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O documento Projeto CNE/UNESCO 914BRA1136.3 – Desenvolvimento, Aprimoramento e Consolidação de uma Educação Nacional de Qualidade: Ensino de História e Cultura dos Povos Indígenas de Beatriz Carretta Corrêa da Silva, teve como objetivo levantar as ações desenvolvidas em Instituições de Ensino Superior sobre a temática da história e cultura dos povos indígenas nos cursos de graduação e pós-graduação. O documento mostra iniciativas e experiências desenvolvidas dentro dos espaços de pesquisa das universidades brasileiras bastante interessantes e conhecidas acerca da temática indígena. De acordo com a autora “merecem destaque duas experiências registradas no campo da educação, uma desenvolvida no contexto de curso de Especialização em História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, organizado pela ONG PATÍ, Grupo Incluir, em Salvador, com base em referencial teórico-metodológico desenvolvido pelo professor de História Indígena da Universidade do Estado da Bahia, Francisco Alfredo Morais Guimarães. A outra experiência diz respeito a pesquisas desenvolvidas no âmbito do Curso de Pedagogia e na Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob orientação da professora Maria Aparecida Bergamaschi.”
 
A primeira Experiência:
“Refere-se ao trabalho do Prof. Alfredo Guimarães, que ministra História Indígena na UNEB, Campus Alagoinha, e desenvolve pesquisa tanto sobre educação indígena quanto sobre história indígena. O professor segue o método cultural e desenvolveu abordagem aplicada à temática indígena, que denominou de bricolagem, para o ensino da história indígena para não indígenas, que consta de intervenções em imagens e outros materiais consagrados pelo uso tradicional no ensino da história do Brasil, de forma a deslocar o olhar do aluno e problematizar situações e imagens naturalizadas pelo tempo com o intuito de ajudar o aluno a perceber outras formas de pensar a presença indígena”(pág.32-33).
Veja mais:
A aplicação do método “bricolagem” e os resultados do trabalho desenvolvido são registrados em dois artigos, de autoria do professor, de livre acesso na internet:
GUIMARÃES, Alfredo F.M. História e Cultura Indígenas: diferentes formas de ver, diferentes maneiras de pensar. Alagoinhas: Universidade do Estado da Bahia, 2010.
http://www.uneb.br/plataformafreire/files/2010/03/historia_e_cultura_indigena_na_escola_texto_2.pdf
GUIMARÃES, Alfredo F.M. A Temática Indígena na Escola: onde está o espelho? Revista Fórum Identidades, 2(3): 57-65, jan-jun, 2008.
http://200.17.141.110/periodicos/revista_forum_identidades/revistas/ARQ_FORUM_IND_3/DOSSIE_FORUM_Pg_57_65.pdf
 
A segunda Experiencia:
Outro destaque no Relatório “refere-se ao registro de docência compartilhada desenvolvida por alunos do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nas turmas de educação básica de escola estadual de Porto Alegre. O projeto foi desenvolvido durante as atividades do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES), sob a orientação da Profa. M. Aparecida Bergamaschi. O objetivo do grupo foi abordar a história não pela visão eurocêntrica, mas contemplando a visão dos povos originários, por meio de contação de histórias, produção de textos coletivos e cartazes, incorporação de práticas culinárias com comidas típicas, jogos e brincadeiras de origem indígena no pátio, além de confecção de artesanatos como recursos para o aprendizado da história e cultura dos povos indígenas”(pág.33-34).
Veja mais:
O desenvolvimento e os resultados positivos do projeto são descritos em dois textos que encontra-se na internet:
GUILHÃO, Aline M.; SANTOS, Marcéli M.; MONSU, Michelle Z.; CARVALHO, Naira G.C.; PEREZ, Nicole F. História e cultura indígena nas práticas pedagógicas da educação infantil. XVII Jornada de Ensino de História e Educação, Jaguarão: UNIPAMPA, 22 a 24 de agosto, 2011. [ms]
 http://www.ufrgs.br/pibid/Nova pasta/PEDAGOGIA/História e Cultura IndÃgena.pdf
GUILHÃO, Aline M.; SANTOS, Marcéli M.; MONSU, Michelle Z.; CARVALHO, Naira G.C.; PEREZ, Nicole F. Problematizando a Temática Indígena nas Práticas Pedagógicas da Educação Infantil. Resumo, VII Salão de Ensino, Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 3 a 7 de outubro, 2011. [ms]
http://www.ufrgs.br/pibid/Nova pasta/PEDAGOGIA/PROBLEMATIZANDO A TEMÁTICA INDÍGENA NAS PRÁTICAS PEDAG�GICAS DA EDUCA��O INFANTIL.pdf
 
Ainda temos outras iniciativas que são “fruto das pesquisas desenvolvidas pelo mesmo grupo, sob orientação da Profa. Bergamaschi, as experiências importantes de práticas educacionais interculturais aprendidas na escola indígena e aplicadas à escola não indígena para o desenvolvimento transversal da temática da história e da cultura indígena nas classes iniciais da educação básica. No primeiro texto abaixo, as autoras problematizam as formas como a história e a cultura desses povos originários vem sendo trabalhadas nas escolas e, mesmo reconhecendo os limites desta lei, consideram que ela amplia as possibilidades para o desenvolvimento de experiências significativas, voltadas para uma educação intercultural”
 BERGAMASCHI, Maria Aparecida e GOMES, Luana Barth. A temática indígena na escola: ensaios de educação intercultural.Currículo sem Fronteiras, 12(1): 53-69, Jan/Abr, 2012.
http://www.curriculosemfronteiras.org/vol12iss1articles/bergamaschi-gomes.pdf
“A dissertação de mestrado abaixo relata a experiência de estudo de caso de duas escolas de educação básica de Porto Alegre, uma delas com contato constante com uma comunidade Kaingáng por meio de atividades conjuntas desenvolvidas na escola, como oficina de cerâmica. A autora avalia as diferenças em termos de concepções sobre a temática indígena nesta escola em relação à outra escola sem a mesma experiência, observando na prática o fazer intercultural como constituidor de um espaço livre de trocas e vivências sem preconceitos e com respeito(pág 34-35).”
GOMES, Luana Barth. Legitimando saberes indígenas na escola. Dissertação de Mestrado, Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011.
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/36386/000817163.pdf?sequence=1 
 
