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Monografia Álvaro José Nogueira Ferreira COMPLETA

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FACULDADE DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Álvaro José Nogueira Ferreira
A IMPORTÂNCIA DA MUSCULAÇÃO PARA IDOSOS
Santo Antônio de Pádua / RJ
2017
ÁLVARO JOSÉ NOGUEIRA FERREIRA
A IMPORTÂNCIA DA MUSCULAÇÃO PARA IDOSOS
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Santo Antônio de Pádua como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Educação Física.
Orientador: Prof. M. Sc. Rodrigo Cunha de Mello Pedreiro.
Santo Antônio de Pádua / RJ
2017
 ÁLVARO JOSÉ NOGUEIRA FERREIRA
A IMPORTÂNCIA DA MUSCULAÇÃO PARA IDOSOS
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Santo Antônio de Pádua como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura em Educação Física.
Aprovado em: ___/___/____
Banca Examinadora
___________________________________________________________________
Prof. Rodrigo Cunha de Mello Pedreiro, Mestre - FASAP
Orientador
___________________________________________________________________
Prof. Dinart Rocha Filho, Mestre - FASAP
___________________________________________________________________
Prof. Johan Reis de Carvalho, Mestre - FASAP
Santo Antônio de Pádua / RJ
2017
Dedicado aos meus pais Reginaldo Carneiro Ferreira e Patrícia Fernandes Nogueira Ferreira, alicerces de sempre em minha vida; e à minha esposa Carolina Moret Ferraz Ferreira.
. 
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, que é fonte de toda força e amor do mundo.
Agradeço aos meus familiares e amigos que sempre me incentivaram no caminho do conhecimento.
Agradeço aos meus professores, de modo especial ao meu orientador Rodrigo Cunha de Mello Pedreiro, sempre ao meu lado nos conselhos e correções deste trabalho.
Agradeço também a Academia Body Designer e ao meu amigo Jansen Cremonez; e a Academia do Itaocara Campestre Clube.
“O maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem.” 
(Arthur Schopenhauer)
RESUMO
O presente trabalho vem ressaltar a importância da musculação na vida dos idosos e traça uma breve conceituação e visões acerca do envelhecimento e da velhice e como vivem os idosos dos dias atuais. Nesta última década, muito se tem comentado e teorizado sobre a questão do envelhecimento humano. Fatores como o sedentarismo, as doenças crônicas e a perda de mobilidade decorrente do envelhecimento sugerem um alto risco de problemas de saúde nos senescentes. Ao contrário, a prática regular de exercícios físicos, entre eles a musculação, pode favoravelmente reverter a probabilidade dos idosos de terem um estilo de vida prejudicial à sua saúde. A funcionalidade motora é uma das condições essenciais para que o idoso tenha qualidade de vida, sendo que, fatores como o fortalecimento de músculos e dos ossos, evitam possíveis quedas que culminam em fraturas e interrupção de suas atividades. Ainda neste campo o aumento da força efetiva geral beneficia os hábitos de vida diária como andar, subir degraus, lavar roupas e tantas outras atividades. Desta forma, torna-se necessário ao profissional de educação física conhecer as variáveis que envolvem o processo de envelhecimento humano e os efeitos crônicos de atividades físicas como a musculação, em benefício de interferir positivamente no aumento de expectativa dos idosos. Com base em pesquisa bibliográfica, pretende-se neste trabalho monográfico mostrar qual é a função dos profissionais de assistência social frente esta parcela que não para de crescer.
Palavras-chave: Idosos. Musculação. Atividades físicas.
�
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	08
2 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO	10
3 a POPULAÇÃO IDOSA NOS DIAS ATUAIS	18
4 BENEFÍCIOS E APLICABILIDADE DA MUSCULAÇÃO PARA
PESSOAS IDOSAS	26
5 CONCLUSÃO	35
REFERÊNCIAS	37
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1 INTRODUÇÃO
A população está ficando cada vez mais idosa no Brasil de acordo com dados oficiais. Em outras palavras, pode-se dizer que o brasileiro está vivendo mais. Envelhecer é um processo natural que caracteriza uma etapa da vida do homem e dá-se por mudanças físicas, psicológicas e sociais que acometem de forma particular cada indivíduo com sobrevida prolongada.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a definição de idoso foi limitado em 65 anos ou mais de idade para os indivíduos de países desenvolvidos e 60 anos ou mais de idade para indivíduos de países subdesenvolvidos.
É importante destacar que a população de idosos está crescendo mais rapidamente do que a de crianças. Entretanto a sociedade não está preparada para essa mudança no perfil populacional e, embora as pessoas estejam vivendo mais, a qualidade de vida não acompanha essa evolução.
	Dessa forma, nota-se que a população idosa vem ganhando grande respaldo em estudos específicos para ela, tanto no que trata de aspectos psicológicos, quando nos aspectos físicos, como é o caso que que se pretende abordar aqui para demonstrar que a musculação em idosos pode não ser uma “prática pesada” como muitos acreditam e sim trazer benefícios.
Assim, com o prolongamento deste período de vida, torna-se necessário que idosos tenham uma saúde mais controlada e acompanhada por profissionais, como através da musculação, que é o que se pretende demonstrar aqui, com sua importância na manutenção de dias mais saudáveis aos idosos.
A musculação apresenta grandes benefícios na vida dos idosos, embora isso possa parecer prejudicial. Esta é a hipótese de que esse trabalho parte para mostrara que a musculação pode não ser algo “forçado” e “pesado”, e sim pode trazer melhorias especialmente para os idosos, desde que seja aplicada de forma correta e de acordo com as especificidades de cada um, e sempre com acompanhamento profissional.
	Assim sendo, a temática deste estudo está centrada na necessidade de demonstrar a importância da musculação para essa população idosa, considerando que esta é uma fase em que, ponderando sobre a própria existência, o indivíduo idoso conclui que alcançou muitos objetivos, mas também sofreu muitas perdas, das quais a saúde destaca-se como um dos aspectos mais afetados.
Esta pesquisa norteia-se, de forma bibliográfica, em artigos e livros de autores que versam sobre a temática dos idosos e dos benefícios de uma vida mais saudável com a prática de exercícios físicos, em especial da musculação, que para alguns pode ser considerada desnecessária para a população idosa e que aqui visa-se demonstrar que pode ser muito benéfica para essa parcela da população.
	Entre outros nomes, pesquisou-se os estudos de Mascaro (2014), Okuma (2016), Zimerman (2015), e Barros (2016), além de dados estatísticos oficiais do IBGE e pesquisas publicada.
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2 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
É cada vez mais comum ouvir nos noticiários e em reportagens nos jornais escritos e televisionados, e também através da internet, que o brasileiro está ficando “cada vez mais velho”, ou seja, a expectativa de vida da população vem aumentando e o país cada vez mais longevo.
Estudiosos que já se dedicaram a estudar sobre a temática do envelhecimento afirmam que o envelhecimento desponta com celeridade nas pesquisas encontradas na literatura nacional e internacional, revelando a projeção notória desta população de idosos. No panorama mundial, bem como nos países em desenvolvimento, a população idosa aumenta significativamente e o contraponto desta realidade aponta que o suporte para essa nova condição não evolui com a mesma velocidade.
De modo geral, pode-se dizer que o envelhecimento demográfico da população é uma realidade que não se restringe apenas aos considerados países de Primeiro Mundo, onde a expectativa de vidasempre foi bem mais elevada. Hoje, no grupo de países de Terceiro Mundo, onde se inserem os países latinos, cresce a expectativa de vida e há um consequente aumento da população idosa (MASCARO, 2014).
