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MILENA SANTANA DE SOUZA REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PÓS-OPERATÓRIO DE FRATURA DO PLATÔ TIBIAL ASSOCIADO À FRATURA DE FÍBULA PROXIMAL: estudo de caso PARACATU 2011 FACULDADE TECSOMA CURSO DE FISIOTERAPIA MILENA SANTANA DE SOUZA REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PÓS-OPERATÓRIO DE FRATURA DO PLATÔ TIBIAL ASSOCIADO À FRATURA DE FÍBULA PROXIMAL: estudo de caso Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de Monografia II da Faculdade Tecsoma, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Orientadora: M Sc. Michelle Faria Lima Co-orientadora: M Sc. Cecília Maria Dias Nascimento PARACATU – MG 2011 SOUZA, Milena Santana. Benefícios de um Protocolo de Reabilitação Fisioterapêutica em Pós-Operatório de Fratura do Platô tibial Associado à Fratura de Fíbula Proximal: estudo de caso/ Milena Santana de Souza. Paracatu, 2011. 80p. Orientadora: Michelle Faria Lima Monografia (Bacharelado)-Faculdade Tecsoma- FATEC, Paracatu – Minas Gerais, Bacharelado em Fisioterapia. Bibliografia 1. Fratura de Platô Tibial 2. Fratura de Fíbula 3.Cinesioterapia 4. Ultra-som. I. Lima, Michelle Faria. II. Faculdade Tecsoma. III. Título CDU:618.5 MILENA SANTANA DE SOUZA REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PÓS-OPERATÓRIO DE FRATURA DO PLATÔ TIBIAL ASSOCIADO À FRATURA DE FÍBULA PROXIMAL: estudo de caso Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel no curso de graduação de Fisioterapia pela Faculdade Tecsoma. Banca Examinadora: Orientadora Geral: ________________________________________ M Sc. Michelle Faria Lima Faculdade Tecsoma Orientadora Metodológica: _________________________________________ M Sc. Cecília Maria Dias Nascimento Faculdade Tecsoma PARACATU/MG, 07/11/2011 Aos meus pais Marlene Santana e Alcides Rodrigues, por terem com muito amor, incentivo, lutas e garra me ensinado a valorizar a busca pelos meus objetivos com muita serenidade, coragem e honestidade. A meu filho Rafael Santana Diniz, minha fortaleza, minha luz e fonte de energia. Obrigada por existirem na minha vida! AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pelo dom de viver e estar sempre me carregando no colo nos momentos em que eu menos esperava. Aos meus maravilhosos pais Marlene Santana Barbosa de Souza e Alcides Rodrigues de Souza, ao meu querido irmão Alcides Santana de Souza Júnior, pelo apoio, dedicação e amor durante todos esses anos. A minha família que me fez crescer internamente, dando força para seguir. Ao meu lindo filho Rafael Santana Diniz pelas horas em que entendeu a minha falta nas horas das brincadeiras, por ser meu impulso, minha força e por me fazer ser uma pessoa muito feliz. Ao meu namorado pela atenção, colaboração e compreensão que muito me ajudou a chegar até aqui. As minhas colegas de sala Élica Chênia e Pollyana pela tolerância, carinho, atenção nas horas de dificuldades e alegrias. Aos professores pela paciência, ensino e por dividir suas experiências e conhecimentos nessa longa conquista Mellissa Macedo Mundim, Júnia Benedita, Jomayer Facundini, Sara Regina em especial Sheila Pimentel, Michelle Faria Lima e Vanessa Travisanutto Mansur Corrêa, pelo estímulo a realização da pesquisa. As orientadoras Profª. Ft. M Sc. Michelle Faria Lima e Profª. M Sc. Cecília Maria Dias Nascimento pelo apoio e colaboração para que este projeto fosse idealizado. Ao paciente participante do presente estudo pela presença e cooperação na realização do projeto. Por fim a todos que me ajudaram direta ou indiretamente para a finalização desta pesquisa. “O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.” José de Alencar RESUMO A fratura de platô tibial associada à fratura de fíbula proximal é raramente encontrada. É considerada intra-articular e complexa, porém sua causa pode ocorrer devido a acidentes motociclísticos, forças em valgo, varo e traumas diretos, com incidência maior em homens adultos jovens. A mesma causa limitações na amplitude de movimento, dor, fraqueza muscular, alteração no equilíbrio, conseqüentemente na marcha e até mudança de emprego ou afastamento, causando impactos físicos e psicossociais. O tratamento primário para consolidação dos fragmentos ósseos é o aparelho gessado, quando a primeira hipótese não é eficaz, indica a redução cirúrgica por meio de osteossíntese como placa e parafusos, onde se fixa apenas o platô, considerada uma técnica favorável, pois facilita a mobilidade precoce. A reabilitação fisioterapêutica favorece a consolidação óssea, a mobilidade precoce, ganho de força muscular, propriocepção e equilíbrio, favorecendo o retorno às atividades de vida diária. O objetivo deste estudo foi averiguar os benefícios do ultra-som e da cinesioterapia em um paciente com diagnóstico de fratura de platô tibial associada à fratura de fíbula proximal com fixação por meio de osteossíntese no membro inferior esquerdo. O protocolo de reabilitação foi aplicado em uma paciente do sexo masculino, com 43 anos de idade, residente no município de Paracatu/MG, com diagnóstico de fratura de platô tibial associada à fratura de fíbula proximal com fixação por meio de material de síntese como placa de suporte e parafuso. A avaliação do paciente foi realizada no primeiro dia de tratamento, com reavaliação a cada 10 sessões para quantificar a ADM, perimetria, força muscular, quadro álgico e AVD´s. Após a intervenção fisioterapêutica, que durou 3 meses, observou-se redução significativa do quadro álgico, aumento da ADM dos MMII e da força muscular e redução do edema em MIE. A reabilitação fisioterapêutica visa recuperar as funções que se encontram prejudicadas pelo processo da fratura. PALAVRAS-CHAVE: fratura de platô tibial, fratura de fíbula, ultra-som, cinesioterapia. ABSTRACT The tibial plateau fracture associated with the fracture of proximal fibula is rarely found. It is considered as intra-articular and complex, but its cause may be due to motorcycle accidents, forces in valgus and varus and direct trauma, focuses mostly in young adult men. It causes limitations in range of motion, pain, muscle weakness, change in the balance, consequently in gait and up to employment or expulsion, causing impacts physical and psychosocial. The primary treatment for consolidation of the bone fragments and the plastered apparatus, when the first hypothesis is not effective, indicates the surgical reduction by means of osteosynthesis as plate and screws, where only fixes the plateau,which is considered a favorable technical because it facilitates the early mobility. The physiotherapeutic rehabilitation favors the bone consolidation, the early mobility, gain muscular strength, proprioception and balance, favoring the return to activities of daily living. The objective of this study was to discover the benefits of ultrasound and kinesiotherapy in a patient with a diagnosis of tibial plateau fracture associated with a fracture of proximal fibula with fixation by means of osteosynthesis in left lower limb (LLL). The rehabilitation protocol was applied in a male patient, 43 years of age, residing in the city of Paracatu/MG, with a diagnosis of tibial plateau fracture associated with a fracture of proximal fibula with fixation by means of synthesis material such as carrier plate and screw. The evaluation of the patient was held on the first day of treatment,with reassessment to each 10 sessions to quantify the decompression abrupt maneuver (DAM), perimetry, muscular strength, pain and activities of daily (AD). After the physiotherapeutic intervention, which lasted 3 months, it was observed significant reduction of pain, increase of DAM in lowers limb (LL) of muscle strength and reduction of the edema in (LLL). The physiotherapeutic rehabilitation aims to restore the functions that are prejudiced by the process of the fracture. Keywords: Tibial plateau fracture, Fracture of the Fibular, ultrasound, Kinesiotherapy. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Resultados obtidos através da avaliação dos músculos flexores e extensores de joelho, com base na escala de Kendall.....................................................................45 Figura 2 - Resultado obtido através da avaliação pela Escala Análoga Visual da dor nas avaliações do tratamento........................................................................................46 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Goniometria mostrando os resultados obtidos através da flexão e extensão ativa, comparada entre os dois joelhos............................................................................40 Tabela 2 - Dados obtidos pela mensuração para perimetria comparando o membro inferior direito com o membro inferior esquerdo................................................................41 Tabela 3 - Resultados obtidos através da aplicação da escala de atividades de vida diária....................................................................................................................43 LISTA DE ABREVIATURAS ADM Amplitude de Movimento AVD’s Atividades de Vida Diária AVP’s Atividades de Vida Profissional CREFITO Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional EVA Escala Análogo Visual da Dor HeNe Hélio Neônio MID Membro Inferior Direito MIE Membro Inferior Esquerdo MMII Membros Inferiores SN Sistema Nervoso US Ultra-som SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13 1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 16 1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 17 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 17 1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 17 2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 19 2.1 ANATOMIA DO JOELHO E PERNA PROXIMAL ........................................................ 