Gov e Adm Pub Unidade IV

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Unidade IV_Sistema Eleitoral e Direitos Políticos:
Titularidade do poder:
Conceito→ O texto constitucional logo em seu início, especificamente no parágrafo único do artigo 1º enuncia uma regra primordial para a democracia, ou seja, diz o texto que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Observação: Um detalhe importante é que o representante não é titular do poder, ele somente deve e pode atuar nos limites indicados na Constituição Federal e na legislação.
Instrumentos de exercício dos Direitos Políticos:
Instrumentos Direito ao sufrágio; 
 Elegibilidade;
				 Alistabilidade – que está relacionado ao direito cidadão em se alistar como eleitor para que, assim,				 possa votar em eleições, plebiscitos e referendos;
 Iniciativa popular de lei;
 Ação popular
 Organização e participação de partidos políticos.
Alistabilidade:
Conceito: Se refere ao direito do cidadão de se alistar como eleitor junto à Justiça Eleitoral, para que assim possa participar ativamente das eleições, plebiscitos e referendos. Sem estar alistado como eleitor não há como exercer esse direito.
Eletividade dos cargos públicos:
Poder Executivo Presidente e Vice-Presidente da República
 Governadores e Vice-Governadores
				 Prefeitos e Vice-Prefeitos
Poder Legislativo Senadores
 Deputados Federais
				 Deputados Estaduais e Distritais
 Vereadores
Observação: Há previsão no inciso II do artigo 98 da Constituição Federal da existência de um cargo eletivo no Poder Judiciário, o cargo de Juiz de Paz, contudo, esse dispositivo constitucional ainda não foi regulamentado, assim, ele não é aplicado atualmente.
Plebiscito:
Conceito: No Plebiscito primeiro o povo é chamado a opinar sobre determinado tema. Ainda não há qualquer norma legal relativa ao assunto, sendo que, após a escolha do povo serão elaboradas as normas sobre o assunto.
Observação: O último plebiscito, convocado em razão do disposto no artigo 2º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que determinou que em 7 de setembro de 1993 o eleitorado, por meio de plebiscito, deveria definir a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) no País.
 
Referendo:
Conceito: No referendo, os cidadãos previamente já conhecem o texto do ato normativo que já foi elaborado, dessa forma a escolha será em ratificá-lo, ou seja, aprovar o seu texto, ou rejeitá-lo.
Observação: O último realizado foi o referente à proibição da venda de armas e munições em nosso País, convocado em razão do disposto no artigo 35 da Lei nº 10.826/03 – Estatuto do Desarmamento.
Características do voto:
Características Direto 
 Secreto
				 Universal
 Periódico
 Personalíssimo
 Obrigatoriedade de comparecimento
	Igualdade de valor de cada voto
Secreto:
Conceito: Essa característica se refere à impossibilidade de ser revelado em quem o eleitor votou. Exemplo: A realização de qualquer despesa pública somente pode ocorrer se houver lei autorizando, no caso, a lei orçamentária.
Universal:
Conceito: isso significa que o voto é um direito e um dever de todos os cidadãos. O contraposto do voto universal é o voto restrito, onde somente quem é dotado de determinadas condições de nascimento, econômicas ou culturais pode votar.
Direto:
Conceito: O cidadão vota diretamente no candidato, sem intermediário.
Periódico:
Conceito: Não se admite o voto por procuração;
Obrigatoriedade de comparecimento:
Conceito: O eleitor deve comparecer para votar ou para justificar, sob pena de sofrer sanções.
Igualdade de valor de cada voto:
Conceito: Dessa forma, o voto do mais simples cidadão vale exatamente o mesmo de um outro extremamente poderoso ou rico.
Direito ao sufrágio:
Conceito: Para que seja exercido o direito de sufrágio, ou seja, o direito de votar e de ser votado, é necessário que sejam observados os elementos que compõe a capacidade eleitoral ativa (que caracterizam o direito de votar) e a capacidade eleitoral passiva (relativa ao direito de ser votado).
Capacidade eleitoral ativa:
Condições para o Exercício do Voto: Alistamento na Justiça Eleitoral, ou seja, deve a pessoa ter título de eleitor,								 sendo que para tanto deve haver a iniciativa pessoal daquele que 									 cumpre com os requisitos constitucionais.
								 Somente brasileiros podem se alistar como eleitores, assim, o exercício								 da capacidade eleitoral ativa é imprescindível ser brasileiro.	
 