A educação escolar indígena tem sido pauta política de extrema relevância para as comunidades indígenas, o movimento indígena e as entidades de apoio aos povos indígenas, tendo deixado de ser temática secundária, e ganhado importância na medida em que mobiliza diferentes instituições e recursos.
A inclusão da temática indígena no sistema oficial de ensino é decorrente da luta dos povos indígenas e do movimento indígena pelo reconhecimento de suas histórias e culturas e de sua participação na formação étnica brasileira. A principal reivindicação desta luta por reconhecimento refere-se à visão descontextualizada, alienada e homogeneizada que a sociedade como um todo tem dos povos indígenas e na exigência de que cabe à escola desconstruir esta visão distorcida, por meio da educação universal, transmitindo o conhecimento de que estes povos são parte integrante da formação da identidade cultural nacional, assim como são parte da realidade atual da nação. 
Para além de mera afirmação da multietnicidade e da pluriculturalidade do país, a importância política das Diretrizes para a Educação das Relações Étnico-Raciais reside no reconhecimento de que educação de qualidade inclui a formação de cidadãos responsáveis pela construção de uma sociedade justa e democrática. (SILVA, Beatriz. Projeto CNE/UNESCO 914BRA1136.3, p. 6-7)
A Lei 10.639 de 2003 inseriu a História da África e Cultura Afro-brasileira nas escolas, e cinco anos depois o movimento indígena conseguiu com a Lei 11.645 de 2008, introduzir também a temática da História e Cultura Indígena.
Se não houve formação de professores com conhecimento sobre História e cultura indígena e História e cultura Afro-brasileira, como introduzi-las no ensino?
é imprescindível a colaboração das comunidades em que a escola está inserida e a comunicação com estudiosos e movimentos sociais para que subsidiemas discussões e construam novos saberes, atitudes, valores e posturas. Ressalte-se que a presença das comunidades indígenas no contexto escolar não indígena torna visível o invisível – a presença indígena e a cultura ameríndia –, num contexto intercultural em que os diferentes podem ser o que são, em relações de negociação, conflitos e empréstimos recíprocos.(idem, p. 8)
Beatriz Silva, conclui que é necessário a formação de professores em nível superior.
Identifica as áreas de Antropologia, História, Arqueologia, Linguística e Pedagogia como as que mais se aproximam dos estudos sobre povos e educação indígena, bem como a imagem dos índios em materiais didáticos de história e de formação de professores, seu papel na história nacional, e temas como oralidade, memória e saberes tradicionais.
Desde 1990 existe um movimento entre os historiadores de fazer uma “revisão historiográfica, que tem dado um novo lugar ao índio em nossa história” (ALMEIDA apud SILVA, op. Cit, p. 10). 
Os antropólogos identificam como “etno-história”, enfocando a história dos índios no Brasil, e publicando artigos e trabalhos científicos sobre o tema. São estudos focados no processo de “aculturação”, para compreender as mudanças ocorridas nas cultura nativas em decorrência do contato com os povos europeus, se dava pouca importância a cultura nativa anterior ao contato, por consederá-la estável e imutável.
Esse material tem suas fragilidades por utilizar-se de relatos orais, manuscritos, observações e informantes, podendo ter olhares preconceituosos e desconfiados de ambos os lados da comunicação.
Para melhorar os dados é importante uma análise multidisciplinar envolvendo História, Antropologia e Arqueologia.
HISTÓRIA INDÍGENA: PERSPECTIVA HISTÓRICA
I Fórum do Ensino Superior sobre os Desafios para o Ensino de História e Cultura Africana e Indígena (2009):
“a grande tarefa, hoje, é realizar uma revisão histórica e trazer à tona uma discussão que poderá ajudar a sociedade brasileira a ter outro enfoque da conquista lusitana e rever conceitos estereotipados e preconceituosos” (PREZIA)
1. mudança de enfoque e das referências culturais
2. abandono do eurocentrismo da história oficial
3. busca da ótica dos povos indígenas
4. abandono das abordagens que exaltam as classes dominantes e os vencedores da guerra da conquista
5. inclusão dos conhecimentos dos muitos povos históricos, suas diferenças e suas mudanças
6. aprender a transmitir essas culturas pela sua própria literatura e autores
“Como os índios têm sido vistos tradicionalmente em nossa história?”
“Como se explica terem desaparecido da história? 
Sugestão de leitura de aprofundamento: ALMEIDA, Maria Regina C.  Os Índios na História do Brasil, 2010
Na história escrita, a história dos índios ficou perdida, no entanto, essa história permanece nas vilas, sertões, cidades e aldeias. Entre os séculos XVI e XIX a permanência indígena no contato com os europeus pode ser revelada e interpretada com estudos e documentos. Nos anos 90, a partir da mudança do ponto de vista dos pesquisadores de História e Antropologia, a História Indígena ganha o foco nos povos indígenas, não mais na análise dos colonizadores europeus, isso “permitiu repensar a trajetória histórica de inúmeros povos, que por muito tempo foram considerados misturados ou extintos” (ALMEIDA, apud SILVA, p. 16)
A história começa a mudar com a compreensão da nova legislação como resultado de acordos, negociações, para dar espaço a mediação e reivindicação. Na antiga História do Brasil, existia um índio genérico que se aculturou e deixou de ser índio ou que morreu. Na Nova História Indígena existe diversos povos indígenas, ainda que dominados e aculturados, mas que mantiveram ou renovaram suas identidades étnicas e permanecem na história real (apesar de não estarem na historiografia).
A Nova História Indígena utiliza-se de diferentes registros históricos: textual, visual ou oral, sob pontos de vistas diversos como antropológico, histórico e iconográfico. Isso para compreender o impacto do encontro e as transformações e experiências vividas pelos povos indígenas. 
A produção oral segue a metodologia histórica de registro e verificação dos dados. 
Diferentemente da antropologia que busca tecer uma narrativa e busca a versão dos nativos.
a metodologia da história oral observa cuidados de como coletar informações, como entrevistar, confrontar versões, etc. As entrevistas, geram sempre documento material, que é a gravação, e geralmente implica a elaboração de um texto escrito, sendo necessário pensar tanto no destino das gravações, que devem ser mantidas e disponibilizadas a um público amplo, como no destino do próprio texto escrito (apud SILVA, p. 17-18)
 