19 2.2 ARTICULAÇÕES ENVOLVIDAS ................................................................................... 20 2.3 MUSCULATURA .............................................................................................................. 21 2.4 LIGAMENTOS .................................................................................................................. 22 2.5 MENISCO .......................................................................................................................... 23 2.6 MOBILIDADE ................................................................................................................... 23 2.7 INERVAÇÃO ..................................................................................................................... 24 2.8 FRATURA ......................................................................................................................... 24 2.9 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO .......................................................................................... 26 2.9.1 Goniometria ..................................................................................................................... 26 2.9.2 Perimetria ........................................................................................................................ 26 2.9.3 Escala Análoga Visual ..................................................................................................... 27 2.9.4. Graduação de Força Muscular ........................................................................................ 27 2.10 MÉTODOS DE TRATAMENTO .................................................................................... 27 2.11 FIXAÇÃO POR MEIO DE OSTEOSSÍNTESE .............................................................. 28 2.12 INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA ....................................................................... 30 2.13 ELETROTERAPIA .......................................................................................................... 31 2.14 CINESIOTERAPIA ......................................................................................................... 32 2.15 ALONGAMENTOS ......................................................................................................... 33 2.16 MOBILIZAÇÃO ARTICULAR ...................................................................................... 34 2.17 LIBERAÇÃO CICATRICIAL ......................................................................................... 35 2.18 FORTALECIMENTO MUSCULAR ............................................................................... 36 2.19 PROPRIOCEPÇÃO E EQUILÍBRIO .............................................................................. 37 2.20 TREINO DA MARCHA .................................................................................................. 38 3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 40 3.1 MÉTODO ........................................................................................................................... 40 3.2 AMOSTRA ESTUDADA .................................................................................................. 40 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 42 5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 50 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 51 APÊNDICE .............................................................................................................................60 ANEXOS ................................................................................................................................. 71 13 1 INTRODUÇÃO A movimentação, força e destreza dos movimentos se devem a resistência e rigidez dos ossos. Há uma gama de vascularização e vários tipos de células que formam e reabsorvem a matriz óssea. Estes variam quanto a forma sendo curto, longo e plano e ainda conforme o tamanho, e ainda se dividem em cortical a parte mais externa e a esponjoso a mais interna a qual é composto por trabéculas ósseas. Não podendo se esquecer do osso reticulado, embrionário ou imaturo e o lamelar que é o osso secundário e maturo (WEINSTEIN; BUCKWALTER, 2000). De acordo com Hoppenfeld (2004), o joelho é propenso a distúrbios osteomusculares, pois geralmente há grande susceptibilidade a lesões por estar entre a tíbia e o fêmur, e não existe grande quantidade de tecido adiposo e ser pobre de músculos de cobertura. O fêmur é o maior osso do corpo humano, articula-se distalmente com a tíbia pelos côndilos laterais e mediais, quando a perna encontra-se estendida a face patelar que se localiza entre os côndilos articula com a patela, está estabilizada pela gama de musculatura e pelos ligamentos cruzado anterior e posterior, colateral lateral e medial, há ainda meniscos os quais amortecem os impactos ocorridos na deambulação e descarga de peso (SPENCE, 1991). A patela é um sesamóide, significa que pode algumas pessoas apresentar ou não, esta estrutura óssea. Inclui-se na inserção do quadríceps, articula-se com o fêmur, possui forma triangular, constituída por um ápice e uma base invertidos (DÂNGELO; FATTINI, 2008). Os ossos da perna são compostos pela tíbia e pela fíbula. A tíbia formada de osso cortical denso, a pouca quantidade de músculos existentes está fixada em sua parte ântero- lateral e posterior, portanto a fíbula liga-se a tíbia pela membrana interóssea, sendo o fator primordial de estabilidade das fraturas dos ossos da perna (HEBERT et al., 2003). A tíbia é um dos ossos longos que mais sofre fratura, por ser um osso em grande parte superficial, se sujeita a alta incidência de exposição e evolução freqüentemente desfavorável, pela dificuldade de cobertura de tecidos moles (STADNICK; AGUIAR JÚNIOR, 2002). A fíbula localiza-se lateralmente, articulando apenas com a tíbia em sua extremidade distal sendo o maléolo lateral, constitui de uma pequena cabeça, fino colo e delicada diáfise. Na lateral do colo é ponto de inserção de músculos, como o bíceps femoral, 14 no entanto a depressão localizada superiormente a esta região insere o ligamento colateral fibular que garante a estabilidade do joelho (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2005). A fratura de platô tibial é muito complexa e de difícil questão para a ciência que estuda os traumas, ou seja, a traumatologia. Isso se explica devido as diversas classificações para essa fratura. Enfim podem ser fraturas intra ou extra articulares e afeta em sua maioria o joelho esquerdo (CAMACHO, 2008). As fraturas do platô tibial abrangem pouca quantidade de fraturas clinicamente diagnosticadas, acomete a funcionalidade do joelho e da perna, porém com alta significância decorrente de acidentes automobilísticos e fatores como osteoporose, quedas, atropelamentos, torções, golpes, forças em valgo, varo ou de compressão, gerando conseqüência a fratura do planalto lateral e medial (COLODETE, 2007). Fraturas do planalto tibial abrangem alto risco à integridade funcional do joelho. Ocorrem devido a aplicação de forças compressivas axiais combinadas ou não com estresses em varo ou em valgo da articulação do joelho. A forma e o desvio da fratura dependem de diversos fatores, como a direção da aplicação da força, do grau de flexão do joelho no momento do trauma e da qualidade óssea. Por conseguinte em indivíduos mais jovens, os fragmentos tendem a serem maiores e em forma de cunha, devido às forças de cisalhamento envolvidas. No caso dos pacientes idosos, é mais freqüente analisarmos fraturas por depressão pura, sendo geralmente causadas por traumas de menor energia, ou até queda da própria altura. A incongruência e instabilidade articulares podem resultar em osteoartrose pós- traumática, pois o osso já encontra fraco e poroso, susceptível a fratura. (KFURI JÚNIOR et al., 2009). A fratura da fíbula proximal não comumente ocorre isolada sempre está associada com a tíbia superior ou inferior com o tornozelo. Mesmo sendo rara quando acontece é por trauma diretamente no próprio osso, com leve deslocamento de fragmentos (ADAMS, 19_ _). As sintomatologias referidas nas fraturas do platô tibial são freqüentemente dor intensa, pois o tecido ósseo é vascular, ao qual impede de deambular, edema, deformidades em alguns casos, crepitações, graus diversos de mobilidade, instabilidade principalmente em fraturas ocorridas por trauma de alta energia, enfocando o quadro clínico que o fisioterapeuta baseará sua terapia (HEBERT et al., 2003). Para o diagnóstico de uma fratura o exame de maior importância