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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ Disciplina: Físico-Química Experimental Nomes: Lucas Juwer Moreira e Thiago Ferreira Kerr Determinação do diagrama de equilíbrio de misturas liquidas de água e fenol I) INTRODUÇÃO A regra das fases foi deduzida por Gibbs e permite saber o número de parâmetros variáveis independentemente (graus de liberdade) em um sistema mantendo seu número de fases. É uma relação entre a variância (F), o número de componentes (C) e o número de fases em equilíbrio (F) e pode ser vista abaixo: 𝐹 = 𝐶 − 𝑃 + 2 A regra das fases permite, portanto, caracterizar o número de graus de liberdade de um determinado sistema, sabendo quantos parâmetros podem ser alterados sem que haja alteração nas fases em equilíbrio. Nesse relatório, veremos uma aplicação da regra de fases e o estudo de diagramas de fases para líquidos parcialmente miscíveis. Líquidos parcialmente miscíveis são pares de líquidos que não se solubilizam mutuamente em todas as proporções, em todas as temperaturas. Isso significa que em determinadas proporções e determinadas temperaturas, esses líquidos se apresentam como uma solução bifásica, enquanto em outras condições a solução é monofásica. Por exemplo, se temos um par líquidos (A e B), que são parcialmente miscíveis, em uma determinada temperatura T, podemos adicionar A em B e obter solução monofásica, até uma concentração C em que a solução de A em B se satura e uma nova fase de A (puro) e formada. Conforme aumentamos a solução de A proporção de A, passamos a ter uma solução abundante de A que vai solubilizar B e, a partir dessa nova concentração (C’) de A na solução, temos novamente uma solução monofásica, desta vez de B solubilizado em A. Variando a temperatura, podemos alterar também a miscibilidade dos líquidos. Há uma temperatura consoluta superior, a temperatura máxima na qual é possível haver separação dos líquidos em duas fases. A essa temperatura a energia do movimento térmico é maior que qualquer energia potencial que as moléculas de algum dos componentes tenham em permanecer juntas, por isso, não há separação entre as fases. Em alguns casos, podemos observar a temperatura consoluta inferior, temperatura abaixo da qual os dois componentes são completamente solúveis. Esse fenômeno ocorre devido à formação de complexos fracos a baixas temperaturas para esses pares de líquidos. O conhecimento dos diagramas de fase líquido-líquido para os parcialmente miscíveis é importante para o estudo e caracterização do seu processo de destilação, tendo ampla aplicação acadêmica e industrial. II) OBJETIVOS ● Determinar o diagrama de equilíbrio da mistura liquida de água-fenol; ● Determinar, com base nos dados experimentais, a temperatura crítica de dissolução ou temperatura consoluta superior da mistura liquida água-fenol. III) DADOS EXPERIMENTAIS Após realização de todas as etapas do procedimento, obtiveram-se os seguintes dados mostrados na Tabela 1. Tabela 1. Dados Experimentais. Sistema Massa de água (g) Massa fenol adicionada (g) Massa total (g) Massa fenol solubilizada (g) %p/p de fenol Temp. de homog (ºC) 1 1,5 3,18 4,68 2,29 48,9 44 2 2 3,18 5,18 2,29 44,2 56 3 2,5 3,18 5,68 2,29 40,3 62 4 3 3,18 6,18 2,29 37,0 64 5 4 3,18 7,18 2,29 31,9 65 6 5 3,18 8,18 2,29 28,0 67 7 6 3,18 9,18 2,29 24,9 67 8 8 3,18 11,18 2,29 20,5 66 9 11 3,18 14,18 2,29 16,1 64 10 15 3,18 18,18 2,29 12,6 60 11 21 3,18 24,18 2,29 9,5 52 12 25 3,18 28,18 2,29 8,1 47 IV) TRATAMENTO DOS DADOS A partir dos dados da Tabela 1, construiu-se o Gráfico 1, onde pode ser observado que a temperatura na qual ambos os componentes são miscíveis independente da concentração (temperatura consoluta superior) é em torno de 67ºC. V) DISCUSSÃO Após a realização dos procedimentos para cada sistema e observar o gráfico 1, pode-se dizer que formou-se uma curva binodal (representando as condições para a coexistência ou não das duas fases do sistema água-fenol) e assumir que com o aumento da temperatura, a solubilidade mútua dos componentes aumenta, onde as curvas de solubilidade juntam-se na temperatura crítica de dissolução. Acima de 67ºC, a água e fenol são completamente miscíveis, e em qualquer ponto no gráfico, abaixo da concavidade, corresponde um sistema de duas camadas liquidas (bifásico), tendo cada fase uma composição própria. Através da confecção de linhas de amarração (linhas imaginárias traçadas no diagrama, obtidas através de duas fases em equilíbrio dentro da curva binodal), as composições das fases podem ser obtidas a partir da regra da alavanca, pois esses pontos representam misturas de fases conjugadas de mesma composição. Gráfico 1. Diagrama de Equilíbrio – Sistema água fenol 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0,0 20,0 40,0 60,0 T em p er at u ra ( ºC ) %p/p Fenol Diagrama de Equilíbrio - Sistema água-fenol Conforme discutido os conceitos da regra das fases anteriormente, pode-se assumir que os 12 sistemas de estudo se encontram a pressão constante, sendo assim para um sistema de dois componentes (água e fenol): F = 3 – P. Se este sistema existe em duas fases, faz-se necessário uma variável para descrição do sistema. Caso o sistema apresente-se em uma única fase (F = 2), será necessário especificar tanto a temperatura quanto a composição da solução. VI) CONCLUSÃO . Pode-se concluir que o método apresentado se mostrou bastante eficaz para confecção de um diagrama de equilíbrio para misturas liquidas, além de ser possível calcular a temperatura consoluta superior para o sistema água-fenol. No entanto, a difícil visualização do desaparecimento das duas fases, assim como a leitura imediata da temperatura no termômetro, pode levar à possíveis erros experimentais, uma vez que os eventos ocorrem de maneira rápida, aumentando a dificuldade do analista na captação dos dados experimentais. Além da possibilidade de calcular a temperatura em que os líquidos se tornam miscíveis, independente de suas composições, um outro dado que pode ser extraído do gráfico é a composição das duas fases através das linhas de amarração, onde uma das fases será rica em água e outra em fenol. VII) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASTELLAN, G. W. Fundamentos de físico-química. Rio de Janeiro: LTC, 2015. ATKINS, P.W. Físico-química: volume 1. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
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