ETNO-HISTORIA: PERSPECTIVA MULTIDISCIPLINAR
A metodologia multidisciplinar para estudar os povos indígenas a partir da pesrpectiva histórica. O objetivo é reconstruir a história dos povos indígenas brasileiros áreas como genética, linguística, antropologia, arqueologia ou botânica. A Linguística Histórica, estuda o desenvolvimento histórico das línguas e os processos de mudança linguística, no início do século XX que a dimensão sociológica foi introduzida ao estudo das línguas. Os estudos etnobotânicos fartamente amparados em estudos etnográficos e reconstruções de protolínguas com base no método histórico-comparativo. Já as pesquisas arqueológicas que partem de pressupostos estabelecidos pela Linguística Histórica e utilizam-se de métodos da etnoarqueologia.
 
PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO E DA PEDAGOGIA
Pesquisas sobre o conteúdo de História no Ensino Fundamental: oralidade, memória e saberes tradicionais, além de presença do indígena nos programas curriculares e livros didáticos.
Metodologia: questionário, entrevista, observação direta, interação do pesquisador com os participantes da atividade.
Contribuições: produção de saber sobre à temática indígena;
Interculturalidade, práticas culturais e políticas públicas; “conjunto de propostas de convivência e de relação democrática e criativa entre culturas diferentes” (FLEURI apud SILVA, p. 21)
Objetivo: desenvolver concepções e estratégias educativas que favoreçam o enfrentamento dos conflitos, superando a discriminação, exclusão ou dominação; legitimar valores indígenas e recriar o olhar para os povos indígenas por meio de práticas pedagógicas diferenciadas.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
O principal entrave para a inclusão da temática indígena no ensino superior é o desconhecimento do tema. São poucas as Instituições de Ensino Superior (IES) que desenvolvem pesquisas sobre o tema, apesar de existir produção acadêmica e livros nas áreas de Ciências Humanas ou Sociais, História, Pedagogia e Educação.
 Apesar do Guia do Livro Didático/PNLD (2010) e da fiscalização da Secretaria de Educação básica e das Universidades, a temática ainda é pouco tratada e é estereotipada ou folclorizada, além da permanência de adjetivos como “primitivo”, “selvagem”, “não civilizados ou atrasados” tanto nos livros como nos meios de comunicação em massa.
 
Darcy Ribeiro e sua teoria sobre os índios no Brasil e o processo civilizatório
De acordo com Darcy Ribeiro “o processo civilizatório começou com as penínsulas ibéricas (naturais da Península Ibéricas que são os povos de Portugal e Espanha), que movida pela revolução tecnologia, atravessaram oceanos com a desculpa de converter os povos, criando a primeira civilização universal” (p. 64-77). Assim os  “iberos, os ingleses e os russos tiveram papeis de povos germinais do novo mundo. Deram origem aos latinos americanos aos neobritânicos e aos eslavos” (p. 64-77). Mesmo sucumbindo na Europa, os iberos continuam a sua progressiva mestiçagem americana. Sua língua e cultura se expandem, eles se enriquecem, e se constrói assim a segunda nação, a América Latina, uma das províncias mais ricas e amplas da terra. A Inglaterra foi a terceira nação a se estruturar. Baseada nos saberes judaicos, se apossa da outra metade das Américas. No Brasil a obra de Portugal não foi menos radical. Consomemmilhares de pessoas, derrubam montanhas, acabam com a floresta em busca de minerais (p. 64-77).
 
Colônia mercantil-escravista da metrópole portuguesa
Segundo Darcy Ribeiro (p. 74-77) estamos diante do resultado de um processo civilizatório que, interrompendo a linha evolutiva prévia das populações indígenas brasileiras, depois de subjugá-las, recruta seus remanescentes como Mao de obra servil de uma nova sociedade, que já nascia integrada numa etapa mais elevada da evolução sociocultural. No caso, esse passo se dá por incorporação ou atualização histórica que supõe a perda da autonomia étnica dos núcleos engajados, sua dominação e transfiguração, estabelecendo as bases sobre as quais se edificaria daí em diante à sociedade brasileira. Tais bases se definiriam com claridade com a implantação dos primeiros engenhos açucareiros que, vinculando os antigos núcleos extrativistas ao mercado mundial, viabilizava sua existência na condição socioeconômica de um "proletariado externo", estruturado como uma colônia mercantil-escravista da metrópole portuguesa.
São divididas em:
Ø  No plano adaptativo (PA) - isto é, o relativo à tecnologia com que se produzem reproduzem as condições materiais de existência.
Ø  No plano ideológico (PI) - o relativo às formas de comunicação, ao saber, às crenças, à criação artística e à autoimagem étnica.
 