é o radiográfico, com vistas em ântero-posterior e perfil analisando todo o comprimento da perna, desde o joelho até o tornozelo, não desconsiderando que as fraturas do platô tibial acompanham lesões ligamentares do joelho. A solicitação de exames subsidiários como tomografia 15 computadorizada ou mesmo ressonância nuclear magnética é pouco realizada. Já cintilografia também pouco realizada, será cabível caso haja persistência de fenômenos dolorosos e com resultados das radiografias primárias negativas, estabelecendo evidentemente a presença de fraturas incompletas ou mesmo de estresse. A arteriografia ou venografia será solicitada quando houver situações correlacionadas a lesões vasculares (FERREIRA, 2000). A ressonância magnética é um exame que aprimora a identificação das fraturas inicialmente não diagnosticada pela radiografia. As fraturas que envolvem os côndilos femorais, platô tibial ou patela, com maior prevalência o platô tibial lateral, são complexas e de difícil definição para a traumatologia (BITAR; PACCOLA; ELIAS JR, 1998). O tratamento cirúrgico das fraturas do platô tibial pode ser realizado por meios de haste intramedular de forma cautelosa, pois as falhas no controle de fragmentos podem gerar deformidades e consolidação viciosa e outra forma de fixação dentre várias é a placa em ponte, minimamente invasiva, para esta técnica não há grande necessidade de exposição para a redução. A ocorrência de desvios angulares, consolidação viciosa e pseudoartrose podem derivar de uma falha no pré-contorno preciso da placa ou uma distração dos fragmentos na hora da redução (LABRONICI et al., 2009). As correções das fraturas podem ser por meio de imobilização gessada conhecida como forma incruenta ou de forma incruenta com técnicas cirúrgicas e invasivas de fixação por fios de Kirschner, e placas, pinos, parafusos e hastes, entretanto, estas também devem seguir um período de imobilização, porém estas imobilizações geram atrofia da musculatura, perda de força muscular, redução dos sarcômeros, podendo ainda resultar em uma complicação mais grave a chamada síndrome compartimental. (SANTILI et al., 2010). Objetiva-se na fratura do platô tibial o alcance de manutenção da estabilidade e alinhamento dos fragmentos ósseos, mobilização precoce e aniquilação do quadro álgico articular, minimizando a síndrome de imobilização que pode ainda resultar em uma osteoartrose (SCHMIEDT et al., 2004). A Fisioterapia busca alcançar, através de metodologias e técnicas próprias, baseadas na utilização terapêutica dos movimentos e dos fenômenos físicos,uma melhor qualidade de vida para o cidadão, frente as disfunções intercorrentes (RESOLUÇÃO Nº. 158, DE 29 DE NOVEMBRO DE 1994. D.O.U nº. 235 - de 13.12.94, Seção I, Pág. 19374). 16 A cinesioterapia, com suas técnicas de mobilidade favorece o desempenho fisiológico e físico do ser humano, objetivando o aprimoramento do movimento. Por este motivo os exercícios terapêuticos são essenciais no processo de reabilitação de indivíduos apresentando fratura de platô tibial e fíbula proximal (KISNER; COLBY, 1998). A reabilitação das fraturas do platô tibial e fíbula proximal devem envolver não apenas a parte envolvida e sim todas as estruturas do membro inferior que podem ser acometidas com atrofias, encurtamentos e redução da amplitude de movimento, pois os exercícios passivos, ativo-assistido, ativo e resistido com carga gradual favorecem o retorno as funções, sempre respeitando as fases de recuperação e a fisiologia de cada indivíduo (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2000). Segundo O’ Sullivan e Schmitz (2004), para o retorno ideal as atividades de vida diária de uma fratura do platô tibial e diáfise da fíbula, seja qual for sua extensão, a deambulação é um fator primordial, pois aumenta a funcionalidade e até mesmo a independência individual. A marcha é um fator a ser avaliado com precisão e conhecimento, pois é o objetivo principal de um indivíduo que perdeu ou perdeu a estabilidade desta. Toda musculatura envolvida necessita estar eficaz, não somente a de membro inferior e sim a de tronco e membros superiores, todavia para uma marcha coerente é evidente a dissociação de cinturas e balanço dos membros. No entanto a reabilitação envolve treino em terrenos regulares e irregulares, como aclive, declive, escadas e rampas finalizando o tratamento e obtendo alta deste com equilíbrio e propriocepção, evitando assim novas recidivas de fraturas. Este trabalho visa destacar a anatomia da articulação do joelho, da tíbia e fíbula proximal, descrever o tratamento fisioterapêutico para fratura de platô tibial associado à fratura de fíbula proximal com uso de ultra-som e cinesioterapia, com enfoque no fortalecimento muscular antes da descarga de peso, através de um estudo de caso. Basearam-se em referências bibliográficas nacionais, livros da biblioteca da faculdade, periódicos e revistas científicas. Foram realizadas pesquisas em artigos científicos nos sites de busca: Bireme, Lilacs e Scielo as palavras utilizadas na busca foram: fratura de platô tibial; fratura de fíbula, cinesioterapia, ultra-som. 1.1 JUSTIFICATIVA A fratura de platô tibial associada à fratura de fíbula proximal, raramente são encontradas, sendo ocasionadas por trauma direto, acidentes automobilísticos ou forças em 17 varo ou valgo do joelho, além de fatores como osteoporose, quedas, atropelamentos, torções e golpes, entre outros dependendo da qualidade da estrutura óssea, de acordo com a idade e hábitos de vida do paciente, podendo gerar dor, limitação da ADM, ocorrência de aderência intra-articulares, redução de força equilíbrio e propriocepção causando déficit na marcha, podendo resultar em uma osteoartrose pós-traumática. Através das técnicas utilizando o ultra-som pulsado e a cinesioterapia com base nos movimentos, as quais são de baixo custo, fácil acesso e eficaz para a reabilitação ortopédica, baseado nisso, surgiu o interesse em pesquisar as fraturas de platô tibial associado à fíbula proximal, pois a fisioterapia é de extrema importância para favorecer o retorno mais precoce à funcionalidade nas AVD’s e AVP’s, restabelecendo uma marcha normal e favorável, e ainda evitar seqüelas da imobilização, assim como reduzir ou aniquilar a dor, facilita o ganho de ADM para evitar atrofias, favorece a manutenção e aprimoramento da força muscular, que na maioria ocorrem por longos períodos de tempo, sem tratamento, porém é cabível que o paciente seja coerente e freqüente nas sessões. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Avaliar os benefícios do protocolo em paciente no pós-operatório de fratura de platô tibial associada à fratura de fíbula proximal, visando o ganho de amplitude de movimento e força, antes da descarga de peso. 1.2.2 Objetivos Específicos Quantificar a redução do quadro álgico comparado pela escala análoga da dor, após medidas analgésicas; Averiguar a redução do edema com uso do ultra-som de acordo a mensuração pela perimetria; 18 Analisar o aumento da amplitude de movimento de joelho avaliado através da goniometria; Verificar o fortalecimento da musculatura de MMII, avaliando a evolução de acordo com a escala de Kendall, ao conseguir a ADM favorável; Adquirir interação fisioterapeuta-paciente, a fim de viabilizar condições favoráveis ao tratamento. 19 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 ANATOMIA DO JOELHO E PERNA PROXIMAL O sistema ósseo protege estruturas como órgãos, sustentam e conformam o corpo, produzem algumas células do sangue e propicia o movimento do corpo. Os ossos possuem depressões, saliências e aberturas. Todavia as saliências articulam as estruturas ósseas entre elas mesmas, além de servir para fixar músculos, ligamentos e cartilagens. As depressões podem ou não serem articulares, classificando entre as fossas, fossetas, sulcos e etc. Portanto as aberturas visam o caminho de nervos ou vasos, sendo ainda passados dentro dos forames (DÂNGELO; FATTINI, 2008). O sistema ostéo-muscular sofre conseqüências pelo tempo de imobilização e pelo processo cirúrgico, com isso a hipotrofia é evidente e redução do número de sarcômeros é atenuada. A redução da elasticidade das articulações, ligamentos e a diminuição da produção do líquido sinovial, devido a falta de mobilidade promovem estalidos e desconforto ao paciente (DELISA et al., 2002). O joelho é composto proximalmente pelo fêmur, patela e distalmente pela tíbia, suas estruturas moles constituintes são os ligamentos dividindo em cruzado anterior e posterior, colateral medial e lateral, além dos meniscos os quais absorvem impactos na deambulação (SPENCE, 1991). Conforme Prentice e Voight (2003), o joelho é uma articulação considerada dobradiça, pois realiza movimentos primordiais de flexão e extensão, necessitando assim da rotação tibial para sua eficaz mobilidade, é estabilizada por ligamentos, sendo instável na sua lateral e medial, mesmo assim é capaz de sustentar o peso corpóreo. De acordo com Dângelo e Fattini (2004), o fêmur é composto por epífises sendo proximal e distal e o corpo conhecido como diáfise, articula-se em sua totalidade proximal com o quadril e distalmente com a tíbia formando a articulação do joelho. É constituído pela cabeça do fêmur, colo do fêmur, trocanter maior e menor, linha intertrocantérica, côndilo medial e lateral, a face patelar, tuberosidade glútea, linha supracondilar medial e lateral, epicôndilo lateral e medial e ainda a fossa intercondilar. 