O Brasil tem se destacado neste aspecto. Em 1940 apenas 4% da população tinha mais de 60 anos de idade. Em 2000, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este percentual era de 9%. Em 1900 a expectativa de vida para ambos os sexos era de 33,5 anos, já em 2006 passou a ser de 70 anos. Ainda conforme os dados do Instituto, no último censo, ocorrido no ano de 2010, o Brasil tinha 15 milhões de idosos – 8,6% da sua população formada por pessoas acima dos 60 anos. Atualmente, seguindo a projeção do instituto, possui 18 milhões, ou seja, quase 10% da população total se considerarmos que esta é de cerca de 190 milhões. Se as projeções não falharem, nos próximos 30 anos a população idosa chegará a 15%, levando o país que hoje estar na décima sexta posição a ficar entre os dez primeiros no ranking de nações com população mais velha no mundo.
No âmbito fisiológico, Troen (2013), o e envelhecimento é um processo pós-maturacional que leva à diminuição da homeostasia e a uma maior vulnerabilidade do organismo. Muitos pesquisadores têm classificado o envelhecimento como mudanças fisiológicas universais relacionadas ao processo de senescência ou doenças associadas à idade.
De acordo com o mesmo autor supracitado, o processo de envelhecimento humano é acompanhado de mudanças nos órgãos e sistemas do organismo, levando, com isso, a uma diminuição da reserva fisiológica, sendo essas modificações inevitáveis. 
As massas celular e extra-celular constituintes da massa corporal magra diminuem, representando, a partir da terceira até a oitava década de um indivíduo, uma diminuição média de 24% da massa celular corporal, o que pode acarretar redução na força muscular e na necessidade calórica diária. (TROEN, 2013)
Já no aspecto cognitivo, vê-se que existe uma referência com uma coleção de processos capazes de transformar, organizar, selecionar, reter e interpretar determinadas.
Analisando o que diz Erminda (2014), o envelhecimento é um processo de diminuição orgânica e funcional que não decorre de doença e que acontece inevitavelmente seguindo o passar do tempo, sendo este um fenômeno absolutamente natural e que geralmente apresenta um aumento da vunerabilidade e fragilidade devido aos agravos à saúde. Segundo este pensamento, o envelhecimento é dividido em três dimensões, sendo estas biológica, cronológica e social.
Para Vargas (2014), o envelhecimento é um fenômeno biopsicossocial que atinge o homem e sua existência na sociedade, como um processo dinâmico e variável que conduz o organismo do nascimento à morte, distinguindo-se, assim, três fases diversas e contínuas: crescimento; maturidade e senescência.
Há ainda que se destacar o que afirma Netto (2011, p. 21), que trata o envelhecimento como “um processo irreversível, que se inscreve no tempo entre o nascimento e a morte do indivíduo. Neste sentindo, é durante a vida inteira que envelhecemos”.
Em termos gerais, Okuma (2016), mostra que o envelhecimento é um processo biológico cujas alterações determinam mudanças estruturais no corpo e, em decorrência, modificam suas funções. Essa fase inicia-se no momento da concepção culminando no período denominado velhice.
Voltando ao que diz Neri (2015), os idosos são indivíduos assim denominados em um dado contexto sociocultural, em virtude das diferenças que exibem em aparência, força, funcionalidade, produtividade e de​sempenho de papéis sociais primários em comparação com adultos não idosos.
Os novos atributos e papéis sociais, intimamente relacionados com idade, gê​nero e classe social, são tomados como pis​tas para acesso a benefícios, papéis e posi​ção social na velhice. Para efeito da atribui​ção de direitos e deveres sociais aos idosos, a idade que marca o início da velhice é defini​da com base em dados demográficos que le​vam em conta a relação entre o número de idosos sobreviventes de coortes nascidas há 50 ou 60 anos, o número de crianças e jo​vens em idade não produtiva e o número de adultos em idade ativa. (NERI, 2015, p. 27)
Analisando as concepções proferidas pelos autores acima, resume que a velhice é a última fase do ciclo vital e um produ​to da ação concorrente dos processos de desenvolvimento e envelhecimento.
Assim, biologicamente, o desenvolvimento inclui pro​cessos de crescimento ou maturação, orga​nização e diferenciação, tendo como ápi​ce a capacidade de reproduzir a espécie. Ao contrário, o envelhecimento biológico é um processo gradual de declínio em estrutura, função, organização e diferenciação, cujo ponto final é a morte. O envelhecimen​to biológico é definido como a diminuição progressiva da capacidade de adaptação e de sobrevivência (NERI, 2015).
O envelhecimento, ou senescência, é um processo universal, determinado geneti​camente para os indivíduos da espécie, mo​tivo pelo qual é também chamado de enve​lhecimento normal. Esse processo tem início logo depois da maturidade se​xual e acelera-se a partir da quinta década de vida, marcado pela cessação ou diminuição da possibili​dade de reproduzir a espécie e por mudan​ças fisiológicas e morfológicas típicas. Doenças e incapacidades dependentes da ação conjunta da genética, do comportamento e do acesso a recursos científicos, tecnológi​cos e sociais podem acelerar a senescência e conduzir a estados finais de forte desor​ganização e indiferenciação. Em contrapar​tida, sob condições ótimas de influência da genética, do ambiente e dos comportamen​tos ao longo de toda a vida, os indivíduos podem envelhecer bem. Podem apresentar as mudanças normativas da senescência, mas com pequenas perdas funcionais, pou​cas e controladas doenças crônicas e manu​tenção da atividade e da participação social. (NERI, 2015, p. 31)
Desde muito cedo, se aprende na escola que o envelhecimento faz parte do ciclo de vida das pessoas, assim como a infância e a juventude. Isto significa que, antes de mais nada, o envelhecimento é um processo natural e dinâmico, não uma doença. 
Ao reconhecer o envelhecimento como um processo inevitável e irreversível, as condições crônicas e incapacitantes, que normalmente acompanham esse processo, podem ser prevenidas ou retardadas não só através de intervenções da área médica, mas também da social, econômica e ambiental (NETTO, 2011).
No âmbito das Políticas Públicas apontam-se duas perspectivas que devem estar presentes na implementação da Política Nacional do Idoso: a formulação de Políticas Públicas constituída de benefícios, de serviços, de programas e de projetos que visam a melhoria das condições de vida e de cidadania da população idosa; e a segunda da participação e da inclusão do idoso no processo de formulação, realização e efetivação dessas políticas.
De acordo com Erminda (2014), ainda há uma grande diferença entre a lei e a realidade dos idosos no Brasil e no mundo, o que se deve ao grande número de discursos que os priorizam, mas que não se efetivam. Para modificar essa situação, esse assunto deve continuar a ser debatido e as reivindicações devem vir de todos os espaços da sociedade, pois somente uma grande mobilização de toda a sociedade organizada pode trazer uma nova visão sobre o processo de envelhecimento dos cidadãos brasileiros, não somente para o Estado, mas também para membros da sociedade civil que se deixam levar pelo preconceito, como se estivessem isentos a essa fase da vida.
Grandes mudanças para esta parcela da população começaram a ser introduzidas desde a Constituição Federal de 1988, e foram muito fortalecidas com o Estatuto do Idoso, que protege, em especial, os idosos em situação de risco social. (ERMINDA, 2014)
Para que tais mudanças sejam efetivadas e ganhem forma é fundamental que se renovem as exigências para o atendimento dessa grande parcela da população, uma vez que acontecem de maneira cada vez mais rápidaas transformações em nossa sociedade, seja no cenário político, econômico, social ou cultural, e que resultam em mudanças também das necessidades dos idosos.
