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DIREITO CIVIL III

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Direito civil III
Contrato: è o negócio jurídico por meio do qual as partes segundo a autonomia privada, convergem as suas vontades criando dever jurídico de dar, fazer ou não fazer, bem como modificálos ou extinguilos.
Elementos do contrato: Existência, validade e eficácia.
Plano da existência
Estabelece os elementos constitutivos do contrato.
A) Partes: São os agentes que emitem a vontade, os sujeitos envolvidos no contrato.
B) Vontade: Engloba a vontade interna mais a externa.
C) Forma: È o modo como a vontade se exterioriza.
D) Objeto: È o conceito do negócio jurídico podendo ser objeto mediato e imediato:
Objeto imediato: È a prestação da relação obrigacional (dar, fazer ou não fazer).
Objeto mediato: È o bem da vida juridicamente protegido, o cerne da relação obrigacional.
Plano da validade
Seus elementos qualificam o negócio jurídico, dando a ele aptidão para produzir efeitos.
A) Agente capaz e legitimado: Capacidade é amedida da personalidade (capacidade de fato e de direito). 
_ Legitimação: È o requisito legal para a prática de um ato específico.
B) Vontade livre e de boa fé: È igual a liberdade de contatar e liberdade contratual que são os centros da autonomia privada.
_ Liberdade contratual: Diz respeito a autonomia do sujeito em estipular o conteúdo do contrato, sendo ela limitada pelos princípios da funçõ social do contrato e da boa fé.
_ Boa fé: Diz respeito a deveres acessórios tais como honestidade, lealdade, confiança, informação.
C) Forma: O ART 107 CC adota o princípio da liberdade de forma para os contratos, mais a lei pode exigir determinada forma (ART 108 CC).
D) Objeto: Pacta corvina é o contrato que tem por objeto a herança de pessoa viva. Tal negócio jurídico é considerado inválido por ser um objeto ilícito e impossível conforme ART 426 CC.
Plano da eficácia
È composto pelos elementos acidentais, ou seja podem ou não estar presentes. Na presença deles haverá manipulação dos efeitos do contrato.
A) Condição: Acontecimento futuro e incerto, pode ser suspensiva ou resolutiva.
_ Suspensiva: Suspende os efeitos do contrato.
_ Resolutiva: Põe fim ao contrato.
B) Termo: Acontecimento futuro e certo.
C) Encargo ou modo: Determinação que impõe ao beneficiário um ônus a ser cumprido em seu próprio interesse experimentando um bilateralidade maior.
OBS: Contrato X Instrumento contratual
Contrato: È o negócio jurídico formado pela convergência de vontades sendo um conceito abstrato.
Instrumento contratual: È a documentação do contrato sendo concreto.
________________________________________________________________________
 Princípios contratuais
Norma jurídica: São comandos que condicionam e orientam o comportamento humano, com o objetivo de organizar a sociedade.
Princípios: São premissas normativas de valor genético que orientam e condicionam a compreensão do ordenamento jurídico. São mandados e otimizados, de aplicabilidade elástica a várias relações jurídicas.
Regras: È o comando normativo destinado a reger uma situação específica, aplica-se a expressão tudo ou nada, ou a regra se emcaixa na situação ou não.
Princípio da função social do contrato ART 421 e §único do ART 235 CC
Determina a obrigatoriedade dos contratos contribuirem para o crescimento social respeitando os valores fundamentais para a sociedade. Desta maneira a autonomia privada fica limitada pela função social dos contratos, ou seja o acordo entre as partes deve respeitar o meio social.
Planos de eficácia da função social dos contratos
Eficácia interna
È a aplicação da funçãi social na relação jurídica entre os próprios contratantes para impor um equilíbrio contratual e a eticidade. Enunciado 360 JDC.
EX: Proteção do consumidor, trabalhador, tutela dos direitos de personalidade, nedação da onerosidade excessiva.
Eficácia externa
O contrato não pode trazer danos ao convívio social devendo respeitar os valores eleitos como importantes para a sociedade.
EX: Proteção dos direitos difusos e coletivos.
OBS: Se os contratos violarem esses princípios serão considerados nulos.
Princípio da relatividade do contrato
Traduz a regra geral de que um contrato surte apenas entre as partes contratantes.
OBS: Excepcionalmente o contrato pode afetar terceiros.
Estipulação em favor de terceiro ART 436 CC
EX: Celebração do contrato de seguro de vida para beneficiar um terceiro. Os efeitos são de dentro para fora.
Promessa de fato de terceiro ART 439 e 440 CC
Ocorre quando uma pessoa promete que a conduta seja praticada por outrem sob pena de arcar com perdas e danos; os efeitos são de fora para dentro.
EX: Promotor de eventos que promete show de cantor famoso.
Contrato com pessoa a declarar ART 467 a 471 CC
Traduz a possibilidade de uma das partes a faculdade de indicar a pessoa que assumirá os direitos e deveres provenientes do contrato, este só terá efeitos se o terceiro aceitar.
tutela externa do crédito
Também chamada de eficácia externa da função social do contrato, sendo a possibilidade do contrato gerar efeitos perante terceiros, pois as suas condutas devem respeitar a relação contratual. EX: Caso Zeca pagodinho.
Princípio da força obrigatória do contrato (pacta sunt servanda)
Traduz a natural obrigatoriedade das previsões contratuais, pois o contrato faz lei entre as partes e deve ser cumprido.
OBS: Este princípio poderá ser relativizado em diversas situações, tais como: para respeitar os direitos fundamentais, proteger os vulneráveis e reequilibrar a relação contratual.
Teoria da imprevisão
Mitiga o princípio da obrigatoriedade dos contratos, justificando a sua revisão ou extinção quando acontecimento superveniente e imprevisível desequlibra a base econômica do contrato impondo a uma das partes obrigação excessivamente onerosa.
Requisitos
_ Acontecimento superveniente e imprevisível.
_ Contrato de execução continuada ou diferida.
_ Alteração na base econômica do contrato ou seja a balança contratual se desequilibra.
_ Onerosidade excessiva experimentada por uma das partes.
OBS 1: A teoria da imprevisão tem origem na cláusula rebus sic stantibus (estando as coisas como estão), segundo a qual o contrato somente seria exigível se as condições econômicas do tempo da execução fossem semelhantes aás do tempo da celebração.
OBS 2: Lesão X Imprevisão
Lesão é o defeito do negócio jurídico que ocorre quando uma pessoa em necessidade ou inexperiência assume prestação desproporcional, nela o contrato nasce viciado e na imprevisão o contrato nasce válido e no curso de sua execução se desequilibra.
OBS 3: Caso fortuito e força maior X imprevisão
Caso fortuito são condutas humanas imprevisíveis. EX: assalto.
Força maior são os fenômenos naturais inevitáveis. EX: terremoto
A consequência jurídica de ambos é a extinção do contrato sem indenização.
O caso fortuito e a força maior pressupões a extinção do contrato em razão da impossibilidade absoluta de se manter a relação obrigacional. Na imprevisão a impossibilidade é relativa já que é possível a sua revisão.
Princípio da equivalência material
Significa que o ajuste entre as partes deve manter o equilíbrio recíproco ou seja as prestações pactuadas devem-se equiparar, pois as trocas devem ser úteis e justas. Enunciado 22 da JDC.
Princípio da autonomia privada
Em seu sentido amplo significa a liberdade do indivíduo de regular seus próprios interesses sempre respeitando os valores sociais e a dignidade das pessoas. Em relação ao contrato este princípio se manifesta de duas maneiras.
A) Liberdade de contrato diz respeito a liberdade de se contratar quando quizer e com quem quizer.
B) Liberdade contratual significa a possibilidade de se determinar o conteúdo do contrato. Esta é limitada pela função social dos contratos e pelo respeito aos direitos fundamentais.
OBS: Dirigismo contratual: È a possibilidade de intervenção do estado nos contratos para assegurar que ele cumpra sua função social e respeite a dignidade humana.
Princípio da boa fé objetiva
Impõe a todos os sujeitosde todas as relações contratuai o dever de agir com lealdade, honestidade, probidade, confiança, informação, ética etc...são considerados deveresanexos e podem ser exigidos ao lado da obrigação princial.
Boa fé objetiva X Boa fé subjetiva
Subjetiva: È de cunho individual, traduzindo um estado psicológico de incêndio ou desconnhecimento.
OBS: A oba fé objetiva deve ser respeitada antes (fase pré contratual) durante (execução do contrato) e depois do contrato (fase pós contratual).
Funções da boa fé objetiva
Interpretativa ART 113 CC: Ela horienta a interpretação do contrato.
Limitativa da autonomia privada: A boa fé limita o exercício de alguns direitos com a finalidade de evitar abusos a liberdade contratual ficará restrita a se proteger os deveres anexos. EX: cláusulas abusivas no CDC.
