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ZOO Trematodeos_2010

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Arthur Gruber
BMP0222 – Introdução à Parasitologia Veterinária
Instituto de Ciências Biomédicas Universidade de São Paulo
AG-ICB-USP
Trematoides
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Trematódeos - Classificação 
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Considerável importância médico veterinária. 
São achatados dorsoventralmente 
Trato digestivo termina em fundo cego. 
Apresentam ventosas para fixação.
São hermafroditas (de um modo geral). 
Parasitam animais vertebrados 
Ocorrem geralmente nos dutos biliares, no trato digestivo e no sistema vascular. 
Geralmente os ovos saem pelas fezes ou urina e os estágios larvais desenvolvem num hospedeiro intermediário (molusco).
Trematóides digenéticos 
Fasciola hepatica 
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Fasciola hepatica
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Fasciola hepatica – Introdução 
Fasciolose é uma infecção causada pela Fasciola hepatica. 
Trematódeo que parasita os dutos biliares do fígado de mamíferos, principalmente bovinos e ovinos. Também acometem equinos, asininos, cervídeos, suínos e coelhos. 
Acidentalmente também pode parasitar o homem (zoonose). 
Causa destruição de tecidos, insuficiência hepática e emagrecimento. Nas infecções agudas, causa anemia, diarréia sanguinolenta e morte dos animais. 
A doença é de ocorrência cosmopolita particularmente regiões próximas a áreas alagadiças e sujeitas à inundações. 
Maiores prejuízos: Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 
Perda econômica: além da redução da produtividade, há perdas econômicas devido à condenação dos fígados nos abatedouros. Rio Grande do Sul: taxa de condenação dos fígados de bovinos (13%), ovinos (7%). 
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Fasciola hepatica – Morfologia 
Apresenta aspecto foliáceo, medindo 3 x 1,5 cm. 
Corpo achatado dorsoventralmente, no animal vivo deforma-se continuamente devido às contrações musculares.
Não existe cavidade corpórea, os órgãos abrigam-se num parênquima.
Tegumento com espinhos.
Ventosas oral (extremidade anterior) e ventral (no terço anterior do parasita).
São hermafroditas.
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Fasciola hepatica – Morfologia 
Aparelho digestivo
Ventosa oral 
Ventosa anal ou acetábulo
Dois ramos intestinais 
Numerosas ramificações que terminam em fundo cego. 
Substâncias não digeridas provavelmente são regurgitadas 
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Fasciola hepatica – Morfologia 
Aparelho genital feminino 
Poro genital 
Útero 
Oótipo (geração da casca do ovo)
Um só ovário ramificado 
Canais das glândulas vitelogênicas 
Ácinos glandulares
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Fasciola hepatica – Morfologia 
Aparelho genital masculino 
Cirro desenvaginado 
Bolsa do cirro contendo segmento prostático 
Dois canais eferentes 
Testículo posterior ramificado 
Testículo anterior também é ramificado (não mostrado). 
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Fasciola hepatica – Morfologia 
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Fasciola hepatica – Morfologia 
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Fasciola hepatica – Adulto 
Parasita vesículas e os canais biliares mais calibrosos do hospedeiro vertebrado. 
Em conseqüência ao parasitismo, os canais tornam-se hipertrofiados.
Os parasitas nutrem-se do conteúdo biliar, de produtos da reação inflamatória e produtos necróticos. 
A longevidade dos parasitas pode chegar até 8 a 10 anos (ovinos)
Em bovinos a longevidade dos parasitas geralmente é de 1 ano. 
Fasciola hepatica 
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Um ovo de trematóide  centenas de adultos. 
Isto se deve ao fenômeno de pedogênese que ocorre no hospedeiro intermediário. 
Pedogênese: uma única forma larval gera vários adultos. 
Fasciola hepatica – ciclo biológico 
Ovo de Fasciola hepatica 
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Trematóides adultos são ovíparos. Põem ovos com um opérculo.
Capacidade de postura de até 20.000 ovos/dia 
Os ovos são postos nos canais biliares, arrastados pela bile, sendo eliminados juntamente com as fezes. 
Fasciola hepatica – ciclo biológico 
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Fasciola hepatica – ovo 
Os ovos são grandes, aproximadamente o dobro do tamanho de um ovo de tricostrongilídeo (140 mm x 60 a 100mm), são ovais ou elípticos, de casca fina, operculado. 
Apenas os ovos que caem nos lugares úmidos ou que são arrastados pelas águas das chuvas para locais baixos e úmidos se desenvolverão. 