No plano adaptativo (PA) - isto é, o relativo à tecnologia com que se produzem reproduzem as condições materiais de existência (p.74).
Se fundam nas seguintes bases:
            - No plano relativo à tecnologia com que se produzem e reproduzem as condições materiais de existência, por exemplo: na incorporação da tecnologia europeia aplicada a produção, ao transporte e a construção.
            - A navegação transoceânica que integrava os novos mundos em uma economia mundial (exportação e como importadores de negros escravos e bens de consumo);
            - O estabelecimento? do? engenho? de? cana, ? e, ? depois, ? a? mineração? de? ouro? e? diamantes? que? envolviam? o? domínio? de? novas?tecnologias.
 
No plano ideológico (PI) - o relativo às formas de comunicação, ao saber, às crenças, à criação artística e à autoimagem étnica (p.75).
 Se fundam nas seguintes bases:
   Os elementos da cultura das comunidades neobrasileiras se plasma(modela):
-     Relativo às formas de comunicação, ao saber, as crenças, a criação artística e a autoimagem étnica.
-      A difusão da Língua portuguesa que se difunde lentamente, século após século, até converter-se no veículo único de comunicação das comunidades brasileiras entre si e delas com a metrópole;
 
O produto real do processo de colonização já era, naquela altura, a formação do povo brasileiro, a mestiçagem que nos caracteriza.
 
 Projeto Pombalino
Na história das relações étnico-racial no Brasil houve também projetos para a educação escolar indígena, um deles foi o projeto pombalino. Para ler na íntegra acesse
Séc. XVIII – Ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, no Pará e Maranhão, escreveu um Diretório em 1757, transformado em lei em 1758
Objetivo: 
 integrar os índios à sociedade colonial por meio da língua portuguesa, sendo esta obrigatória e o guarani sendo proibido. 
 Buscava a extinção das diferenças entre índios e brancos, através da homogeneização cultural. 
 Estimulava o casamento misto, sendo que os filhos desse casamento seriam os mais aptos à assumir as aldeias indígenas e transformá-las em vilas e lugares portugueses.
 Proibia o termo “negros da terra” para os índios
 1770: escola de educação da população indígena da Aldeia do Anjos em Rio Grande de São Pedro.
Segundo o projeto:
1. o uso do idioma nativo reforça os costumes tribais;
2. a adoção do idioma civilizado estimula os costumes civilizados;
3. imposição da “língua do príncipe” sujeita o povo conquistado à se reconhecer como colônia de Portugal;
4. transformar indígenas em vassalos iguais aos demais colonos.
Anteriormente à lei se usava a língua geral, uma língua que misturava o tupi-guarani com traços regionais, um dialeto colonial. Essa língua era vista por Portugal como algo “diabólico” para se permanecer na “barbárie” que gerava uma “total ruína espiritual”.
Além de idiomas indígenas, vigoravam também línguas africanos entre escravos e descendentes.
A necessidade de ter contingente falando em português também tinha como função a defesa das fronteiras das terras portuguesas e espanholas.
Naquele período a noção de "raça" era para os portugueses a combinação entre a ancestralidade e a crença religiosa, não estava vinculada à característica fenotípicas. Com a presença dos africanos escravizados, se agregou a esse conceito de “raça” o fenótipo para definir a hierarquia racial. A partir disso, é possível compreender o porquê é tão complicada a caracterização racial no Brasil, pois existem vários referenciais que se combinam, não é apenas uma questão de cor de pela ou fenotipos, tem relações de ancestralidade e religiosidade envolvidos.
O projeto encontrou resistência por ser uma política agressiva contra os indígenas. No entanto a escola indígena no império existiu até 1880 e tinha a seguinte organização.
Colégio para os meninos (tipo internato) e recolhimento para as meninas (estilo e vida conventual) entre 6 e 12 anos.
 Regras rigorosas de horário, higiene pessoal, orações, prendas domésticas (só para as meninas), argumentação e língua portuguesa (só para os meninos).
 Proibição da língua Guarani, visitas controladas e vigiadas.
 Os índios mais velhos não sabiam falar o português o que dificultava o contato entre internos e as aldeias.
 Após aprenderem a ler, escrever, falar e rezar deveriam deixar a escola, ensino diferenciado e pouco aprofundado em relação as demais escolas.
 Índios, filhos de chefes, foram enviados às capitais para aprender ofícios e ciências a fim de fazer a integração dos índios à sociedade colonial.
 Apesar do projeto de cooptação, as lideranças indígenas mantinham sua autonomia e representavam os interesses indígenas de se oporem aos projetos coloniais que não consideravam vantajosos.
Para não diminuir o contingente de falantes de português em território do Império e perder terras para a Espanha, os portugueses faziam a política de “bom tratamento”. No mais precisavam manter contato com as lideranças indígenas para propor qualquer nova mudança.
O mesmo ocorreu em terras espanholas, obrigando os índios a falarem o castelhano.
As meninas educadas no recolhimento poderiam receber propostas de casamento para miscigenação social, elas saiam do recolhimento com um dote do governo e com o seu próprio enxoval já confeccionado nos anos de reclusão.
Em 1800 encerra-se o funcionamento das escolas indígenas e a imposição da língua portuguesa parece não ter tido muito sucesso.
A permanência de costumes indígenas entre os aldeãos era visível apesar de modificações.
A permanência do guarani nas aldeias mostra a forte relação com a identidade, história e memória coletiva indígena, mesmo que essa língua geral adquirisse novas características devido ao contato com espanhol e português.
A língua não é elemento fundamental para formar a comunidade, mas ela mantêm a coesão entre os falantes dessa comunidade. 
Os grupos étnicos não existem sem o contato com outros grupos, é na diferenciação que se percebe a hierarquização das relações interétnicas. O contato potencializou as particularidades e a língua era um marco de diferenciação e de identidade, construindo uma maior conscientização das especificidades da cultura indígena entre os índios.
 