É dever de toda sociedade brasileira a reivindicação dos direitos sociais na construção e efetivação das políticas públicas voltadas à população idosa, e algumas instituições específicas para esta parcela da população já oferecem cursos, simpósios, congressos e jornadas que buscam esclarecer e difundir um conhecimento real da terceira idade, na busca de atualizar a sociedade sobre o processo de envelhecimento que deve ser digno e ativo, propondo reflexões e incentivando pesquisas e serviços, como veremos mais adiante neste trabalho.
Segundo Vargas (2014), envelhecer implica ter passado pelas diversas etapas, acumulando experiências, anseios e realizações no caminho que se trilha na estrada do viver. Uma possível definição para idoso é demarcada pelo limite de anos vividos. A terceira idade está se definindo como o setor populacional de maior crescimento.
 E a previsão numérica elevada da população idosa está relacionada ao progresso tecnológico e se estende à elevação da qualidade de vida, graças ao avanço da medicina, em particular, na área de geriatria, novos tratamentos e medicamentos, capazes de melhorar as nuances do envelhecimento e prolongar o tempo médio de vida. 
Nos últimos anos o envelhecimento tomou uma grande proporção, pesquisadores começaram pesquisar a fundo o porquê da longevidade das pessoas, visto que a tecnologia aplicada na saúde ajudou nesse processo. Pode-se dizer que o envelhecimento da população brasileira é reflexo direto da queda da fecundidade, que se iniciou no fim dos anos 60. (MASCARO, 2014)
Cabe ressaltar que entre as década de 1960, houve uma significativa redução das taxas de mortalidade, o que por sua vez acarretou um relativo aumento da taxa de crescimento populacional. Porém, esse fato não provocou mudanças notáveis na estrutura etária da população. Quando houve o declínio da, é que se pode considerar uma real mudança na distribuição etária brasileira (CARVALHO, 2013). 
O envelhecimento tem apresentado mudanças nas suas concepções. Então a velhice deve ser entendida em sua totalidade, pois é, simultaneamente, um fenômeno biológico com consequências psicológicas, considerando que certos comportamentos são apontados como características da velhice. Como todas as situações humanas, a velhice tem uma dimensão existencial, que modifica a relação da pessoa com o tempo, gerando mudanças em suas relações com o mundo e com sua própria história. Envelhecer não pode ser considerado um processo homogêneo diante da pluralidade, uma vez que o processo de envelhecimento apresenta variações de cultura, grupos sociais, crenças e valores (DEBERT, 2009). 
A distinção entre velhice, patologia e a possibilidade de reduzir incapacidades em idosos, da provisão de serviços de saúde e de bens essenciais à vida, foi afirmada no Brasil, nos anos 90, na Declaração de Brasília sobre Envelhecimento: 
O envelhecimento é um processo normal, dinâmico, e não uma doença. Enquanto o envelhecimento é um processo inevitável e irreversível, as condições crônicas e incapacitantes que frequentemente acompanham o envelhecimento podem ser prevenidas ou retardadas, não só por intervenções médicas, mas também por intervenções sociais, econômicas e ambientais.
Considera-se, portanto, que não há uma idade universalmente da velhice. As opiniões divergem de acordo com a classe econômica e o nível cultural, e mesmo entre os pesquisadores não há consenso. No olhar demográfico, a velhice está focalizada, prioritariamente, pelos limites numéricos. A medicina, as instituições assistenciais, culturais e burocráticas, públicas e privadas estabelecem números, que variam de 60 a 65 anos, para caracterizar a velhice. 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a idade em que se chega à velhice é fixada em 60 anos para países em desenvolvimento e no terceiro mundo e 65 anos em países desenvolvidos, classificação que busca vislumbrar a situação econômica e social de cada país. O envelhecimento da população está causando grandes mudanças na sociedade. 
A transição demográfica afeta de maneira impactante todos os setores, porém é na saúde que ela transcende os limites que existem, nas repercussões dos diversos níveis assistenciais como pela demanda por novos recursos de estrutura (PEREIRA, 2013). 
Um país é considerado idoso quando o topo da pirâmide é maior do que a sua base, isto é, um país idoso é aquele que tem um IE (Índice de Envelhecimento) igual ou superior a 100. O envelhecimento populacional é um fenômeno novo na história da humanidade. 
Em 1975, havia apenas um país com a quantidade de idosos (60 anos e mais) maior do que a quantidade de jovens com menos de 15 anos. Este número passou para três países em 1980 e chegou a 52 países em 2015. O envelhecimento populacional ocorre quando a proporção de pessoas idosas aumenta muito em relação aos demais grupos etários da população. Nações envelhecidas é uma novidade na história. 
No passado, os países eram jovens, pois a esperança de vida era baixa e os casais tinham que gerar grande número de filhos para se contrapor aos óbitos precoces. Porém, a partir do momento em que as taxas de natalidade e mortalidade declinam, começa um processo de mudança da estrutura etária, com redução imediata da base da pirâmide e um alargamento, no longo prazo, do topo da pirâmide. O envelhecimento é o resultado esperado e inevitável da transição demográfica. 
No Brasil, estima-se que nos próximos 20 anos a população de idosos poderá alcançar e até mesmo ultrapassar a cifra dos 30 milhões de pessoas, o que representará aproximadamente 13% da população. Em 2000, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas com 60 anos ou mais era de 14.536.029, contra 10.722.705 em 1991. Esse crescimento traz a consciência da existência da velhice como uma questão social. Dados do IBGE mostram que as pessoas estão vivendo mais. O grupo com 75 anos ou mais teve o maior crescimento relativo (49,3%) nos últimos dez anos, em relação ao total da população idosa. 
Dessa forma, tem-se que:
As condições objetivas de vida da população interferem sobre o envelhecimento, tanto no aumento quantitativo da expectativa de vida quanto na qualidade oferecida aos que envelhecem através das políticas sociais. As condições objetivas de vida da população interferem diretamente sobre o envelhecimento principalmente nas áreas da saúde, previdência e da assistência (GOLDMAN, 2009, p.161). 
 
 O envelhecimento é inevitável. Mais cedo ou mais tarde, todos os países terão mais idosos do que jovens. A diferença é apenas de ritmo. O mundo não tem outra coisa a fazer a não ser se preparar para esta nova realidade.
Segundo Sordi (2014), em uma época de crise econômica, dúvidas sobre o futuro político do país e insegurança frente ao que está por vir, uma coisa é certa: o Brasil está envelhecendo e mais rápido do que se imagina. Enquanto a quantidade de idosos vai duplicar no mundo até o ano de 2050, ela quase triplicará no Brasil. 
O núcleo familiar pode ajudar no comportamento do idoso, uma família que possui um ambiente agradável de convivência entre seus membros possibilita o crescimento social de todos, inclusive o idoso, pois todos possuem funções e posições importantes, havendo respeito dentro das limitações e diferenças de cada um. Porém, muitas das famílias entendem a velhice com um fator de dependência, assumindo todas as responsabilidades do idoso, que na maioria das vezes poderiam eles próprios executar essas responsabilidades existenciais. Retirando a autoconfiança do idoso, sobrecarregando os outros integrantes. Esse processo gera um ciclo vicioso e o idoso torna-se mais dependente. Perdendo o empoderamento de sua vida. 
O prejuízo de todo esse círculo de proteção ao idoso vem em longo prazo, devido a falta de atividades exercidas, o idoso começaa apresentar sintomas de doenças depressivas que acarretam em outras, as quais poderá causar uma paralisação de executar tarefas simples. Muitas das famílias que cuidam de seus membros idosos apresentam momentos de exaustão, devido a intensa rotina de trabalho e responsabilidade sociais.
 Porém, esses idosos chegam nessa fase de dependência devido aos cuidados extremos de suas famílias. O idoso torna-se isolado socialmente e com medo de cometer erros e ser punido. Velhice não é sinônimo de doenças e dependências, eles possuem uma grande bagagem de experiências de vida e quando estimuladas se tornam mais eficientes no empoderamento de suas funções.