Ovo não sobrevive à dessecação e às temperaturas baixas 
Ovo Fasciola hepatica 
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Em água sob temperatura adequada, os ovos passam por desenvolvimento embrionário  miracídio (larva piriforme ciliada). 
Sob estímulo da luz, o miracídio digere o cemento protéico que mantém o opérculo fechado e emerge do ovo em poucos minutos. 
Fasciola hepatica – ciclo biológico 
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Fasciola hepatica – miracídio 
Possui revestimento ciliar, tem capacidade de nadar é a forma infectante para o hospedeiro intermediário (molusco do gênero Lymnaea). 
Quando liberado na água, não se alimenta, necessita infectar o hospedeiro intermediário dentro de três horas. 
O processo de penetração no molusco leva 30 minutos. 
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Fasciola hepatica – molusco 
Lymnaea spp.
Vivem em coleções de águas superficiais , nas margens dos lagos e represas, nos brejos e pastagens alagadiças
Alimentam-se de microalgas 
Microalgas necessitam de luz para seu metabolismo. 
Moluscos nunca são encontrados em locais sombrios. 
Época de seca prolongada: caramujo em estivação (hibernação)
Na época das cheias são transportados pela águas correntes, inundação. 
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Após a penetração o miracídio perde os cílios e origina uma estrutura alongada denominada de esporocisto que irá conter inúmeras células germinativas. 
Fasciola hepatica – ciclo biológico 
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Fasciola hepatica – esporocisto
Esporocisto 
Cada esporocisto dá origem a 5 ou 8 rédias 
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Rédias colonizam o hepatopâncreas do molusco. 
Condições ambientais favoráveis para o caramujo: rédia gera cercárias 
Condições ambientais inadequadas para o caramujo: rédia gera rédias filhas ou de segunda geração. 
Fasciola hepatica – ciclo biológico 
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Fasciola hepatica – rédia
Rédias 
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Cercárias (trematóides jovens com cauda longa) emergem ativamente do caramujo, em quantidades consideráveis. 
Estímulo para saída das cercárias do caramujo está geralmente associado à alterações de temperatura e intensidade da luz. 
Uma vez infectado, o caramujo continua sempre produzindo cercárias. 
Os caramujos morrem devido ao desenvolvimento do parasita no hepatopâncreas. 
Fasciola hepatica – ciclo biológico 
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Fasciola hepatica – cercárias 
Cercária é oval ou arredondada, mede 20 mm e possui uma cauda simples medindo 500 mm que se agita como um chicote. 
Apresenta cachos de glândulas cistógenas. 
Cercárias 
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Fasciola hepatica – cercárias 
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Cercárias nadam por algum tempo, elimina o conteúdo das glândulas cistógenas que a recobre, perde sua cauda e se encista fixando-se à vegetação  metacercária
As metacercárias podem sobreviver na vegetação por até 3 meses entre 20 a 30 oC. 
A infecção de um caramujo por um miracídio pode gerar mais de 600 metacercárias. 
Fasciola hepatica – ciclo biológico 
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Fasciola hepatica – metacercária 
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Uma vez ingerido, a parede externa do cisto é removida mecanicamente durante a mastigação. 
A ruptura do cisto ocorre no intestino às custas da presença de enzimas. 
Fasciola hepatica – ciclo biológico 
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Trematóide jovem atravessa a parede intestinal  cavidade peritoneal,  parênquima hepático (migram por 6 a 8 semanas)  dutos biliares onde amadurecem sexualmente (demora 2 meses). 
Fasciola hepatica – ciclo biológico 
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Fasciola hepatica – ciclo biológico 
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Ciclo biológico 
Fasciola hepatica 
Período pré-patente: 10 a 12 semanas 
Ciclo: 17 a 18 semanas 
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Fasciola hepatica – Patogênese 
Migração de grande quantidade de larvas no parênquima hepático  hepatite traumática e hemorragia.
Parasita presente nos dutos biliares, atividade hematófaga e lesão da mucosa biliar pelos espinhos  Colangite (inflamação dos dutos biliares) crônica, hiperplasia do
epitélio tubular dos canais biliares. 
Obstrução dos canais biliares e icterícia podem ocorrer. 
Como conseqüência há fibrose hepática. 
Fasciola hepatica no fígado 
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Fasciola hepatica – Ovinos 
Fasciolose em ovinos pode ser bastante exuberante. 
projovem.drapc.min-agricultura.pt 
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Fasciola hepatica – Ovinos 
Pode ser aguda, subaguda ou crônica 
Aguda: 
Ocorre após 2 a 6 semanas da ingestão de grandes quantidades de metacercárias (>2000). 
