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Anatomia e biomecânica O complexo do cotovelo é formado por 3 articulações: ➢ Úmero-ulnar: flexão e extensão; ➢ Úmero-radial: flexão e extensão; ➢ Rádio ulnar proximal: pronação e supinação. ➢ Regra Côncavo-Convexo: rolamento e deslizamento iguais. ➢ Músculos supinadores: supinador e bíceps braquial; ➢ Músculos pronadores: pronador redondo e quadrado. Complexo do ligamento colateral lateral: colateral radial + colateral ulnar lateral. ➢ LCR: importante estabilizador da articulação úmero-radial contra o estresse em varo; ➢ LCUL: está sob estresse quando uma força em varo é aplicada a 0º de flexão. É o principal restritor da instabilidade rotatória póstero-lateral; ➢ L. anular: estabilizador da cabeça do rádio. Fratura de monteggia Fratura proximal de 1/3 da ulna + uma luxação ou subluxação da cabeça do rádio (CR). ➢ Mecanismo de lesão: carga axial que pode ser vista com a queda sobre a mão estendida; ➢ Classificação de Bado: A. Luxação anterior da CR + fratura diafisária e angulação anterior da diáfise da ulna; B. Luxação posterior ou póstero- lateral da CR com fratura diafisária e angulação posterior da diáfise da ulna; C. Luxação lateral ou ântero-lateral da CR com fratura Metafisária da diáfise da ulna; D. Luxação anterior da CR com fratura diafisária da diáfise do rádio e da ulna. ➢ Classificação de Letts (pediátrica): A. Curvatura anterior da diáfise ulnar com deslocamento anterior da CR (deformação plástica); B. Fratura em galho verde da diáfise ulnar com luxação anterior da CR; C. Fratura anterior completa da diáfise ulnar com luxação anterior da CR; Punho e mão D. Fratura da diáfise ulnar com luxação posterior da CR. ➢ Nervo acometido: radial; ➢ A correção cirúrgica adequada depende da restauração do comprimento e alinhamento da ulna; ➢ As fraturas metafisárias do rádio proximal e da ulna geralmente requerem 2 a 4 semanas de imobilização para cicatrização adequada. Fratura de galeazzi Nas fraturas/luxações de Galeazzi, a fratura da diáfise do rádio está associada a uma luxação da cabeça da ulna na articulação radioulnar distal. A estabilização do fio K deve ser mantida por 3 a 4 semanas após a cirurgia e a rotação do antebraço evitada por gesso apropriado. Fratura de colles Deslocamento posterior extra- articular ou intra-articular da porção distal do rádio. ➢ Nervos acometidos: mediano, ulnar ou ambos; ➢ Classificação de Frykman: 1. Fratura Metafisária transversa; 2. Tipo 1 + fratura estiloide ulnar; 3. Fratura envolve a articulação radiocárpica; 4. Tipo 3 + fratura estiloide ulnar; 5. Fratura transversal envolve a articulação radioulnar distal; 6. Tipo 5 + fratura estiloide ulnar; 7. Fratura cominutiva com envolvimento das articulações radiocarpal e radioulnar; 8. Tipo 7 + fratura estiloide ulnar. Fratura de Smith Trata-se de um Colles reverso com deslocamento anterior, resultante de uma queda sobre o punho flexionado com o antebraço fixo em supinação. ➢ Nervos acometidos: mediano, ulnar ou ambos. Avaliação PERSPECTIVA E COMPORTAMENTO DOS SINTOMAS: ➢ Qualidade da dor: “Como você descreve sua dor?” ➢ Intensidade da dor: Atual e na última semana (EVA); ➢ Constância da dor: constante ou intermitente? ➢ Comportamento dos sintomas: “Afeta a sua funcionalidade? O que melhora ou piora?”