20 A patela serve como componente auxiliar na extensão de joelho, protege do atrito o tendão patelar, na extensão localiza-se na lateral próximo da tróclea e na flexão de joelho entra na tróclea (PRENTICE; VOIGHT, 2003). Segundo Moore e Dalley (2007), a tíbia é o segundo maior osso do corpo, encontra-se na posição vertical e se articula superiormente aos côndilos femorais, na parte inferior com o tálus e na lateral com a fíbula, transferindo assim o peso corpóreo. Localiza-se na perna ântero-medialmente, sua extremidade proximal é mais larga, formando assim o côndilo medial e lateral, os quais se articulam com os côndilos do fêmur.A tíbia é composta pelos platôs e côndilos lateral e medial, eminência intercondilar, tuberosidade da tíbia, diáfise da tíbia, maléolo medial e linha solear (DÂNGELO; FATTINI, 2004; HALL, 2000). A fíbula é classificada como osso longo, articula-se com a tíbia e posiciona-se anatomicamente com a cabeça voltada para a área superior, o maléolo situado na lateral e as fossas maleolares póstero-medialmente (MIRANDA, 2000). A fíbula é composta pela cabeça, colo da fíbula, diáfise, margem interóssea da fíbula e maléolo lateral (SPENCE, 1991). 2.2 ARTICULAÇÕES ENVOLVIDAS Conseqüentemente a sua localização é posterior e lateral à tíbia e fixa-se a esta através da sindesmose tibiofibular, envolvendo a membrana interóssea, ou seja, entre ossos. Embora não é relevante para a função de sustentar peso, sua utilidade estabelece pela fixação de músculos. Um importante constituinte da fíbula são os maléolos, que se encaixam formando a articulação do tornozelo (MOORE; DALLEY, 2007). A tíbia se articula proximalmente com o fêmur, formando a articulação tibiofemoral, caracterizada como dobradiça por realizar movimentos de rolagem, deslizamento e de rotação, para o movimento eficiente desta articulação todos esses componentes devem estar íntegros (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2002). 21 A articulação tibiofemoral é bilateral, sendo tanto na medial quanto na lateral, são comunicações entre os côndilos o fêmur e da tíbia, necessitando de grupos musculares e ligamentos fortes para sustentar o peso corpóreo (MOORE; DALLEY, 2007). A articulação tibiofibular a qual faz parte da estrutura articular do joelho é a maior de todo o esqueleto, sendo do tipo gínglimo e realiza dois tipos de movimentos. O espaço localizado entre a tíbia e o fêmur é composto pelos meniscos lateral e medial. A perna, o tornozelo e o pé constituem funções de sustentação como estruturas rígidas e propulsão por alavanca móvel (MAGGE, 2005; HALL 2000). A articulação tibiofibular proximal, é caracterizada por sinovial e plana, possui leve mobilidade no movimento de dorsiflexão de tornozelo. Todavia a articulação tibiofibular distal é fibrosa firmada pela membrana interóssea, realiza pouca mobilidade também no movimento de dorsiflexão do tornozelo (MOORE; DALLEY, 2007). A perna é constituída pela articulação tibiofibular distal, que é estabilizada pelos ligamentos tibiofibular anterior, posterior e transverso inferior, além dos interósseos, sendo que promove uma estabilização da articulação impedindo que esta realize movimentos além de sua amplitude e resultando em lesões. Ressaltando também a articulação tibiofemoral, sendo em dobradiça e estando em sua parte proximal, onde a tíbia se articula com o fêmur, garantida a estabilidade pelos ligamentos cruzado anterior e posterior. Por conseguinte entre essas estruturas encontram-se os meniscos lateral e medial, promovendo a absorção de impactos (MAGEE, 2005). O movimento acessório produzido pela articulação tibiofibular, favorece a maior mobilidade em graus no tornozelo (ANDREWS, HARRELSON; WILK, 2000). De acordo com Santili e colaboradores (2010), a região anterior média da tíbia é desprovida de cobertura muscular de proteção. O nervo fibular comum passa pelo colo da fíbula mais subcutâneo, vulneráveis a lesões por traumatismo direto e indireto de tração. 2.3 MUSCULATURA Conforme Dângelo e Fattini (2008), a musculatura corpórea tem reações de relaxamento, afastamento das fibras musculares e de contração aproximação das mesmas, 22 sendo que a unidade contrátil do músculo são os sarcômeros, os quais devem estar íntegros, fortalecidos para haver uma eficaz condução nervosa promovendo o movimento. A musculatura do joelho que favorece sua flexão são os músculos bíceps femoral, semitendinoso, semimembranoso, grácil, sartório, gastrocnêmio, poplíteo e plantar. Para garantir a extensão favorável, a musculatura solicitada é o quadríceps. Já a rotação da tíbia se dá pelo bíceps femoral, para a rotação interna o poplíteo, semitendinoso, semimembranoso, sartório e grácil (PRENTICE; VOIGHT, 2003). Conforme Lippert (2003), o quadríceps se insere na patela e ainda na tuberosidade da tíbia e origina no fêmur no trocanter maior, linha áspera e espinha ilíaca do fêmur. Garante a estabilidade e mobilidade de extensão, rotação medial e lateral do joelho. A musculatura da perna no compartimento lateral os quais garantem mobilidade são o fibular longo, fibular curto, o tibial anterior, extensor longo dos dedos, fibular terceiro, extensor longo do hálux, extensor longo dos dedos e extensor curto dos dedos enquadram-se na região anterior da perna (SPENCE, 1991). Em concordância a Andrews; Harrelson e Wilk (2000), os músculos que se localizam profundamente e posteriormente à perna são o tibial posterior, o flexor longo dos dedos e o flexor longo do hálux. Segundo Spence (1991), posteriormente a musculatura superficial é definida pelo gastrocnêmio, sóleo, o plantar e os músculos profundos o poplíteo, flexor longo dos dedos e o tibial posterior. A função da musculatura do MMII, principalmente de quadríceps e panturrilha é garantir mobilidade, promover retorno venoso e favorecer movimentos viáveis para a deambulação (PRENTICE; VOIGHT, 2003). 2.4 LIGAMENTOS A estabilidade do joelho é garantida pelos ligamentos e sua musculatura envolvida, sendo o ligamento cruzado anterior, o cruzado posterior, o colateral medial e colateral lateral, impedindo de o joelho deslocar-se excessivamente para frente, para trás e para os lados, impedindo movimentos bruscos e lesivos (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2000). 23 O ligamento cruzado anterior origina posteriormente ao fêmur inserindo anteriormente na tíbia. O cruzado posterior sai do côndilo medial anterior e fixa-se ou insere na parte posterior da tíbia, alterações neste ligamento promove alta instabilidade do joelho (HEBERT et al., 2003). Na região medial do joelho, encontra-se o ligamento colateral da tíbia, este favorece a união dos côndilos mediais do fêmur com a tíbia. Consecutivamente na região lateral, localiza-se o ligamento fibular colateral, ligando o côndilo lateral do fêmur com a cabeça da fíbula. Há também o ligamento poplíteo oblíquo, este faz conexão das partes articulares entre fêmur e tíbia (RASCH; BURKE, 1986). O ligamento colateral medial tem origem no fêmur e origem na parte anterior da tíbia, estabilizando-a medialmente. O ligamento colateral lateral origina no epicôndilo lateral do fêmur e sua inserção está na cabeça da fíbula, estabilizando o joelho lateralmente (MOORE; DALLEY, 2007). 2.5 MENISCO Atuam com função de absorver impactos, estabiliza o joelho, protege as estruturas ósseas e lubrifica a articulação, está fixo no platô tibial, formados de tecido fibrocartilaginoso, o menisco medial tem formato de C, já o lateral tem formato de O e tem mais mobilidade que o medial (HEBERT et al., 2003). 2.6 MOBILIDADE Os movimentos realizados pela articulação do joelho são de: flexão que pela goniometria é estabelecido o valor de até 140º em indivíduos sem limitação e extensão quando não há alteração de 0º, porém há indivíduos que apresentam menos amplitude de movimento e não relata nenhuma dificuldade ao deambular, o ideal são ambos os joelhos apresentarem a mesma ADM, é mensurados através de um goniômetro, este possui um braço fixo e outro móvel, e é ainda um instrumento de avaliar a melhora da funcionalidade de um indivíduo (MARQUES, 2003). 24 2.7 INERVAÇÃO A inervação do joelho e pernaé realizada pelos nervos, seus dermátomos e plexos que se ramificam através dos nervos periféricos, toda musculatura necessita de estímulos nervosos para a passagem da condução de sinais para a contração e o relaxamento muscular, visando o trajeto final: o movimento (MOORE; DALLEY, 2007). O quadríceps é um músculo composto pelo vasto lateral, vasto intermédio, vasto medial e pelo reto femoral, sendo que na sua parte proximal é inervado por L1 na medial por L2, e na distal L3. A musculatura da tíbia é inervada por L4, já a da fíbula por L5. O nervo femoral localiza-se na região anterior da coxa, os nervos glúteos na região póstero-superior e inferior, o obturados na parte anterior e medial da coxa, todavia o nervo isquiático se localiza na parte posterior da coxa, perna e planta do pé, o nervo fibular comum na lateral anterior e posterior da perna em sentido a fíbula, já o fibular superficial no compartimento lateral da perna anterior (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2005). 