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Desafio Pronto 2sem Intervenção pedagógica para atendimento do aluno surdo

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Universidade Anhanguera – Uniderp
Centro de Educação a Distância
Curso de Pedagogia
Disciplinas norteadoras: Psicologia da Educação e Teorias da Aprendizagem; Redes Sociais e Comunicação; Língua Brasileira de Sinais; Responsabilidade Social e Meio Ambiente e Didática
Desafio Profissional
Intervenção pedagógica para atendimento do aluno surdo
Fernanda Aparecida Perisin RA: 5057608437
Natalia de Paula Ramos RA: 8386424261
Rita de Cássia de Oliveira Nakano RA: 8501523329
Tutora a distância: Irinea Anaria da Silva
Ribeirão Preto – 19/11/2016
INTRODUÇÃO
O papel do tradutor e interprete
Em tempos onde a inclusão social é uma realidade crescente, vemos alunos com necessidades especiais inseridos no ensino regular. A surdez é vista como uma diferença cultural que tem sua própria língua, sendo assim o que a comunidade surda necessita é apenas uma adequação linguística para a melhor comunicação. Neste contexto a leitura de “O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa” traz o papel do intérprete educacional.
Basicamente o papel deste profissional, que é fluente em Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa, será de atuar como intérprete da Libras para o Português ou deste para a Libras em sala de aula regular, fazendo assim as intermediações dos alunos surdos com professores e alunos ouvintes. Muitas vezes o papel do interprete acaba se confundindo com o papel do professor, já que o aludo surdo acaba estabelecendo maior afinidade com aquela pessoa que o compreende. Professores por sua vez também acabam passando a responsabilidade da educação deste aluno ao intérprete. Devemos sempre considerar que a sala de aula é o espaço que pertence ao professor e ao aluno e que o processo de aprendizagem é exercido pelo professor, sendo o aluno de sua responsabilidade. Outro problema que pode ser apresentado são os comentários a respeito dos alunos que surgem nos intervalos, nas interações com os professores. Mas segundo o código de ética, o interprete deve ser discreto e manter sigilo, não partilhando informações que foram travadas durante sua atuação.
O nível educacional em que o intérprete ira atuar também é um aspecto a ser levado em consideração, já que este pode atuar na educação infantil, na educação fundamental, no ensino médio, no nível universitário e no nível de pós-graduação. Em cada um desses níveis devem ser observados fatores diferentes. Quando trabalhamos com crianças, por exemplo, como é o caso dos níveis iniciais da educação, as mesmas tem dificuldade em entender o papel do intérprete em sala de aula, além de a criança surda estabelecer um vínculo maior com aquele que lhe dirige o olhar e também o fato de que o interprete deva gostar de trabalhar com crianças. Adolescentes e adultos não terão problemas em entender o papel do intérprete e não se distrairão com facilidade. Nos níveis de graduação e pós o interprete necessitara, cada vez mais conhecimentos específicos da área de atuação, porem o interprete por vezes podem chegar as suas conclusões e passar informações que diferem da língua origem para a língua alvo.
Diante do exposto vemos que o intérprete educacional, ao mediar à comunicação entre pessoas surdas e a outra parte deve estabelecer uma conduta ética no desempenho de suas funções, não expressando sua opinião a menos que lhe seja solicitado. O intérprete é uma pessoa com capacidade, opiniões e construção identitária próprias, sendo difícil exigir uma postura neutra, como se sua atividade fosse apenas mecânica, porem o fato de ter opinião própria sobre um assunto não dá direito a esse profissional de interferir em uma situação concreta, a menos que tenham solicitado sua intervenção. A postura desse profissional exige muita disciplina e uma consciência clara de seu papel, logo o interprete deve ter uma grande estabilidade emocional 
 PROPOSTA PARA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
O Behaviorismo tem sido utilizado na educação através de métodos de ensino programado, que pretende garantir a aprendizagem através do condicionamento operante, ou seja, em uma relação estímulo-resposta que pressupõe algum nível de atividade de quem esta aprendendo, que sai em busca de reforços previamente planejados.
Sendo assim, para eliminar o comportamento inadequado o dialogo é essencial, o aluno deve entender que sua indisciplina poderá ser punida, bem como seu bom comportamento poderá gerar recompensas. 
Será adotado uma pasta, na qual suas boas maneiras serão premiadas com um adesivo, bem como a conduta inadequada fará com que ele perca um adesivo. No final do semestre o aluno será premiado ou punido em um ponto extra diretamente na nota de acordo com a observação de ter ganhado ou perdido mais adesivos. Para critério de premiação ou punição será utilizado o reforço positivo, em seguida ao bom comportamento o aluno ganhará um adesivo, aumentando assim a chance desse bom comportamento continuar.
 DIFERENÇAS METODOLÓGICAS
A proposta bilíngue entende que o sujeito surdo esta inserido em duas realidades, uma sendo de sua língua materna, na qual tem sua visão de mundo construída e aprimorada e a realidade de uma segunda língua, que é a utilizada na comunidade a qual pertence, é como ser um estrangeiro em seu próprio país. Sendo assim o uso de duas línguas na educação de surdos, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a Língua Portuguesa, é uma solução que surge para suprir a necessidade das pessoas dessa comunidade.