Referências
BRASIL. MEC – Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Projeto CNE/UNESCO 914BRA1136.3 – Desenvolvimento, Aprimoramento e Consolidação de uma Educação Nacional de Qualidade: Ensino de História e Cultura dos Povos Indígenas. Brasília, MEC, março de 2013.
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. (Texto 4: O processo civilizatório, p. 64-77).GARCIA, Elisa Frühauf. O projeto pombalino de imposição da língua portuguesa aos índios e a sua aplicação na América meridional. Tempo [online]. 2007, vol.12, n.23, p. 23-38. (Texto 5) 
 
Exercício comentado:
Exercício 1
 
Exercício comentado:
De acordo com a leitura do texto, ao avaliar o forte impacto na área de História das modificações à Lei 9.394/96 (LDB) pelas Leis 10.639/03 e 11.645/08, bem como as decisões legais contra a discriminação e preconceito, o próprio Guia do Livro Didático/PNLD (2010: 16) para a área de História, coincidindo com a pesquisa anterior de Gobbi (op.cit.) e o estudo de caso de Borges (op.cit.), constata diversos problemas em vários níveis para a inclusão dos conteúdos referentes à temática indígena, entre eles podemos destacar:
Assinale V (verdadeiro) e F (falso)
ocorrência de tratamento não histórico na abordagem dos direitos fundamentais da pessoa humana, o que dificulta a percepção do significado das lutas pela instituição e reconhecimento de direitos desses grupos; [  V ]
a naturalização da escravidão e a participação dos negros identificada exclusivamente a essa instituição; [V  ]
a manifestação de preconceitos pela ausência de elementos que permitam a identificação e a compreensão histórica de situações de conflitos, de desigualdades, de dominação e de movimentos de lutas e resistência; ou, ainda, da desconsideração da heterogeneidade em ambos os grupos – indígenas e afrodescendentes – aparecendo enquanto povos únicos, não tendo suas diversidades étnico-culturais reconhecidas. [  V  ]
Os livros didáticos contemplam as diversidades étnico-culturais. [ F  ]
 
É correto apenas o que se afirma em:
 
a)    FFVV
b)    FFFV
c)    VVVF
d)    VFVF
e)    VVFF
 
Comentário: Alternativa correta C
Todas as alternativas, exceto o item IV que contradiz todas as anteriores, constatam problemas na inclusão de conteúdos p referentes à temática indígena. Observamos também a continuidade do uso de expressões como ‘primitivos’. O que a autora identifica como uma reprodução dos pressupostos evolucionistas e etnocêntricos totalmente ultrapassados, a ideia de que as populações indígenas foram – e são – entraves ao desenvolvimento econômico possui uma contemporaneidade indiscutível e extrapolam amplamente o espaço escolar, estando presentes não apenas no livro didático, mas também na sociedade e nos meios de comunicação de massa.
 
Exercício 2
Dois estilos de colonização se inauguraram no norte e no sul do Novo Mundo. Lá, o gótico altivo de frias gentes nórdicas. Para eles, o índio era um detalhe, sujava a paisagem, que, para se europeizar, deveria livrar-se deles. Cá, o barroco das gentes ibéricas, mestiçadas, que se mesclavam com os índios. Um, a tolerância soberba e orgulhosa dos que se sabem diferentes. Outro, a tolerância opressiva de quem quer conviver reinando sobre os corpos e as almas dos cativos. A Colonização é um processo de dominação econômica, política e/ou cultural de um grupo por outro.
Darcy Ribeiro. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995 (p.69 com adaptações)
 
Segundo essa passagem descrita acima é possível perceber que:
a) Toda a diferença é intolerável.
b) Toda a diferença é acolhida.
c) O Barroco brasileiro fortaleceu-se no que tinha de mais genuíno: a arte indígena.
d) O contraste entre a figura do índio e o jesuíta.
e)  Não existia problema ter indígenas no Brasil. 
 
Comentário: Alternativa correta A
Darcy Ribeiro cita que reconstituir esse processo, entendê-lo em toda a sua complexidade, é o objetivo do livro. O autor sinaliza para a impossibilidade. Impossível? porque? só? temos? o? testemunho? de? um? dos? protagonistas,? o?invasor. Ele é que nos fala suas façanhas. É ele, também, quem relata o que?sucedeu?aos?índios?e?aos?negros,?raramente?lhes?dando a palavra de?registro?de?suas?próprias?falas.? O? que? a? documentação? copiosíssima? nos? conta? é? a? versão? do?dominador.? Lendo-a? criticamente,? é? que? me? esforçarei? para? alcançar a necessária compreensão dessa desventurada aventura. Assim, para o dominador,? os? índios? eram? um? gado? humano,?cuja? natureza,?mais? próxima? de? bicho? que? de? gente,? só? os? recomendava? à?escravidão(pag.53). A colonização do Brasil se fez com esforço persistente, teimoso, de implantar aqui uma europeidade adaptada nesses trópicos e encarnada nessas mestiçagens. Mas esbarrou, sempre, com a resistência  birrenta da natureza e com os caprichos da historia, que nos fez a nos mesmos, apesar daqueles designos, tal qual somos, tão opostos a branquitudes e civilidades, tão interiorizadamente deseuropeus como desíndios e desafros (pág 70).
Referencia:
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. (Texto 4: O processo civilizatório, p. 64-77).
 