2.8 FRATURA A descontinuidade óssea é classificada como fratura, classificando-se como completa ou incompleta, simples ou fechada, aberta ou exposta, de acordo com a direção pode ser transversa, oblíqua, longitudinal ou espiralada (MIRANDA, 2000). No entanto as fraturas do platô tibial são raras, as quais representam menos de 2% das fraturas. A direção do impacto, a localização do joelho na hora do trauma define a fratura, localidade e angulação de desvio. Conseqüentemente as fraturas por cisalhamento posterior ocorrem devido a traumas com compressão axial com joelho fletido ou semi-fletido (WAJNSZTEJN et al., 2011). São causadas em sua maioria por forças induzidas para a parte medial, gerando uma deformidade em valgo, também por uma força lateral, propiciando deformidade vara e ainda pela compressão axial ou mista combinando forças medial, lateral e/ou axial direta. (HOPPENFELD; MURTHY; KRAM, 2001) 25 Concordando com Prentice e Voight (2003), as fraturas de tíbia e fíbula ocorrem por trauma direto no osso ou indireta por forças de rotação e compressão e são diagnosticadas por radiografias e avaliação clínica. A fratura de platô tibial tem uma elevada incidência em indivíduos do sexo masculino, geralmente na faixa dos quarenta anos, por acidentes de fortes impactos, já nas mulheres incide a partir dos setenta anos, já diagnostica sua causa devido a osteoporose. Prevalece o platô tibial lateral, não dispensando o acometimento no platô medial, há ainda a possibilidade de ocorrer nos dois côndilos (MANDARINO; PESSOA; GUIMARÃES, 2004). A articulação do joelho é considerada sinovial e necessita de suas estruturas moles envolvidas, tais como ligamentos, tendões, meniscos e cápsulas, a fim de promover a estabilidade. Em alguns casos a fratura do platô tibial está associada com estas partes moles, o que pode piorar a evolução do paciente (HUNGRIA NETO, 1996). As causas mais comuns de fratura do platô tibial são quedas de locais altos, escorregões e torções, lesões no esporte e acidentes no trânsito, sendo esta última a mais incidente, todavia ocorre tanto em pedestres como acidentes de carro e motocicletas, por promover uma força em valgo ou varo na articulação (CAMACHO et al., 2008). Sendo classificada com intra-articular a fratura de platô tibial, causa desvio de fragmentos ósseos e deprime a superfície articular, caso não tratados de forma corretiva precocemente e favorável, pode gerar possíveis malefícios futuros, assim como artrose após o trauma em articulação cuja função é realizar suporte de peso (FAUSTINO JÚNIOR; ANDRADE; CALAPODOPULOS, 1998). Segundo Hoppenfeld; Murthy e Kram (2001), as fraturas do platô tibial classificam-se em: Tipo I- forma de cunha e com divisão vertical na lateral, tipo II- divisão lateral e verticalmente, incluindo depressão e envolvimento de lesões dos componentes articulares, tipo III- exclusivamente com depressão do platô lateral, a qual também acomete estruturas articulares, tipo IV- há depressão do platô medial e se divide verticalmente, envolve na maioria dos casos a eminência intercondilar e ligamento cruzado, associando a lesão de estruturas articulares, tipo V- Envolve ambos os platôs, estabelecida como forma de inversão do Y, é freqüentemente associada a lesões da articulação, tipo VI- fratura do osso diafisário e metafisário proximal da tíbia. De acordo com Albuquerque e colaboradores (2009), as fraturas do platô tibial caracterizam-se por uma das fraturas menos ocorridas, dentre todas e apresenta uma média de ocorrência em idosos, geralmente com envolvimento da própria cartilagem, precisam de medidas redutoras cirúrgicas e mobilização precoce. 26 A fratura do côndilo da tíbia ocorre por força em abdução da tíbia com o pé fixo ao solo, podendo ser cominutiva compressiva sendo a mais encontrada, nesta há esmagamento tanto do côndilo quanto da superfície articular; há também platô em depressão com comprometimento da superfície articular do côndilo lateral, e por fim fratura oblíqua por cisalhamento, menos existente, ocorre quebra em uma única parte do osso em uma fratura oblíqua (ADAMS; HAMBLEN, 1994). Fratura de fíbula proximal é difícil de ocorrer, porém não podemos menosprezar essa fratura, pois assim como outras pode ocorrer por fadiga, após exposição de tempo prolongado em corridas ou deambulação, no entanto, nos exames radiográficos demonstra um simples traço, todavia nota-se após alguns dias formação de calo ósseo predominante (ADAMS, 19_ _). Grecco e colaboradores (2002), em estudo epidemiológico enfocaram que o tempo de consolidação de uma fratura da tíbia e fíbula difere do tipo de tratamento abordado, tipo de fratura, sua fixação, grau e extensão. 2.9 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO 2.9.1 Goniometria Originado o termo do grego, gonia = ângulo e metron = medida, é utilizada para avaliar as medidas de ângulos da articulação humana. O goniômetro é o aparelho universal, para medir a amplitude de movimento, possui um braço fixo e outro móvel, é barato e de fácil aplicabilidade. Para que os objetivos e seu possível tratamento sejam projetados, é indispensável a avaliação pela goniometria, visa avaliar a mobilidade das estruturas ósseas e tecidos moles que circundam a articulação, além de uma completa anamnese (STARKEY; RYAN, 2001). 2.9.2 Perimetria É a mensuração da circunferência da massa muscular ou edema, com uso da fita métrica, essa técnica é de fácil aplicação. Objetiva avaliar o protocolo de tratamento proposto, porém o ponto de referência anatômica deve ser o mesmo desde a primeira avaliação e o 27 músculo avaliado necessita de estar relaxado e não em tensão (ANDREWS; HARRELSON. WILK, 2005). 2.9.3 Escala Análoga Visual A escala visual analógica – EVA auxilia no exame da intensidade da dor, não deve ser dispensada, pois favorece na verificação da progressão do paciente durante o tratamento. É um método confiável e concreto de análise dos resultados, assim como melhora ou piora da dor. Pode ser usada no início, meio e no final do tratamento, registrando o resultado sempre na evolução, sendo que 0 significa ausência de dor e 10 o nível de dor máxima suportável pelo paciente (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2002) 2.9.4. Graduação de Força Muscular Para a graduação da força muscular os músculos são solicitados a realizar seu próprio movimento através da contração ativa e com resistência. A escala de força muscular é graduada de 0 que significa que não há contração muscular até 5 que é a força normal vencendo totalmente uma resistência. A evolução na escala indica a melhora do paciente diantede tal procedimento (KENDALL et al., 2007). 2.10 MÉTODOS DE TRATAMENTO Segundo Ferreira (2000), há quatro meios de propor um tratamento para as fraturas do platô tibial e da fíbula proximal, sendo a redução incruenta seguida de imobilização gessada ou órtese pré-fabricada, fixação externa, redução cruenta com osteossíntese e fixação a foco fechado e uso de pinos intramedulares. A tíbia é um osso muito propenso a fraturas, e constituinte de diversas formas de tratamento, devido à modernização e novas técnicas como a de osteossíntese reduz assim os índices de riscos e facilita a cirurgia, sempre padronizando a biomecânica estrutural, propiciando retorno mais precoce às atividades de vida diária e a redução cruenta está 28 classificada como uma das técnicas mais utilizadas pelos ortopedistas com fixação por hastes intramedulares bloqueadas (NASCIMENTO et al., 2009). O tratamento conservador o qual se enquadra a fisioterapia consiste apenas no controle da algia, redução de processos inflamatórios, mobilidade, não excluindo a manutenção da função fisiológica, e sim estabelecendo equilíbrios de forças para resolução da fratura ou lesão, incluindo ainda nos cuidados pós-cirúrgico, sendo então primária ou secundária (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2002). Segundo Peterson e Renström (2002), o tratamento das fraturas da tíbia deve englobar as partes moles em volta da lesão. Para viabilizar a necessidade do tratamento eficaz, há a realização do exame da área lesionada, função nervosa e circulação distal, radiografias a fim de confirmar a integridade ou não de estruturas ósseas, realinhamento dos ossos, tanto com redução cruenta com gesso ou incruenta, colocação de hastes, placas ou parafusos, podendo haver ainda fixação externa, pois, a mobilidade precoce auxilia na manutenção da nutrição local tanto de músculos, quanto óssea. De acordo com Labronici e colaboradores (2009), o tratamento cirúrgico é invasivo e necessita de fixação, porém muito indicado, pois a redução das fraturas da tíbia geralmente não favorece a consolidação, principalmente se a fíbula for fraturada no mesmo nível da tíbia, classificando assim como trauma de alta energia, promovendo instabilidade e encurtamento de membros inferiores, na atualidade a haste intramedular bloqueada e a placa em ponte o método de fixação mais utilizado. O tratamento cirúrgico é conseqüentemente indicado quando não há tratamento conservador ou quanto este não foi eficaz nos resultados, com maior facilidade a artroscopia facilita o processo cirúrgico, sendo menos invasivo, tamanho menor de suturas e cicatrizes (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2002). 