Para o ouvinte o ensino da Língua Portuguesa se da de forma mais natural, tendo em vista que desde o nascimento essas crianças tem o contato com sua língua materna/natural, seja dentro de seu contexto familiar ou em ambientes de socialização como, por exemplo, as creches. Esse conhecimento prévio da língua materna/natural cria sua identidade cultural de pessoa ouvinte, sendo parte de um grupo de referencia. Quando este indivíduo iniciar o processo de aquisição da escrita ele não terá um estranhamento com a língua, pois tem um conhecimento prévio adquirido por todas as operações linguísticas que vivenciou ate este momento.
No caso da pessoa surda esse processo de aprendizagem da Língua Portuguesa não se da de forma natural, pois a língua materna/natural dela será baseada em estímulos visuais e outras informações sensoriais, que chegaram de alguma forma até ela. A criança surda não possui a identificação com a comunidade ouvinte, ela não pertence a esse meio, o que acarretará em possíveis problemas de ordem emocional e que marcará sua personalidade de forma definitiva.
Fica claro o abismo que separa todo o contato com a língua na sua forma oral e vivência com a mesma, entre crianças surdas e crianças ouvintes. A criança surda deve “aprender” da mesma forma e ou mesmo tempo que a criança ouvinte, sem que haja nenhuma diferença. Sendo o ponto de partida extremamente desigual, pode-se concluir que o processo de escolarização será também desigual, refletindo essa diferença de cidadania no seio social.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
O aluno João apresenta problemas comportamentais, como indisciplina, dificuldade de concentração, e atraso na aquisição da leitura e escrita. Provavelmente esse comportamento se dá devido ao fato de que ele não possui identificação com a comunidade ouvinte, ele sente que não pertence ao ambiente da sala de aula, deste modo devemos fazer com que ele conquiste essa identificação.
João terá o interprete/ tradutor em sala para que possa assim assistir as aulas, porem algumas praticas deverão ser adotadas pelo docente responsável pela turma na qual ele esta inserido.
O professor não deverá nunca falar de costas enquanto escreve na lousa;
As aulas deverão ser ministradas de forma objetiva e sempre se apoiando em recursos visuais, como a exposição de cartazes, gravuras, fotos e quaisquer tipos de materiais concretos que facilitem o aprendizado, bem como a utilização de filmes e vídeos;
Fornecer o conteúdo e materiais previamente para que o aluno possa se organizar;Integrá-lo nas atividades juntamente com os outros alunos;
Ter avaliação diferenciada para que o aluno consiga se expressar.
Além dessas praticas, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) será introduzida gradativamente de maneira que os alunos ouvintes comecem a aderir essa nova realidade em sala. Inicialmente essa introdução será feita somente na sala onde o aluno surdo está inserido e posteriormente, se for possível, abranger para o restante da escola. 
O docente responsável deverá expor os dez primeiros minutos da aula em Libras, para que em um primeiro momento todos se familiarizem com essa língua. Depois mês a mês o tempo da aula em Libras será aumentado ate que se tenha uma hora/aula por dia utilizando essa linguagem.
CONCLUSÃO
A realidade na educação de surdos ainda deve ser aprofundada e discutida com atenção. Não tem como negarmos a importância da utilização de metodologias adequadas em sala que beneficiem alunos surdos inclusos, sendo que cabe ao professor incentivar e mediar o aprendizado, mas nem sempre este professor esta preparado para receber o aluno.
A educação bilíngue surge para ajudar que o aluno surdo tenha um desenvolvimento cognitivo-linguístico o mais próximo possível do aluno ouvinte, apesar de que no Brasil esse desenvolvimento educacional esta inserido no contexto de inclusão. Não devemos esquecer que maior do que essa inclusão, é necessário que todas as partes envolvidas nesta educação, respeitem a língua de sinais e a cultura surda.
Para os professores, também é um desafio conduzir uma sala com aluno surdo, pois além de todas as particularidades que envolvem esse aluno também existe a realidade da turma ouvinte que devera se adequar a essa nova realidade.
Por fim os professores precisam perceber e superar as diferenças metodológicas e educacionais que envolve a cultura surda, indo em direção de fato a uma completa inclusão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bock AMB, Furtado O, Teixeira MLT. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 13ª ed. São Paulo (SP): Saraiva; 1999.
 FERNANDES, S.F. Educação Bilíngue para surdos: identidades, diferenças, contradições e mistérios. 2003. 202f. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
FERNANDES, S. Surdez e linguagens: é possível o diálogo entre as diferenças? Curitiba, 1998, Dissertação (Mestrado em Lingüística), Universidade Federal do Paraná.
FERNANDES, S. Letramentos na educação bilíngüe para surdos. In: Letramento. Referenciais em saúde e educação. São Paulo: Plexos, 2006.
HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. São Paulo: Ática, 2006.
LEI Federal n. 10.436/2002. Brasília : MEC, 2002.
LOPES, Maura Corcini. Surdez & Educação. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. v. 1. 103 p.
PERLIN, Gladis. T. Identidades surdas. In SKLIAR, Carlos (Org.) A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre : Mediação, 1998. p. 52-73.
QUADROS, R. M. de. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa. Brasília: MEC/SEE, 2004.
VEDOATO, Sandra. C. M. Desafio Profissional de Psicologia da Educação e Teorias da Aprendizagem; Redes Sociais e Comunicação; Língua Brasileira de Sinais; Responsabilidade e Meio Ambiente e Didática. [Online]. Valinhos, 2016, p. 01-06. Disponível em: . Acesso em: outubro. 2016.

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