. Usar medidas de desfecho (questionários). MAPA CORPÓREO: ➢ Maneira eficiente de registrar informações que o paciente está relatando; ➢ Permite avaliar a área, o tipo e a extensão dos sintomas facilitando um questionamento mais focado para cada área; ➢ Intensidade da dor, local da dor, em caso de mais de um local de dor deve-se identificar se estão associadas, quais movimentos que agrava e reduzem a dor. QUESTIONÁRIOS: ➢ DASH: questionário de 30 itens que analisa a capacidade de um paciente realizar certas atividades da extremidade superior; ➢ PRWE: questionário de 15 itens projetado para medir a dor no punho e a incapacidade nas AVDs; o Subescala em dor: 5 itens, cada um dos quais é classificado de 1 a 10; o Subescala em função: 10 itens divididos em 2 sessões (atividades específicas (6 itens) e atividades habituais (4 itens)). SEVERIDADE: ➢ Impacto da dor do paciente; ➢ Impacto da dor nas AVDs; ➢ Quantidade e tipo de medicação para dor usada para controle da dor; ➢ Presença ou ausência de dor noturna. IRRITABILIDADE: ➢ Razão entre a magnitude dos fatores agravantes e os fatores atenuantes; ➢ Quantidade e tipo de atividade para agravar os sintomas; ➢ Quantidade e tipo de atividade para aliviar os sintomas. AVALIAÇÃO DO MOVIMENTO: ➢ Prestar atenção na quantidade e qualidade do movimento; ➢ Contraturas em flexão: baixa funcionalidade, neuropatia do nervo ulnar; ➢ Avaliação da força muscular: MRC; ➢ Presença de edemas; ➢ Avaliação neurológica: Reabilitação IMPORTANTE: ➢ Qual o tipo de fratura? ➢ Qual foi o tipo de intervenção? Aberta (placa/pinos/fios K) ou Fechada (gesso/ gesso + fios K). ➢ Objetivos: o Controle da dor; o Redução do edema; o Proteção da fratura/luxação; o Restaurar a ADM do punho, dedos e cotovelo; o Fortalecimento (6ª semana). ➢ Condutas: o Mobilização precoce do MS; o Uso de calor superficial para aumentar a complacência dos tecidos; o Mobilização articular; o Mobilização articular passiva e ativa em CCF; o MWM para ganho de pronação e supinação de punho; o Alongamento de baixa carga e longa duração => casos em que há marcante redução na ADM nessa fase. ➢ Exercícios Neurodinâmicos: avaliar a integridade das interfaces mecânicas. A disfunção articular pode comprometer a biomecânica neural; o Técnicas deslizantes: redução da dor e edema intra-neural e aumento do deslizamento neural; o Técnicas tensionantes: melhorar funções viscoelásticas e fisiológicas do nervo; o Máxima tensão do nervo Mediano: cabeça inclinada para o lado contralateral + abdução de ombro em 90º + ombro deprimido + cotovelo fletido + punho e dedos estendidos + RL em 90º + extensão de cotovelo. Quando chegar no limite: mantem ou mobiliza fazendo pequenas extensões passivamente; o Máxima tensão do nervo radial: cabeça inclinada para o lado contralateral + depressão do ombro + RI do ombro + abdução de 30 – 40º + cotovelo estendido + braço pronado + flexão de dedos e punho. Quando chegar no limite: mantem ou mobiliza fazendo pequenas flexões de punho de forma passiva; o Máxima tensão do nervo ulnar: inclinação da cabeça para o lado contralateral + abdução de ombro a 90º + RE do ombro + depressão do ombro + flexão de cotovelo + extensão de punho e dedo. Quando chegar no limite: flexo-extensão de punho, ou mantem a extensão de punho e faz flexo-extensão do cotovelo, ou mantém a posição e deprime a cintura escapular, ou mobilização lateral da cabeça. ➢ Fortalecimento: predição de 1RM através da equação de Brzycki; o 50% de 1RM: trabalho de resistência (4x15-25); o 70% de 1RM: trabalho de força (3x8-12); o Trabalho integrado dos principais músculos do MS, principalmente dos músculos escápulo-torácicos e MR; o Exercício sensório-motor; o Exercícios pliométricos. Síndromes compressivas Neuropatia que gera o aprisionamento de nervos