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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA - BURITIS Instituto de Ciências Exatas e de Tecnologia Curso – Engenharia Química LÍQUIDOS PARCIALMENTE MISCÍVEIS - MISTURAS BINÁRIAS Professor: Márcio Guimarães Coelho Alunas: Ana Beatriz C. Souza Camila Flávia T. Tavares Barcellos BELO HORIZONTE 2017 RESUMO O presente relatório tem como objetivo obter experimentalmente o diagrama de solubilidade do sistema fenol-água. INTRODUÇÃO Um sistema multicomponente é aquele que é formado por mais de um composto e o sistema binário é o nome que recebe um sistema contendo dois componentes. Em baixas concentrações, todos os líquidos apresentam a característica de miscibilidade mútua, no entanto, a concentrações mais elevadas, as características moleculares de cada líquido prevalecem e pode haver uma diferença na miscibilidade e os líquidos passam a coexistir em equilíbrio. Neste caso, os líquidos são ditos parcialmente miscíveis. A miscibilidade de um líquido assim como a solubilidade de um sólido em um líquido, pode variar com a temperatura, aumentando ou diminuindo, dependendo da característica de cada componente. Em sistemas em que a miscibilidade aumenta com o aumento da temperatura, a temperatura a qual os dois líquidos passam a ser completamente miscíveis é chamada de temperatura crítica superior (TCS). Em sistemas em que a solubilidade decresce com o aumento da temperatura, a temperatura mínima que permite total miscibilidade é a temperatura critica inferior (TCI). O comportamento dos sistemas pode ser estudado pela construção de diagrama de fases e diagrama de fases binários que podem ser interpretados qualitativamente, fazendo uso da regra de Gibbs: L= C – F + 2 A regra das fazes de Gibbs fornece o número de propriedades intensivas como temperatura, pressão, concentração de todos componentes em cada fase, que podem ser livremente variadas sem perturbar o estado de equilíbrio do sistema que contém um número fixo de componentes, C, e um número também fixo de fases coexistentes, F que podem ser uma fase gasosa ou uma ou várias fases líquidas e sólidas, desde que não haja reação química. Considerando-se uma substância pura (C=1) no equilíbrio líquido-vapor (F=2), tem-se o número de grau de liberdade dado pela equação: L= 1- 2 + 2 = 1 Indicando que se tem apenas possibilidade de variar somente uma propriedade intensiva. Mas, se tanto a pressão quanto a temperatura do sistema forem alteradas (L=2), C não poderá ser alterado e, assim, F deverá ser o constituinte que sofrerá alteração para que a regra seja obedecida ou: 2 = 1 – F + 2 ou F= 1 E, desse modo o sistema apresentará somente uma fase: vapor ou líquido - uma delas irá desaparecer para que seja atingido um novo estado de equilíbrio. Para uma fase, existem dois graus de liberdade. Assim a pressão e a temperatura podem ser variadas sem a criação de uma nova fase. Para duas fases de equilíbrio, somente uma das duas variáveis poderá variar (ou a pressão ou a temperatura), a outra será uma variável dependente. Se coexistem as fases sólidas, líquidas e vapor em equilíbrio como no caso do ponto triplo, não existe nenhum grau de liberdade. Em outras, o ponto triplo de uma substância ocorre a um par fixo de temperatura e pressão. Neste experimento, o sistema estudado será o fenol-água e seu equilíbrio líquido/líquido. O diagrama de fases será obtido a partir da preparação de misturas com diferentes concentrações dos componentes e da determinação da temperatura de miscibilidade de cada uma delas. OBJETIVO O experimento tem como objetivo obter experimentalmente o diagrama de solubilidade do sistema fenol-água, afim de estudar o equilíbrio de líquidos parcialmente miscíveis bem como aplicar os conhecimentos adquiridos sobre a regra das fases e da regra da alavanca. PROCEDIMENTOS Pesou-se