2.11 FIXAÇÃO POR MEIO DE OSTEOSSÍNTESE A fixação da fratura de platô tibial e fíbula proximal pela osteossíntese é considerada como redução, pois expõe cirurgicamente o local da fratura para realizar a fixação interna, visando o alinhamento do osso fraturado. Destacam-se atualmente por favorecer mobilização precoce das articulações, estabilização dos fragmentos fraturados rápida, favorecendo a funcionalidade (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2002). 29 Geralmente a redução cruenta é indicada quando não é possível a realização de fixação por meio de redução gessada, principalmente em adultos com menos de 60 anos (ADAMS, 19_ _). Segundo Malone, McPoil e Nitz (2002), a compressão por placas são estruturas metálicas, que garante a estabilização do osso. Conhecido como parafusos ou chapas, devidamente utilizadas para processos cirúrgicos, há baixo grau de rejeição, no qual estas são próprias para estruturas ósteo-articulares, favorecendo o alinhamento viável da fratura. Uma das funções das placas de fixação é a de suporte, principalmente na fratura de epífises, na qual as trações com parafusos isolados não conseguem fixar os fragmentos ósseos, podendo assim deslocar-se ou até quebrar-se, todavia a combinação de parafusos com placas de suporte visa o não deslizamento das estruturas ósseas envolvidas (BRETAS et al., 2009). Segundo Falavinha e Costa (1997), define que o uso de placas e parafusos favorece a estabilidade da fratura e a mobilização precoce. Porém afirma ainda que as placas provocam lesão vascular no local devido ao contato com o osso e sua colocação pode levar a lesão de partes moles, o que não diretamente gera lesão vascular. As fraturas que envolvem os componentes articulares promovem maior instabilidade e a maneira de propiciar um bom desempenho da articulação em questão e regenerar a cartilagem é através de redução aberta e interna com auxílio de parafusos, para uma fixação eficaz (SCHMIEDT et al., 2004). As placas são utilizadas para proteção dos parafusos, no qual as placas tracionam o fragmento fraturado, favorecendo a consolidação óssea, principalmente nas fraturas de cisalhamento e/ou rotação. Caso o membro fraturado seja exposto a carga precoce, pode gerar falhas na consolidação óssea. Contudo fixa-se internamente propiciando proteção com as placas de suporte, evitando ocorrências indesejadas (BRETAS et al., 2009). Na fratura de platô tibial e fíbula proximal os fragmentos são estabilizados por técnicas de osteossíntese, como placas e parafusos, porém somente é colocado no platô tibial, pois a estrutura óssea da tíbia é mais forte que a da fíbula, e alinhando o platô conseqüentemente a fíbula por si já se alinha, promovendo o calo ósseo imaturo e posteriormente a consolidação madura das duas estruturas (Corrêa, 2011 Comunicação Pessoal). 30 2.12 INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA Atualmente as intervenções terapêuticas, são de grande valia na reabilitação de um paciente fraturado ou lesionado, desde que está seja realizada de forma eficaz, com devido conhecimento e experiência prática. Para a fisioterapia o uso dos exercícios cinesiológico- funcionais são primordiais associados a outras técnicas de aceleração da cicatrização, redução da dor e do processo inflamatório, as quais sua evolução necessita de um biofeedbak das respostas fisiológicas dos tecidos submetidos à fratura. Portanto em detrimento das formas de intervenções únicas específicas, o fisioterapeuta deve estabelecer o melhor protocolo para reabilitar as particularidades de cada indivíduo (PRENTICE, 2004). A fisioterapia evolui técnica e cientificamente no aspecto do cuidar e reabilitar o indivíduo, enfocando suas alterações funcionais e limitantes, favorecendo o retorno ao convívio social de maneira rápida e evitando ainda lesões e fraturas reicidivantes (MACHADO; NOGUEIRA, 2008). Os aspectos psicológicos e fisiológicos estão associados na reabilitação de um indivíduo, pois a progressão ou regressão do tratamento pode ser devido a estes fatores, que é dividido em cinco fases, sendo fase de proteção máxima, na qual ocorre tratamento do processo inflamatório, cicatrização inicial e mobilização precoce; na proteção moderada há amadurecimento dos tecidos envolvidos e fortalecimento; na fase de proteção mínima ocorre reorganização tecidual, funcionalidade leve e estímulos a habilidades; a fase avançada caracteriza-se por fortalecimento evolutivo e retorno as AVD’s; na fase de manutenção é o trabalho contínuo da manutenção da força muscular e condicionamento a fim de evitar recidivas de novas fraturas (GOULD III, 1993). O olhar holístico é uma ampla alternativa para a eficácia da terapia, pois o paciente não se encontra separado por partes, pois fatores fisiológicos e psicológicos estão intimamente relacionados entre si, sempre objetivando bons resultados ou pelo menos a não regressão. O tratamento fisioterapêutico divide-se em fases de proteção máxima visa reduzir o processo inflamatório, a cicatrizaçãoe a manutenção da capacidade funcional; fase de proteção moderada objetiva o aumento da força e maturação do osso; a fase de proteção mínima, ou seja, voltada para a atividade funcional básica e solicitação de destreza; a fase do nível avançado na reabilitação, que é a progressão funcional e a última a fase de manutenção, 31 pois esforços contínuos favorecem os traumas ocasionais (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2002). Para garantir objetivos e condutas favoráveis ao tratamento de uma fratura deve considerar fatores relevantes como idade, tipo de trauma, grau de força muscular, ADM, dor, edema, enfocando sempre o método comparativo do membro sadio com o lesado. O avanço de cada fase no tratamento ocorre de modo gradual, no entanto cada etapa visa a funcionalidade e benefícios o mais dentro do normal possível, portanto a evolução ou regressão de cada exercício ou fase é considerado importante para a alta e qualidade de vida do paciente (GOULD III, 1993). O resultado da reabilitação fisioterapêutica precoce no pós-operatório de fratura age abrangendo o indivíduo como um todo, contudo os exercícios devem ser orientados, pois a alta do indivíduo ocorre quanto suas atividades cotidianas e funcionais estão adequadas não apenas nas sessões de fisioterapia, devido a isto o fisioterapeuta deve ter sensibilidade para identificar o momento da evolução do tratamento e da alta no momento eficaz (ZAGO; GRASEL; PADILHA, 2009). 2.13 ELETROTERAPIA O US (ultra-som) de baixa intensidade favorece a consolidação óssea, devido à propagação de energia mecânica no tecido ósseo, por estímulos elétricos, os quase favorecem a aceleração do metabolismo ósseo. A pizoeletricidade é o enfoque que favorece a formação de calo ósseo, pois aumenta íons cálcio e reações celulares de consolidação que difere de indivíduo para indivíduo. Portanto o ultra-som pulsado não propicia aquecimento tecidual, e seu processo de cavitação é eficaz no processo de consolidação e formação do calo ósseo (SOUZA et al., 2008). Portanto deve ser acoplado a pele com utilização de gel ou meio aquoso para promover a vibração de moléculas e íons através da membrana, facilitando a consolidação óssea, através do aparecimento do calo, redução da dor e a melhora da circulação, este deve ficar em movimentos circulares e não parado. Respeitando cada fase do tratamento as dosagens devem ser estipuladas de acordo com o local e tamanho da lesão, na fase aguda ou 32 com implantes metálicos usa-se o a pulsado, todavia não há produção de calor, já na fase crônica utiliza o contínuo, que proporciona calor (GUTMANN, 1989). O uso do ultra-som pulsado no estágio agudo, com seus efeitos de cavitação e corrente acústica favorece a entrada de cálcio a partir da membrana celular, secundariamente aonde aglomera histamina e macrófagos para a cicatrização tecidual, com sua ação após o processo inflamatório a fim de contê-lo e não evitar deste aparecer, o que é inevitável na maioria das vezes. Já na fase de granulação os fibroblastos estão a produzir colágeno no qual o ultra-som propicia aceleração da síntese. E por fim na fase de remodelamento as fibras de colágeno se organizam favorecendo a cicatrização e o ultra-som promove a melhor extensão do colágeno formado anteriormente, porém agora maduro (LOW, REED, 2001). As ondas ultrassônicas atuam em forma de pulsos, como liga e desliga, evitando a formação de calor, pode ser aplicado diretamente na pele com uso de um gel, com luva de água ou subaquático. Tem como efeito a cavitação que é a formação de pequenas bolhas gasosas nos tecidos resultante da vibração do US. A cavitação estável é quando há formação de bolhas oscilantes de um lado para outro dentro das ondas do US, permanecendo íntegras, sendo assim a cavitação transitória ocorre quando o tamanho da bolha altera de forma rápida e então fecha, com alta pressão e mudanças de temperatura (KAHN, 2001). De acordo com Giordano e colaboradores (2001), as técnicas avançadas no tratamento das fraturas são capazes de acelerar o reparo ósseo, geralmente as fraturas são consolidáveis, o uso do laser de HeNe (hélio neônio), então se torna eficaz para acelerar no processo de consolidação da fratura e reparo ósseo, reduz o processo inflamatório e conseqüentemente dor. Concordando com Low e Reed (2001), o implante metálico inserido no tecido ósseo não gera maior absorção de calor nas áreas as quais estão localizadas, pois sua condução a áreas circunvizinhas é favorável, quando aplicado o ultra-som pulsado. Segundo Prentice (2004), o uso do US é confiável em próteses de metal, no entanto, o calor que esta absorve é menor ou incalculável ao que é dissipado e não há ocorrência de elevação da temperatura nos tecidos circunvizinhos. 