periféricos => isquemia prolongada => fibrose intra-neural => neuroinflamação. Síndrome do túnel do carpo Neuropatia compressiva sintomática do nervo mediano em nível do punho, caracterizada fisiologicamente por evidências de aumento da pressão dentro do túnel do carpo e diminuição da função do nervo nesse nível. O aumento da pressão pode ser de forma externa ou interna. ➢ Classificação: o Leve: sintomas intermitentes; o Moderada: sintomas constantes; o Severa:atrofia da região tenar. ➢ Quadro Clínico: o Dor e fraqueza na mão deixando os objetos caírem; o Parestesia noturna, no território do nervo mediano; o Atividades agravam a sintomatologia (flexão e extensão de punho). ➢ Fatores Intrínsecos de Risco: obesidade, sexo feminino, idade, DM, AO, hipertireoidismo; ➢ Fator de Risco Ocupacional: demanda muscular; ➢ Diagnóstico: o Monofilamentos de Semmes- Weinstein; o Diagrama de Katz; o Teste de Phalen; o Sinal de Tínel; o Teste de compressão do carpo; o Associar os testes com os fatores de risco; o Nenhum teste isolado tem capacidade de fechar o diagnóstico. ➢ Diagnóstico Diferencial: o Radiculopatia cervical; o Síndrome do desfiladeiro torácico; o Síndrome do pronador redondo. ➢ Avaliação da Funcionalidade: o Boston Carpal Tunnel Questionnaire (BCTQ): avaliação da gravidade dos sintomas e do estado funcional na STC; o Avaliação do movimento; o Avaliação da força muscular. ➢ Reabilitação: 1. Educação sobre a patologia, identificação de riscos, autogestão de sintomas, posturas/atividades agravantes; 2. Órtese de punho em posição neutra pode ser usada durante a noite para alívio de sintomas em curto prazo e melhora funcional para indivíduos com STC que visam tratamento não cirúrgico; 3. Calor superficial: alívio dos sintomas em curto prazo; 4. Diatermia por micro-ondas ou ondas curtas: dor a curto prazo e alívio dos sintomas para STC leve a moderada; 5. Corrente interferencial: tentativa de alívio de dor em curto prazo; 6. Fonoforese: alívio dos sintomas clínicos para STC leve a moderada; 7. Exercícios Terapêuticos: relação linear entre a execução do nervo mediano e do tendão flexor. • A flexão ativa dos dedos e do punho fornece movimento suficiente dos tendões flexores e do nervo mediano no punho, evitando a formação de aderências; • Mobilização do nervo pode reduzir a pressão existente dentro do próprio nervo, e pode resultar na melhoria do fluxo sanguíneo para o nervo e favorecer a regeneração e cura do nervo lesado; • Fortalecimento: exposição gradual à atividades de compressão do local. 8. Terapia manual: alívio no curto prazo para STC leve a moderada; • Pode incluir mobilização de tecidos moles de potencial comprometimento do nervo mediano e alongamento e mobilização da coluna cervical. 9. Não são recomendados: laser de baixa frequência, iontoforese e US térmico. Síndrome do Túnel de Guyon ➢ Classificação: 1. Compressão proximal de todo o tronco do nervo ulnar: alterações motoras e sensitivas; 2. Compressão da porção terminal profunda do nervo ulnar: alterações motoras da musculatura intrínseca da mão; 3. Compressão do ramo sensorial superficial. ➢ Mecanismo de lesão: traumas na região medial da mão/punho e/ou compressão na região medial da mão/ punho; ➢ Reabilitação: dependendo da situação do paciente e preferências, modalidades terapêuticas adicionais como US ou exercícios de deslizamento do nervo, podem ser adicionadas; o Mobilização neural; o Fortalecimento: exposição gradual à atividades de compressão do local.
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