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3 A POPULAÇÃO IDOSA NOS DIAS ATUAIS
A preocupação com o novo perfil populacional dos idosos vem gerando, nos últimos anos, inúmeras discussões e a realização de diversos estudos com o objetivo de fornecerem dados que subsidiem o desenvolvimento de políticas e programas adequados para essa parcela da população, em especial no que diz respeito à saúde dos mesmos, o que passa com grande importância pela prática de atividades físicas.
Pode-se afirmar ainda que a referida população requer cuidados específicos e direcionados às peculiaridades advindas com o processo do envelhecimento sem segregá-los da sociedade.
Desta forma, com os avanços tecnológicos e o crescimento da população idosa, é claro que haverá uma maior preocupação com essa faixa etária. A Lei estabelece que a família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar os idosos todos os direitos de cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem estar e direito a vida. 
A Lei prevê ações governamentais em diversas áreas, inclusive no campo educacional adequado às condições do idoso. O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741) define que o idoso tem direito
 a educação, cultura, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade” e afirma no art. 21 que o Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologia e material didático aos programas educacionais a ele destinados. (BRASIL, 2003, s/p)
No entanto, a Constituição de 1988 já se refere ao idoso, garantindo o seu amparo. A Política Nacional do Idoso (PNI) instituída pela Lei nº. 8.842/94, regulamentada em 1996, é um marco jurídico importante para as ações voltadas para esse segmento da sociedade porque amplia os direitos dos idosos, que até então eram garantidos de forma restrita e cujo atendimento passava por uma crise e exigia uma reformulação nos setores de atendimento e ampliação de outros direitos. (BRASIL, 2003)
Essa política é norteada por cinco preceitos que colocam a família, a sociedade e o Estado no mesmo patamar de responsabilidades de assegurar ao idoso a cidadania, e o combate a toda forma de discriminação; além de trazer à tona a questão sobre o processo de envelhecimento que deve ser objetivo de conhecimento e informação para todos, observando as diferenças econômicas, sociais, regionais e as contradições do meio rural e o urbano na aplicação desta lei.
No Brasil principalmente é comprovado o grande número de idosos do gênero feminino. Estima-se que as mulheres se cuidam mais, buscam as redes de saúde com mais frequência e aceitam a chegada da terceira idade melhores que os homens, os quais muitas das vezes se afundam na tristeza de que estão ficando velhos/inúteis e até mesmo chegando ao óbito mais rápido. 
As mulheres em média, vivem cinco anos a mais que os homens (PASCHOAL, 2012), além das diferenças biológicas, como por exemplo, a proteção a eventos cardiovasculares, conferidos pelo hormônio feminino, existe as seguintes questões, em geral; a mulher ainda permanece no ambiente doméstico, estando protegidos dos fatores de risco, como acidentes de trabalho, de trânsito e homicídios. 
E ainda os atuais homens idosos, consomem ou consumiram mais álcool e fumo, e estão associados às doenças que aumentam a mortalidade. Existe uma enorme diferença na atitude da mulher em relação à doença, elas buscam o serviço de saúde com mais frequência, procuram informações sobre saúde, o que leva a possibilidade de diagnóstico precoce e tratamento adequado. 
Analisando as palavras de Camarano (2014, p. 134):
O envelhecimento é também uma questão de gênero. Considerando a população idosa como um todo, observa-se que 55% dela são formados por mulheres. Quando desagregada pelos subgrupos de idade, a diferença entre essas proporções aumenta, principalmente entre os mais idosos. A prevalência de mulheres também se tornou mais expressiva ao longo das décadas. Embora tenha apresentado um aumento no período compreendido entre 1940 e 1960, a tendência da razão de sexos foi de queda acentuada nas décadas seguintes. . Por outro lado, são elas que participam, mais do que os homens, de atividades extradomésticas, de organizações e movimentos de mulheres, fazem cursos especiais, viagens e trabalho remunerado temporário. Ao contrário do que fizeram na sua vida adulta, assumem, progressivamente, o papel de chefes de família e de provedoras. Já homens mais velhos têm maiores dificuldades de se adaptar à saída do mercado de trabalho.
O idoso que tenha uma vida com independência sente-se mais útil na sociedade, vivendo uma rotina de vida com prazer e autonomia nas atividades que são importantes para seu cotidiano, consideramos a capacidade de comunicação, independência nas atividades de vida diária, ditas instrumentais, sociabilidade, atividade física e religiosidade. O conceito de velhice no geral é negativo, tanto pela ótica individual quanto social, significa de modo geral, declínio, solidão, doença e fardo pesado para a sociedade. 
Solução para o envelhecimento não há, é irreversível, mas seu processo pode ser retardado, controlado, parte de seus males pode ser corrigida, existem tratamentos de última geração, mas ainda longe de ser acessível à maioria das pessoas. E para a grande maioria dos males da velhice podem e devem ser prevenidos por um adequado estilo de vida, que inclui cuidados, atividade, otimismo e disposição pessoal (NERI, 2009). 
Assim sendo, percebe-se que: 
A palavra autonomia, do ponto de vista semântico, recobre, em grande parte, a palavra independência. Autonomia é derivada do grego nomus, é a lei estabelecida através do confronto de opiniões, mas com predominância das idéias e interesses do próprio indivíduo, que ali se encontra para oferecer o seu ponto de vista. Pessoa autônoma é a que retira de si mesma a fonte de poder; tendo nela mesma, a sua fonte de decisão, consegue, assim, tornar-se ela mesma e construir seu próprio caminho de vida (PASCHOAL, 2012, p. 316).
O foco central da Política Nacional do Idoso é a promoção de um envelhecimento saudável, através da manutenção da capacidade funcional, ou seja, valorizando a autonomia e preservando a independência física e mental do idoso. As doenças físicas e mentais levam à dependência e, consequentemente, à perda da capacidade funcional, assim entendido como a capacidade que tem o indivíduo de manter habilidades físicas e mentais necessárias a uma vida independente e autônoma.
O estudo da qualidade de vida, em indivíduos idosos, representa um desafio dos novos tempos no instante em que contempla a experiência do envelhecimento, visando à melhoria do seu  cotidiano, indo além das oportunidades oferecidas meramente pelo acaso. Uma boa velhice pode ser entendida por muitos como atribuída a sorte, graça divina ou vida virtuosa, mas o conhecimento científico aumenta a probabilidade de se viver mais e melhor. A velhice é a última etapa do ciclo vital, em que pode ocorrer o declínio de funções biológicas e aumento da dependência social e ou familiar, mas sabe-se que o declínio não é universal para todos os domínios do organismo, ocorre em ritmo diferente para cada sujeito. Havendo ainda possibilidades ligadas a resiliência e plasticidade humana. 
Por falar em qualidade de vida, é preciso demonstrarque este é um termo de difícil conceituação, e, de acordo com Nahas (2011), durante as últimas décadas, apesar dos debates não se chegou a um consenso, tendo seus conceitos demonstrado interesse por cientistas sociais, filósofos e políticos. De modo geral, os aspectos de subjetividade e multidimensionalidade são geralmente aceitos pela maioria dos pesquisadores.
Haddad (2013), diz ainda que a importância das transferências governamentais para os idosos é o elemento decisivo para a manutenção do bem estar dos mesmos no ciclo final de vida. Barros (2016) mostra que através da Previdência Social, uma enorme parcela de recursos públicos é transferida à população. No total, os mais beneficiados são os idosos, que em relação aos jovens recebem volumes superiores de transferências das esferas governamentais.