 
	(Adap. UEM/CVU - Vestibular de Inverno/2009) Considerando seus conhecimentos sobre a diversidade étnica na cultura brasileira, assinale o que for correto.
I- Somente podem ser caracterizadas crime de racismo as manifestações de hostilidade justificadas pela cor da pele ou origem étnica que resultem em agressão física ou morte da vítima.
II- É necessário que existam práticas explícitas de segregação espacial, como a criação de guetos, para que se caracterize uma sociedade como preconceituosa ou excludente.
III- Os primeiros imigrantes asiáticos encontraram no Brasil uma sociedade cordial e hospitaleira, plenamente adaptada a um processo de democracia racial.
IV- A política imigratória restritiva, conduzida no Brasil nas primeiras décadas do século XX, baseava-se na ideia de que determinada raças eram indesejadas na composição das características étnicas da população brasileira.
A alternativa que apresenta somente afirmações corretas é:
	A
	I, II e IV.
	B
	II, III e IV.
	C
	I, II e III.
	D
	III e IV.
	E
	somente a IV.
	Pai João remou nas canoas.
Cavou a terra.
Fez brotar do chão a esmeralda
Das folhas - café, cana, algodão.
Pai João cavou mais esmeraldas
Que Paes Leme.
A pele de Pai João ficou na ponta
Dos chicotes.
A força de Pai João ficou no cabo
Da enxada e da foice.
A mulher de Pai João o branco
A roubou para fazer mucamas.
O sangue de Pai João se sumiu no sangue bom
Como um torrão de açúcar bruto
Numa panela de leite.
Pai João foi cavalo pra os filhos do ioiô montar.
(LIMA, Jorge de. Pai João. "Revista Nossa América", nov./dez., 1991, p. 9.)
 
Com base nessa poesia de Jorge de Lima, publicada originalmente em 1927, e nos conhecimentos sobre a presença do negro na sociedade brasileira, considere as afirmativas a seguir:
1. A poesia confirma que, por ter sido um dos primeiros países a acabar com a escravidão, o Brasil foi palco de uma inserção efetiva do negro no mercado de trabalho como mão-de-obra qualificada.
2. Na comparação feita pelo poeta entre o sangue de Pai João e o torrão de açúcar bruto percebe-se uma referência à importância do negro na mistura de etnias que definiu ao longo dos séculos a formação do povo brasileiro.
3. A poesia de Jorge de Lima infere que a mestiçagem e a hibridez da cultura brasileira, bem como o papel central desempenhado pelo trabalho do negro na produção de riquezas, coexistiram com uma imensa exploração e injustiça social.
4. O mito da "democracia racial", baseado na mestiçagem biológica e cultural entre negros e brancos, preconiza a idéia de uma convivência harmoniosa e teve uma significativa presença na sociedade brasileira.
 
Assinale a alternativa correta.
	A
	Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
	B
	Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
	C
	Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
	D
	Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
	E
	Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Abaixo, segue um trecho do livro “Domingos Sodré: um sacerdote africano”, do historiador brasileiro João José Reis. Leia-o com atenção e responda a questão:
"Ademais, os africanos libertos eramsubmetidos aos mais variados constrangimentos que aumentaram exponencialmente depois da Revolta dos Malês em 1835. Passadas três décadas desde a revolta, as medidas de controle dos africanos permaneceram e até recrudesceram. Um exemplo disso está na legislação vigente na época da prisão de Domingos, em 1862, que lhes restringia amplamente a liberdade de circulação entre as províncias e municípios, e mesmo pelas ruas da cidade à noite. O Código do Processo do Império do Brasil, em seu artigo 70, obrigava os africanos libertos, da mesma forma que os escravos em geral, a sempre portarem passaporte em suas viagens, mesmo quando acompanhados de “senhores e amos”. Quanto à legislação municipal, considere-se a postura nº 86, de 1859, que punia com uma multa de mil-réis ou, alternativamente, quatro dias de prisão o “escravo africano” encontrado na rua à noite sem bilhete assinado pelo senhor ou pela senhora, 'em que se declare para onde vai, o seu nome e lugar de morada'; a mesma postura penalizava com multa de 3 mil-réis, ou oito dias de prisão, os 'africanos libertos' encontrados nas ruas às mesmas horas 'que não levarem bilhetes de qualquer Cidadão Brazileiro'. Era o caso de Domingos. Liberto, ele seria tratado como escravo pelo fato de haver nascido do lado de lá do Atlântico e trazido para o lado de cá, decerto a contragosto. Para se locomover pela cidade, na falta de um senhor, Domingos tinha de encetar relações de favor com algum homem livre que confiasse nele o bastante para lhe escrever uma espécie de salvo-conduto." (REIS, 2008, p. 88).
No que diz respeito à situação dos negros, escravos ou libertos, no Brasil da segunda metade do século XIX, qual das alternativas abaixo mantém a melhor correspondência com o argumento do autor, em relação à postura assumida na sociedade brasileira quanto ao atributo “racial” cor da pele.
AO texto traz informações que permitem sustentar a ideia de que o Brasil, na segunda metade do século XIX, já se firmava como uma nação livre (em termos de circulação de pessoas e mercadorias). Nesse sentido, a cor da pele já não mais funcionava como atributo de diferenciação de pessoas, situadas na sociedade de acordo com um sistema de posições de status que era posto em funcionamento na trama de relações sociais desiguais, ao mesmo tempo que as reforçava.BO autor faz pensar que o Brasil da segunda metade do século XIX era uma sociedade baseada num sistema de posições de status, distribuídas desigualmente entre os indivíduos, de tal modo que ser negro e / ou escravo era se ver destituído de cidadania plena e também ficar sujeito a constante desconfiança, acirrada pela Revolta dos Malês.CO autor argumenta que o Brasil constituía-se como uma sociedade duplamente estruturada. Por um lado, um sistema de cidadania e liberdade usufruído pelos brancos e pelos negros libertos. Por outro, um sistema hierarquizado construído para dar proteção aos senhores (e senhoras) contra possíveis atos de violência praticados por seus escravos. Assim, a cor da pele deixa de funcionar como atributo social diferenciador, tendo em vista que a verdadeira desigualdade referia-se ao fato de se ser ou não escravo.DO autor afirma que o Brasil do fim do século XIX assistia à decadência da ordem social escravocrata e, com ela, o fim de todo tipo de discriminação, ainda que o preconceito tenha demorado mais a enfraquecer.EO autor afirma que o sinal mais emblemático de que o Brasil já não se apresentava como uma sociedade discriminadora era o fato de que negros libertos, graças ao seu trabalho, podiam se transformar em donos de escravos.
	Entendemos que a valorização das identidades colabora significativamente para a formação de cidadãos. Nas comunidades indígenas a educação escolar contribui para o fortalecimento das instituições indígenas, bem como colabora com o respeito mútuo entre as pessoas na sociedade.
Assim, quais são os princípios que devem orientar a educação escolar indígena? 
	A
	Buscar integrar obrigatoriamente em uma mesma escola alunos indígenas e não indígenas. Obrigatoriedade do idioma em português, valorização de professores vindo das grandes cidades.
	B
	Recuperar suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; acesso às informações, conhecimentos técnicos, científicos e culturais da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não indígenas
	C
	Principio da liberdade de currículo sem consultar as secretarias de educação dos Estados e Municípios; Obrigatoriedade do ensino bilíngue; acesso as tecnologias digitais e metas de aproveitamento escolar.
	D
	A educação indígena deve ser obrigatoriamente em escolas regulares, pois são meios eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos.
 