diretamente em um erlenmeyer a massa de fenol indicada na tabela I. Obtendo-se uma massa de 5,0901 Encheu-se a bureta com água destilada. Colocou-se o termômetro dentro do erlenmeyer contendo fenol. O termômetro permaneceu no frasco durante todo o experimento. Transfiriu-se o volume de água indicado na tabela I para o erlenmeyer contendo o fenol. Obteve-se uma mistura de aspecto leitoso (heterogênea), a temperatura do ambiente. Aqueceu-se o frasco em chapa de aquecimento, agitando regulamente a mistura até o momento em que a mistura se torne homogênea (uma fase). Retirou-se o frasco do aquecimento e em seguida a mistura foi deixada resfriando lentamente. Quando a mistura se tornou opalescente, leu-se e anotou-se a temperatura. Aqueceu-se novamente o frasco até que esta mistura se tornou homogênea e repetiu o procedimento do item 06. Repetiu-se o mesmo procedimento dos itens 4 a 6 para cada adição de água nas quantidades indicadas na Tabela I. Após a completar os dados da tabela I, cada grupo transferiu a última mistura preparada para uma proveta apropriada para que ocorresse a separação de fases a temperatura do ambiente. Os grupos retornaram no dia seguinte ao laboratório para realizar a leitura dos volumes das fases. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com os resultados obtidos em laboratório foi possível completar a tabela a baixo: Temperatura / °C Frasco Amostra Massa de fenol / g Volume de água / cm³ Resfriamento I Resfriamento II Resfriamento III Média % m/m (fenol) I 1 10 4,0 23,0 °C 25,0 °C 24,0 °C 24,00 71,40 2 + 1,0 44,0 °C 44,0 °C 44,0 °C 44,00 66,78 3 + 3,0 59,0 °C 59,0 °C 60,0 °C 59,33 55,68 4 + 4,0 65,0 °C 65,0 °C 65,0 °C 65,00 45,58 II 1 7,5 6,0 55,5 °C 56,5 °C 57,5 °C 56,50 55,69 2 + 1,5 61,5°C 61,5 °C 62,5 °C 61,83 50,13 3 + 3,0 63,5 °C 64,5°C 64,5 °C 64,17 41,80 4 + 3,0 65,5 °C 63,5 °C 66,5 °C 65,17 35,84 III 1 5,0 7,5 66,0 °C 66,0 °C 67,0°C 66,33 40,4 % 2 + 1,5 68,0 °C 68,0 °C 67,0°C 67,67 36,1 % 3 + 3,0 67,0 °C 66,0 °C 67,0 °C 66,67 29,7 % 4 + 3,0 67,0 °C 66,0°C 66,0 °C 66,00 25,3 % IV 1 4,0 8,0 67,0 °C 66,0 °C 67,0 °C 66,67 35,50 2 + 2,0 68,0 °C 69,0 °C 68,0 °C 68,33 28,73 3 + 3,0 68,0 °C 69,0 °C 68,0 °C 68,33 23,67 4 + 3,0 66,0 °C 68,0 °C 66,0 °C 66,67 20,12 V 1 2,5 12,5 57,8 °C 57,8 °C 57,8 °C 57,80 16,36 2 + 4,0 51,2 °C 51,2 °C 51,2 °C 51,20 12,97 3 + 6,0 44,8 °C 42,8 °C 41,8 °C 43,13 9,80 4 + 5,0 30,8 °C 29,8 °C 28,8 °C 29,80 8,16 Tabela 1 Cálculo % m/m (fenol) - Considerando a densidade da água com sendo 1g/cm3 Volume de água Massa de água 7,5 cm3 7,5 g 9,0 cm3 9,0 g12,0 cm3 12,0 g 15,0 cm3 15,0 g Tabela 2 Massa de fenol = 5,0901 g Massa da mistura = M fenol + M água % m/m de fenol = (M fenol / M mistura) * 100 Mistura I = (5,0901/ 12,5901) * 100 = 40,4 % Mistura II = (5,0901/ 14,0901) * 100 = 36,1 % Mistura III = (5,0901/ 17,0901) * 100 = 29,7 % Mistura IV = (5,0901/ 20,0901) * 100 = 25,3 % Com os dados obtidos na tabela 1, foi plotado o gráfico a seguir: Gráfico 1 De acordo com o gráfico a temperatura crítica superior de solubilidade ou seja o ponto máximo é de 68 ºC. O grau de liberdade acima da curva de miscibilidade ou seja onde há somente uma fase é de: F= 2-1+2= 3 Indicando que pode-se variar três propriedades intensivas do sistema sem perturbar o equilíbrio. Já o grau de liberdade abaixo da curva de miscibilidade onde há coexistência de duas fases é descrito por: F= 2- 2+ 2= 2 Indicando que pode-se variar duas propriedades intensivas do sistema sem perturbar o equilíbrio. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFRICAS - Castellan, Gilbert William, 1924 – 1996 Fundamentos de Físico – Química / Gilbert Castellan - Roteiro prático disponibilizado pelo professor da disciplina. - http://www.ufjf.br/quimicaead/files/2013/09/FQ_II_Diagramasdefase.pdf Acesso em 10/11/2017 ás 15:00 h -
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