Constitutiva de deveres anexos: A boa fé cria deveres laterais que devem ser observados em todos os contratos.
OBS: Qual a consequência jurídica dos descumprimentos dos deveres anexos?
R: Ocorrerá a violação positiva do contrato, que gera responsabilidade civil objetiva ou seja é necessário que se comprove a conduta (desrespeito aos direitos anexos) o dano e o nexo causal entre eles. A responsabilidade não depende da comprovação de culpa. Enunciado 24 JDC.
Formação dos contratos
Para que ela ocorra é necessário o respeio a algumas fases.
1° Fase - De puntuação ou pré contratual
È caracterizada pelas negociações preliminares, sendo anterior a celebração do contrato. Nela as partes, discutem, refletem, ponderam etc...È neste momento que as partes elaboram o esboço do contrato (minuta contratual) esta fase não víncula os sujeitos, exceto em relação aos deveres anexos.
OBS: Fase pré contratual é diferente de contrato preliminar. No contrato preliminar as partes se vínculam a celebração de um outro contrato ou seja, o objeto do contrato preliminar é uma obrigação de fazer qual seja de celebrar outro contrato futuro.
EX: Promesse de compra e venda. Nas negociações preliminares o contrato ainda não exites, havendo apenas tratativas.
2° Fse - Policitação, oferta, proposta ou oblação
Trata-se de oferta de contratar que uma parte faz a outra com o objetivo de celebrar o negócio jurídico. Trata-se de declaração de vontade definitiva, séria e concreta. Quem propõe é o proponente, ofertante ou policitante (ART 427 CC).
OBS: A policitação é a finalização das negociações preliminares. Nestas utiliza-se a expressão popular, proposta que, na verdade não faz parte da fase de policitação, já que a proposta propriamente dita é definitiva e vincula o proponente. A proposta não vinculará o proponente nas seguintes hipóteses.
A) Se a não obrigatoriedade resultar dos termos da proposta. O proponente reserva o direito de se retratar, de mudar de idéia.
B) Se a não obrigatoriedade resultar da natureza do contrato. EX: Ocorre quando um aluno oferece carona de moto aos colegas não sendo possível atender a todos que desejam a carona e a proposta de carona só vinculará em relação ao que primeiro aceitar.
OBS: Proposta aberta ou oferta ao público (ART 429). Trata-se da proposta de contratar feita a uma coletividade, número indeterminado de pessoas. Via de regra tal proposta víncula o proponente, salvo quando tal vinculação não for viável em razão de circunstâncias e dos usos (limitação do estoque).
C) Se a não obrigatoriedade de resultar das circunstâncias do caso previstas no ART 428 I a IV.
I - Se as pessoas estão presentes e a proposta foi feita sem prazo, a aceitação deve ser imediata, sob pena de perda da eficácia da proposta.
OBS: Pessoa presente X pessoa ausente
Presente são as pessoas que mantêm contato simultâneo, direto. EX: Telefone, chat etc...
Pessoas ausentes são aquelas que não mantêm contato direto e imediato. EX: carta, email, messenger e o zap podem gerar contratos entre presentes e ausentes.
II - Se a proposta ocorre entre ausentes e sem prazo deve-se aplicar um tempo razoável para se obter a resposta.
III - Se a proposta é feita entre ausentes e com prazo para resposta, e esta não ocorre dentro do prazo, a proposta perde a sua eficácia.
IV - Traz a possibilidade do proponente se retratar que pode ocorrer antes do conhecimento dela ou junto da ciência da proposta.
OBS: Morte ou interdição do proponente acarretam a responsabilidade de herdeiros ou dos representantes?
R: herdeiros e os representantes ficaram vinculados a proprosta feita pelo decujus e pelo incapaz respeitando-se o limite patrimonial dessas pessoas. 
Quando for obrigação personalisima assumido pelo proponente, sua morte ou interdição gera a extinção da obrigação.
3° fase da aceitação
A concordância da outra parte com os termos da proposta; é a manifestação da vontade indispensável para a conclusão do contrato.
Quem aceita é chamado de aceitante ou oblato. ART 431
Havendo prazo para a estercorização da aceitação e esta ocorrer fora do prazo modificando a proposta, considera-se que a parte não aceitou e realizou contraproposta.
Aceitação pode ser:
a) TÁCITO: (ART 432)]
Decorre de condutas do aceitante que revelam o seu consentimento.
EX: fornecedor que envia produtos a um sujeito que os utiliza mensalmente e paga os boletos. Caso o sujeito não queira mais os produtos deverá comunicar previamente a sua não aceitação.
b) EXPRESSA:
Decorre de declaração do aceitante que manifesta a sua anuência.
Assim como a proposta a aceitação tem força vinculada, exceto nas seguintes hipoteses;
*ART 430
A aceitação foi expedida no prazo, mais chegou tarde ao proponente, que ja tinha celebrando o contrado com um terceiro. Ex: carta.
*ART 433
refere-se a retratação da aceitação.
OBS: assim como a proposta a aceitação pode ser:
entre presentes poderá ter prazo ou não; se houver prazo a aceitação deve ocorrer dentro deles.
se não houver prazo a aceitação deve ser imediata. 
no momento em que o oblato aceita a proposta forma-se o conssentimento e o contrato está apto a surtir efeitos.
Entre ausentes ART433 e 434
Nesta hipótese há divergência para se definir qual o momento da formação do contrato, da criação do conssentimento ,existem as seguintes teorias:
Teoria da declaração ou agnição: Dispensa o conhecimento da resposta pelo proponente. Ela se divide em:
A) Teoria da declaração propriamente dita: Para ela o contrato se forma quando o aceitante declara que o aceitou (redigindo a resposta por exemplo).
B) Expedição: Sustenta que o contrato se forma quando a resposta é expedida, enviada.
C) Recepção: O contrato se forma quando o proponente recebe a resposta.
Teoria da cognição ou Informação: Pouco prática, mais defende que o contrato se forma quando o proponente toma conhecimento da resposta.
OBS: Qual a teoria adotado pelo código civil? ART 433
Pelo ART 434 como regra a teoria da expedição, e a exceção seria a teoria da recepção. A doutrina diverge sobre sobre este tema, pois a redação do ART 433 e o enunciado 173 indicam a importância da recepção para a formação do contrato.
Lugar de formação do contrato ART 435
O contrato é considerado celebrado no lugar em que foi proposto, onde a proposta foi formulada.
OBS: Em se tratando de contratos eletrônicos é dificil que a proposta e a aceitação ocorram no mesmo lugar. Dessa maneira:
_ Se as partes estiverem no brasil vale a regra do ART 435.
_ Se o proponente é estrangeiro e aceitante é brasileiro (consumidor) aplica-se as seguintes regras:
_ ART 9° § 2° LINDB: O contrato internacional é celebrado no país em que residir o proponente . Aplicando-se a respectiva legislação.
ART 21 NCPC e ART 101: Conforme estes artigos apesar do contrato ser considerado celebrado no país do proponente, o consumidor prejudicado poderá ajuizar a ação no brasil.
_____________________________________________________________________
Interpretação do contrato
Ocorrerá quando as partes entrarem em divergência sobre o conteúdo do contrato , seus efeitos e cláusulas. A interpretação busca solucionar a controversa, determinando o sentido das palavras e a real intenção das partes.
Espécies de interpretaçãoDeclaratória: Tem por objetivo estabelecer a intenção das partes na celebração do contrato.
Integrativa ou construtiva: Tem por objetivo aproveitar o contrato suprindo pontos omissos deixados pelas partes. O intérprete complementa o contrato, criando normas para solucionar o conflito.
Princípios Interpretativos
ART 112: Determina a prevalência da intenção das partes na celebração do contrato sobre a literalidade do contrato. A manifestação da vontade=interna +externa.
113 e 422: A boa fé é parâmetro interpretativo, que exige que o intérprete privilegie entendimento baseado na lealdade e confiança entre as partes.
Conservação ou aproveitamento do contrato ART 170: O intérprete busca salvar a relação contratual conservandoa, ao adotar a interpretação que transforma o contrato nulo em um contrato válido respeitando a vontade das partes, conversão contratual.
ART 114: Nos contratos gratuitos e portanto benéficos, bem como na renúncia devem ser interpretados de forma restritiva, uma vez que o titular dos direitos abrirá mão deles.
Ler artigos 423 a 426
_____________________________________________________________________
Classificação dos contratos quanto a qualidade dos sujeitos
A) Contratos de direito comum ou civil.
De direito comum: São aqueles estabelecidos entre particulares não concretizada a relação de consumo, havendo igualdade entre as partes.
De consumo: È aquele em que uma das partes é o consumidor e a outra parte é o fornecedor. Tais contratos são regidos pelo CDC.
