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DIR.PENAL I SLIDES 71 A 119

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Conflito de leis penais no tempo: 
 Após ocorrido um crime, o legislador poderá mudar o conteúdo da lei vigente (sucessão de leis).
 Teremos um conflito real de leis penais que se resolve pelas seguintes regras:
1 – Regra geral:
a) (Tempus regit actum) – aplica-se a lei em vigor na data em que foi praticado o crime; art. 4º Cp.
 2 – Exceção:
Crime permanente e crime continuado - aplica-se lei nova, se existente, “no momento da cessação do crime”, ainda que mais grave ou menos grave a sanção. 
 
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 TEORIAS DO TEMPO DO CRIME: Exceção
Crime permanente é aquele cujo momento consumativo- se prolonga no tempo, fruto da conduta do sujeito ativo do delito. 
>O autor é que tem o domínio sobre o momento consumativo do crime. 
Art. 159, Cp - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: 
 Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
- Sua consumação se estende no tempo, em permanente flagrância, até que cesse a conduta. 
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 TEORIAS DO TEMPO DO CRIME:Exceção 
Crime continuado aquele em que o agente pratica “dois ou mais” crimes da mesma espécie, mediante ação ou omissão, nas condições de tempo, lugar, espaço, circunstâncias, modos de execução; de maneira que passam a constituir, todas elas, um só tipo criminoso.
 
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
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 Outros Exemplos de crime Continuado:
Furtar um charuto por dia e, ao final, haverá furtado 01 caixa de charutos. 
Furtar um talher de prata por dia e, ao final, terá furtado 01 jogo de talheres de prata.
Os furtos subsequentes, nos Crimes Continuados, devem ser considerados como continuação, extensão do primeiro. 
Obs: A pena será uma só (dos crimes), porém acrescida de 1/6 a 2/3.
 
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Observa-se assim que nos Crimes permanentes o agente tem uma só conduta que se fraciona no tempo. Nos Crimes continuados existem várias condutas que perfazem um só crime.
Súmula 711, STF: 
A lei penal mais grave aplica-se ao Crime Continuado ou Permanente, se a sua vigência é anterior a permanência ou a cessação da Continuidade ou da Permanência.
 
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 HIPÓTESES DE CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO.
Existem 4 hipóteses:
a) "abolitio criminis", que ocorre quando a nova lei suprime normas incriminadoras anteriormente existentes, ou seja, o fato deixa de ser considerado crime;
b) "novatio legis" incriminadora, que ocorre quando a nova lei incrimina fatos antes considerados lícitos, ou seja, o fato passa a ser considerado crime;
 
c) "novatio legis in pejus", que ocorre quando a lei nova modifica o regime penal anterior, agravando a situação do sujeito.
 
d) "novatio legis in mellius", que ocorre quando a lei nova modifica o regime anterior, beneficiando o sujeito.
 
 
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 Conflito aparente de normas 
Diz-se conflito aparente pois “existe somente na mente do aplicador ou intérprete da lei penal”; isto é, temos a impressão de que 2 ou + leis, em vigor, se aplicam ao mesmo delito. 
 Nestes casos, o aparente conflito deve ser resolvido para evitar “bis in idem”. 
Requisitos:
Unidade do fato delituoso;
Pluralidade de normas;
Aparente aplicação de todas essas normas;
Efetiva aplicação de apenas uma das normas;
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 Conflito aparente de normas 
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Solução ao conflito aparente de normas:
1–Princípio da Especialidade.
Art. 12, Cp: “As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por Lei/Norma especial, se esta não dispuser de modo diverso”. 
Uma norma incriminadora é “especial em relação a outra norma geral”. 
(Lex specialis derrogat generalis). 
A norma especial possui todos os elementos da norma geral e mais alguns, classificados como “Especializantes.”
 
