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TRAQUEOSTOMIA A traqueostomia consiste em um procedimento cirúrgico que objetiva criar uma abertura na parede anterior da traqueia comunicando-se com o meio exterior para facilitar a passagem de ar para as vias pulmonares. INDICAÇÃO Obstrução de vias aéreas superiores Anomalias congênitas Trauma Cervical Neoplasias Intubação Prolongada Edema MATERIAIS E FIOS UTILIZADOS Caixa de Pequena Cirurgia Sonda de Aspiração n°16 1 Cânula de traqueostomia de cada n° 2 Seringa de 10 ml Lindocaína 2% (Anestésico Local) Filtro Respiratório Xilocaína 2% Geleia Coxim Polipropileno 3.0 na cartilagem da traqueia Nylon 2.0 se for necessário para rafia da pele DESCRIÇÃO OPERATÓRIA O paciente é posto em posição de Decúbito Dorsal horizontal Colocação da Placa de Bisturi É posto um coxim sob os ombros para discreta hiperextensão do pescoço É feita a antissepsia no sítio operatório comdegermante Após a Equipe Cirúrgica devidamente paramentada, é feita a antissepsia. Feito isso o paciente é coberto com 4 Campos Cirúrgicos pelo Cirurgião e seu Auxiliar (1 superior, 1 inferior e 2 para cada lateral, lembrando que o paciente deve ficar completamente coberto pelos campos) ou campo fenestrado Após a assepsia do paciente realiza-se a infiltração anestésica, prefere-se a anestesia local por infiltração, empregando-se a lidocaína a 2% em dose de 5 a 7 mg/kg. Em casos de crianças ou pacientes agitados a anestesia geral, sempre que possível, supera a anestesia loca. A incisão é feita na pele primeiramente com Bisturi Frio Cabo n°3 Lâmina 15 em colar, localizada no meio da distancia entre a cartilagem cricóide e a fúrcula esternal, numa extensão de 3 a 4cm, com abertura da pele e tela subcutânea. A hemostasia deve ser rigorosa, tomando-se cuidado com as veias jugulares anteriores Abertura da rafe mediana com afastamento lateral (Afastador Farabeuf) dos músculos pré-tireoidianos e exposição do istmo da glândula tireóide, que poderá ser afastado caudal ou cranialmente, ser seccionado ou ressecado entre pinças, com sutura das superfícies cruentas. Segue-se realizando-se a incisão com Bisturí elétrico Até a Identificação da traquei Pode-se fazer o estoma traqueal de diversas maneiras, sendo as mais comuns a forma em U invertido, em T, em H ou ainda em forma retangular, com retirada de parte da parede anterior da traquéia, sendo está técnica usada em pacientes que ficarão com a traqueostomia indefinidamente. Fixação com prolene para identificação da incisão. Após a abertura da traqueia deve-se inserir rapidamente a cânula lubrificada com gel de lidocaína. Em pacientes previamente entubados, a colocação da cânula e retirada do tubo devem ser de maneira sincrônica. Deve-se insuflar o balonete e conectar o traqueostomo ao respirador para realizar a ventilação mecânica. O fechamento da pele e tela subcutânea com pontos separados, e de maneira a deixar larga abertura para a cânula, que é amarrada pelo cadarço ao redor do pescoço. A sutura de pele não deve ser totalmente para evitar a formação de enfisema subcutâneo no território da traqueostomia. Curativo com gaze, sob o pavilhão da cânula externa. COMPLICAÇÕES Mau posicionamento do Tubo Sangramento Disfagia por compressão do esôfago pelo tubo Laceração traqueal 5. FUNÇOES DO INSTRUMENTADOR NO ATO CIRURGICO E NO CENTRO CIRURGICO Atenção, iniciativa e rapidez durante todo o tempo. Chegar ao centro cirúrgico e logo vestir o uniforme privativo Escolher o material específico para a cirurgia e verificar se está em ordem; Ter o controle do material e instrumental durante toda a cirurgia, prestando atenção em toda e qualquer manobra do cirurgião; Separar o instrumental dos materiais perfurantes e cortantes, evitando dessa forma acidentes; 6. BOAS PRATICAS DO INSTRUMENTADOR NO PROCEDIMENTO Conferir qualitativa e quantitativamente os instrumentos cirúrgicos, após o término das cirurgias; Entregar o instrumento com presteza ao sinal ou pedido verbal do cirurgião, colocando-o em sua mão de forma precisa e exata para uso imediato; O Instrumentador Cirúrgico é responsável evolução cirúrgica, isto é, tempos cirúrgicos, materiais para cada especialidade entre outras atividades cirúrgicas. Todo instrumentador cirúrgico deve conhecer a técnica empregada no ato operatório e estar atento à manutenção da assepsia de toda a equipe cirúrgica, colaborando para a qualidade do procedimento cirúrgico. 7. REFERÊNCIAS TOWNSEND, Courtney M.; EVERS, B. Mark. Atlas de técnicas cirúrgicas. Elsevier Brasil, 2010. SILVA, Thiago Barbosa da. Traqueostomia em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva de hospitais públicos do Distrito Federal: prevalência, indicações, tempo para realização do procedimento e técnica. 2014. PEDROSA, Esio Fortaleza Nascimento Chaves et al. SIMULAÇÃO ANATÔMICA COM O USO DE MANEQUINS PLASTICOS NO ENSINO DA TRAQUEOSTOMIA E CRICOTIREOIDOSTOMIA. In: 11º Congresso Internacional da Rede Unida. 2014. O que é traqueostomia? A traqueostomia é um procedimento cirúrgico por meio do qual se cria um orifício na frente do pescoço que dá acesso à traqueia, na altura entre o 2º e 3º aneis, permitindo uma ventilação mecânica prolongada, naqueles casos em que a ventilação espontânea é impossibilitada. Em termos mais populares, é um "buraco na garganta para permitir a passagem de ar". Normalmente, o ar passa pelas narinas ou pela boca, atravessa a laringe por entre as pregas vocais e segue pela traqueia até os brônquios e alvéolos pulmonares. Na traqueostomia, aquelas primeiras etapas são eliminadas e o ar entra diretamente na traqueia através de uma cânula colocada no orifício feito na traqueia. Ela representa, pois, um atalho para o paciente que precisa da ajuda de aparelhos para respirar. Dependendo da sua causa, a traqueostomia pode ser temporária ou permanente. Por que a traqueostomia precisa ser feita? A traqueostomia é um recurso que a medicina usa para contornar uma obstrução das vias aéreas superiores ou outras impossibilidades de respirar, que não podem ser tratadas por meios mais simples. Ao mesmo tempo ela ajuda na remoção de secreções brônquicas, na manutenção da ventilação mecânica por longo prazo, na aspiração de conteúdos orais ou gástricos e na substituição do tubo das intubações endotraqueais, que não pode ser mantido por longos períodos de tempo.
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