Quanto ao momento do aperfeiçoamento do contrato
A) Contrato consensual: È aquele que se aperfeiçoa com um simples acordo de vontade entre as partes. EX: Compra e venda
B) Contrato real: È aquele que se aperfeiçoa somente com entrega da coisa (tradição da coisa). Não obsta o acordo de vontades para celebração do contrato. EX: mútuo, depósito.
Quanto a forma
A) Contratos formais ou solenes: È aquele cuja a forma é determinada em lei. EX: compra e venda de imóvel de valor superior a 30 salários mínimos (ART 108) fiança ART 819.
B) Contratos informais ou não solenes: È a regra pois vigora o princípio da liberdade de forma. As partes podem adotar a forma que quizerem. EX: Compra e venda de bem imóvel e o contrato de mandato.
Quanto a Tipicidade
A) Contrato típico: São aqueles previstos em lei. EX: compra e venda, locação.
B) Atípicos: São aqueles sem previsão legal sendo fruto da autonomia privada das partes, que criam uma nova relação contratual. EX: contrato de franquia, eletrônicos.
OBS: Contratos nominados e inominados. Nominado é aquele que possui um nome (franquia) compra e venda etc... e inominado é o contrato desprovido de nome. Todo contrato típico será nominado mas nem todo contrato atípico será inominado.
Quanto a participação do estado no contrato
A) Contrato de direito público: São aqueles que tem um dos pólos a administração pública. Aplicam-se as normas de direito administrativo e, na ausência de previsão, utiliza-se as normas civis contratuais.
B) Contratos de direito privado: O contrato é entre particulares e regido pelo direito civil. EX: locação.
Quanto as obrigações recíprocas
A) Contratos unilaterais: È aquele que tem por objeto uma relação obrigacional simples, ou seja uma das partes será apenas credor e a outra apenas devedor. EX: Contrato de doação.
b) Bilateral: Tem por objeto uma relação obrigacional complexa pois ambas as partes serão ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra. EX: compra e venda. Contrato também chamado de sinalagmático.
C) Plurilateral ou plúrimo: Caracteriza-se pela presença de direitos e deveres recíprocos entre todos os sujeitos contratuais. EX: consórcio, contrato de sociedade.
Quanto ao sacrifício patrimonial das partes
A) Contrato gratuito ou benéfico: È aquele em que somente uma das partes experimenta sacrifício patrimonial. Só há uma prestação, não existindo a contraprestação.
B) Oneroso: È aquele em que ambas as partes experimentam sacrificio patrimonial ou seja existe uma prestação e sua correspondente contraprestação.
OBS: Via de regra os contratos bilaterais serão onerosos e os unilaterais são gratuitos excepcionalmente teremos bilaterais gratuitos e unilaterais onerosos.
Mandato sem remuneração
Bilateral gratuito, é bilateral pois o mandante tem o direito de ser repredentado e o dever de indenizar as despesas a representação. O mandatário tem o direito de receber as despesas e o dever de representar. È gratuito porque o mandatário somente sofre sacrificio patrimonial. Tais contratos são também chamados de bilaterais.
Doação com encargo: È unilateral pois o doador é o devedor e o donatário é o credor, é oneroso por que o doador perde a coisa doada e o donatário tem que cumprir o encargo ou seja ambos sofrem sacrificio patrimonial.
Quanto ao elemento sorte (alea=sorte)
Comultativo: As partes já sabem com exatidão quais são suas prestações ou seja elas são certas e as partes já sabem que deverão cumprilas. EX: locação.
Aleatórios: São aqueles em que há presença da álea (sorte, risco) ou seja a prestação de uma das partes não é certa dependendo da sorte. EX: loteria, sorteio.
 QUANTO AS RELAÇÕES RECÍPROCAS
Contrato principal: São aqueles que têm existência própria, são independentes. EX: compra e venda, locação.
Contrato acessório: È aquele que só existe em função de um outro, dele dependendo. EX: fiança
OBS: Princípio da gravitação jurídica: O acessório segue o principal, ou seja, se o contrato principal for inválido o acessório também será; a recíproca não é verdadeira
OBS 2: Contratos coligados: São aqueles contratos principais que se unem por vontade das partes através de um mesmo fato. O inadimplemento contratual de um deles não enseja o fim dos demais. EX: o contrato de trabalho, de plano de saúde, plano odontológico etc.
QUANTO AO MOMENTO DE CUMPRIMENTO DO CONTRATO
A)Contrato de execução imediata: Protrair(prolongar) Também chamado de contrato instantâneo, caracterizado pela coincidência entre o momento de celebração e o momento de execução, sendo eles concomitantes.
B)Contrato de execução diferida: São aqueles em que o momento da execução ocorrerá posteriormente ao momento da celebração.
C)Contrato de execução continuada ou de trato sucessivo: È aquele em que a execução se prolonga no tempo de modo periódico. EX: prestação de serviços educacionais.
QUANTO A IMPOSIÇÃO DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS
A)Contrato paritário: È aquele em que as partes constroem conjuntamente as cláusulas contratuais, havendo mútua participação.
B)Contrato de adesão: ART. 54 DO CDC. ART. 423 E 424 DO CC.
O artigo 423 prestigia o aderente impondo que os contratos ambíguos sejam interpretados de modo favorável a ele.
O artigo 424 determina a nulidade de cláusulas que estabeleçam a renúncia de direitos do aderente relativos ao contrato. 
OBS: Exceção do contrato não cumprido ART. 476 CC: trata-se de defesa que permite a uma das partes, surpreendida pelo outro contratante, o poder de se opor a exigência dele, em virtude do não cumprimento da sua obrigação.
CLÁUSULA SOLVE ET REPETE : È uma cláusula convencionada em que as partes renunciam ao direito de utilizar a exceção do contrato não cumprido, podendo uma das partes ser obrigada a pagar independentemente do cumprimento da obrigação pela outra. Esta cláusula será considerada nula se prevista em contrato de adesão.
VÍCIOS REDIBITÓRIOS art. 441
São os defeitos ocultos não aparentes que, em contrato comutativo, diminuem o valor da coisa ou prejudica a sua utilização.
OBS: ART. 444 – O defeito oculto não pode ter sido causado por mau utilização ou descuido do comprador, devendo estar presente quando da tradição da coisa.
Requisitos do vício redibitório
- Existência de um contrato comutativo
- A presença do vício oculto no momento da tradição
- Diminuição do valor da coisa ou prejuízo da utilização dela.
Conseqüência da presença do vício redibitório ART 441 e 442 
A)O comprador pode rejeitar a coisa, redibindo (desfazendo) o contrato, exigindo o preço pago mais perdas e danos.Ação redibitória.B)Pedindo o abatimento do preço e ficando com a coisa.Ação estimatória.
OBS: Ações edilícias – São os instrumentos judiciais que podem ser utilizados pelo adquirente para se resguardar contra vícios redibitórios. ART 443 se o alienante sabia do vício oculto ele arcará com perdas e danos, se desconhecia não terá o dever de indenizar o adquirente.
Prazos das ações edilícias ART 445: 
C) O ART. 445 define dois prazos para situações distintas:
-No caso de vícios ocultos: bem móvel 30 dias e imóvel um ano contados da entrega efetiva.
-Vício oculto: que só pode ser detectado mais tarde com a utilização da coisa: até 180 dias para bem móvel e um ano para bem imóvel contado a partir da ciência do defeito.
OBS: Se o alienante oferecer garantia sobre a coisa os prazos acima só correrão ao final dela, mais cabe ao adquirente informar ao alienante uma vez detectado o vício no prazo de 30 dias. ART 26 do CDC.
OBS: Se o vício se apresentar em produto ou serviço, objeto de relação de consumo, aplica-se o disposto no art. 26 do CDC que leva em consideração o fato da durabilidade do produto ou serviço.
EVICÇÃO
Traduz a idéia de perda, pois o adquirente perde a coisa transferida em razão de sentença ou ato administrativo, que reconhece o direito anterior de um terceiro (evicto) pois o alienante vende aquilo que não é seu (venda a non domino)
A (alienante) _______________B (evicto) ______________C (evictor)
EX: A vende para B um bem que não lhe pertence e sim a C.
Partes da evicção
Alienante: È aquele que transfere um bem que não é seu (venda a non domino)
Evicto: È o adquirente, aquele que perde a coisa transferida.
Evictor: È o terceiro que reivindica a coisa, tendo uma sentença ou ato administrativo a seu favor.
OBS: ART 457 e 109 NCPC
Se o adquirente sabia que a coisa pertencia a outra pessoa ou que ela era litigiosa (é aquela cuja a propriedade é disputada em juízo) não poderá alegar a garantia contra a evicção.