Há hemorragia resultante da ruptura de vasos sanguíneos, lesão hepática (migração dos parasitas).
Pode ocorrer morte súbita, ovinos fracos, mucosas pálidas, fígado dilatado, dor abdominal. 
Fígado – fasciolose aguda 
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Fasciola hepatica – Ovinos 
Subaguda: 
Ocorre após 6 a 10 semanas de ingestão de 500 a 1500 metacercárias. 
Ingestão de metacrecárias por um período longo  há várias fases do ciclo de vida do parasita no hospedeiro.
Semelhante à aguda, mas de menor intensidade. 
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Fasciola hepatica – Ovinos 
Crônica 
Forma mais comum.
Ocorre após 4 a 5 meses da ingestão de quantidades moderadas (200 a 500) metacercárias.
Há fibrose hepática e colangite hiperplásica. 
Há perda progressiva de peso, anemia, hipoalbuminemia, emagrecimento, palidez das mucosas, edema submandibular e ascite. 
en.wikipedia.org 
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Fasciola hepatica – Ovinos 
en.wikipedia.org 
Hipertrofia dos dutos biliares 
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Fasciola hepatica – Ovinos 
projovem.drapc.min-agricultura.pt
Fibrose hepática
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Fasciola hepatica – Bovinos 
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Fasciola hepatica – Bovinos 
A forma crônica é a mais importante. 
Comumente registrada nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. 
Semelhante ao quadro crônico em ovinos. 
Há também calcificação dos dutos biliares e dilatação da vesícula biliar.
Sintomas: inespecíficos, queda dos índices de produtividade, queda na produção e qualidade do leite.
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Fasciola hepatica – Bovinos 
Fasciolose crônica 
www.feedfood.com.br 
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Fasciola hepatica – Patogênese 
Ovinos: resposta imune, mas não há comprovações de que os animais não possam se reinfectar. 
Bovinos: Surtos recorrentes  desenvolvimento de imunidade adquirida. 
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Fasciola hepatica – Diagnóstico 
Clínico: Sintomas observados.
Epidemiológico: Ocorrência sazonal, ocorrência dos habitats dos caramujos, identificação desses HIs;
Necroscópico: lesões no parênquima hepático e nos dutos biliares, encontro dos parasitas
Laboratorial: 
Métodos diretos: 
Exame de fezes: presença de ovos de coloração amarelada nas fezes (observados na segunda e terceira fase da doença). 
Avaliação dos níveis plasmáticos de enzimas hepáticas (bovinos)
Métodos indiretos (pesquisa de anticorpos contra a F.hepatica: ELISA
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Fasciola hepatica – Diagnóstico 
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Fasciola hepatica – Tratamento
Formas jovens com mais de 1 semana de idade: dianfenetida, triclabendazol 
Parasitas com mais de 4 semanas: rafoxanida, nitroxinil 
Recomenda-se quando possível, a transferência dos animais para pastagens livre dos trematóides. 
Fasciola hepatica 
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Fasciola hepatica – Epidemiologia 
Ocorrência da Fasciolose depende: 
Fonte de infecção (animal parasitado) 
Condições ambientais que permitam o desenvolvimento do ovo e do molusco Lymnea. 
Habitat do molusco: 
Açudes, brejos
Plantações irrigadas (lavouras de arroz) 
Locais sujeitos à inundações periódicas (fasciolose ocorre em determinadas épocas do ano): 
Estação seca: moluscos em estivação, não há eliminação de cercárias. 
Chuvas: moluscos reproduzem-se rapidamente, fezes dos animais carreadas para as regiões mais baixas. Eliminação de cercárias pelos moluscos. 
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Fasciola hepatica – Epidemiologia 
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Fasciola hepatica – Controle 
Eliminação da fonte de infecção: tratamento de todos os animais presentes na área de risco com ou sem sintomas. 
Destruição dos caramujos: é quase impossível eliminar todos os moluscos, deve tentar reduzir a população em níveis mínimos. O miracídio tem pouco tempo de vida e necessita penetrar no molusco dentro de poucas horas após sua eclosão. 
Empregar molusquicidas 
Drenar áreas úmidas 
Eliminação da vegetação aquática modificando o habitat dos moluscos. 
Evitar áreas de pastagens pantanosas e alagadiças 
Os ovos somente realizam desenvolvimento embrionário em locais úmidos 
Metacercária presente na vegetação
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Paramphistomum spp.
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Paramphistomum spp – Introdução
Seu formato é diferenciado, são cônicos e não achatados, tem cerca de 1 cm de comprimento. 