Observação: A única exceção a essa regra está no caso dos portugueses, pois para eles a Constituição Federal assegurou no § 1º do artigo 12 a possibilidade de serem deferidos os mesmos direitos dos brasileiros naturalizados – para isso foi assinado em 1971 a Convenção de Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses, sendo esse instrumento internalizado por meio do Decreto n.º 70.391/72, que posteriormente foi substituído pelo Decreto n.º 3.927/01, em razão do Tratado de Cooperação, Amizade e Consulta Brasil-Portugal.
Observação: Com exceção dos portugueses, os estrangeiros não podem se alistar como eleitores.
Observação: O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 anos e facultativo para quem tem entre 16 e 18 anos.
Observação: O alistamento eleitoral facultativo para os maiores de 70 anos de idade e para os analfabetos.
Observação: A Constituição Federal veda o alistamento eleitoral para os conscritos, ou seja, para aqueles que estão cumprindo serviço militar obrigatório.
Observação: Inalistáveis Militares
 Conscritos
Capacidade Eleitoral Passiva:
Condições para que alguém 			Nacionalidade Brasileira								 possa ser eleito 
					 Pleno exercício dos direitos políticos.
 Alistamento eleitoral
					 Domicílio eleitoral na circunscrição
 Filiação partidária
					 Idade mínima
Nacionalidade Brasileira:
Conceito: Somente quem possui a nacionalidade brasileira tem capacidade eleitoral passiva. 
Pleno exercício dos direitos políticos:
Conceito: Assim, não pode ser eleito quem perdeu seus direitos políticos ou está com esses direitos suspensos.
Alistamento eleitoral:
Conceito: dessa forma, para que haja o exercício da capacidade eleitoral passiva deve o candidato possuir também capacidade eleitoral ativa, ou seja, somente pode ser eleito quem pode votar.
Domicílio eleitoral na circunscrição:
Conceito: o concorrente a um cargo eletivo deve ser eleitor no mesmo local onde se candidata. A legislação eleitoral estabelece um prazo mínimo de domicílio eleitoral conforme o cargo em disputa.
Filiação partidária:
Conceito: não é possível no Brasil a chamada candidatura avulsa, ou seja, sem que o candidato seja filiado a algum partido.
Idade mínima:
Conceito:ainda determina a Constituição Federal que o candidato deverá ter uma idade mínima, dependendo do cargo:
35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz;
18 anos para Vereador.
		
 
Inelegibilidade:
Conceito: São os chamados Direitos Políticos negativos.
Inelegibilidade absoluta→ São impedimentos para a disputa de qualquer cargo eletivo, já as relativas somente impedem o acesso a certos cargos eletivos. Possuem inelegibilidades absolutas: os inalistáveis que são os estrangeiros e os conscritos e os analfabetos.
Observação: Os analfabetos têm capacidade eleitoral ativa, porém para eles o alistamento e o voto são facultativos. Eles, contudo, não tem capacidade eleitoral passiva.
Inelegibilidade Relativa→ A caracterização das inelegibilidades relativas decorre de algumas situações.
Inelegibilidades relativas Em razão de motivos funcionais (Cargos públicos).
 				 Cônjuges e parentes do chefe do poder executivo.
 Militares
					 Lei complementar poderá estabelecer outros casos de inelegibilidade
 
Perda e suspensão dos direitos políticos:
Conceito: A perda dos direitos políticos acarreta a impossibilidade de sua reaquisição – ou seja, é para sempre. 
Observação: As hipóteses de suspensão são temporárias, ou seja, quando a causa deixar de existir o sujeito readquire os direitos políticos.
Perda dos Direitos Políticos→ Das hipóteses estabelecidas no artigo 15 da Constituição Federal somente a mencionada no inciso I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado se caracteriza como uma hipótese de perda dos direitos políticos. Isso ocorre somente no caso de brasileiros naturalizados que, em razão dessa decisão judicial voltam a ser estrangeiros e assim, se tornam inalistáveis.
Suspensão dos direitos políticos Incapacidade civil absoluta 
							 Condenação criminal transitada em julgado enquanto durarem os seus efeitos.
						 Escusa de consciência.
							 Improbidade administrativa																
Incapacidade Civil absoluta:
Conceito: Ocorre em situações em que a pessoa é interditada, assim, por exemplo, se ele ficou totalmente privada de racionalidade em razão de uma doença mental e foi interditada, ela terá, como consequência, os seus direitos políticos suspensos. Quando a pessoa se recuperar e for levantada a interdição, ela readquire os seus direitos políticos.
Condenação criminal transitada em Julgado enquanto durarem os seus efeitos:
Conceito: Neste caso encerrado os efeitos da condenação, ou seja, extinta a punibilidade em razão do cumprimento da pena – em regra - o sujeito readquire seus direitos políticos.
Escusa de consciência:
Conceito: Se caracteriza quando a pessoa se recusa a cumprir obrigação legal a todos imposta, bem como de cumprir prestação alternativa.
Improbidade Administrativa:
Conceito: Atos de improbidade administrativa estão previstos no § 4º do artigo 37 do texto constitucional e nos artigos 9º a 11 da Lei n.º 8.429/92 – sendo que, dependendo do enquadramento da conduta a suspensão de direitos políticos por um prazo de três até dez anos.