Requisitos para a evicção
È o alienante que responde pelos vícios da evicção, e sua responsabilidade deriva da lei. Para tanto devem se preencher os seguintes requisitos:
A) Aquisição de um bem através de um contrato oneroso: (que ambas as partes tem sacrifício patrimonial ART 447).
OBS (Hasta pública): A evicção poderá ser aplicada inclusiva em bens adquiridos em hasta pública (leilão público promovido pelo poder judiciário) conforme o ART 447. Caso o arrematante venha a perder o bem que comprou do devedor no leilão público, ele poderá primeiro cobrar o valor do bem do devedor no processo de execução, já que o bem saiu do patrimônio dele. Não sendo isso possível, poderá demandar o credor que se beneficiou com da arrematação
B) A perda da posse ou propriedade do bem em razão de decisão judicial ou ato administrativo (apreensão do bem pela polícia).
OBS: Informativo 519 STJ: Para que o evicto possa exercer o seu direito contra o alienante, perdendo a coisa através de decisão judicial, não exige-se o trânsito em julgado desta.
OBS 2: ART 448 e 449: Apesar da responsabilidade pela evicção derivar da lei as partes podem diminuíla, agravála ou excluíla através de cláusula expressa contratual; na hipótese de exclusão o alienante continuará responsável pelo valor da coisa desde que o adquirente comprove que não sabia do risco da evicção ou, mesmo sabendo não o assumiu.
Evicção total da coisa ART 450
O alienante é responsável pela restituição do preço da coisa bem como de todas as quantias previstas no ART 450.
Evicção parcial ART 455
Deve se analisar se a perda é considerável ou não, sendo este um conceito subjetivo, e parte da doutrina defende que a perda é considerável quando supera a metade do valor do bem. Nessa hipótese o adquirente poderá demandar a extinção do contrato ou o abatimento proporcional no preço; se a perda não for considerável só é cabível o abatimento proporcional no preço.
OBS: Denunciação da lide é forma de intervenção de terceiro, caracterizada por ser uma ação regressiva, que pode ser proposta por qualquer das partes para viabilizar uma pretensão indenizatória do denunciante contra um terceiro, caso venha a perder a ação principal.
OBS 2: O evicto diante da perda da coisa adquirida pode não utilizar a denunciação da lide, optando por propor uma ação autônoma contra o alienante sendo que tal pretensão deve ser exercida em tres anos contados da data da perda da coisa conforme ART 206 §3° Inc V.
_____________________________________________________________________
Extinção dos contratos
Como os direitos obrigacionais são provisórios a tendência é o desaparecimento, o fim do contrato. São formas de extinção dos contratos:
1) Extinção natural ou normal: Relaciona-se ao fim do contrato em razão da ocorrência de uma circunstância esperada pelas partes. 
A)Cumprimento do contrato pelas partes: Ha a exaustão do objeto contratual.
B) Verificação de elementos acidentais no contrato: Os contratos podem ter como elementos o termo, a condição ou o encargo, que limitam a duração dos contratos bem como seus efeitos. EX: Contrato com prazo determinado, nele está presente o termo inicial e final e o contrato só surtirá efeitos durante seu prazo.
2) Extinção anormal do contrato por causas anteriores ou contemporâneas a formação do contrato: São situações não esperadas pelas partes o que impossibilita o cumprimento contratual, gerando a sua extinção.
A) Causas de invalidade dos contratos: Abarca as hipóteses de nulidade anulabilidade.
B) Redibição: È um fenômeno anterior a celebração do contrato caracterizado pela presença de vícios redibitórios que diminuem o valor da coisa ou prejudicam o seu uso, cabendo ao interessado a faculdade de redibir o contrato (extinguir o contrato) ou o abatimento proporcional no preço.
C) Direito de arrependimento: 
ARRAS: São disposições convencionais pelas quais uma das partes entrega determinado bem a outra como garantia da obrigação pactuada. ART 417.
Tipos de ARRAS
A) ARRAS confirmatórias ART 418: È o sinal que marca o início da execução do contrato, não garantindo o direito de arrependimento. Por isso:
_ Se o sujeito que deu as ARRAS se arrepende ele perderá o sinal.
_Se o sujeito que recebeu as ARRAS se arrepende terá que devolver o sinal mais pagar do próprio bolso o mesmo valor (o equivalente).
OBS: E se o prejuízo da parte inocente superar o valor do sinal? Resposta ART 419.
B) ARRAS penitenciais ART 420: Tem natureza indenizatória garantindo o direito de arrependimento para qualquer das partes, os efeitos são os mesmos das ARRAS confirmatórias, salvo quanto a possibilidade da indenização suplementar, que é vedada nas ARRAS penitenciais. Nas ARRAS confirmatórias se o sujeito se arrepende ele é considerado inadimplente, nas ARRAS penitenciais isso não ocorre, pois ela garante o direito de se arrepender.
C) Direito de arrependimento: Está previsto quando do estabelecimento de ARRAS penitenciais, que autoriza as partes a se arrepender. 
3) Extinção anormal do contrato por fatos posteriores: Ocorre quando o contrato é extinto por fatos supervenientes a sua celebração.
OBS: A palavra rescisão assume dois sentidos jurídicos: no sentido clássico se refere a invalidação do contrato por lesão ou estado de perigo. No sentido contemporâneo rescisão significa a extinção do contrato por fatos posteriores a celebração, sendo gênero, que comporta as seguintes espécies:
A) Resolução ART 474 e 475: Traduz a dissolução do contrato por inadimplemento. Ocorre nas seguintes hipóteses:
A.1) Resolução por inexecução voluntária: Relaciona-se com a impossibilidade da prestação por culpa ou dolo do devedor, que descumpre a obrigação pactuada, sendo obrigado a ressarcir as perdas e danos. ART 389 e 390 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. 
OBS: O que se entendepor inadimplemento substancial? È a teroria que defende a impossibilidade da extinção contratual quando houver o cumprimento de quase a integralidade da prestação, cabendo apenas ao credor a cobrança dos valores em aberto e seus acessórios, preservando a relação contratual.
OBS 2: Clásusula resolutória ou resolutiva ART 474 e 475: È aquela cláusula contratual que extingue o negócio jurídico diante do seu descumprimento. Ela pode ser:
_ Expressa: È aquela prevista pelas próprias partes no contrato, não dependendo de notificação, operando efeitos de pleno direito. A resolução é automática.
OBS: Mora "EX RE" - Não depende de notificação
 Mora "EX PERSONAE" - Depende de notificação
_ Tácita: Ocorre quando a cláusula resolutiva não é expressa no contrato e o credor tem o dever de notificar o devedor inadimplente, comunicando sobre a resolução do contrato.
OBS: Nod contratos de consumo, ainda que haja clausula resolutiva expressa o consumidor deverá ser comunicado da dissolução do contrato, em respeito a sua vulnerabilidade. 
A cláusula resolutiva gera a possibilidade do credor prejudicado pelo inadimplemento de: 
_ Resolver o contrato e exigir perdas e danos.
_ Exigir o cumprimento do contrato e perdas e danos.
A.2) Inexecução involuntária: È o descumprimento contratual por fato alheio a vontade dos contratantes, ocorrendo nas seguintes hipótese:
_ Força maior: Fenômenos naturais inevitáveis.
_ Caso fortuito: São as condutas humanas imprevisíveis.
A resolução do contrato por inesexução involuntária não gera o direito a perdas e danos.
OBS: Hipóteses em que a parte responde pelo caso fortuito ou força maior:
ART 399: Se o devedor estiver em mora, a não ser que prove a ausência de culpa ou que a perda do objeto da obrigação ocorreria de qualquer modo, responderá pelos danos provenientes do caso fortuito e força maior.
ART 393: Havendo previsão no contrato para responsabilização pelos prejuízos decorrentes do caso fortuito e força maior diante da cláusula de assunção convencional.
A.3) Resolução por onerosidade excessiva ART 478
A resolução ocorre em decorrência de um evento extraordinário e imprevisível que dificulta o cumprimento do contrato, de execução diferida oucontinuada, gerando a sua extinção.
B) Resilição: Significa o fim do contrato pela simples manifestação de vontade da parte, através do exercício de um direito potestativo (é aquele que não admite contestação). Ela pode ser:
B.1) Unilateral ART 473: È a dissolução do contrato pela simples declaração de vontade de uma das partes, desde que a lei autorize tal prática (é a exceção). Ela ocorre nas seguintes hipóteses:
_ Denúncia: È o modo de resilir o contrato através da imposição da vontade de um dos contratantes ao outro. Sendo precedida da notificação. EX: denúncia vazia (sem motivo) na locação por prazo indeterminado.
_ Revogação: Ocorre quando houver quebra da confiança entre as partes contratantes. Cabe a revogação por parte do mandante no mandato; Do depositante no depósito; Do comodante no comodato.