O gênero Paramphistomum inclui espécies que parasitam o rúmen e o retículo de bovinos, ovinos e caprinos. 
A espécies mais importantes são: Paramphistomum cervi e P. microbothrium.
Paramphistomum
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Paramphistomum cervi 
Formas adultas 
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Paramphistomum spp. – Introdução
Estágios adultos: rúmen e retículo
Estágios imaturos: duodeno. 
O ciclo deste parasita é semelhante ao da Fasciola hepatica e também culmina com a formação de metacercárias. 
HI: caramujos aquáticos (gêneros Planorbis e Bulinus)
As metacercárias são ingeridas com a pastagem e desencapsulamento da metacercária ocorre no duodeno. 
Os trematódeos jovens se fixam e nutrem-se no duodeno por seis semanas antes de migrarem para o rúmen e retículo. 
Em infecções maciças os parasitas jovens causam uma enterite severa. 
Os parasitas adultos praticamente não causam danos aos animais. 
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Paramphistomum spp. – Epidemiologia 
A doença ocorre em locais onde há coleções permanentes de água, como lagos, que servem como fonte de caramujos para áreas alagadas durante as inundações. 
Bovinos geralmente desenvolvem boa imunidade, sendo os surtos mais comuns em animais jovens. 
Bovinos adultos podem abrigar pequeno número de parasitas, atuando como reservatórios para os bezerros. 
Ovinos e caprinos são igualmente suscetíveis por toda a vida.
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Paramphistomum spp. – Epidemiologia 
Paramphistomum cervi em rúmen 
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Paramphistomum spp. - Diagnóstico
Clínico: sintomatologia em animais jovens associado a histórico de pastejo em áreas encharcadas. 
Exame de fezes
Presença de ovos de coloração clara, semelhantes ao de Fasciola hepatica. 
De pouco valor: os sintomas ocorrem no período pré-patente. 
Necroscópico: confirmatório, pode-se encontrar os trematóides no duodeno.
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Paramphistomum spp. – Tratamento/Controle 
Tratamento: 
Formas imaturas: rafoxanida, niclofolan
Formas adultas: oxiclozanida 
Controle: 
Impedir o acesso dos animais às fontes naturais de água. 
Aplicação de molusquicidas ou remoção manual dos mesmos.
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Eurytrema coelomaticum
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Eurytrema coelomaticum – Introdução 
Parasita canais pancreáticos de bovinos, caprinos e ovinos. 
O verme adulto mede de 8 a 16 x 5 a 8,5 mm. 
Tem como hospedeiros intermediários consecutivos os caramujos terrestres e os gafanhotos. 
Eurytrema spp 
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Eurytrema coelomaticum – Ciclo Biológico 
Os moluscos ingerem os ovos eliminados nas fezes. 
Após 4 semanas há formação de esporocistos nas glândulas digestivas dos moluscos. 
Não há geração de rédias. 
Um esporocisto de 1a geração 100 esporocistos de 2a geração  200 cercárias que são eliminadas ainda dentro do esporocisto pelo molusco à medida que o mesmo se locomove pela vegetação. 
A cercária é do tipo microcercária, possuindo forma oval, cauda curta e um estilete na extremidade anterior. 
O esporocisto contendo as cercárias são ingeridos pelo gafanhoto. Estas cercárias se transformarão em metacercárias. 
Os hospedeiros vertebrados se infectam ingerindo os gafanhotos juntamente com as pastagens. 
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Eurytrema coelomaticum – Ciclo Biológico 
Molusco do gênero Bradybaena 
Gafanhoto do gênero Conocephalus 
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Eurytrema coelomaticum – Lesões 
As lesões no pâncreas são decorrentes do processo inflamatório crônico dos canais pancreáticos, especialmente em infecções maciças. 
Os animais apresentam uma pancreatite
crônica, mais pronunciada nos canais pancreáticos que ser obstruídos pelos trematódeos. 
Apesar destes parasitas serem freqüentes, não há relatos de mortalidade devido ao parasitismo e nem estudos estimando os prejuízos. 
Lesões em pâncreas 
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Eurytrema coelomaticum – Diagnóstico/ Tratamento 
Diagnóstico: Presença de ovos nas fezes 
Tratamento: não há tratamento eficaz. 
Ovos de Eurytrema spp. 
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Schistosoma mansoni
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As esquistossomíase ou esquistossomose é uma doença produzida por termatódeos do gênero Schistosoma, sendo Schistosoma mansoni a espécie de maior importância médica e veterinária. 