Na esfera pública, a Previdência Social rural constitui um elemento significativo de proteção social ao idoso das áreas rurais, contribuindo para uma significativa ampliação do rendimento domiciliar de seus beneficiários, geralmente muito pobres, assim como se constitui em importante forma de inclusão social das mulheres rurais (HADDAD, 2013).
O IBGE mostra que nas duas mais populosas regiões do Brasil, encontrou-se que mais de 60% dos aposentados e pensionistas, tanto no Nordeste como no Sudeste do Brasil, eram constituídos por mulheres (IBGE, 2010). Embora isto possa ser reflexo da composição por sexo dos idosos, na qual, como visto, predominam as mulheres, ressalte-se, também, o perfil do rendimento dos idosos na área rural: 87% do total dos rendimentos das mulheres maiores de 60 anos origina-se na Previdência Social.
Entre os homens, esta proporção é de 55%. Outros dados mostram que a previdência social constitui importante fonte de sobrevivência de populações de municípios pequenos, para os quais os benefícios previdenciários constituem uma significativa fração dos recursos monetários que circulam nos mesmos (IBGE, 2010).
Olhando-se comparativamente às sociedades anteriores, os idosos eram reverenciados pelos mais novos, o que era resultado de uma educação que pregava o respeito milenarmente.
No âmbito do trabalho e com o advento do capitalismo, percebe-se uma mudança nessa importância. Este modelo econômico adotado pelo Brasil e por grande parte do mundo ressalta a inserção do homem no mercado de trabalho assalariado, o que por vezes, deixa os idosos a revelia. 
Segundo Teixeira (2012, p. 57):
Durante o século XX, o estudo da velhice se expandiu por causa do aumento do número de idosos em todo o mundo (...). O Brasil tem passado por um intenso processo de envelhecimento populacional. O número de indivíduos com mais de 60 anos no nosso país já é maior que 15.000.000, e há perspectivas de que a população a partir dessa idade dobre em dez anos.
Os idosos de hoje precisam estar dentro da categoria trabalho para assumirem um papel “de respeito”, e mesmo assim, nem sempre são valorizados tanto quanto aos mais novos, em especial por não saberem tão facilmente lidar com as novas tecnologias e com a vasta gama de informações e novidades que todos os dias surgem no planeta.
Para o mercado de trabalho atual, é por meio do trabalho que o homem se torna sujeito social, contribuindo para a construção da sociedade e de si próprio. 
Segundo Morais (2013) traz em seu estudo, a sociedade tem como a característica fundamental do homem está no trabalho. É do e pelo trabalho que o homem se faz homem, constrói a sociedade, é pelo trabalho que o homem transforma a sociedade e faz a história.
Desta forma, o idoso não é mais parte integrante da lógica trabalho e produção, pois ele não está mais ativo na geração de mais-valia ao capitalista. Já que esse alcançou uma idade considerada improdutiva, não pertencendo ao grupo de trabalhadores ativos nem ao chamado exército de reserva. 
É nesse novo cenário capitalista e altamente globalizado que os idosos do Brasil e do mundo tentam se manter firmes e precisam cada vez mais serem inseridos na realidade que se tem atualmente.
Não fazer parte do “mundo do trabalho” muitas vezes acaba por desmotivar os idosos a “irem além”, ou seja, em muitos casos eles acabam por se acomodar na situação de aposentadoria em que vivem e não sentem estímulos para enfrentas as novidades do mundo, com argumentações do tipo “não tenho mais idade para isso”.
Neste sentido, abre-se um grande debate sobre a vivência dos idosos no mundo de hoje, no âmbito da fase do repouso ou do não trabalho, partindo-se do momento em que esse grupo etário perde o seu valor para o Capitalismo, onde fisiologicamente se torna inadaptável. (TEIXEIRA, 2012)
 Também de acordo com Teixeira (2012), quando o trabalhor se encontra na condição de velho é descartado pelo capital, que não lhe dá condições de sobrevivência sem as políticas sociais. O trabalhador sente que sua vida foi desapropriada, suas necessidades aumentam e com elas a impossibilidade de satisfazê-las e já não encontra lugar no mundo.
Na sociedade capitalista o idoso é apresentado como beneficiário já que este contribuiu para o seu país e agora pode gozar de seu repouso, respaldado pelas políticas sociais que se efetivam através de serviços. 
De maneira geral, os idosos dispõem de um leque de “alternativas” dentro desses serviços, na sua maioria estatais, que estão caracterizados em várias atividades identificadas no âmbito do discurso da universalidade de direitos.
Para Teixeira (2012, p. 101):
O que vemos na realidade do sistema capitalista é, nada mais nada menos, uma transfiguração de direitos em benefícios que são massificados e absorvidos como tal pelos idosos e sociedade em geral. Onde o Estado cria respostas mínimas, possibilitando, ilusoriamente, que o idoso se identifique como integrante dessa sociedade. Fazendo com que ele se perceba como um ator social que não atua mais, mas que já atuou e “merece” ser recompensado por isso. Buscando, por meio de tais políticas preservar a hegemonia dominante. Na sociedade são (re) construídos em torno da questão do idoso conceitos valorativos que corroboram para a manutenção da gerofobia (do grego = idoso, velho; e fobos = medo, temor), visível em atos, gestos e palavras de teor pejorativo que demonstram a insensibilidade e a falta de humanização com a causa que é futura de todos. No entanto, no presente o que é alvo de preocupação é a influência que a “eterna” juventude causa na população idosa que não se aceita enquanto tal, negando a realidade do envelhecer. Com isso, nascem termos como o de “melhor idade”.
Verifica-se também que:
[...] elaborações simbólicas e práticas, como a idéia de “terceira ou melhor idade”, vêm se impondo, em “resistência” à visão marginalizada, à solidão e aos estigmas do envelhecimento, forjando uma imagem de velhice bem sucedida. “jovens velhos e velhas” podem desempenhar atividades sociais, esportivas e culturais, como critério inclusivo de pertinência social. Estudos que revisam criticamente essa “ideologia da terceira idade” indicam-na como busca exteriorizada de superação dos riscos “naturais”, numa escolha de competência individual para adequação a modernos padrões de sociabilidade, de controle do corpo e do envelhecimento (TEIXEIRA, 2012, p. 104).
Nota-se na sociedade a cultura de descartar tudo o que é considerado “velho”. Vive-se uma fase onde tudo se torna rapidamente obsoleto e aqueles que não acompanharem mais a grande onda, tornam-se, rapidamente, desinteressantes, como o idoso.
No contexto familiar, o envelhecer denota várias consequências que resultam do processo de saída do mercado de trabalho.
O idoso acaba por se tornar um coparticipante da renda familiar e assume o papel de coadjuvante, deixando de ser o protagonista familiar como era.
Muitas vezes, por ser mantenedor econômico não é reconhecido como tal e isso ocorre, psicologicamente falando, em uma vitimização família, quando entra em cena o fator psicológico, onde se percebe um diferencial de comportamentos de cada idoso,quando grande parte deles perde a sua autonomia e começa apresentar dificuldades para se adaptar a essa nova fase.
Para Morais (2013), o surgimento de doenças crônicas, mudanças na aparência, perdas familiares, dificuldades financeiras e ausência de um papel dentro da sociedade capitalista, faz com que o idoso se sinta menosprezado, triste, angustiado, com medo, enfim, com a sua autoestima afetada. Para tratar desse aspecto é preciso que o idoso tenha o apoio da família para se sustentar e perceber que ele ainda tem o seu valor. É a partir daí que o idoso irá começar a sentir que ainda tem papel na sociedade e que não é só porque está em uma idade avançada que ele tem que deixar de fazer o que gosta, sua vida social não tem que ser deixada de lado, a participação em grupos de terceira idade é uma grande oportunidade para que ele se sinta novamente inserido na sociedade com um todo.
