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História da Psicologia
Campus João Uchôa
Estudo Dirigido para AV1
Aluna: Carolina Santos Hilal de Albuquerque
Turma: 3012
Questões:
O que é racionalismo, quais são seus fundamentos e quais são seus principais teóricos?
Resp: Trata-se de uma corrente filosófica baseada nas operações mentais para definir a viabilidade e efetividade das proposições apresentadas. O racionalismo afirma que tudo o que existe tem uma causa inteligível, mesmo que essa causa não possa ser demonstrada empiricamente. A realidade pode ser sempre entendida pela razão. Privilegia a razão em detrimento da experiência do mundo sensível como via de acesso ao conhecimento. Considera a dedução como o método superior de investigação filosófica. Dentre seus principais teóricos, destacou-se René Descartes.
A convicção de Descartes de que a verdade poderia surgir do uso cuidadoso da razão tornou-se o seu modo prioritário de funcionamento, marcando-o como um racionalista. Para Descartes, o caminho para o conhecimento da verdade baseava-se na capacidade humana de raciocinar. A razão seria superior à emoção.
Uma das importantes implicações do racionalismo cartesiano é a de que a capacidade de raciocinar seria inata ao homem e alguns tipos de conhecimento não se baseariam na experiência do indivíduo, mas sim dessa nossa capacidade inata de raciocinar. Em função dessa capacidade, o homem traria consigo também algumas ideias (por exemplo, a ideia de Deus, do eu, de algumas verdades matemáticas básicas).
Baruch Spinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz também foram teóricos responsáveis por introduzir o racionalismo na filosofia moderna. Georg Wilhelm Friedrich Hegel, por sua vez, identifica o racional com o real, supondo a total inteligibilidade deste último.
O que é o empirismo, quais são seus fundamentos e quais são seus principais teóricos?
Resp: Trata-se de uma corrente filosófica que surgiu na Inglaterra baseada na ideia de que o nosso conhecimento de mundo é construído a partir das experiências pessoais do indivíduo. Empirismo e racionalismo são abordagens filosóficas contrárias para explicar o mesmo fenômeno. Segundo o empirismo, o conhecimento adquirido pelo indivíduo seria enriquecido pelas associações entre as ideias. Assim, o empirismo britânico encontra-se estreitamente vinculado ao associacionismo. O empirismo britânico tem como principais teóricos Francis Bacon e Thomas Hobbes, contemporâneos de Descartes. Porém, podemos localizar o início da história do empirismo britânico em outro influente filósofo: John Locke.
Locke é importante para a Psicologia em função de suas ideias sobre a aquisição do conhecimento e sobre a educação. Locke rejeita o princípio cartesiano de que existam ideias inatas admitindo que o ser humano possua “faculdades” inatas, como a capacidade de raciocinar que seria o pré-requisito para a aquisição do conhecimento por meio da experiência. Para ele, quando o indivíduo nasce seria como uma folha de papel em branco pronta para ser escrita pelas experiências de vida que ele for tendo, e as ideias teriam exclusivamente duas fontes: deriva dos processos de sensação ou dos processos de reflexão. A sensação se refere a todas as informações provenientes dos órgãos dos sentidos e a reflexão se refere ao processamento dessas informações para o qual o ser humano utilizaria o raciocínio.
Qual a proposta de Kant para a produção do conhecimento humano?
Resp: Immanuel Kant foi um filósofo alemão que analisava como as categorias perceptivas e cognitivas moldavam nossas experiências. Kant responde à questão de como é possível o conhecimento afirmando o papel constitutivo de mundo pelo sujeito transcendental, isto é, o sujeito que possui as condições de possibilidade da experiência. Segundo o filósofo, o conhecimento é possível porque o homem possui faculdades que o tornam possível. Com isso, Kant passa a investigar a razão e seus limites, ao invés de como deve ser o mundo para que se possa conhecê-lo, como a filosofia havia feito até então. Em Kant, há duas principais fontes de conhecimento no sujeito: a sensibilidade, por meio da qual os objetos são dados na intuição; e o entendimento, por meio do qual os objetos são pensados nos conceitos.
Kant faz uma síntese entre racionalismo e empirismo. Sem o conteúdo da experiência, dados na intuição, os pensamentos são vazios de mundo (racionalismo); por outro lado, sem os conceitos, eles não têm nenhum sentido para nós (empirismo). Ou, nas palavras de Kant: "Sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, e sem entendimento nenhum seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas".
Quais as principais transformações sociais, observadas na Europa Ocidental, entre os séculos XIV e XVI?
Resp: Os séculos XV e XVI foram de renovação cultural em toda a Europa. Essa renovação ocorreu como consequência da abertura da Europa ao Mundo e do maior conhecimento e intercâmbio cultural. Porém, essa renovação respondeu, a imperativos econômicos, sociais e políticos da própria época e foi favorecida, na sua difusão, pela existência de um maior espírito de curiosidade e de vontade de saber, pelo aumento das escolas e universidades e pela invenção e divulgação da imprensa e do livro impresso, bem como pelo aperfeiçoamento e aumento da produção do papel.
Podemos citar também a expansão marítima, o retorno da cultura Greco-Romana, algumas realizações no campo da arte e o Humanismo Renascentista.
O Renascimento (séc. XIV à XVII) foi um movimento cultural e artístico, de raiz racionalista, humanista e individualista, que ocorreu na Europa e teve a sua principal fonte de inspiração no mundo clássico, greco-romano, e nos movimentos de expansão geográfica e comercial dos finais da Idade Média ocidental. Propunha a ressurreição consciente do passado (renascimento), considerado neste momento como fonte de inspiração e modelo de civilização.
