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TRANSMITINDO CONCEITOS COMPLEXOS DE FORMA SIMPLES Não vire as costas: A terceirização pode te surpreender Quem curte o gênero cinematográfico de terror já deve ter ido conferir o filme “It, a coisa”. O filme é um remake de uma produção da década de 1990, baseado no livro de mesmo nome do escritor americano Stephen King. E para não estragar o prazer de quem ainda não assistiu ao filme, vamos resumir o enredo apenas como: “Um problema muito sério que há muito tempo afligia uma população e que muitos preferiam fingir não existir, mas que de vez em quando fazia vítimas”. Em nosso país, também convivemos com problemas que há muito tempo nos afligem e que muitos fingem não existir, mas que de vez em quando fazem vítimas. Cada um de nós poderia facilmente citar de cor a sua própria lista interminável de mazelas nacionais e até arriscar algumas propostas de soluções que nos tirariam desse atoleiro, no entanto qualquer uma dessas mudanças desejadas ainda parecem muito distante no horizonte. No momento, um dos focos de discussões acaloradas no Congresso Nacional são os temas que envolvem as relações de trabalho: a terceirização, a previdência social e a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). TRANSMITINDO CONCEITOS COMPLEXOS DE FORMA SIMPLES Todos esses temas são importantíssimos, mas a questão da terceirização deverá afetar profundamente o formato da manutenção industrial nos próximos anos, cabendo assim algumas reflexões importantes. O que terceirizar? Sem sombra de dúvida, as coisas no Brasil costumam acontecer segundo o chamado “efeito manada”, onde apesar de não se saber ao certo porque fazer algo, mas acaba fazendo apenas para imitar a maioria. E isso se aplica também às empresas. Assim, o surgimento de uma onda de terceirizações desenfreadas poderá criar, em várias empresas, uma ameaça destrutiva de fazer inveja ao sinistro palhaço Pennywise do filme “It, a coisa”. TRANSMITINDO CONCEITOS COMPLEXOS DE FORMA SIMPLES A terceirização de algumas atividades pode ser um excelente caminho para melhorar a competitividade da empresa, entretanto essa decisão precisa ser tomada com muito cuidado, considerando não apenas aspectos financeiros, mas também estratégicos que poderão até mesmo inviabilizar as suas operações no curto ou médio prazo. Trata-se de uma questão tão profunda quanto à Declaração de Missão1 da empresa. Uma das formas mais objetivas de iniciar as discussões em torno das atividades que devem ou não ser terceirizadas envolve a aplicação de uma matriz multicritério “MAKE or BUY” (”Fazer ou Contratar”). 1 DECLARAÇÃO DE MISSÃO - uma declaração abrangente do propósito essencial e único e do escopo das operações que distinguem a organização de outras de seu tipo. A razão da empresa existir. TRANSMITINDO CONCEITOS COMPLEXOS DE FORMA SIMPLES Fig.1 – Matriz Make or Buy TRANSMITINDO CONCEITOS COMPLEXOS DE FORMA SIMPLES Tab. 1 – Sugestão de Critérios para Pontuação O uso dessa matriz é muito simples. Depois de estabelecidos os critérios que precisam ser avaliados e atribuídas as respectivas pontuações, basta totalizar as pontuações para cada eixo e marcar para identificar o quadrante. Os quadrantes significam o seguinte: • CONTRATAR (baixa /baixo) – Serviços de apoio que podem e até devem ser terceirizados sem qualquer risco para o funcionamento da empresa. • CONTRATAR (baixa /alto) – Serviços especializados de apoio que podem ser terceirizados sem qualquer risco para o funcionamento da empresa. • CONTRATAR ou FAZER – A decisão de CONTRATAR ou FAZER dependerá unicamente do custo, realizando o que for mais barato. • FAZER – Trata-se de um serviço que não pode deixar de ser executado pela equipe de sua empresa. TRANSMITINDO CONCEITOS COMPLEXOS DE FORMA SIMPLES Depois de conhecer a matriz multicritério “MAKE or BUY” (”Fazer ou Contratar”) fica fácil entender porque: • As empresas de transporte aéreo, terrestre e aquático possuem manutenção própria; • As empresas operadoras de plantas de processo (ex.: usinas siderúrgicas, centrais elétricas etc.) e concessionárias de serviços públicos possuem manutenção própria; • Grandes hospitais e grandes condomínios possuem manutenção própria ou estão começando a implantá-la. Ou seja, em tempos de crise, os recursos financeiros se tornam escassos exigindo que as empresas se reinventem para produzir cada vez mais com cada vez menos. Assim, aquelas que conseguirem aperfeiçoar a gestão de manutenção obterão vantagens competitivas sobre os seus concorrentes e crescerão em meio à crise. Já as demais, no mínimo, viverão momentos de pânico como as crianças perseguidas pelo palhaço Pennywise do filme “It, a coisa”.