbulos-sensoriais do sistema 
nervoso e ainda prevenir quedas (O’ SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). 
 
 
2.20 TREINO DA MARCHA 
 
 
A marcha é um repetição de movimentos dos membros inferiores, os quais 
movem o corpo para frente e se mantém estável no apoio (PERRY, 1992 apud MOURA; 
SILVA, 2005). 
O ciclo da marcha se divide em fase de apoio quanto o pé se encontra com o solo 
ou fase de balanço com o pé livre no ar, promovendo então o choque de calcanhar, apoio do 
médio pé e elevação dos artelhos, com o outro pé iniciando a fase de impulso para realizar 
estas fases citadas (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997). 
Na deambulação um membro fica móvel em contato com o solo e o membro 
oposto movimenta-se no ar, sendo de forma cíclica, promovendo a locomoção. Durante a 
deambulação em seu primeiro contato, o joelho permanece em extensão através da 
aproximação das fibras dos músculos vasto medial, lateral e intermédio e do quadríceps na 
fase final de balanço (MOURA; SILVA, 2005). 
Os dispositivos auxiliares da marcha são conhecidos para facilitar a deambulação, 
favorecendo maior independência classificam-se como bengalas, muletas axilares, canadenses 
39 
 
 
e de ortho, andadores, dentre outras. As muletas axilares promovem melhor equilíbrio e 
garante maior estabilidade na região lateral, são de baixo custo e propicia uma deambulação 
favorável quando há necessidade de evitar descarga de peso (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 
2004). 
O treino de marcha deve ser orientado mesmo quando o indivíduo apresentar-se 
utilizando dispositivos auxiliares assim como muletas axilares bilaterais visando a 
funcionalidade do mesmo. Para subir escadas com uso de muletas o indivíduo se localiza 
perto do degrau, apoia-se nas bengalas e com o MMII sadio pisa no primeiro degrau, com o 
corpo reto impulsiona o MMII lesado para o mesmo degrau, e por fim as muletas, repetindo 
assim até chegar ao local devido. Já para descê-las se localiza em frente ao degrau coloca o 
membro lesado no degrau de baixo, depois o membro sadio e por fim as muletas 
(PRENTICE; VOIGHT, 2003). 
Contudo não seja possível, a marcha livre ou eficaz, a execução dos exercícios 
pregressos pode resultar no futuro em um a marcha normal, assim como correções de postura, 
orientações da fase da marcha, tríplice flexão de MMII, dissociação de cinturas tanto 
escapular quanto pélvica, pois o SN (sistema nervoso) entende e ao desenvolver a marcha, o 
mesmo traduz a forma correta a ser realizada (LIANZA, 2007). 
O uso de órteses bilaterais do tipo muletas axilares facilita uma marcha mais 
rápida, todavia esta se relaciona o mais próximo da marcha normal possível sem órtese, 
porém é mais instável, sendo assim é considerada marcha de dois pontos (PRENTICE; 
VOIGHT, 2003). 
 
40 
 
 
3 METODOLOGIA 
 
3.1 MÉTODO 
 
 
Este estudo aborda uma pesquisa quantitativa com a realização de um estudo de 
caso. Todavia, este pode ser avaliado e observado por coleta de dados obtidos através das 
avaliações e obtenção dos resultados comparados em tabelas, gráficos, ou mensurações 
realizadas. (SEVERINO, 2002). 
 
3.2 AMOSTRA ESTUDADA 
 
 
No presente estudo foi acompanhado um paciente com idade de 43 anos, do sexo 
masculino, casado, operador de máquina, residente e domiciliado na cidade de Paracatu do 
Estado de Minas Gerais. O critério de inclusão para a pesquisa foi obter o diagnóstico clínico 
de fratura do platô tibial associado à fratura de fíbula proximal, redução cruenta com 
colocação de osteossíntese no platô tibial. Desse modo, como pós-cirúrgico e não ter realizado 
fisioterapia. Essas fraturas ocorreram devido a uma força em valgo do joelho devido a um 
acidente motociclístico. 
Toda a reabilitação foi realizada na Clínica Escola de Fisioterapia da Faculdade 
Tecsoma, situada à Rua Eugênia Martins de Souza, 17, Bairro Alto do Córrego na cidade de 
Paracatu-MG. O município de Paracatu está localizado na região Noroeste do Estado de 
Minas Gerais, à 220 Km da capital nacional Brasília e 500 Km da capital estadual Belo 
Horizonte, com população estimada em 84.718 habitantes (IBGE, 2011). 
Foram colhidos nas avaliações dados goniométricos utilizando o goniômetro 
carci, perimetria através da fita métrica fiber-glass, graduação de força muscular através da 
escala de força muscular de Kendall (Anexo-D), algia pela escala análoga da dor (Anexo-G) e 
questionário das atividades de vida diária (Anexo-C). Utilizou-se ainda câmera digital 
Olympus, folha A4, caneta bic, borracha, lápis e uma ficha ortopédica com os dados do 
paciente (Anexo-F). Para as sessões utilizou-se: caneta bic, estetoscópio da marca BD modelo 
Duo Sonic Adulto, esfignomanômetro da marca Premium com fecho de metal, ultra-som 
carci, bola feijão, bola tipo dente de leite, faixa elástica thera-band, maca, tornozeleira 
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