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É um procedimento cirúrgico que consiste na abertura da traqueia comunicando com o sistema respiratório ao meio externo, de modo a permitir a ventilação pulmonar. Estruturas em risco ao realizar a traqueostomia: glândula tireoide, v.jugular anterior, nervo laríngeo recorrente, a. carótida comum, esôfago, a. tireóidea superior e inferior, a. braquiocefálica e v. braquiocefálica. É indicado quando há obstrução das vias aéreas superiores, intubação orotraqueal prolongada, edema devido a queimaduras, infecções ou anafilaxia, síndrome da apneia ou hipopneia obstrutiva do sono ou quando necessita de tempo prévio ou complementar a outras cirurgias bucofaringolaringeas ou então facilitar aspiração de secreções das vias respiratórias baixas. Classificação quanto a: o Posição do estoma: terminal ou anterior. o Altura na traqueia: alta ou baixa o Indicação: urgência, emergência ou eletiva. o Tempo de permanência: temporária ou permanente. o Finalidade: preventiva, curativa ou paliativa. Devemos tomar cuidados, sempre checando se a indicação é verdadeira, se, quando eletiva, o paciente informou seu consentimento, quanto ao local em que será realizado (beira leito UTI ou centro cirúrgico), se o paciente está acordado, sedado ou anestesiado e se todos os materiais e equipamentos estão devidamente disponíveis e prontos para serem utilizados. Técnica: devemos posicionar o pescoço do paciente em hiperextensão com auxílio de um calço na região do ombros (como posicionamos bebê na sala de parto para ventilar), infiltramos a região com anestésico local e definimos o local da incisão baseado na indicação (horizontal ou vertical). Então, com o bisturi, cortamos a pele e o tecido subcutânea, afastamos a musculatura na rafe mediana com auxílio de afastadores, isolamos a traqueia, afastamos o istmo da tireoide e então abrimos a traqueia. Inserimos então a cânula de traqueostomia e insuflamos o cuff, nesse momento também deve ser observada a hemostasia local. É feita então o reparo de abas, se necessário, o curativo e a fixação da cânula. A abertura da traqueia pode ser feita entre o 2° e o 4° anéis traqueais de forma horizontal, vertical, em cruz, meia lua, U, U invertido, T, H, O ou por ressecção de um anel traqueal. É um procedimento cirúrgico que consiste na abertura do estoma da membrana cricotireoidea da laringe comunicando o meio externo com o sistema respiratório. Pode ser realizada por profissional capacitado em situação de emergências que impossibilitem a intubação orotraqueal e a ventilação por bolsavalvulomascara não seja suficiente. Estruturas em risco ao realizar a cricotireoidostomia: v. jugular anterior, a. tireóidea superior, n.laríngeo superior, a. carótida comum, m.cricotireoideo e faringe. Indicações: quando as vias aéreas estão comprometidas, trauma cranioencefálico, politrauma, trauma maxilo-facial ou obstrução respiratória por corpo estranho, angioedema e outros. Contraindicações: estruturas não identificáveis, tumor laríngeo, infecção laríngea, trauma laríngeo e crianças menores de 12 anos. Classificação quanto a: o Atendimento: pré-hospitalar ou hospitalar. o Técnica: por punção, cirurgia aberta, técnica de Seldinger ou Trocanter. Técnica: O médico identifica a região da membrana cricotireoidea, entre as cartilagem cricóidea e tireoide, e segura a traqueia lateralmente com o polegar e o indicador da mão dominante, estabilizando-a. Então, é feita a incisão transversal na região com o bisturi. A incisão deve cortar apenas a membrana e a parede anterior da laringe, tomando muito cuido com a pressão exercida no bisturi. Com o auxílio de uma pinça homeostática curva, ampliamos a abertura. É colocado então um guia maleável tipo bougie e então passado o tubo endotraqueal e insuflado o balonete. Na ausência do guia, utiliza-se uma cânula de traqueostomia. Inicia- se então o processo de estabilização e então a ventilação. - Se a cartilagem cricoide não pode ser encontrada, deve ser feita uma incisão horizontal na região, ampliar a abertura com a pinça, fazer uma varredura digital a partir da incisão e ao localizar a membrana, realizar uma incisão transversal e iniciar o processo como descrito anteriormente. Complicações precoces: sangramento, tosse, infecção, deslocamento do tubo com falso trajeto, enfisema subcutâneo e atelectasia por tubo inapropriado. Complicações tardias: estenose subglotica, distúrbio de deglutição e granuloma com efeito de válvula. Júlia Malta Braga FCM-TR MED 01 Resumindo... Por que realizar a cricotireoidostomia e não a traqueostomia em situações de emergência? A região cricotireoide é o ponto mais superficial da via aérea e tem pouca vasculatura sobre ela, minimizando riscos de iatrogênia durante um procedimento realizado em caráter emergencial. Cricotireoidostomia x Traqueostomia É rápida, necessita de treinamento mais curto, não necessita da hiperextensão do pescoço podendo ser feita em casos de lesão cervical. Pode ser feita em ambiente pré- hospitalar ou hospitalar, tendo menos estruturas em risco. É temporária, podem ocorrer mais complicações e é contraindicada abaixo dos 12 anos devido a não regressão do timo. Exige maior treinamento e extensão do pescoço. É restrita a uso hospitalar, pois tem mais estruturas em risco. É definitiva, tem menor chance de complicação e pode ser realizada em população pediátrica. Júlia Malta Braga FCM-TR MED 01
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