_ Renúncia: Ocorre quando a parte responsável não quer a continuidade da relação contratual por quebra da confiança. Cabe a renúncia do mandatário no mandato; Do depositário no depósito; Do comodatário no comodato.
B.2) Bilateral ART 472: Também chamada de distrato sendo um novo contrato em que ambas as partes querem por fim ao contrato anterior de comum acordo. O exercício do direito potestativo por ambas as partes gera a convergência de vontades para o fim do contrato. A forma do distrato deve ser a mesma forma adotada no contrato anterior.
C) Por morte da parte contratante: A morte é causa de extinção do contrato quando a obrigação assumida for personalíssima. EX: No contrato de fiança a obrigação é personalíssima, morrendo o fiador seus herdeiros não garantirão as obrigações contraídas posteriormente a morte.
Nas demais obrigações contratuais os herdeiros do falecido assumiram a posição contratual dele. EX: Na promessa de compra e venda, quando o vendedor morre e o comprador paga o valor do bem, é dever dos herdeiros do vendedor celebrá o contrato definitivo de compra e venda.
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CONTRATOS EM ESPÉCIE
Compra e Venda
È o contrato bilateral pelo qual uma das partes (vendedor) se obriga a transferir a propriedade de uma coisa a outra pessoa (comprador) mediante pagamento de um preço em dinheiro.
OBS: A compra e venda tem caráter obrigacional e não real, visto que o direito real de propriedade será transferido através de um outro ato jurídico:
_ Bem móvel: Tradição
_ Bem imóvel: registro
Características da compra e venda
Contrato bilateral: pois ambas as partes assumem direitos e deveres ou seja, são credores e devedores uns dos outros.
Oneroso: Ambas as partes experimentam sacrifício patrimonial.
Comutativo: Na compra e venda ambas as partes sabem quais são as suas prestações.
OBS: A compra e venda excepcionalmente pode ser aleatória, em que a prestação de uma das partes é incerta no momento da celebração do contrato. São vendas aleatórias:
1- As que dizem respeito a coisas futuras.
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
A) Compra e venda de coisa futura com assunção de risco pela existência (emptio spei-ART 458 C.C) (Ex: pago cem reais a um pescador pelo que ele trouxer no barco ao final do dia; a depender da quantidade de peixe capturado, o comprador ou o pescador sairá ganhando, mas mesmo que não venha nada, o preço continua devido, 458; outros exs: colheita de uma fazenda, tesouros de um navio afundado, ninhada de uma cadela, etc).
Ocorre quando um dos contratantes, na alienação de coisa futura, toma para sí o risco relativo a existência da coisa, ajustando um preço, que será devido integralmente, mesmo que nada se produza.
B) Compra e venda de coisa futura sem assunção de risco pela existência (emptio speratae-ARt 459 C.C)
Emptio rei speratae: aqui o risco é na quantidade, então se não vier nada, ou se nada for produzido, o preço não será devido, depende do que for combinado entre as partes.
Ocorre quando um dos contratantes não assume totalmente os riscos já que o alienante compromete-se a entregar alguma coisa ou seja a coisa tem que existir em qualquer quantidade.
2- Compra e venda de coisa existente, mais sujeita ao risco de se perder, danificar ou depreciar.
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.
O objeto do contrato é coisa que já existe, porém ela se submete ao risco de se perder, danificar ou depreciar, e o adquirente assume esse risco, e o vendedor terá direito ao preço independentemente do evento danoso.
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4) Informal/não solene e formal/solene
A compra e venda pode se apresentar das seguintes maneiras:
A) Bem imóvel de valor superior a 30 SM ART 108 (contrato formal e solene)
B) Bem imóvel de valor igual ou inferior a 30 SM (contrato formal e não solene)
C) Bem móvel de qualquer valor (contrato informal e não solene)
5) Consensual
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
È aquele que se aperfeiçoa pela simples manifestação de vontade das partes.
6) Típico (que tem previsão legal)
_____________________________________________________________________Elementos da compra e venda
Partes: Vendedor e comprador devem ser capazes e legitimados.
Conssentimento: È retratado através do acordo entre as partes que deve ser livre e espontâneo, recaindo sobre a coisa e o preço.
Preço: È a remuneração do contrato, sua estimativa econômica, devendo ser certo e determinado, e em moeda nacional.
OBS: A compra e venda não se desnatura se o vendedor, diante do inadimplemento do comprador, aceita receber coisa diversa do dinheiro, caracterizando a dação em pagamento (adimplemento do contrato com coisa diversa).
Tipos de preço
A) Preço por cotação ART 486 e 487
EX: Variação do dólar, do ouro, da bolsa de valores, arroba do boi.
Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.
Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação. 
B)Preço por avaliação ART 485
EX: Perito, corretor de imóveis.
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa.
C) Preço unilateral ART 489
O preço manipulado pelos cartéis
Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.
D)Preço tabelado e preço médio ART 488 enunciado 441
EX: Tabela fipe
Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor.
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Objeto da compra e venda
È a coisa a ser vendida, devendo ser lícita, possível, determinada ou determinável; Atual ou futura.
OBS: Venda a non domino (venda de quem não é dono) ou seja o sujeito vende aquilo que não é seu. O contrato existe, é valido, mais sua eficácia fica condicionada a aquisição da coisa no futuro.
OBS 2: Bem litigioso pode ser objeto de compra e venda? ART 109 NCPC
È possível a vende de bem litigioso mais o adquirente fica impedido de alegar a evicção. 
Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono.
§ 1o Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição.
Não pode ser objeto de compra e venda.
_ Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. 
_ Bens personalíssimos são aqueles integrantes da personalidade. EX: honra, vida
_ Bens fora do comércio ART 1911 C.C - São aqueles gravados com a cláusula de inalienabilidade (impossibilidade de se transferir)
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Restrições a autonomia privada na compra e venda
Compra e venda de ascendente para descendente ART 496 e Súmula 377 STF
Para o pai vender um bem para um filho ele precisa da autorização dos demais filhos e de sua esposa, sob pena de anulação da venda.
OBS: O § único do ART 496 determina a desnecessidade da autorização do conjuge quando o alienante for casado pelo regime da separação obrigatória/legal. No entanto deve-se aplicar a súmula 377 do STF que altera os efeitos de tal regime, estabelecendo a comunhão parcial, ou seja a comunicação do patrimônio adquirido onerosamente durante o casamento.
OBS 2: A anulação da referida venda somente é possível se o prejudicado provar o prejuízo e a inexistência da autorização.
OBS 3: Qual o prazo para se promover a ação anulatória da compra e venda entre ascendente e descendente? Conforme o ART 179 C.C e enunciado 368 e 545 o prazo é decadencial de dois anos contados da celebração do contrato.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato ou seja da celebração do contrato.
Compra e venda entre cônjuges ART 499
È possível desde que o objeto seja um bem particular.
_ Comunhão parcial de bens é possível em relação aos bens particulares (aqueles adquiridos onerosamente durante o casamento).
_ Comunhão universal de bens é possível quanto aos bens incomunicáveis (ART 1668).
_ Participação final dos aquestros é possível quanto aos bens que não entram na participação dos aquestros.
_ Separação convencional é possível em relação a todos os bens.
_ Separação obrigatória aplica-se a mesma regra da comunhão parcial.
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.
Compra e venda por pessoas casadas ART 1647
A outorga conjugal só é necessária na alienação de bens imóveis.
_ Se um sujeito casado quizer vender bens de sua propriedade é necessário que se observe a natureza desse bem.
_ Se o bem for móvel a lei não exige a outorga conjugal (autorização do conjuge)
_ Se o bem for imóvel a lei exige a outorga conjugal salvo se casado no regime da separação absoluta/convencional.
OBS 1 : A recusa injustificada do conjuge em conceder a outorga pode ser suprida pelo juiz.
OBS 2 : E se o contrato for celebrado sem a outorga conjugal? ART 1649
R: A falta da outorga gera negócio jurídico anulável sendo que o prazp da ação anulatória é decadencial de dois anos contados do fim do casamento. O conjuge que não autorizar pode ratificar o ato posteriormente.
Venda de bens sob administração ART 497 e 498
Compra e venda de bem condominial ART 504
Não pode um condômino em coisa indivisível vender sua parte a estranhos se outro condomino a quizer nas mesmas condições do terceiro. O condomino prejudicado no seu direito de preferência poderá haver para sí a coisa no prazo de 180 dias (decadencial), depositando o preço.
OBS: Início da contagem do prazo de 180 dias há divergência da doutrina, uns defendem o início apartir da celebração do contrato e outros da ciência da alienção.
Ler § único do ART 504
Vendas Especiais
1) amostras, protótipos ou modelos ART 484.