 
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 PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE – EXEMPLO
 Homicídio simples 
Art. 121. - Matar alguém: 
 Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos
 Infanticídio 
Art. 123. - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: 
 Pena - detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
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 PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
 Se houver conflito entre uma “norma de caráter geral” e outra “norma de caráter especial”, prevalece a norma de caráter especial.
 Exemplo:
Código Penal - Art. 121, § 3º, Cp
 Se o homicídio é culposo:
 Pena: detenção de 1 a 3 anos. 
Código de Trânsito Brasileiro - Art. 302 Ctb
 Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
 Pena: detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
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 PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE
 1 – SUBSIDIARIEDADE (TÁCITA): 
Obs: A “norma Subsidiária” está contida na “norma Principal”. 
EXEMPLO: Roubo e Furto (art. 157 e art. 155).
 Art.157 (ROUBO) – “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem”, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena: Reclusão de 4 a 10 anos, e multa.
Art. 155 (FURTO) - “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel”:
Pena: Reclusão de 1 a 4 anos, e multa.
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2 –SUBSIDIARIEDADE TÁCITA:
 Outro Exemplo:
Art.146 – Constrangimento Ilegal
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite ou a fazer o que ela não manda:
Art. 158 - Extorsão
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: 
 
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 – SUBSIDIARIEDADE EXPRESSA
Expressa – A própria norma vai indicar que ela é subsidiária.
Ex: (1) - Art. 132 Cp – Perigo 
Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto ou iminente.
Pena: Detenção de 3 meses a 1 ano se o fato não constitui crime mais grave.
Ex: (2) - Art. 163 Cp – Dano 
Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia.
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave.
 
 
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3 – Princípio da Consunção ou Absorção:
 “O crime mais grave absorve o menos grave”.
Relação crime meio/crime fim: ocorre quando um fato definido por uma norma incriminadora é “meio necessário”(171) ou “normal fase de preparação ou execução” de outro crime, bem como quando constitui conduta anterior ou posterior do agente.
Homicídio
Art 121 - Matar alguém:
Lesão Corporal 
Art. 129 - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.
 
 
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CONSUNÇÃO OU ABSORÇÃO
Outro exemplo: Para cometer o crime de furto em residência, o agente necessitou violar, adentrando, furtivamente, no domicílio da vítima.
 Art. 150 Cp – 
 Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
 
 
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 – CONSUNÇÃO OU ABSORÇÃO
1. CRIME PROGRESSIVO:
Progressivo é o crime cometido a um só tempo, num só momento, numa só conduta e vontade.
Ex. Homicídio – Necessariamente para alcançar tal objetivo precisei causar lesão no indivíduo. O dolo único, o de matar alguém.
2. PROGRESSÃO CRIMINOSA:
A progressão criminosa necessariamente desdobra-se em dois atos, em dois momentos, em duas vontades distintas. Dolos diversos.
Ex: Dolo inicial Lesão Corporal e, no curso da Lesão, surge novo Dolo de Homicídio.
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 – CONSUNÇÃO OU ABSORÇÃO
1. ANTE FATO (FACTUM) IMPUNIVEL: 
- Quando precisa de delito anterior
para praticar outro posterior.
Ex: Furto um cheque (155) para praticar um Estelionato (171). O último crime (fim) absorve o primeiro crime; ou seja, o crime anterior fica absorvido pelo posterior e, portanto, impunível.
2. POST FATO (FACTUM) IMPUNÍVEL:
- Quando inicialmente pratica um delito e, em seguida, pratica outra conduta (delituosa) menor.
Ex: Furto um cordão (155) e, fugindo à perseguição, destruo o pingente (163). O último crime, será absorvido pelo anterior, ficando impunível.
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EFICÁCIA DA LEI PENAL NO ESPAÇO.
 
Direito Penal Internacional
Direito público interno com implicações externas, regido pelo Código Penal Brasileiro, onde a soberania da Lei Penal vai além das fronteiras do País obedecendo ao princípio da extraterritorialidade da lei penal. (Arts. 5º,6º e 7º, Cp).
2. Direito Internacional Penal
Ciência jurídica, regido por convenções e tratados internacionais - sendo o mais conhecido o Tratado de Roma -, que criou o Tribunal Penal Internacional, órgão que cuida de delitos que atinjam Direitos difusos e coletivos nas relações exteriores. 
 Ex: Genocídio, Crimes de guerra, Tráfico de seres humanos, etc...
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LEI PENAL NO ESPAÇO.
Art 5° do C.p. 
“Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.”
 
A importância da questão relativa à eficácia da lei penal no espaço reside na necessidade de apresentar solução aos casos em que um crime viole interesses de dois ou mais países, ou porque a conduta foi praticada no território nacional e o resultado ocorreu no exterior, ou porque a conduta foi praticada no exterior e o resultado ocorreu no território nacional.
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EFICÁCIA DA LEI PENAL NO ESPAÇO.
 A lei penal no espaço: 
A aplicação se dará quando a conduta é praticada em um território e a consumação ocorre em outro.
Princípio da Territorialidade: 
 Art. 5º, Cp - Aplica-se a lei brasileira, (*) sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no “território nacional”. 
 Obs:
 (*)Imunidade diplomática – Convenção de Viena .
 “Embaixadores e demais agentes diplomáticos estão imunes a legislação do país acreditado/sediado”.
 