É comum o discurso de que todos são livres e com liberdade para agir, o problema é quando não se tem nem mesmo liberdade de decidir. 
O idoso se apresenta sem um lugar, um papel na sociedade em que ele possa estar efetivamente no lugar que é dele por pertencimento e não por ser benemérito do que um dia já fez.
Sendo assim, criança, jovem, adulto e idoso são sequências de um conjunto que é social e que não devem ter papéis que o segmentam, cada um sim, com sua liberdade pessoal, mas enquanto sujeitos coletivos devem viver em busca de um único papel: de seres humanos.
Notoriamente, é fundamental que se deixe de lado definitivamente a ideia de que velho não serve para nada, devendo-se aproveitar sua experiência de vida, seus conselhos e aprendizados, deixando que eles mostrem que são capazes e que só envelheceram como todos irão envelhecer um dia.
Em suma, é necessário reconhecer o que significa ser idoso nessa sociedade, reconhecendo sua importância e demonstrando que é possível viver com saúde através de exercícios físicos controlados e de forma a não sobrecarregar essas pessoas, enfatizar a necessidade atender os idosos em suas demandas, como veremos no capítulo seguinte.
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4 BENEFÍCIOS E APLICABILIDADE DA MUSCULAÇÃO PARA PESSOAS IDOSAS
Segundo o que demonstra Pinto (2013), a musculação é uma das práticas físicas mais antigas do mundo, e que passou a se tornar uma prática que atrai cada vez mais adeptos. 
A musculação é definida como “treinamento com pesos”, não sendo caracterizada como uma modalidade esportiva, e sim como uma forma de treinamento. 
De acordo com Viana (2012), a musculação são os meios de preparação física utilizados para o desenvolvimento das qualidades físicas relacionadas com as estruturas musculares. Além disso, é também o conjunto dos processos e meios que levam ao aumento e ao aperfeiçoamento da força muscular, associada ou não a outra qualidade física. 
Do ponto de vista funcional, os exercícios com pesos, desenvolvem importantes qualidades de aptidão, constituindo uma das mais completas formas de preparação física. Uma das características mais marcantes dos exercícios com peso é a facilidade com que podem ser adaptados à condição física individual, possibilitando até mesmo o treinamento de pessoas extremamente debilitadas. 
Pela ausência de movimentos rápidos e desacelerações, os exercícios com pesos apresentam também baixos risco de lesões traumáticas. Os exercícios de musculação em idosos são bastante eficazes, pois dentre seus benefícios estão a redução da sarcopenia (diminuição da função da musculatura esquelética) e a melhora da marcha, reduzindo o risco de quedas e maior eficiência na prática de atividades diárias (MAZO, 2014). 
A musculação em idosos é uma forma de diminuir os declínios de força e massa muscular relacionados com a idade, resultando em uma melhor qualidade de vida. Assim, diversos estudos apontam sobre os benefícios do treinamento resistido em idosos, demonstrando que os mesmos obtiveram ganhos de força muscular, melhoria da saúde e capacidade funcional, tornando-se mais independentes e entusiasmadas (MAZO, 2014, p. 95).
Vê-se ainda, segundo o mesmo autor supracitado, que:
Na aplicação da musculação para este tipo de população é necessário um profundo conhecimento das alterações fisiológicas associadas à idade e dos riscos deste tipo de atividade em faixas mais avançadas. Pesquisas têm mostrado que o treinamento de força de alta intensidade tem um profundo efeito sobre a independência funcional e a qualidade de vida de idosos com idades até acima de cem anos. (MAZO, 2014, p. 96)
O fortalecimento muscular resulta em melhoria da força, resistência, densidade óssea, flexibilidade, agilidade e equilíbrio, embora o aumento da força muscular pareça ser o fator mais determinante na melhora da contínua independência (PINTO, 2013).
Para Mazo (2014), os exercícios com pesos em programas de atividade física bem estruturado têm a função de melhorar a saúde, a aptidão física e o tratamento de doenças. O autor aponta que treinamentos com força três vezes por semana em idosos proporcionam um aumento da massa e da força muscular, aplicado na reabilitação ou prevenção de sarcopenia. 
Conforme Carvalho (2013), a diminuição da densidade mineral óssea, a atrofia muscular e a fraqueza dos membros inferiores são associadas a um maior risco de quedas e maior probabilidade de fraturas, sendo que 40% dos indivíduos com mais de 65 anos caem uma vez por ano. Para o restabelecimento do equilíbrio é preciso, portanto, ter força muscular, amenizando o problema dos músculos responsáveis pela movimentação e diminuindo as quedas. 
Para Moreira e Borges (2009), grande parte dos idosos demonstra interesse em manterem-se mais saudáveis, ativos e independentes nesta fase da vida, crescem também os programas e projetos relacionados à promoção da saúde e bem-estar desses indivíduos. Entre as propostas destes programas, a mais incentivada e repercutida é a prática de atividades físicas, podendo ser esportes, danças, exercícios de força ou atividades recreativas, não importando a modalidade, pois todas trazem, de alguma forma, benefícios à saúde.
Para que o idoso mantenha uma boa qualidade de vida é necessário a prática de atividades físicas regulares. A atividade física é qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que tem gasto energético maior do que os níveis de repouso e proporciona inúmeros benefícios, como maior longevidade, redução das taxas de morbidade e mortalidade, redução de medicamentos, prevenção do declínio cognitivo, redução da frequência de quedas e fraturas, independência e autonomia para a realização de suas atividades, e também, benefícios psicológicos como da autoimagem, autoestima, do contato social e do prazer pela vida. A prática regular de exercício físico tem a capacidade de reduzir a idade biológica em 10 a 20 anos (RIBEIRO, 2012, p. 55).
Ainda diante do que diz Ribeiro, tem-se que, no que tange ao treinamento de força:
O treinamento de força é vem sendo cada vez mais indicado em idosos. Os idosos possuem a mesma capacidade de adaptação fisiológica a este treinamento se comparados a indivíduos mais jovens. Para esta população a musculação é a melhor atividade física em se tratando de qualidade de vida, promovendo melhorias na capacidade funcional, aprimorando capacidades em atividades diárias. Sendo assim, a atividade física que proporciona melhoras na força muscular do idoso contribui para diminuir o risco de quedas, melhorando o equilíbrio e consequentemente a realização dos esforços da vida diária (RIBEIRO, 2012, p. 58).
Desta forma, pode-se dizer que o uso da musculação para idosos contribui para a diminuição dos declínios de força e massa muscular relacionados com a idade, o que resulta em melhoria da qualidade de vida. O ideal é associar exercícios com peso, os aeróbicos e os de flexibilidade, mas, tratando-se de prioridade, a musculação é a mais importante.
Nessa associação, o exercício físico contribui de maneira fundamental para a manutenção da independênciae se constitui em um dos mais importantes fatores de qualidade de vida na terceira idade. E, portanto apresenta-se como uma aliada ao idoso, conforme aponta Borges e Moreira: 
O exercício físico aparece como uma ferramenta que pode oferecer um acréscimo positivo na qualidade de vida dos idosos, onde as suas capacidades físicas são estimuladas e sua autonomia para desempenhar sem auxílio às tarefas diárias pode ser mantida por um tempo maior e com melhor qualidade (BORGES; MOREIRA, 2014, p. 02).
Assim, o exercício físico é um dos fatores que proporcionam ao idoso uma melhora qualidade de vida e o possibilitam realizar todas as suas atividades de vida diária de maneira mais autônoma e independente.
Pessoas sedentárias apresentam uma série de problemas, não só pela idade, mas sim pelo desuso de suas funções fisiológicas. A manutenção do corpo humano é fundamental para uma maior expectativa de vida.