Amostra é a reprodução perfeita e corpórea do objeto a ser vendido;
Protótipo é o primeiro exemplar do objeto a ser vendido;
Modelo é a reprodução exemplificativa através de imagem ou texo do objeto a ser vendido.
2) Venda adi mensuran e ad corpus
Ad Corpus: È a venda pelo corpo em que o bem é vendido como uma coisa certa e determinada, não importando a sua metragem. EX: venda da fazenda são paulo. ART 500 § 3°.
Ad Mensuran: È a venda por medidda, importante a metragem do bem. ART 500 caput.
_ Exigir o complemento de área e se isso não for possível. (Ação "Ex empto")
_ Resolver o contrato ou pedir o abatimento proporcional no preço.
OBS 1:ART 500 § 1°: È irrelevante a diferença na metragem que não exceda 5% da área total.
OBS 2: Tais bens se aplicam aos bens imóveis.
OBS 3: ART 500 § 2° : Se o vendedor vender mais que imaginava caberá ao comprador escolher entre pagar pelo excesso ou devolvelo.
3) Venda de coisas conjuntas ART 90 e 91 e 503
È o contrato que tem objeto universalidades de fato ou de direito. O vício oculto de um bem que compõe a universalidade não autoriza a rejeição de toda ela.
OBS: Venda coletiva: È aquela em que as coisas vendidas são consideradas como um todo só. EX: par de sapatos.
O vício oculto de um bem que compõe o objeto autoriza a rejeição do par.
Cláusulas Especiais da compra e venda
_ são previsões acessórias que podem estar presente ou não no contrato.
Retrovenda: Estipula que o vendedor poderá reaver o imóvel que está sendo alienado. Ele terá o prazo de 3 anos para exercer esse direito restituido preço bem como as despesas autorizadas e benfeitorias necessárias.
OBS: E se comprador não quiser reevender?Ele não tem escolha em respeito ao princípio da autonomia privada, já que ela está expressamente no contrato que ele assinou.
Perempção convencional 
Cláusula de preferência convencional ART 513 c.c
È aquela em que o comprador de um bem terá a obrigação de oferecelo ao vendedor para que ele diga se ou não comprálo exercendo seu direito de preferência, diante de uma alienação futura.
Prazos de exercícios da preferência a convencional
Existem dois prazos:
_ Prazo de extenção da preferência - até 180 dias para móveis e até dois anos imóveis. ART 513 CC
_ Prazo para manifestação do vendedor após a sua notificação - 3 dias para móveis e 60 dias para imóveis. ART 516 CC.
_ Desrespeito ao direito de preferência ART 518 CC.
Se o comprador vender o bem sem respeitar a preferência do vendedor será responsabilizado pelas perdas e danos experimentada para o vendedor. Ou seja o comprador deverá indenizar o vendedor pelos danos sofridos e o terceiro não perde o bem.
_ Prazo prescricional de 3 anos ART 206 §3°.
OBS: O direito de preferência convencional é intransmissível e persspnalíssimo.
Venda com reserva de domínio ART 521
 Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
Prevista em uma cláusula que submete os efeitos do contrato ao pagamento intergral do preço ou seja o vendedor reserva para sí a propriedade, transferindo somente a posse. A propriedade só será transferida após o pagamento integral do preço.
OBS: Objeto da compra e venda com reserva de domínio (art 523) é o bem móvel infungível ou seja aquele que não pode ser substituído.
Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa insuscetível (de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, decide-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé.
Perecimento da coisa ART 524
Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue.
Não se aplica a regra do res perit domino (a coisa perece para o dono) já que a lei determina a responsabilidade do comprador pelo perecimento do bem a partir do momento da transferência da posse.
Forma da cláusula de venda com reserva de domínio ART 522
 Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros.
Exige que esta cláusula conste de maneira expressa e escrita no contrato de compra e venda, que poderá ser levado a registro no cartório de títulos e documentos do domicílio do comprador, gerando eficácia erga omnes.
OBS: Se o comprador se encontra inadimplente quais as condutas cabiveis ao vendedor.
_ Promover a cobrança das parcelas vencidas e vincendas ou recuperar a posse do bem móvel através da ação de busca e apreensão.
Venda a contento ou venda sujeita a prova ART 510
 Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina.
È a venda caracterizada por uma condição suspensiva qual seja a satisfação do comprador. Enquanto o comprador não manifestar sua vontade suas obrigações são de mero comodatário (comodato é o empréstimo gratuito de bem infungível).
OBS: Prazo para manifestação do comprador ART 512
Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável. 
As partes podem estipular um prazo e ultrassado ele sem aprovação do comprador o contrato será desfeito caracterizando a mora do comprador caso não devolva o bem. Se não houver prazo cabe ao venddedor notificar o comprador estipulando um prazo para dizer se aprova ou não o bem.
Cláusula de venda sobre o documento ART 529 (trust receipt)
 Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos.
Tem por objeto bens móveis que, via de regra tem sua propriedade transferida através da tradição (entrega do bem móvel) na compra e venda com esta cláusula a propriedade é transferida com a entrega dos documentos e não com a tradição.
Efeitos da compra e venda
1) Garantia por evicção
2) Garantia por vício redibitório
3) Garantia contra o perecimento da coisa ART 492
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.
Via de regra aplica-se a máxima Res perit domino (a coisa perece para o dono). Como é a tradição que transfere a propriedade, antes dela os riscos são do vendedor em relação a coisa e em relação ao preço os riscos são do comprador.
4) Repartição das despesas com a compra e venda ARt 490 e 502
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
Art. 502. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos que gravem (que incidem sobre a coisa) a coisa até o momento da tradição.
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Promessa de compra e venda ou compromisso de compra e venda 
ART: 1225 1417 e 1418
Art. 1.225. São direitos reais:
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.
È o contrato preliminar que tem como objeto uma obrigação de fazer, qual seja de celebrar um contrato futuro de compra e venda. Não há transferência de propriedade, mais apenas a assunção de uma obrigação de fazer. Segundo o ART 1417 a promessa de compra e venda irretrátável (em que não há a possibilidade de arrependimento), celebrada por instrumento público ou particular tem que ser registrada no CRI para que surja o direito real do promitente comprador (ART 1225 inciso VII).
OBS: Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
O contrato de promessa de compra e venda não opera a transferência de um direito real por isso não importa o seu valor, podendo as partes celebrála por instrumento público ou particular ART 108 e 1417. Na compra e venda já é diferente pois o ART 108 exige a forma pública para os contratos em que há transferência de um direito real, que no caso da compra e venda é a propriedade.
A promessa de compra e venda pode ser:
A) Registrada na matrícula do imóvel no CRI: O registro gera a publicidade do contrato a sociedade, operando efeitos erga omnes, gerando a eficácia real da promessa e a consequente adjudicação compulsória. Isso é possível porque, apartir do registro da promessa, surge para o promitente comprador um direito real (ART 1225 inciso VII).
Obrigação de eficácia real: Surge apartir da existência de um direito real, caracterizada pela possibilidade de oponibilidade a terceiros diante da anotação no registro imobiliário.
Adjudicação compulsória (Súmula 413 STF e ART 501 NCPC): È a ação disponibilizada ao promitente comprador com contrato quitado e sem cláusula de arrependimento, que tem por objetivo o reconhecimento do seu domínio diante da recusa do promitentevendedor. O juiz passará por cima da vontade do promitente vendedor se constatar ser a promessa irretratável, ter sido registrada no CRI e a quitação integral do contrato.
Súmula 413 do STF: O compromisso de compra e venda de imóveis, ainda que não loteados, dá direito à execução compulsória, quando reunidos os requisitos legais.
Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.
B) Não registrada na matrícula do imóvel no CRI: Nesse caso a promessa de compra e venda é contrato preliminar e o promitente vendedor se negou a celebrar o contrato definitivo. Pode o promitente comprador na promessa irretratável e não registrada:
1) Propor uma ação de obrigação de fazer qual seja que o promitente vendedor celebre a compra e venda .
2) Não sendo possível obrigar o promitente vendedor a celebrar a compra e venda pode o juiz suprir a vontade dele e conferir o caráter definitivo ao contrato preliminar, se estiverem presentes os seguintes requisitos: Promessa irretratável e pagamento integral. ART 464, Súmula 239 STJ e enunciado 95 da JDC.
Pela letra da lei é o registro da promessa que gera o direito a adjudicação compulsória (ART 1418). No entanto doutrina e jurisprudência relevam esse requisito reconhecendo a adjudicação compulsória mesmo diante da promessa não registrada.
3) Caso o bem não interesse mais ao promitente comprador ele pode requerer a conversão da obrigação de fazer em perdas e danos (ART 465 CC e 499 NCPC)
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Contrato de Doação ART 538 e 114
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
 Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
È o negócio jurídico em que o doador transfere de seu patrimônio bens ou vantagens ao donatário sem a presença de qualquer remuneração. È NJ benéfico e deve ser interpretado de forma restrita.
