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Diretrizes de Tratamento Estágio agudo fase de proteção Comprometimentos estruturais e funcionais: • Inflamação, dor, edema, espasmo muscular • Movimentos comprometidos • Derrame articular (se a articulação estiver lesionada ou se apresentar artrite) • Uso diminuído das áreas associadas Plano de tratamento Intervenção (até 1 semana após a lesão) • Orientar o paciente: Informar o paciente sobre o tempo de recuperação previsto e como proteger a parte enquanto mantém atividades funcionais apropriadas. • Controlar dor, edema, espasmo: Frio, compressão, elevação, massagem (48 horas). Imobilização da parte (repouso, tala, faixa, gesso). Evitar posições que sobrecarreguem a parte. Oscilações articulares suaves (grau I ou II) com a articulação em posições indolores. • Manter a integridade e a mobilidade do tecido mole e da articulação: Dosagem apropriada dos movimentos passivos dentro do limite de dor, específicos para a estrutura envolvida. Dosagem apropriada de isométricos intermitentes leves ou estimulação elétrica. • Reduzir o edema articular se os sintomas estiverem presentes: Pode ser necessária intervenção médica caso o edema seja rápido (sangue). Proteger a parte (tala, gesso). Professor: Rafael Barreto – Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia. • Manter a integridade e a função das áreas associadas: Exercícios ativo assistidos, livres, resistidos e ou aeróbios modificados, dependendo da proximidade com as áreas associadas e do efeito na lesão primária. Dispositivos adaptativos ou auxiliares conforme o necessário para proteger a parte durante atividades funcionais. Precauções: é preciso usar uma dosagem apropriada de repouso e movimento durante o estágio inflamatório. Aumento da dor ou da inflamação é sinal de movimento em excesso. Contraindicações: exercícios de alongamento e exercícios resistidos não devem ser feitos no local do tecido inflamado. Estágio subagudo / fase de movimento controlado Comprometimentos estruturais e funcionais: • Dor quando se atinge o final da amplitude de movimento disponível • Diminuição do edema dos tecidos moles • Diminuição do derrame articular (caso articulações estejam envolvidas) • Desenvolvimento de contraturas de tecidos moles, músculos e ou articulações • Desenvolvimento de fraqueza muscular decorrente do uso reduzido • Diminuição do uso funcional da parte e das áreas associadas Plano de tratamento Intervenção (até 3 semanas após a lesão) • Orientar o paciente: Informar o paciente sobre o tempo previsto de cicatrização e a importância de seguir as orientações. Ensinar exercícios domiciliares e encorajar atividades funcionais de acordo com o plano; monitorar e modificar conforme o paciente progredir. Professor: Rafael Barreto – Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia. • Promover a cicatrização dos tecidos lesionados: Monitorar a resposta do tecido à progressão dos exercícios; diminuir a intensidade se a inflamação aumentar. Proteger o tecido que está cicatrizando com dispositivos auxiliares, órteses, fitas ou faixas; aumentar progressivamente a quantidade de tempo que a articulação fica livre para mover-se a cada dia e diminuir o uso dos dispositivos auxiliares conforme a força nos músculos de suporte for aumentando. • Restaurar a mobilidade dos tecidos moles, músculos e ou articulações: Progredir de exercícios de ADM passiva para ativo assistida e ativa dentro dos limites da dor. Aumentar gradualmente a mobilidade da cicatriz, de modo específico para a estrutura envolvida. Aumentar progressivamente a mobilidade das estruturas relacionadas caso estejam retraídas ou encurtadas; usar técnicas específicas para cada estrutura. • Desenvolver controle neuromuscular, resistência à fadiga e força nos músculos envolvidos e relacionados: Inicialmente, progredir os exercícios isométricos em ângulos múltiplos dentro da tolerância do paciente; começar cuidadosamente com resistência leve. Iniciar exercícios de ADM ativa, apoio de peso com suporte e exercícios de estabilização. À medida que a ADM, a mobilidade intra-articular e a cicatrização melhorarem, progredir os exercícios isotônicos aumentando as repetições. Enfatizar o controle e a mecânica apropriada. Progredir a resistência mais adiante neste estágio. • Manter a integridade e a função das áreas associadas: Aplicar exercícios progressivos de fortalecimento e estabilização, monitorando o efeito sobre a lesão primária. Retomar atividades funcionais de baixa intensidade que envolvam o tecido em processo de cicatrização e que não aumentem os sintomas. Precauções: em geral, os sinais de inflamação ou edema articular diminuem precocemente neste estágio. Algum desconforto ocorrerá à medida que o nível de intensidade da atividade progredir, mas não Professor: Rafael Barreto – Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia. deverá durar mais que algumas horas. Os sinais de movimento ou atividade em excesso são dor em repouso, fadiga, aumento da fraqueza e espasmo durando mais de 24 horas. Estágio crônico - fase de retorno à função Comprometimentos estruturais e funcionais: • Encurtamentos e aderências de tecidos moles e ou articulações limitando a ADM normal ou a mobilidade intra-articular • Diminuição do desempenho muscular: fraqueza, pouca resistência à fadiga, controle neuromuscular ruim • Diminuição do uso funcional da parte envolvida • Inabilidade de funcionar normalmente nas atividades esperadas Plano de tratamento Intervenção (3 semanas após a lesão) • Orientar o paciente: Instruir o paciente sobre progressões seguras de exercícios e alongamentos. Monitorar a compreensão e a adesão do paciente. Ensinar meios de evitar que a parte seja novamente lesionada. Ensinar uma mecânica corporal segura. Proporcionar aconselhamento ergonômico. • Aumentar a mobilidade dos tecidos moles, músculos e ou articulações: Técnicas de alongamento específicas para o tecido encurtado: Articulações e ligamentos selecionados (mobilização articular) Aderências de ligamentos, tendões e tecidos moles (massagem transversa) Músculos (inibição neuromuscular, alongamento passivo, massagem e exercícios de flexibilidade) Professor: Rafael Barreto – Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia. Melhorar o controle neuromuscular, a força e a resistência muscular à fadiga: Progredir os exercícios: Resistência submáxima para máxima Especificidade do exercício usando concêntricos e excêntricos resistidos, com e sem apoio de peso De movimentos em plano simples para planos múltiplos De movimentos simples para complexos, enfatizando movimentos que simulem atividades funcionais Estabilidade proximal controlada com movimento distal sobreposto Biomecânica segura Aumentar o tempo com velocidade baixa; progredir a complexidade e o tempo; progredir a velocidade e o tempo Melhorar a resistência cardiopulmonar: Progredir os exercícios aeróbios usando atividades seguras. Progredir as atividades funcionais: Continuar a usar dispositivos de suporte ou auxiliares até alcançar uma ADM funcional com mobilidade intra-articular e até a força nos músculos de suporte ser adequada. Progredir o treino funcional com atividades simuladas, passando de protegidas e controladas para sem proteção e variáveis. Continuar os exercícios de fortalecimento progressivo e as atividades de treino avançado até que os músculos sejam fortes o suficiente e capazes de responder às demandas funcionais necessárias. Precauções: não deve haver sinais de inflamação. Algum desconforto ocorrerá à medida que a intensidade da atividade for progredida, mas isso não deve durar mais do que algumas horas. Os sinais de que as atividades estão sendo progredidas rápido demais ou com uma dosagem muito grande são o edema articular, a dor com mais de 4 horas de duração ou com necessidade de medicamentos para alívio, bem como a diminuição na força ou a ocorrência prematura de fadiga. Professor: Rafael Barreto – Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia.
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