	E
	Todas as afirmações estão erradas
	Territórios Etnoeducacionais (TEEs) são espaços institucionais que os entes federados, as comunidades indígenas, as organizações indígenas e indigenistas junto com as Instituições de Ensino Superior(IES) pactuarão as ações de promoção da Educação Escolar Indígena efetivamente adequada às realidades sociais, históricas, culturais e ambientais dos grupos e comunidades indígenas. Dentre as alternativas abaixo quais apontam os significados da política de  construção dos Territórios Etnoeducacionais para a educação escolar indígena e para a luta dos povos indígenas  por sua autonomia e pela afirmação de suas identidades étnicas?
Fonte: (RE)Territorializando a educação escolar indígena: O decreto Nº 6.861/2009 e a criação dos Territórios Etnoeducacionais. Fernanda Brabo Sousa (UFRGS). Disponível em:<
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/2793/405> Acesso em [10 Fev 2014]
 
Cada território etnoeducacional compreenderá, independentemente da  divisão político-administrativa do País, as terras indígenas, mesmo que  descontínuas, ocupadas por povos indígenas que mantêm relações  intersocietárias caracterizadas por raízes sociais e históricas, relações políticas e econômicas, filiações linguísticas, valores e práticas culturais compartilhados (BRASIL, 2009, Parágrafo único)
O atual significado legal dos territórios etnoeducacionais, tais reconhecimento e garantia são os primeiros passos para uma política pública mais eficaz e contundente para a demarcação de terras indígenas e liberdade de afirmarem suas identidades e modos de pensar, viver e sentir nos espaços que historicamente lhes pertencem.
O Decreto Nº 6.861/2009 prevê a organização da educação escolar indígena em atenção à territorialidade de seus povos, o que revigora a discussão sobre terras, territórios e territorialidades, identidades étnicas e processos de identificação indígenas, sob o viés da educação.
Até 2011 foram pactuados quatorze territórios etnoeducacionais e há outros vinte e um territórios em fase de implantação e consulta.
Estão corretas as seguintes afirmações:
	A
	 Todas as alternativas corretas.
	B
	I e II
	C
	III e IV
	D
	I,II e III
	E
	IV
	A principal contribuição das pesquisas para a produção de saber relativo à temática indígena está no aporte de conhecimento com respeito à interculturalidade, conceito surgido no contexto das práticas e teorias pedagógicas e que ganhou amplitude, tendo passado a referir-se também a práticas culturais e políticas públicas.
Faz-se necessário esclarecer que, no contexto das pesquisas em educação no Brasil, interculturalidade diferencia-se demulticulturalidade: 
I) Multiculturalidade seria tão somente a indicação da coexistência de diferentes grupos culturais em uma sociedade.
II) A interculturalidade indicaria o “conjunto de propostas de convivência e de relação democrática e criativa entre culturas diferentes”.
III) A figura pode representar a multiculturalidade, pois apresentam apenas figuras culturais colocadas lado a lado.
IV) A figura pode representar a interculturalidade, pois as relaçõesétnico-raciais no Brasil, apesar de atitudes preconceituosas, são harmônicas.
 
É correto apenas o que se afirma em:
	A
	I, II e III
	B
	I, II, III, IV
	C
	I, II, IV
	D
	I, III, IV
	E
	II, III, IV
	Em meados do século XVIII, o ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, elaborou uma série de medidas visando integrar as populações indígenas da América à sociedade colonial portuguesa.
Como um dos elementos viabilizadores deste futuro, em que não seria possível distinguir brancos de índios, o Diretório enfatizava a necessidade da realização de casamentos mistos, assim como ordenava que os filhos geradores nestas uniões fossem considerados mais capacitados que os colonos brancos para ocupar cargos administrativos nas antigas aldeias indígenas transformadas em vilas e lugares portugueses.
Dentre as medidas de integração pode-se destacar:
 
	A
	A construção de uma hierarquia que diferenciasse negros e índios.
	B
	A permanência de alunos indígenas nas escolas de alunos brancos.
	C
	A transformação dos indígenas em colonos.
	D
	A criação de espaços com conjuntos para indígenas e colonos portugueses.
	E
	A imposição do uso obrigatório do idioma português.
	Ao explicar o “processo civilizatório”, Darcy Ribeiro descreve dois estilos de colonização nas Américas. Em qual das alternativas está a diferença correta entre esses dois estilos?
 