2.14 CINESIOTERAPIA É caracterizada como terapia por movimentos, visa o retorno às funções osteomusculares, promovendo a melhora e manutenção da força muscular, portanto envolve 33 contração muscular isométrica, contração excêntrica, concêntrica e isocinética. Favorece a resistência de tendões e ligamentos, aumento das miofibrilas decorrente da síntese protéico, os exercícios podem ser realizados tanto de forma passiva, para manutenção das estruturas musculoesqueléticas ou ativa na qual o movimento é do próprio indivíduo e facilita o aumento de força e um relevante para o ganho ou manutenção de propriocepção e equilíbrio. A cinesioterapia deve sempre está associada ao respeito de cada fase, o tempo de cicatrização, número de sessões, repetições e intervalos, tipo de exercícios, aquecimento e desaquecimento (LIANZA, 2007). O movimento do corpo realizado pelo sistema locomotor é fator primordial para a manutenção da saúde, pois quando este fica alterado por traumas e/ou patologias, ocorre fraqueza muscular e déficit motor. A técnica de cinesioterapia que é a terapia em forma de movimento deve ser cautelosa, realizada com conhecimento e individual para cada pessoa, pois os objetivos são criteriosos, a reavaliação é a maneira de saber como anda o processo de reabilitação e demarca a progressão dos exercícios até a alta na qual há recuperação funcional. Classifica-se como isométrico, passivo e ativo, o primeiro com auxílio externo e o último com força muscular voluntária (GUIMARÃES; CRUZ, 2003). 2.15 ALONGAMENTOS A flexibilidade relaciona-se com a sobrevida do ser humano, pois o movimento se torna completo com o aumento de sua amplitude. Devido a isto são relevantes as técnicas de alongamentos, na reabilitação desportiva ou ortopédica. Os alongamentos podem ser classificados como alongamentos estáticos e balísticos. Os alongamentos estáticos são aqueles que alongam a musculatura até o ponto extremo suportável e o mantém por certo tempo, estabelecido pelo terapeuta, apresenta ainda menos propensão a lesões, portanto é o mais utilizado. Todavia os alongamentos balísticos utilizam o balanço de um segmento corporal ritmado priorizando o alongamento muscular. Conseqüentemente os alongamentos visam o aumento da flexibilidade, reduz a incidência e intensidade das lesões osteomusculares (ROSÁRIO; MARQUES; MALUF, 2004). Alongamento é o estiramento da musculatura até o limiar do paciente, havendo manutenção estática. Às vezes surgem relatos de dor pela retração dos componentes 34 articulares envolvidos e estes podem estar encurtados, melhora a flexibilidade, e é indicado após as alterações músculo-esquelético, assim como traumas (BANDY; SANDERS, 2003). De acordo com Grandi (1998), a fisiologia do alongamento que envolve estruturas como músculos e tendões, acelera a atividade reflexa do músculo,o que favorece o aumento da flexibilidade, pois envolvem receptores que estimulam o comprimento e a tensão dos fusos musculares que promovem a contração muscular e órgãos tendinosos de Golgi, que promovem o relaxamento das fibras musculares. A ADM pode ser considerada passiva, assim há movimentos além do limite ativo do indivíduo, reproduzido por uma força externa, com mínima contração muscular do próprio corpo ou membro; a ativa reproduz um movimento com própria contração muscular de determinada articulação, e por último a ativo-assistida, na qual uma força externa auxilia de forma manual ou mecânica, para completar o movimento, estas podem ser definidas devido a integridade muscular e flexibilidade de estruturas moles (KISNER; COLBY, 2005). Segundo O’Sullivan e Schmitz (2004), a ADM é utilizada nas atividades funcionais, a movimentação ativa faz parte do movimento voluntário, sua análise deve ser realizada quantificando as limitações, dores, estalidos e coordenação, todavia a ADM passiva pode ser assistida pelo terapeuta ou pelo outro membro do indivíduo, esta quando avaliada caracteriza-se em maior graus pois ao término do movimento há uma involuntariedade do sistema osteoarticular, suas medidas se dão pelo goniômetro e através do alongamento a ADM pode ser aumentada e melhorada. A mensuração da mobilidade articular (ADM) é um dos fatores que devem ser levados em consideração na avaliação física, pois diagnostica as limitações existentes, facilitando e favorecendo efetividade nas técnicas fisioterapêutica durante o tratamento. O método mais usado é através do equipamento chamado goniômetro. Para ser um método com valores confiáveis deve ser realizado no mesmo indivíduo, na mesma medida e nos mesmos centímetros, com técnica pelo fisioterapeuta, portanto caso não siga estas regras pode ser definido como inválido ou parcialmente inválido (BATISTA et al., 2006). 2.16 MOBILIZAÇÃO ARTICULAR Segundo Prentice e Voight (2003), as técnicas de mobilização favorece o ganho da ADM articular e reduz a dor promovendo a funcionalidade dos movimentos auxiliares da 35 articulação. Quando há realização de deslizamento patelar superior, caracterizam-se como aumento da extensão de joelho, todavia os inferiores favorecem a flexão. Portanto os deslizamentos ocorridos para a lateral alongam medialmente tecidos não elásticos e os mediais favorecem o alongamento do retináculo lateral. A mobilização de articulações no período que procede a cirurgia, ou seja, pós- cirúrgico favorece o retorno precoce as atividades de vida diária, e deve ser realizada de acordo cada fase e objetivos do tratamento da fratura (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Colégio Brasileiro de Radiologia, 2007). O uso da mobilização articular promove redução da dor e rigidez articular, evitando aderências. A tração exercida para a realização da técnica favorece a descompressão das estruturas envolvidas, com isso aumenta a amplitude de movimento (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2005). A mobilização de uma articulação auxilia no tratamento de uma fratura, pois recruta tecidos encurtados, favorecendo o movimento de forma mais desejável, mesmo quando há necessidade de correção cirúrgica pode realizar esta técnica, sempre relevando a cautela e conhecimento com a técnica, o paciente deve ficar de forma a não questionar de desconfortos exagerados (GOULD III, 1993). 2.17 LIBERAÇÃO CICATRICIAL As massagens de fricções profundas ou de cyriax, assim conhecida devido ao seu descobridor, mobilizam através de movimentos lentos, localizados e profundos, sempre de forma em círculos ou transversais de acordo as fibras dos tecidos conjuntivos presentes nos tendões, ligamentos e músculos, a fim de evitar aderências cicatriciais. Realizam geralmente pela ponta dos dedos e digital do polegar, podendo até causar um desconforto ao paciente, mas nunca uma dor insuportável (DOMENICO; WOOD; 1998). Esta técnica envolve fricção circular promovendo e a mobilização de tecidos mais profundos através da pressão gerada nos mais superficiais, os dedos são pressionados de forma oblíqua nos tecidos. Sua eficácia proporciona uma vasodilatação, no entanto promove a liberação de histamina e favorece a maior quantidade de substâncias favorecendo a 36 minimização da fibrose principalmente quando há cicatriz pós-traumática na região (Escola de Massoterapia Sogab, (20_ _). A massagem de fricção favorece o alongamento e relaxamento do tecido fibroso, sendo com leve destreza nos movimentos e sua pressão e profundidade aumentada gradualmente, quando exercida de maneira brusca pode causar fadiga das arteríolas, por isso a importância de garantir a leveza e sensibilidade do toque (CASSAR, 2001). 