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 Princípio da territorialidade (temperada).
 – Aplica-se a lei brasileira aos crimes ocorridos dentro do território nacional, independentemente da nacionalidade do agente ou da vítima. “Regra geral” 
 - Considera-se Território nacional: espaço dentro do qual o País exerce sua soberania. 
	1 – Compreende solo e subsolo, águas internas, ar e mar territorial até 12 milhas marítimas, espaço aéreo ou coluna atmosférica, correspondente (até o limite do espaço cósmico onde deixa de existir a gravidade, e na extensão da plataforma continental).
	Obs: Outra faixa, das 12 até 40 milhas, é chamada zona contígua (mista), utilizado como Zona de transição. A última faixa, de 40 a 240 milhas, é chamada Zona de exploração econômica exclusiva. (Lei n° 8.617, de 4 de janeiro de 1993) 
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EFICÁCIA DA LEI PENAL NO ESPAÇO.
 Art. 5º, Cp Continuação.....
 “TERRITÓRIO POR EQUIPARAÇÃO”
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, “onde quer que se encontrem”; bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, “no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar”. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de “aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada”, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
 
 
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	2 - Embaixada estrangeira situada no Brasil:
 O território da Embaixada/Consulado aqui instalado, é considerado território brasileiro; por questões de tratados internacionais, na ocorrência de crimes, será aplicada a Lei estrangeira. São dotadas de inviolabilidade à Lei penal brasileira como garantia política aos representantes estrangeiros.
	 3 – Embaixada brasileira situada no exterior: 
 Há reciprocidade. Não importa o país onde esteja localizada é território estrangeiro, aplica-se a lei brasileira se o autor de crime é nacional; goza de imunidade diplomática.
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Ampliação do conceito (Art. 5º, §1º e 2º, Cp).
1 – Embarcações ou aviões públicos brasileiros (missão oficial).
 -Não importa onde se encontram, é Brasil.
2 – Embarcações ou aviões brasileiros privados (TAM, GOL, WEBJET, AVIANCA, etc.).
 -É Brasil, se encontrar-se no espaço aéreo brasileiro, ou em alto-mar. Ocorre o chamado: (Princípio do Pavilhão ou da Bandeira). 
-Se estiver em território estrangeiro, aplica-se a lei do País estrangeiro.
 Obs: Excepcionalmente, se o País estrangeiro em que ocorreu o crime não abrir processo, o Brasil poderá fazê-lo para punir o seu Nacional. Ocorre o chamado: 
(Princípio da Representação).
	
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“Princípio da passagem inocente”
 
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(Artigo 19, da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar).
	
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Lugar do Crime – Art. 6º, Cp
 Determinar o lugar do crime é importante para os crimes à distância (ação em um país e resultado em outro), especialmente para descobrir no âmbito do direito penal a lei aplicável ao caso concreto.
 Art. 6º - Cp
Considera-se praticado o crime no “lugar em que ocorreu a ação ou omissão”, no todo ou em parte, bem como onde se “produziu ou deveria produzir-se o resultado”. (*)
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Lugar do Crime – Art. 6º, Cp
Se o crime “tocar” (ao menos em parte) no Brasil, é considerado território brasileiro para efeitos penais. 
O “tocar” representa qualquer aspecto: no espaço aéreo, águas internas, ar, mar territorial brasileiro, etc...
Teorias aplicáveis, no Cp:
Teoria da atividade - local da ação ou omissão;
Teoria do resultado – local do resultado;
Teoria da ubiquidade ou mista – caráter misto. 
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Art. 7º, Cp - Extraterritorialidade
 
- Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
 I - os crimes: (Princípio da Defesa).
 -Incondicionada-
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
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Art. 7º, Cp - Extraterritorialidade
 
- Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 I - os crimes: (continuação...)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
 Obs>Extraterritorialidade Incondicionada: 
 (Art. 7º, inciso I, a,b,c,d,):
 “A lei brasileira incide independentemente de qualquer condição.”
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 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, “embora cometidos no estrangeiro”:
 II - os crimes: -Condicionada-
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Princípio da Justiça universal).
b) praticados por brasileiro; (Princípio da Nacionalidade)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Princípio da Representação).
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Art. 7º, Cp - Extraterritorialidade
 
 § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. “Extraterritorialidade Incondicionada”
 § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
 “Extraterritorialidade Condicionada”
 
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 2. Extraterritorialidade Condicionada – 
 Art. 7º,II, Cp.
 § 2º, Cp -
Condições:
Entrar o agente no território nacional;
Ser o fato punível também no país em que foi praticado;
Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não encontrar-se extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (107,Cp).
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Art. 7º, Cp – Extraterritorialidade “Hipercondicionada”.
 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Atenção: Observe que, o “§3º”, além de todas as condições do “§2º”, pede também mais duas condições próprias, totalizando assim sete condições de procebilidade.
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Art. 8º. - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
 Ex: Penas “diversas” – atenua (abranda) –
 
Condenado na Fça (pena de multa = 10,000 Euros);
Condenado no Brasil (pena de detenção = (privativa de liberdade).
A pena no Brasil será “atenuada” (discricionariedade do juiz brasileiro, não podendo ficar inferior ao mínimo previsto em lei). 
Obs: Só em casos de penas de natureza “diversa”.
 
 
Pena cumprida no Exterior – Art. 8º, Cp.
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 Pena cumprida no estrangeiro 
Art. 8º. - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é Computada, quando idêntica.
 Penas “idênticas” – é computada (subtraída) -: 
 
 -Condenado na Colômbia cumpriu (15 anos de reclusão);
 - Condenado no Brasil a cumprir (20 anos de reclusão);
 >Será então computada (subtraída) os 15 anos e o agente cumprirá, aqui: + 5 anos de reclusão. 
 Obs: Só em caso de penas de natureza “Idêntica”.
 
Pena cumprida no Exterior – Art. 8º, Cp.
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 –Art. 9º. - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: 
I -obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; 
II - sujeitá-lo à medida de segurança.
Parágrafo único. A homologação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país, de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
da Justiça. 
 
Eficácia de Sentença Estrangeira –art. 9º, Cp
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 Ex:Cidadão Francês foi assaltado em Paris; O assaltante, após apropriar-se de vultosa quantia, investiu parte desse dinheiro em aplicações no Brasil, adquirindo ações do “Shopping Center Tower Cidade Nova IV”, em construção no Pará, Brasil.
 O assaltante Francês foi preso na França, condenado a prisão, e também a ressarcir a vítima da importância subtraída e aplicada no Brasil.
 A vítima, requer então ao STJ que essa sentença penal produza efeitos no Brasil com a finalidade de ser reconhecida (homologada), a fim de que a mesma tenha “repercussões civis” (restitutiva); bloqueando a importância aqui aplicada.
 Obs: A homologação é procedida pelo STJ (art. 105, I, alínea ”i”, Cf.).
Eficácia de Sentença Estrangeira –art. 9º, Cp
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 Contagem de prazo 
 Art. 10. - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
 Computa-se o dia inicial (dies ad quo) desprezando-se o dia final (dies ad quem).
 Obs:
 “O mês, em matéria penal, é contado não pelo número real de dias (28, 29, 30 e 31); e sim, do determinado dia à véspera do mesmo dia, do mês subsequente”.
 Ex: 1 mês: (07/01 a 06/02 de 2016).
 Obs: Prazos penais são improrrogáveis, mesmo se encerrarem em dia não util.
Contagem de prazos penais – art. 10, Cp.
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Dessa forma, “um ano é contado de certo dia, de um determinado mês, à véspera do dia idêntico daquele mês no ano seguinte”.
Exemplo:
 “Estará cumprida a pena de “um mês” de prisão, entre os dias 18 de fevereiro e 17 de março; ou, a de “um ano” de prisão, entre os dias 18 de fevereiro de 2016 a 17 de fevereiro de 2017.
Obs:
 No CPP, os prazos de natureza processual diferem, despreza-se o dia inicial (dies ad quo) e computa-se o dia final (dies ad quem)- Art. 798, §1º.
Contagem de prazos penais – art. 10, Cp.
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 Frações não computáveis da pena.
 
 Art. 11. - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e, nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. 
 De acordo com a primeira regra, em “penas privativas de liberdade e restritivas de direitos” devem ser desprezados as frações de dia; ou seja, não devem ser computadas horas ou minutos.
 