	A
	No norte, a formação de um povo dependente da Inglaterra. No sul, a formação de um povo branco e independente.
	B
	No norte, a formação de um povo dependente da escravidão indígena. No sul, a formação de um povo dependente da escravidão branca.
	C
	No norte, a formação de um povo submisso a Portugal e Espanha. No sul, a formação de um povo submisso à Inglaterra.
	D
	No norte, a formação de um povo livre, dono de seu destino. No sul, a dominação de uma elite de senhores da terra, que não reconhecem o direito dos povos oprimidos.
	E
	No norte, a formação de um povo branco oprimido e no sul, a formação de um povo livre, dono de seu destino.
	De acordo com Darcy Ribeiro, a história do povo brasileiros é resultado de um processo civilizatório remanescentes de mão de obra servil e moldado pelos seguintes elementos:
I . A língua portuguesa se difunde lentamente até se converter no único meio de comunicação.
II. Um número muito pequeno de letrados que definem conhecimentos, crenças valores.
III . Uma igreja oficial que impõe a todos, inclusive aos índios, sua religião.
IV. Artistas que exercem suas atividades obedientes ao modelo europeu.
V. Criação de boas escolas, em todo o território brasileiro.
São corretas:
 
	A
	I, II
	B
	I,II,III,IV
	C
	II, III, IV,V
	D
	III,IV,V
	E
	I, II,III
	“Os grupos indígenas encontrados no litoral pelo português eram principalmente tribos de tronco tupi que, havendo se instalado uns séculos antes, ainda estavam desalojando antigos ocupantes oriundo de outras matrizes culturais”.
RIBEIRO, Darcy. Povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Considerando a perspectiva de Darcy Ribeiro sobre as populações indígenas no Brasil, avalie as seguintes afirmações:
I. As sociedades indígenas no Brasil são caracterizadas pela homogeneidade, formando uma etnia unificada denominada Tupinambá.
II. Os índios do tronco tupi eram unificados e possuíam uma organização política que lhes proporcionou uma ação em conjunto na unificação do povo brasileiro.
III. Todas as tribos de tronco tupi eram lideradas pelos povos Tupiniquim e Tupinambá que se juntaram aos Guaikurus para combater os franceses na Confederação dos Tamoios.
IV. Os portugueses unificaram os Tupinambá e os Tupiniquins na Confederação dos Tamoios, proporcionando a criação do tronco tupi.
Em relação às afirmações acima, marque a única opção correta:
 
	A
	Somente III e IV são corretas.
	B
	Somente I e II são corretas.
	C
	Somente I e IV são corretas.
	D
	Somente II e III são corretas.
	E
	Todas as afirmações estão incorretas.
	“Após as rezas, as meninas índias iriam para o trabalho, que poderia ser de costura ou de fiação e tecelagem”.
GARCIA, Elisa Frühauf. O projeto pombalino de imposição da língua portuguesa aos índios
e a sua aplicação na América meridional. In: Tempo [online], 2007.
 
Considerando o projeto pombalino para educação indígena, avalie as afirmações abaixo:
I. No projeto português para a educação indígena durante o período colonial havia diferenças entre meninos e meninas no tocante ao ensino.
II. O projeto pombalino para a educação indígena propôs o ensino de serviços domésticos somente para as meninas.
III. Meninos e meninas indígenas tinham que aprender a arte da costura e a tecelagem.
IV. O projeto pombalino considerou a importância do aprendizado da língua portuguesa somente para os meninos.
Em relação às afirmações acima, marque a única opção correta:
	A
	Somente I e IV são corretas.
	B
	Somente I e III são corretas.
	C
	Somente II e IV são corretas.
	D
	Somente III e IV são corretas.
	E
	Somente I e II são corretas.
	“Ao contrário do alega a historiografia, nunca faltou aqui, até excedeu, o apelo à violência pela classe dominante como arma fundamental da construção da história”
RIBEIRO, Darcy. Povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Considerando a perspectiva de Darcy Ribeiro sobre o povo brasileiro, avalie as seguintes afirmações:
I. Para Darcy Ribeiro, todas as etnias indígenas se integraram ao povo brasileiro de forma harmônica.
II. Segundo Darcy Ribeiro, a unificação política no Brasil foi harmônica, sem ter recorrido à violência.
III. Na visão de Darcy Ribeiro, em várias situações a classe dominante recorreu à força e à violência para a formação da unidade nacional no Brasil.
IV. Darcy Ribeiro considera que a história da formação do povo brasileiro é marcada por atos de violência contra as populações indígenas e afrodescendentes.
Em relação às afirmações acima, marque a única opção correta:
	A
	Somente II e IV são corretas.
	B
	Somente I e II são corretas.
	C
	Somente II e IV são corretas.
	D
	Somente III e IV são corretas.
	E
	Somente I e III são corretas.
	“A sociedade e a cultura brasileiras são conformadas como variantes da versão lusitana da tradição civilizatória europeia ocidental, diferenciadas por coloridos herdados dos índios americanos e dos negros africanos”.
RIBEIRO, Darcy. Povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
 
Considerando a perspectiva de Darcy Ribeiro, avalie as seguintes afirmações:
I. A colonização lusitana propiciou o desaparecimento por completo da cultura indígena.
II. Na formação do povo brasileiro inexistem disparidades e antagonismos.
III. O processo de formação do povo brasileiro produziu uma estratificação social.
IV. No Brasil, os privilégios da classe dominante resultaram em antagonismos, na injustiça e no distanciamento social, mantidos pelo uso da violência.
Em relação às afirmações apresentadas, marque a única opção correta:
 
	A
	Somente I e IV são corretas.
	B
	Somente I e II são corretas.
	C
	Somente II e IV são corretas.
	D
	Somente II e III são corretas.
	E
	Somente III e IV são corretas.

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