2.18 FORTALECIMENTO MUSCULAR A reabilitação das lesões ou fraturas da perna inclui exercícios cinesioterapêuticos os quais envolve o movimento propriamente dito, como mobilização passiva da patela, flexão passiva de joelho, deslizamento do calcanhar, flexão ativo-assistida de joelho, polia para flexão do joelho, deslizamento na parede, extensão passiva de joelho, exercícios isométricos favorecendo a contração muscular sem movimento, porém com nutrição muscular e evitando atrofia excessiva. Há ainda evidências do fortalecimento muscular através de exercícios isotônicos em arcos de movimentos de cada articulação da perna e conforme a criatividade do terapeuta, com resistência progressiva. Já os exercícios de cadeia cinética fechada favorecem não apenas para o fortalecimento muscular e além para treino de marcha, retorno às atividades de vida diária, descarga de peso, propriocepção e equilíbrio, com seus vários aparelhos e técnicas (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2000). Os exercícios isométricos promovem contração do músculo o que resulta em um aumento do fortalecimento muscular, além de evitar atrofias, porém deve ser avaliado número de séries e repetições, a associação da respiração com essa modalidade de exercício evita o aumento da pressão sistólica (PRENTICE; VOIGHT, 2003). A fisioterapia é uma área da saúde voltada para a reabilitação de indivíduos e nos exercícios isométricos, não há movimentação da articulação afetada, porém existe contração muscular sem mudança no comprimento da musculatura. Correlaciona para manutenção e ganho de força, pois promove tensão nos sarcômeros, que são unidades contráteis do músculo, aumenta ainda seu tamanho forçando uma hipertrofia favorável. São fáceis de realizar com grande vantagem, pois pode ser aplicado a uma gama de grupos musculares. Por fim considerados estáticos, eles são indicados caso haja algia no movimento articular ou quando o movimento for contra-indicado (KISNER e COLBY, 1998). 37 Os exercícios isométricos são componentes importantes na fase precoce do tratamento, pois não sobrecarregam a articulação fraturada, pois não há mobilidade. Visa o fortalecimento muscular, reduz o edema, é de fácil aplicabilidade, porém com grande relevância para a melhora funcional (MALONE, MCPOIL; NITZ, 2002). Em vista de aprimorar a força muscular estática, os exercícios isométricos favorecem o trabalho das fibras musculares, evitando que estas atrofiem e fiquem com redução da massa muscular e um grande aliado na fase antes da descarga de peso nas sessões de fisioterapia (DELISA et al., 2002). Os exercícios isotônicos iniciam-se conforme a tolerância e progressão do paciente quanto à resistência, número de séries e repetições, alternando os dias, a fim de não sobrecarregar a musculatura e ocorrer recidiva de lesões. O fortalecimento do gastrocnêmico, que é uma bomba importantepara o movimento e o retorno venoso se inicia com cadeia cinética aberta e passa para a fechada, o indivíduo devem usar sapatos confortáveis e saltos (PRENTICE; VOIGHT, 2003). De acordo com Kendall; McCreary e Provance (1995), o fortalecimento muscular advém das cargas em que o músculo é exposto e associa aos números de repetições e séries, o que favorece a hipertrofia benéfica da musculatura trabalhada. Para que ocorra a contração de um músculo ou grupo muscular as fibras musculares tensionam-se, exigindo maior trabalho destas com resistência podendo ser manual, por carga ou pesos, para progredir aumenta-se a carga e o número de repetições deve ser menor, levando a uma hipertrofia, ou seja, aumento das fibras musculares, devido ao trabalho exercido (KISNER; COLBY, 1998). De acordo com Hoppenfeld; Murthy e Kram (2001), o qual diz que a sustentação de peso, após três meses que seguem a fratura não é benéfica, pois pode ocasionar falhas na consolidação ou distorção dos implantes o que dificulta uma fixação dos fragmentos, sendo assim pode haver necessidade de uma nova cirurgia ou a consolidação pode ocorrer de forma errada causando alteração no tamanho do membro fraturado. 2.19 PROPRIOCEPÇÃO E EQUILÍBRIO A propriocepção é a noção consciente da articulação na posição estática, necessária para regulação do tônus e função muscular, inicia-se apenas após a total 38 restauração das estruturas lesadas ou fraturadas. As mudanças de direção, independente das forças aplicadas e resistências, sendo reflexas e conectando os mecanorreceptores a atividades e informações proprioceptivas que favorece a postura e consciência corporal, sendo assim, a fisioterapia atua evitando lesões sucessivas (PRENTICE; VOIGHT, 2003). O termo propriocepção é um estímulo aferente, que chega ao cérebro através dos receptores de tato, dor, temperaturas enfim de sensibilidade encontrados nos músculos, ligamentos, tendões e articulações, para que haja realização e coordenação no movimento (MARTIMBIANCO, 2008). Os exercícios de equilíbrio e controle postural visam melhorar a estabilidade de tronco, alinhar biomecanicamente e distribuir o peso corpóreo, garantir estabilidade proporcionada pelos ligamentos, favorecer as respostas músculo-tendíneas para o equilíbrio, promover durante as atividades estáticas e dinâmicas a manutenção do corpo em diversos ambientes e funções, realizando integração entre os sistemas vestíbulos-sensoriais do sistema nervoso e ainda prevenir quedas (O’ SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). 2.20 TREINO DA MARCHA A marcha é um repetição de movimentos dos membros inferiores, os quais movem o corpo para frente e se mantém estável no apoio (PERRY, 1992 apud MOURA; SILVA, 2005). O ciclo da marcha se divide em fase de apoio quanto o pé se encontra com o solo ou fase de balanço com o pé livre no ar, promovendo então o choque de calcanhar, apoio do médio pé e elevação dos artelhos, com o outro pé iniciando a fase de impulso para realizar estas fases citadas (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997). Na deambulação um membro fica móvel em contato com o solo e o membro oposto movimenta-se no ar, sendo de forma cíclica, promovendo a locomoção. Durante a deambulação em seu primeiro contato, o joelho permanece em extensão através da aproximação das fibras dos músculos vasto medial, lateral e intermédio e do quadríceps na fase final de balanço (MOURA; SILVA, 2005). Os dispositivos auxiliares da marcha são conhecidos para facilitar a deambulação, favorecendo maior independência classificam-se como bengalas, muletas axilares, canadenses 39 e de ortho, andadores, dentre outras. As muletas axilares promovem melhor equilíbrio e garante maior estabilidade na região lateral, são de baixo custo e propicia uma deambulação favorável quando há necessidade de evitar descarga de peso (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). O treino de marcha deve ser orientado mesmo quando o indivíduo apresentar-se utilizando dispositivos auxiliares assim como muletas axilares bilaterais visando a funcionalidade do mesmo. Para subir escadas com uso de muletas o indivíduo se localiza perto do degrau, apoia-se nas bengalas e com o MMII sadio pisa no primeiro degrau, com o corpo reto impulsiona o MMII lesado para o mesmo degrau, e por fim as muletas, repetindo assim até chegar ao local devido. Já para descê-las se localiza em frente ao degrau coloca o membro lesado no degrau de baixo, depois o membro sadio e por fim as muletas (PRENTICE; VOIGHT, 2003). Contudo não seja possível, a marcha livre ou eficaz, a execução dos exercícios pregressos pode resultar no futuro em um a marcha normal, assim como correções de postura, orientações da fase da marcha, tríplice flexão de MMII, dissociação de cinturas tanto escapular quanto pélvica, pois o SN (sistema nervoso) entende e ao desenvolver a marcha, o mesmo traduz a forma correta a ser realizada (LIANZA, 2007). O uso de órteses bilaterais do tipo muletas axilares facilita uma marcha mais rápida, todavia esta se relaciona o mais próximo da marcha normal possível sem órtese, porém é mais instável, sendo assim é considerada marcha de dois pontos (PRENTICE; VOIGHT, 2003). 40 3 METODOLOGIA 3.1 MÉTODO Este estudo aborda uma pesquisa quantitativa com a realização de um estudo de caso. Todavia, este pode ser avaliado e observado por coleta de dados obtidos através das avaliações e obtenção dos resultados comparados em tabelas, gráficos, ou mensurações realizadas. (SEVERINO, 2002). 3.2 AMOSTRA ESTUDADA No presente estudo foi acompanhado um paciente com idade de 43 anos, do sexo masculino, casado, operador de máquina, residente e domiciliado na cidade de Paracatu do Estado de Minas Gerais. O critério de inclusão para a pesquisa foi obter o diagnóstico clínico de fratura do platô tibial associado à fratura de fíbula proximal, redução cruenta com colocação de osteossíntese no platô tibial. Desse modo, como pós-cirúrgico e não ter realizado fisioterapia. Essas fraturas ocorreram devido a uma força em valgo do joelho devido a um acidente motociclístico. Toda a reabilitação foi realizada na Clínica Escola de Fisioterapia da Faculdade Tecsoma, situada à Rua Eugênia Martins de Souza, 17, Bairro Alto do Córrego na cidade de Paracatu-MG. O município de Paracatu está localizado na região Noroeste do Estado de Minas Gerais, à 220 Km da capital nacional Brasília e 500 Km da capital estadual Belo Horizonte, com população estimada em 84.718 habitantes (IBGE, 2011). Foram colhidos nas avaliações dados goniométricos utilizando o goniômetro carci, perimetria através da fita métrica fiber-glass, graduação de força muscular através da escala de força muscular de Kendall (Anexo-D), algia pela escala análoga da dor (Anexo-G) e questionário das atividades de vida diária (Anexo-C). Utilizou-se ainda câmera digital Olympus, folha A4, caneta bic, borracha, lápis e uma ficha ortopédica com os dados do paciente (Anexo-F). Para as sessões utilizou-se: caneta bic, estetoscópio da marca BD modelo Duo Sonic Adulto, esfignomanômetro da marca Premium com fecho de metal, ultra-som carci, bola feijão, bola tipo dente de leite, faixa elástica thera-band, maca, tornozeleira 41
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