Elementos da Doação
_ Animus Donandi (vontade de doar) o doador tem a vontade de praticar o ato de liberalidade. Elemento subjetivo.
_ Transferência dos bens: Elemento objetivo.
A aceitação do donatário é elemento essencial do contrato? Apesar da divergência a doutrina majritária entende com base no ART 539 CC que na doação pura em que o doador estipulou prazo caso o donatário permaneça em silêncio, presume-se a sua aceitação . È a exceção a regra que determina que o silêncio não teria validade jurídica (Quem cala não conssente para o direito) conforme ART 111 CC.
 Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
Tipos de Aceitação 
A) Expressa: È aquela aceitação declarada proferida pelo donatário.
OBS: Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.
A aceitação é dispensada quando a doação for pura e beneficiar o absolutamente incapaz. Tal norma se justifica no benefício experimentado pelo incapaz.
B) Tácita: È aquela revelada pelo comportamento do donatário que é incompatível com a recusa. Exemplo: utilização do carro doado.
C) Presumida: È aquela prevista em lei. 
_ ART 539
_ Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar.
Na doação feita para presentear um casal em razão do casamento não pode ser questionada por falta de aceitação, visto que a celebração do casamento gera a presunção da aceitação.
Características da Doação
È contrato unilateral: Já que é o doador que tem dever de doar e o donatário tem o direito de receber o bem doado.
OBS: E a doação com encargo (doação modal)? A doutrina é divergente, parte dela entende que este tipo de doação seria bilateral, pois o encargo seria um dever a ser cumprido pel donatário; A majoritária entende que se trata de contrato unilateral imperfeito visto que o ônus não teria o peso de uma contraprestação. Na doação com encargo a aceitação tem que ser expressa.
Gratuito: Pois só o doador tem sacrifício patrimonial.
OBS: Há quem defenda que a doação modal seria onerosa já que a incumbência poderia ser encarada como uma contraprestação, gerando sacrifício patrimonial ao donatário.
Consensual: Pois se aperfeiçoa com a manifestação de vontade das partes.
OBS: Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
Doação manual: Ocorre quando o objeto doado for bem móvel de pequeno valor (conceito indetermindado), que depende do caso concreto ou da adoção da doutrina penal sobre o furto privilegiado. Possuindo esse contrato caráter real, e dispensando a forma escrita.
Comutativo, formal pois exige a forma escrita Art 541 Caput.
OBS: A depender da natureza do bem doado a lei exigirá uma forma específica: 
_ Doação de imóvel com valor acima de 30 SM instrumento público.
_ Doação de bem imóvel com valor igual ou menor a 30 SM instrumento público ou particular.
_ Bem móvel é por instrumento público ou particular.
_ Bem móvel de pequeno valor a lei admite a forma verbal.
* È possível a doação causa mortes (em razão da morte)? Não, pois para tal objetivo a lei previu o testamento.
Tipos de doação
1) Pura ou simples: È o ato de liberalidade plena, sem que haja nenhuma exigência.
2) Modal com encargo ou onerosa: È aquela em que o doador impõe ao donatário um ônus.
3) Doação meritória: Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
È aquele feita em razão do merecimento do donatário, pelas suas virtudes e qualidades.
Exemplo: gratificação pelo prêmio nobel.
4) Doação remuneratória: È aquele feita em caráter de retribuição por serviço prestado pelo donatário.
5) Doação ao nascituro Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
Nascituro é o ente que foi concebido mais ainda não nasceu, de vida intrauterina, ele poderá receber a doação mais o seu representante legal terá que aceitar. De qualquer modo a doação é condicional já que é condição suspensiva.
6) Doação de ascendente a descendente e doação entre cônjuges: Essas hipóteses configuram adiantamento de herança, já que o descendente e o cônjuge são herdeiros necessários. Com a morte do doador o donatário deverá colacionar (trazer) os bens doados no inventário do doador, sob pena de perdelos (sonegados). O doador pode determinar no contrato de doação que o bem doado saia da parte disponível, dispensando a colação.
A doação de cônjuge a outro será possível se: na comunhão universal o bem doado for incomunicável (Art 1668).
Se o regime for de comunhão parcial o objeto da doação for bens particulares.
Se o regime for de separação for convencional: um cônjuge pode doar ao outro qualquer bem do seu patrimônio.
Separação legal de bens: aplica-se a regra da comunhão parcial de bens
Participação final dos aquestros: só poderão ser doados os bens particulares.
7) Doação inoficiosa: È nula a doação em relação a parte que invade a legítima, calculada no momento em que a doação é celebrada. Lembrar que só posso doar aquilo que eu posso testar ou seja 50% do patrimônio.
OBS: Ação de redução da parte inoficiosa ou ação de declaração da nulidade: È a ação proposta pelos herdeiros necessários do doador visandoproteger a legítima diante de doação que supera os 50% do patrimônio.
8) Doação com cláusula de reversão: Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. 
È aquela em que o doador estipula o retorno do bem doado ao seu oatrimônio se o donatário morrer antes dele. O objetivo é beneficiar apenas o donatário e não os seus herdeiros. Se o doador morre antes a propriedade do bem doado se consolida para o donatário.
OBS: § único do Art 547: O retorno do bem não pode beneficiar um terceiro mais apenas o doador.
9) Doação conjuntiva Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual.
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.
Caracteriza-se pela presença de dois ou mais donatários e se o doador não informa a participação de cada um no bem doado, a lei presume que ela é igualitária.
OBS: Se os donatários forem cônjuges o falecimento de um gera o direito de acrecer ao outro ou seja a cota do falecido será transmitida ao sobrevivente.
10) Doação universal Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
È a doação de todos os bens do sujeito sendo ela nula. Mas se o doador não tiver herdeiros necessários e garantir uma renda para sua sobrevivência ele poderá doar a totalidade dos seus bens.
11) Doação do cônjuge adulto ao seu cúmplice Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
Trata-se da doação para o amante que poderá ser anulada no prazo de 2 anos contatos do fim do casamento pelo cônjuge e seus herdeiros necessários.
12) Doação a entidade futura: Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente.
È a possibilidade de se doar para uma pessoa jurídica que ainda não existe, e a eficácia da doação ficará condicionada a criação dela no prazo de 2 anos contados da celebração da doação.
Revogação da doação
É a forma de resilição unilateral através da vontade do doador em colocar fim ao contrato. Por quebra de confiança com o donatário.
MOTIVOS DA REVOGAçÃO
Por ingratidão do donatário: art 557 do CC
O donatário demonstra que não deu valor aos benefícios que recebeu na hipótese do art 557 cc.
Inciso 1° - Exclui-se o homicídio culposo. Pois a lei a só se referiu ao homicídio doloso consumado e tentado.
OBS: ART 561 CC
A revogação por ingratidão no caso de homicídio doloso consumado caberá aos seus e
Inciso 2°- Crime de lesão corporal
Inciso 3°- Calunia, Difamação e Injuria
Inciso 4°- Caso o donatário se recuse a prestar alimentos ao doador, deve-se analisar se ele tem o dever de prestar e possibilidade de pagar.
OBS: ART 558 CC
A vítima das condutas descritas no art 557 CC também pode ser o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do doador, gerará a ingratidão de qualquer forma.
OBS2: É necessária a condenação nesses crimes para que aja a revogação da doação por ingratidão?
R- O CC não exige a previa condenação criminal do donatário, mas é recomendado que se suspenda a ação de revogação até a decisão final na esfera criminal.
OBS3: O rol do art 557 CC é taxativo ou exemplificativo?
Enunciado 33 da JDC- O rol do art 557 CC é exemplificativo do modo que se reconheça outras hipóteses de ingratidão derivadas de condutas que firam a dignidade do doador.
OBS4- Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário.
REVOGAÇÃO POR INGRATIDÃO X DIREITO DE TERCEIROS
ART 563 CC- Caso o donatário venha perder o bem doado por conta da revogação e este bem já tenha sido transferido a uma outra pessoa, este não perdera o bem, cabendo ao donatário indenizar o doador pelo valor médio da coisa doada.
DOAÇÃO NÃO RVOGAVEÍS POR INGRATIDÃO (ESTUDAR CAI NA PROVA)
ART 564- Não se revogam por ingratidão:
I - as doações puramente remuneratórias;
II - as oneradas com encargo já cumprido;
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
IV - as feitas para determinado casamento.
POR INEXECUÇÃO DO ENCARGO OU MODO 
 ENCARGO – Incumbência, exigência, ônus suportado por aquele que se beneficiara com a doação. Caso o donatário não cumpra o encargo pode o doador desfazer a liberalidade revogando-a.