Conforme também aponta Borges e Moreira (2014), quando se alcança uma determinada idade de maneira saudável, é necessidade que o exercício físico seja incluída na vida do idoso, sendo parte fundamental dos programas mundiais de promoção da saúde, devido às evidências epidemiológicas que sustentam um efeito positivo de um estilo de vida ativo ou do envolvimento dos indivíduos em programas de atividade física e exercício, na prevenção e minimização dos efeitos deletérios do envelhecimento.
 Não se pode pensar atualmente em prevenir ou minimizar os efeitos do envelhecimento sem que, além das medidas gerais de saúde, inclua-se o exercício físico. Segundo (GUISELINI, 2011, p. 56), referindo ao exercício na terceira idade, o mesmo aponta que:
A boa notícia é que a maioria das pesquisas indica que o exercício diário pode reduzir ou tornar mais lento o aparecimento de efeitos do processo de envelhecimento. As pessoas que se movimentam bastante envelhecem cronologicamente como qualquer outra, mas é visível a diferença dessas pessoas quando comparadas a sedentárias. A aparência física tende a ser melhor, pois a perda da massa muscular é menor e a quantidade de gordura tende a ser menor. Agilidade, a coordenação motora, a disposição para o trabalho e até o humor é bem melhor entre idosos ativos (GUISELINI, 2013, p. 56).
Não se pode deixar de falar aqui sobre as capacidades físicas, que são todas as qualidades físicas passíveis de treinamento e se classificam no âmbito das valências físicas como resistência, força, velocidade, agilidade, equilíbrio e coordenação motora. 
A força e o equilíbrio são as capacidades de maior importância para os idosos, pois interferem diretamente na locomoção e na realização de movimentos da vida diária. Como força, entende-se o estado de ser forte, a capacidade de o músculo produzir tensão ativa ou resistência a um esforço máximo, sendo uma característica humana com o qual se move uma massa. Já o equilíbrio, define-se como a capacidade de manter a posição do corpo sobre uma base de sustentação, sendo subdivido em equilíbrio estático, que é quando uma pessoa se encontra parada, controlando sua oscilação postural; e equilíbrio dinâmico, quando ocorre uma mudança corporal e ajuste para manutenção do centro de gravidade (ROSA, 2013).
O mesmo autor citado acima traça também o conceito de capacidade funcional, sendo este amplo e abrangente, definindo-se pela deficiência, incapacidade, desvantagem, assim como fatores com autonomia e independência, trabalhando mais a incapacidade funcional. A incapacidade funcional pode ser definida pela dificuldade no desempenho de certas atividades do cotidiano ou pela impossibilidade de desempenhá-las (ROSA, 2013). 
De acordo com o mesmo autor, a capacidade funcional é influenciada por fatores demográficos, socioeconômicos, culturais e psicossociais. Assim, mudanças no estilo de vida, como alimentação regulada, prática de exercícios físicos, falta de vícios (fumo, álcool, etc.) são essenciais para o controle e apoio da capacidade funcional. O treinamento funcional visa a melhoria da capacidade funcional, através de exercícios que proporcionam melhorias no controle corporal, do equilíbrio e contribuindo no desenvolvimento da consciência, diminuindo a incidência de lesões e efetivando os movimentos.
Diante de todas as atividades físicas que beneficiam a vida de todos e, neste caso em especial, dos idosos, tem-se a musculação, objeto central deste estudo para a população da Terceira Idade.
A musculação é uma das práticas físicas mais antigas do mundo, e que passou a se tornar uma prática que atrai cada vez mais adeptos. A musculação é definida como treinamento com pesos, não sendo caracterizada como uma modalidade esportiva, e sim como uma forma de treinamento (ANDEOTTI, 2015).
Santarém (2015) define a musculação são os meios, de preparação física, utilizados para o desenvolvimento das qualidades físicas relacionadas com as estruturas musculares. Além disso, é também o conjunto dos processos e meios que levam ao aumento e ao aperfeiçoamento da força muscular, associada ou não a outra qualidade física.
De forma geral, musculação é o termo mais utilizado para designar o treinamento com peso, fazendo referência ao seu efeito mais evidente, que é o aumento da massa muscular (BITTENCOURT, 2013).
Para Santarém (2015), os exercícios com pesos, do ponto de vista funcional, desenvolvem importantes qualidades de aptidão, constituindo uma das mais completas formas de preparação física. 
Uma das características mais marcantes dos exercícios com peso é a facilidade com que podem ser adaptados à condição física individual, possibilitando até mesmo o treinamento de pessoas extremamente debilitadas. Pela ausência de movimentos rápidos e desacelerações, os exercícios com pesos apresentam também baixos risco de lesões traumáticas (SANTARÉM, 2015).
	Estudos vêm demonstrando que os exercícios de musculação em idosos são bastante eficazes, pois dentre seus benefícios estão a redução da sarcopenia (diminuição da função da musculatura esquelética) e a melhora da marcha, reduzindo o risco de quedas e maior eficiência na prática de atividades diárias (SANTARÉM, 2015).
Na análise de Guccione (2014), a musculação em idosos é uma forma de diminuir os declínios de força e massa muscular relacionados com a idade, resultando em uma melhor qualidade de vida. Assim, diversos estudos apontam sobre os benefícios do treinamento resistido em idosos, demonstrando que os mesmos obtiveram ganhos de força muscular, melhoria da saúde e capacidade funcional, tornando-se mais independentes e entusiasmadas.
Na aplicação da musculação para este tipo de população é necessário um profundo conhecimento das alterações fisiológicas associadas à idade e dos riscos deste tipo de atividade em faixas mais avançadas. Pesquisas têm mostrado que o treinamento de força de alta intensidade tem um profundo efeito sobre a independência funcional e a qualidade de vida de idosos com idades até acima de cem anos. O fortalecimento muscular resulta em melhoria da força, resistência, densidade óssea, flexibilidade, agilidade e equilíbrio, embora o aumento da força muscular pareça ser o fator mais determinante na melhora da contínua independência (GUCCIONE, 2014, p. 124).
Andeotti (2015) mostra que os exercícios com pesos em programas de atividade física bem estruturado têm a função de melhorar a saúde, a aptidão física e o tratamento de doenças.
Estudos recentes apontam que treinamentos com força três vezes por semana em idosos proporcionam um aumento da massa e da força muscular, aplicado na reabilitação ou prevenção de sarcopenia (ANDEOTTI, 2015).
	Esses estudos também trazem à importância da musculação em idosos para a prevenção em doenças:
Quanto à prevenção de doenças, o treinamento de força muscular deve ser recomendado em casos de artrite grave, aumento do peso corporal, ulcerações no pé, desordens do equilíbrio, amputação, doença pulmonar e baixo limiar para isquemia. Assim, a musculação é um treinamento que pode parar ou reverter a perda demassa muscular e proporcionar a manutenção da capacidade funcional e independência (ANDEOTTI, 2015, p. 76).
Santarém (2015) afirma que com o aumento da população idosa, a demanda por serviços direcionados para essa população também está crescendo, tendo a educação física papel importante em medidas de promoção de saúde, aumentando o número de anos de vida saudável e a expectativa de vida livre de incapacidades funcionais da população idosa.
Ainda conforme Santarém (2015), o uso da musculação para idosos contribui para a diminuição dos declínios de força e massa muscular relacionados com a idade, o que resulta em melhoria da qualidade de vida. O ideal é associar exercícios com peso, os aeróbicos e os de flexibilidade, mas, tratando-se de prioridade, a musculação é a mais importante. 
Os efeitos do tratamento dependem dos componentes da intensidade, duração, abrangência do estímulo e frequência do tratamento.