Um dos fatos sociais mais importantes da época do Renascimento foi a ascensão da Burguesia, que desorganizou o sistema rígido das ordens medievais e implantou um novo tipo de homem – mais individualista, racional, pragmático e positivo –, promovido pelos valores da mentalidade burguesa. No Renascimento, afirmavam-se as elites culturais, nas quais a alta burguesia dos negócios e das letras ombreava com a nobreza mais evoluída, agora obrigada a deixar os castelos, no campo, para procurar as cidades e junto das cortes reais, novas oportunidades e novas regalias.
Quais as contribuições da Filosofia e das Ciências Naturais para o desenvolvimento da Psicologia?
Resp: A Filosofia pode ser compreendida como sendo a origem das questões até hoje investigadas pela Psicologia. Desde épocas remotas, os filósofos já se ocupavam sobre a natureza e as particularidades do ser humano que, ainda hoje, são colocadas em pauta por diversas teorias psicológicas. A Filosofia fez com que um campo novo e independente viesse à tona. Com a influência das Ciências Naturais, as grandes vedetes da produção do conhecimento, desde o método científico, criado por Francis Bacon e finalizado por Descartes, o funcionamento do corpo humano e como ele pode interferir em nossa maneira de ser e de agir foram cada vez mais estudados. Além disso, com o avanço da tecnologia, instrumentos de intervenção no corpo humano foram criados e facilitaram bastante tais pesquisas.
O que é o conhecimento mitológico e quais são as suas bases de sustentação?
Resp: Trata-se de um conhecimento no qual é vinculado algo sem contestação. As bases se deram na Grécia Antiga. Os gregos se depararam com a dificuldade de conciliar o homem, como um ser livre e participante da pólis, com as forças inexoráveis do destino (anankê), que arrastam esse mesmo homem.
Qual é a função do ceticismo na obra de Descartes?
Resp: A premissa básica de Descartes seria a de que a mente não possui extensão nem movimento que seriam características básicas do corpo. A principal característica da mente seria a capacidade de raciocinar. Essa dicotomia cartesiana seria utilizada tambémpara diferenciar homens e animais, visto que, segundo esta perspectiva, os animais seriam simples máquinas desprovidas da mente.
Assim, o filósofo distingue a razão da origem divina, separa inteligibilidade e consciência das paixões – segundo ele, a raiz de todos os equívocos e ilusões – que estariam na intercessão com o corpo. Descartes utiliza o ceticismo como método para questionar a soberania da Igreja. Sua linha era a de que “se duvido, penso e se penso, sou”. A teoria de Descartes foi revolucionária na época e abriu caminho para uma série de estudos.
O objeto de estudo da Psicologia enquanto ciência é a subjetividade. Mas, nem sempre foi assim. Quais eram as denominações utilizadas nos diferentes tempos históricos – Antiguidade, Idade Média, Renascimento e Modernidade – para os fenômenos hoje abrangidos pelo termo subjetividade?
Resp: A natureza humana, por meio da experiência, do comportamento, da relação entre as pessoas e os fatores que permeiam a mente humana já era pensados de maneira muito intensa. Nas eras relacionadas nesta questão, o objeto de estudo da Psicologia já foi chamado de alma, divindade, essência e emoção.
Conceitue o antropocentrismo e o humanismo, e explique a diferença entre essas visões?
Resp: O Humanismo foi um amplo movimento de renovação literária filosófica que acompanhou todo o período do Renascimento e é muitas vezes interpretado como uma das suas causas principais e também como a sua expressão mais autêntica e significativa. O ideal do Humanismo adquire centralidade na cultura – em oposição ao divino e ao sobrenatural dominante na Idade Média – caracterizando o próprio espírito do Renascimento. O pensamento humanista tem como base: a forte rejeição dos valores e formas culturais medievais; a valorização dos ideais e formas de expressão literária e artística da Antiguidade Greco-Romana; a crença no homem como ser racional; o Espírito Crítico e o Livre-Arbítrio; o homem como autor e destinatário de todo o saber. Já o Antropocentrismo é a concepção filosófica e pragmática que coloca o homem no centro do Universo, tomando-o como o ser mais perfeito da Criação, capaz de criar e transformar as coisas.
A diferença está justamente no conceito, já que, no Humanismo, o homem é visto como algo a ser "preservado", ele é parte do mundo. O Humanismo no Renascimento valorizava as formas e pensamentos humanos. Artistas valorizavam as formas humanas, suas curvas. Já na literatura existia uma preocupação em revelar os sentimentos e pensamentos do homem. Por fim, o Humanismo é considerado como um período de transição no Renascimento, a transformação foi mais tendencial do que ideológica. Já no Antropocentrismo, a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, o universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o homem, sendo que as demais espécies existem para servi-los. O Antropocentrismo coloca que tudo o que existe foi concebido e desenvolvido para a satisfação humana.
Relacione as determinações sociais e históricas da Modernidade para o desenvolvimento da Psicologia.
Resp: A Modernidade costuma ser entendida como ideário ou visão do mundo que está relacionada ao projeto de mundo moderno, empreendido em diversos momentos ao longo da Idade Moderna e consolidado com a Revolução Industrial (considerada o apse da Modernidade). Iniciou-se durante o Renascimento e se prolongou até o século XX. Normalmente, está relacionada com o desenvolvimento do Capitalismo. Os movimentos filosóficos da Modernidade também contribuíram muito para o desenvolvimento da Psicologia, como o Racionalismo, o Empirismo, o Liberalismo e o Iluminismo.

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