A benefício do doador
A benefício de um terceiro
A benefício da coletividade
OBS- O próprio doador poderá exigir o cumprimento do encargo, na ausência dele o beneficiário do encargo, e se este for a coletividade e o doador já estiver morrido o MP.
DESCUMPRIMENTO DE ENCARGO
Acarreta a mora do donatário que se constituirá quando:
O donatário nada fizer no prazo previsto pelo doador, mora EX RES (automática)
O donatário nada fizer, não havendo prazo após a notificação do doador, mora EX PERSONA (não tem prazo)
PRAZO PARA REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO 
ART 559 
 Terá o prazo decadencial de 1 ano: 
Contados da data em que o doador fique sabendo da ingratidão e de ser o donatário o seu autor.
Contado da data em que o donatário entrou em mora na hipótese de inexecução do encargo.
AÇÃO REVOCÁTORIA 
Instrumento processual para que o doador possa postular a revogação da doação.
ART 560- Tal ação é personalíssima (lembra da exceção do art 561 CC), cabendo aos herdeiros do doador continua a relação processual iniciada por ele.
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CONTRATO DE EMPRÉSTIMO
Empréstimo- Negocio jurídico pelo qual uma pessoa entrega a outra uma, coisa obrigando a devolve-la.
E género que comporta as seguintes espécies :
Comodato: Art 579
É o empréstimo gratuito de bens infungíveis. Trata-se de empréstimo de uso, pois uma parte transfere a outra a posse do bem infungível, assumindo a obrigação de o restituir.
OBS: No comodato só há a transferência da posse e a propriedade permanece com o comodante.
OBJETO DO COMODATO 
O comodato pode ter por objeto bens moveis e moveis desde que infungíveis. 
PARTES DO COMODATO
Comodante - É a parte que empresta a coisa, o proprietário do bem.
Comodatario- Sujeito que recebe a coisa e assume a obrigação de restitui-la (devolve-la)
OBS: ART 580
A previsão do artigo visa proteger o patrimônio dos incapazes, impedindo que os seus representantes celebrem comodato com os seus bens.
Salvo se houver autorização judicial.
CARACTERISTICAS DO COMODATO
1° - Contrato Real (E se perfaz com a tradição do objeto ART 579 CC)
2°- Unilateral, por que o comodatário tem o dever de guardar, conservar a coisa e restitui-la no final. E o comodante tem o direito de exigir a devolução.
3°- Gratuito
4°- Fiduciário- Estabelecimento em razão da confiança entre as partes.
5° - Contrato intuito Personae- Contrato Personalíssima
6°- Temporário
7°- Típico
8°- Informal
OBS: Comodato Modal- Com encargo.
É o empréstimo de bem infungível em que o comodante estípula um encargo que deve ser cumprido pelo comodatário.
EX: Empréstimo do freezer pela coca cola que impõe ao dono do bar a venda exclusiva de seus produtos.
PRAZO DO COMODATO
Por prazo determinado – Ocorre quando o comodante fixa um prazo para o comodatário devolver bem. Se não ocorrer opera a mora EX RES.
Por prazo indeterminado :Art 581- O comodante pode presumir o tempo necessário para o uso concedido cabendo a ele notificar o comodatário para que devolva a coisa. Mora EX PERSONAE.
OBS: O comodotario independentemente, excepcionalmente, pode a qualquer tempo retomar a coisa emprestada, desde que demonstre necessidade imprevista e urgente.
DEVERES DO COMODATARIO 
Dever Principal- Restituir a coisa emprestada
Deveres Acessórios:
Guardar e conserva a coisa emprestada (art 582), respeitando o uso concedido pelo comodante.
OBS: Estando o comodatárioem mora pode o comodante arbitrar um aluguel pena até que ele devolva a coisa, respondendo também pelos efeitos da mora tais como a responsabilidade pelo caso fortuito e força maior.
ART 583 – Proteger o bem emprestado dos eventuais riscos de destruição, inclusive de caso fortuito e força maior.
DESPESAS REALIZADAS NO USO E GOZO DA COISA EMPRESTADA 
ARTIGOS 584 E 1219 CC
Via de regra o caráter gratuito do comodato afasta a possibilidade do comodatário cobrar do comodante as despesas no uso da coisa emprestada. Mas o artigo 1219 CC determina que o possuído com justo titulo e boa fé tem direito de ser indenizado das bem feitorias uteis e necessárias.
SOLIDARIEDADE ENTRE OS COMODATARIOS 
ART 585
Se houver mais de um comodatário a lei determina a solidariedade entre eles.
CONTRATO MÚTUO – Art 586
Empréstimo de bem fungível e consumível. Ex: Empréstimo de uma xicara de açúcar para um vizinho, a açúcar é um bem fungível e consumível. Seu vizinho tem a obrigação de te restituir a açúcar, mas ele não irá te devolver a mesma açúcar.
A coisa que tem que ser devolvida tem que ser da mesma espécie, qualidade e quantidade. Trata-se de empréstimo de consumo.
OBJETO DO MÚTUO 
Bens moveis fungíveis, já que os imóveis são sempre infungíveis.
OBS: ART 587- A transferência da propriedade no mútuo não é a finalidade principal do contrato, mas a consequência lógica derivada da fungibilidade do bem emprestado.
PARTES DO MÚTUO
Mutuante- Empresta o bem fungível
Mutuante- Recebe e tem que restituir o bem fungível.
OBS: MÚTUO FEITO COM MENOR (CAI NA PROVA)
ART 588 CC
ART 589 CC exceções
No art 588 o legislador não reconhece a validade do mútuo feito com menor sem a previa autorização do seu representante, proibindo o mutuante de cobra do menor e dos seus fiadores.
No entanto o art 589 prevê hipóteses em que o mutuante pode cobrar do mutuário mesmo na ausência de autorização do seu representante.
Hipóteses do art 589 CC :  Cessa a disposição do artigo antecedente:
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente;
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais;
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.
Características do mútuo
_ Contrato real
_ Unilateral pois só o mutuário assume obrigação
_ Gratuito ou oneroso: será gratuit quando for fixada remuneração ao mutuante, se ela ocorrer o mutuo é oneroso.
_ Temporário pois é prevista certa duração. (ART 592 inc I) as partes podem fixar o prazo do mutuo, mais se isso não ocorrer o mutuo durará certo período conforme ART 592.
OBS: Inciso III ART 592: Se o mutuo for bem fungível diverso do dinheiro caberá o mutuante estabelecer o prazo contratual notificando o mutuário.
_ Contrato típico
_ Informal
Garantia para o cumprimento da obrgação pelo mutuário ART 590. Como forma de resguardar o direito do mutuante é possível que ele exija do mutuário uma garantia, mesmo antes do vencimento da dívida, na hipótese do devedor sofrer considerável abalo na sua situação econômica.
ART 333 CC.
Caso o mutuário se negue a ofertar a garantia ocorrerá o vencimento antecipado da dívida.
Mútuo oneroso (feneratício) ART 591
Conceito de juros: São os frutos civis ou rendimentos devidos pela utilização do capital alheio, podem ser:
A) Moratórios: São os rendimentos que indenozam o credor em razão da mora do devedor. Qual o seu limite? A matéria é divergente.
1° Corrente: Entende pela aplicação do ART 406 do CC combinado com o ART 161 §1° do CTN que determina taxa de juros de até 1% ao mês (12% ao ano).
2° Corrente: Entende que o ART 406 deve ser interpretado juntamente com o SRT 161 §1° levando-se em consideração a seguinte expressão "se a lei não dispuser de modo diverso" de fato depois da edição do CTN várias leis estipularam que para o caso da mora dos impostos devidos a UNIÂO deve-se aplicar a taxa SELIC que é variável englobando juros mais correção monetária.
OBS: A multa moratória nas relações de consumo se limita a 2% ao mês bem como a multa pela mora no pagamento da taxa de condomínio, nas demais obrigações civis a multa é de 10% conforme ART 9° do decreto 22626/33.
B) Remuneratórios: Também chamados de compensatórios são exigidos de modo a remunerar o credor já que o devedor utilizou o seu capital. Qual o seu limite? A doutrina diverge.
1° Corrente: Há quem entenda que seria compatível estabelecer um limite para esse juros já que suas taxas são calculadas pelo mercado financeiro que tem por base diversos fatores tais comoo, sociais, políticos, econômicos etc.
2° Corrente: Há quem defenda a aplicação do ART 1° do decreto 22626/33 que define o dobro da taxa legal como limite de qualquer tipo de juros. Dessa maneira se a taxa legal for aquela prevista no §1° do ART 61 CTN o limite máximo dos juros remuneratórios é de 24% ao ano. Se a taxa legal for SELIC o limite máximo é o dobro dela.
OBS: Súmula 596, STF e 379, 382, 283 do STJ.

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