O autor define os seguintes passos para exercícios com força em idosos: 
1) Escolha do exercício: exercícios básicos para os grandes grupamentos musculares; 4-6 grandes grupos musculares; exercícios suplementares para os pequenos grupamentos musculares 3-5 exercícios. 2) Ordem dos exercícios: um aquecimento, seguido dos grandes grupamentos musculares, pequenos grupamentos musculares e desaquecimento. 3) Carga usada e número de séries: o mais comum é de 80% de 1RM (repetição máxima) para 8 repetições, porém, existem trabalhos que podem ser usados de 60 a 85% de 1RM. Normalmente 3 séries, mas, apenas uma série pode ser significativa se feita até a última repetição máxima. 4) Exemplo de um programa de musculação para o iniciante idoso: Leg Press Horizontal; supino reto; cadeira flexora; remada sentada com apoio; cadeira extensora; remada em pé; extensão de tornozelos; rosca direta; tríceps; abdômen com o aparelho e alongamentos gerais (SANTARÉM, 2015, p. 68).
Assim, um programa de musculação bem elaborado pode resultar em inúmeros benefícios para os idosos, podendo ser demonstrado conforme Santarém:
a) Aumento da força muscular; b) Pequeno aumento da potência muscular; c) Aumento das fibras musculares; d) Pequeno aumento da área de secreção transversal; e) Diminuição dos níveis de dor; f) Diminuição de gordura intra-abdominal; g) Melhoria dos fatores neurais; h) Diminuição da porcentagem de gordura; i) Diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares; j) Diminuição dos riscos de desenvolvimento de diabetes; k) Diminuição de lesões causadas por quedas; l) Aumento da capacidade funcional; m) Melhoria da postura geral; n) Aumento da motivação e melhoria da autoimagem; o) Aumento da agilidade, da flexibilidade e da resistência; p) Melhora na velocidade de andar, no equilíbrio e na ingestão alimentar; q) Diminuição da depressão; r) Melhora dos reflexos; s) Manutenção da densidade óssea, prevenindo a osteoporose e suas consequências degenerativas (SANTARÉM, 2015, p. 70-71).
Diante das afirmativas de Santarém (2015), percebe-se que a prática do exercício tem influência na qualidade de vida do idoso, trazendo inúmeros benefícios ao mesmo, mas que sua realização deve ser feita de modo cauteloso e planejado.
Ressalta-se ainda que tal prática deve ser associada a hábitos saudáveis e, uma dieta balanceada e equilibrada, pode retardar os declínios ocorridos com o envelhecimento.
Os benefícios físicos obtidos pela prática de exercício físico podem ser evidenciados como: aumento de força muscular; equilíbrio, coordenação motora, maior estabilidade, entre outros. Portanto, tais aspectos contribuem para a capacidade funcional que o idoso tem para realizar as atividades do quotidiano, tornando-os mais independentes e, consequentemente melhorando a execução das tarefas do dia-a-dia. 
Do ponto de vista da independência funcional para o idoso este fato é de fundamental importância, pois os esforços da vida diária passam a ser mais facilmente superados, exigindo menor grau de esforço muscular e, consequentemente, induzindo menores alterações na pressão arterial e na frequência cardíaca (SANTARÉM 2015, p.77).
É preciso levar em consideração ainda a importância da motivação que é caracterizada como um processo ativo, internacional e dirigido a uma meta, que depende da interação de fatores pessoais e ambientais, ou seja, internos e externos.
Em resumo, o idoso precisa de vontade própria e da interação que faz com o ambiente, ou os profissionais responsáveis pelas aulas, devendo ser o treinamento algo relaxante, e não um estresse adicional, sendo indispensável um preparo psicológico-emocional para a prática descontraída, relaxante e prazerosa (BOUCHARD, 2011).
	Neste cenário de motivação e diante da importância da atividade física para idosos, e em especial da musculação, o professor de educação física surge como uma figura central no processo de motivação do aluno idoso. 
O professor é a pessoa responsável pela execução correta e eficaz das sessões de atividade física. É tarefa dele fazer com que o grupo funcione, que cada componente assuma seu papel, aceite a si mesmo e seja tal como é pelos demais. 
Santarém (2015) define o papel do professor de educação física no treinamento com idosos e sua função de motivador deste processo, devendo se mostrar capacitado para comandar o grupo, através da amabilidade e disponibilidade; sempre comunicar com os alunos, com atenção e cuidado; ser atento às necessidades dos alunos; dominar as preferências do grupo, conhecendo o tipo de atividade que mais gostam e utilizá-las na introdução de novas atividades; observar e estimular as relações no grupo; demonstrar confiança aos alunos, não os tratando como crianças; estar atento a cada tipo de pessoa, como sua formação corporal, movimentos, limitações, adaptando cada exercício e melhorando a forma de realizá-lo; não promover aulas cansativas, sendo necessárias aulas em que os alunos se sintam bem; passar um tempo conversando, estreitando o relacionamento, pois os idosos necessitam também de serem ouvidos e atendidos; pensar que os idosos não querem fazer exercícios apenas para manterem a forma, e sim para melhorar seu ânimo, conviver com outras pessoas, entre outros benefícios; e considerar que a maioria levou uma vida muito sedentária, ou seja, não realizou atividade física durante muitos anos. 
Por fim, é fundamental salientar também que o idoso muitas vezes se sente fragilizado e tende ao isolamento social, e através da prática de atividade física adquire maior confiança e autoestima.
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5 CONCLUSÃO
Após toda explanação teórica, pode-se concluir que o idoso, em muitos e até mesmo na grande maioria dos casos, se resume a um mero espectador da sua própria vida, acostumando-se geralmente a depender de outros, não se percebendo mais como o dono de sua vida, onde suas escolhas não são levadas em consideração. 
E em meio a essa crise da velhice, onde o idoso vive em isolamento e perde sua identidade, cada vez mais distancia-se da cidadania que deveria ser mantida pela família e construída pela sociedade. É preciso perceber a família como chave da sociedade. Pois é dentro desse núcleo de valores que são construídos e se expressarão mundo a fora. 
É fundamental que se perceba, também, que não basta viver junto, é preciso viver bem junto. Há a urgência de levantar e compreender as múltiplas determinações que circundam a expressão social do idoso. 
Mesmo com algumas melhorias, os idosos ainda não têm garantidas as devidas condições de um envelhecimento mais facilitado e saudável, sendo a musculação, uma das práticas que podem auxiliar com grande importância esse envelhecimento.
Percebe-se claramente que o envelhecimento é um processo natural e contínuo, porém, com mudanças nos hábitos alimentares e a prática de atividades físicas este processo pode ser mais tranquilo, evitando aos idosos possíveis debilitações.
Nesta fase da vida, há a diminuição da massa magra e aumento da massa gordurosa, ocorrendo a atrofia muscular, perda de minerais ósseos e mobilidadedas articulações, sendo a prática de atividade física recomendada para esta etapa do envelhecimento. 
O tipo de atividade física mais recomendada para idosos é a musculação. A musculação proporciona melhorias na capacidade funcional e melhorias na força muscular, contribuindo para a diminuição de quedas e consequentes fraturas. 
O exercício com pesos também é indicado por ser de fácil aplicabilidade, podendo ser adaptado à condição física natural, podendo ser usado por pessoas debilitadas. Como benefícios do exercício com pesos podem-se citar a redução da sarcopenia e melhora marcha. 
Portanto, é recomendado um programa de musculação bem elaborado pelo profissional de educação física. Quanto ao treinamento, o mesmo deve ser relaxante, e não um estresse para o idoso, sendo o professor de educação física o responsável pela motivação, execução correta e eficaz das seções, criando no idoso maior confiança e autoestima.
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REFERÊNCIAS
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