 Assim, não se fixa pena, por exemplo, em: 02 anos, quinze dias, 11 hs, 30 min.
 
 
Frações da pena – Art. 11, Cp
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 Nos termos da segunda regra, nas “penas de multa” devem ser desprezadas as frações de Cruzeiro (moeda da época), hoje Real; ou seja, não devem ser computados os centavos.
 
 Essa regra aplica-se aos dias atuais, mesmo diante das modificações da moeda. 
 Assim, estará incorreto: 
 Pena: Multa de R$ 1.450,12 
 
Frações da pena – Art. 11, Cp
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CRIMES - CLASSIFICAÇÃO DOUTRINARIA
 CRIME MATERIAL o tipo penal descreve uma ação e um resultado, sem o qual a infração não se consuma; 
 O Crime material só se consuma com a produção do “resultado naturalístico”: a morte no homicídio (121); a subtração no furto (155).
 O CRIME FORMAL, não exige a produção do resultado para a consumação. Ele se consuma já na conduta. Pode-se observar que geralmente os crimes formais encontram-se expressões como: "com o fim de...", "com a finalidade de..." ou “com o intuito de...”, 
 Ex: Extorsão (158); Corrupção Passiva (317).
 
 
 
 
 Crimes de Mera Conduta- 
São Crimes que não causam modificação no mundo exterior; impossível ocorrer resultado naturalístico.
 
No CRIME DE MERA CONDUTA o tipo não descreve o resultado. Não existe resultado a ser atingido. Apenas a conduta é ofensiva, por ser presunção da Lei. 
Ex: Crime de Desobediência (330); o Ato obsceno (233); a Violação de Domicílio (150); 
 
 
 
 
 Classificação Doutrinária dos Crimes
Comum: Aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa penalmente responsável (não exige qualidade especial do agente); 
Próprio: Pressupõe qualidade especial intrínseca da pessoa: Infanticídio (123); Auto-aborto (124).
Mão própria: É comum, porém só podem ser cometidos pelo próprio agente, em pessoa. (Falso testemunho: Art. 342, Cp); Falsidade ideológica (299,Cp);(Prevaricação Art.319, Cp); 
Dano: se consuma na lesão ao bem jurídico. Art.121, 163 CP.
Instantâneo: consumação ocorre num só instante (Art. 121);
Permanente: sua consumação tem continuidade, se estende no tempo (Art. 148, 159, Cp);
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
Unissubjetivo: pode ser praticado por uma só pessoa, embora nada impeça a co-autoria ou a participação. (homicídio,furto).
Plurissubjetivo (coletivo, ou concurso necessário): exige duas ou mais pessoas para a prática criminosa (288, 137, Cp).
Unissubsistente: único ato, uma ação (Art.140, Injúria verbal; 147, Ameaça verbal).
Plurissubsistente: vários atos, numa ação (Art. 171, Estelionato;
Art. 157, Roubo).
Forma livre: não especifica a forma de praticá-lo (121 Cp; 213,Cp; Estupro). 
Forma vinculada: legislador especifica a forma de praticá-lo. Ex: Arts. 260 e 288 Cp); 
Complexo: dois ou mais tipos, numa só descrição (art. 157, Cp).
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Pesquisa como exercício:
Realize pesquisa sobre conceito doutrinário de crimes de acordo com a classificação abaixo: 
Comissivos/omissivos
Instantâneo de efeito permanente
Continuado
Principal/acessório
Condicionado/incondicionado
Progressivo
Putativo
De flagrante esperado/provocado
Impossível
Consumado/tentado
Falho
Exaurido
Doloso, culposo, preterdoloso
Privilegiado/qualificado
Subsidiário
Vago
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Político
Continuado
Inominado
Principal
Impeto
Multitudinário
Plurinuclear
Forma livre/vinculada
Habitual/profissional
Funcional
Formal
Material
Mera conduta
Remetido
Hediondo
 
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Pluriofensivos
Falimentares
A prazo
Gratuito
Acessório
De trânsito/em trânsito
Transeunte/não transeunte
Atentado ou de empreendimento
Internacional 
Quase-crime
Tipo fechado e tipo aberto
Tentativa branca/Tentativa cruenta
Consuntivo/Consunto
De responsabilidade
…………………………………………………………………………..
49
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