O Schistosoma mansoni ocorre na África, América do Sul e Antilhas. 
Distribuição geográfica: condicionada à presença de espécies de moluscos de água doce, do gênero Biomphalaria que são hospedeiros intermediários de S. mansoni. 
No mundo estima-se que de 150 a 200 milhões de pessoas estejam infectadas pelo trematódeo. A maioria destas pessoas vivem na Ásia ou África. Em seguida, América do Sul e Caribe.
No Brasil admite-se que mais de 6 milhões de pessoas estejam infectadas.
É considerada como um dos problemas mais sérios de saúde pública. 
Schistosoma mansoni – Introdução 
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Schistosoma mansoni – Introdução 
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Importante para ovinos e bovinos. 
Mais grave e importante para ovinos do que para ruminantes maiores. 
Os vermes adultos se localizam nas veias mesentéricas do intestino grosso, sigmóide e reto, com sintomas predominantemente intestinais. 
Doença aguda: Diarréia e anorexia que ocorre após 6 a 8 semanas da infecção maciça. Ocorre devido à resposta inflamatória e granulomatosa decorrente da deposição dos ovos nas vênulas e sua subseqüente infiltração na mucosa intestinal.
Schistosoma mansoni – Introdução 
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Os trematódeos do gênero Schistosoma distinguem-se de outros Digenea por apresentarem os sexos separados, um acentuado dimorfismo sexual e pelo fato dos machos apresentarem menos de 10 massas testiculares. 
Schistosoma mansoni – Introdução 
Macho
Fêmea
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Schistosoma mansoni – Adultos 
Diferentemente dos trematódeos, os esquistosomos apresentam-se como vermes delgados e longos. 
Alimentam-se de sangue venoso. 
Há contínua renovação da membrana externa dos esquistossomos  resistência dos vermes adultos à ação dos anticorpos. 
Tegumento recoberto de espinhos  auxilia na progressão nos vasos sanguíneos. 
Locomoção: extensão e contração do corpo, ventosas auxiliam na fixação e apoio. 
Longevidade dos adultos: ainda não se sabe, 3 a 5 anos ou mais. 
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Schistosoma mansoni – Macho 
Macho: mede cerca de 1 cm de comprimento por 0,11 cm de largura e sua cor é branca. 
Apresenta duas ventosas e abaixo há o canal ginecóforo onde a fêmea se aloja. 
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Schistosoma mansoni – Macho 
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Schistosoma mansoni – Macho 
Ventosa oral e boca 
Porção anterior do intestino. 
Acetábulo ou ventosa ventral 
Vesícula seminal 
Canal deferente 
Testículos 
Porção média do intestino 
Ceco 
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Schistosoma mansoni – Fêmea 
Fêmea: corpo cilíndrico, mais longo e fino que o macho (1,2 a 1,6 cm por 0,016 cm de diâmetro. 
É mais escura e acinzentada: tem um pigmento derivado da digestão do sangue: hemozoína. 
As duas ventosas são muito pequenas e próximas uma da outra. 
Necessita do macho para completar o desenvolvimento do aparelho reprodutor (machos eliminam peptídeos que influenciam a fisiologia reprodutiva da fêmea). 
A fêmea raramente abandona o canal ginecórofo do macho. 
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Schistosoma mansoni – Fêmea 
Porção anterior do intestino. 
Orifício genital 
Útero contendo dois ovos 
Ovo em processo de formação da casca no oótipo
Oviduto
Ovário
Viteloduto
Glândulas vitelinas 
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Schistosoma mansoni – Adultos 
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Schistosoma mansoni – Adultos 
Adultos acasalados  vênulas do plexo hemorroidário superior e ramificações das veias mesentéricas, caminhando contra a corrente sanguínea. 
A cópula ocorre pela coaptação dos orifícios genitais masculino e feminino. 
Fêmea: se alonga, se insinua nos capilares  depositam seus ovos. 
Macho e fêmea  outras vênulas  para continuar a ovoposição. 
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Schistosoma mansoni – Ovo 
As fêmeas depositam um ovo por vez, podendo chegar até 300 ovos ao longo das vênulas, capilares dos intestinos delgado e grosso do hospedeiro.
O ovo mede em média 150 mm x 65 mm, e tem um espinho lateral saliente pontiagudo. 
Dentro do ovo desenvolve-se o miracídio. 
Os ovos migram da luz dos capilares da mucosa ou submucosa do intestino para a cavidade intestinal para então serem expulsos pelas fezes (este processo demora 1 semana). 
Parte dos ovos ficam retidos na parede do intestino e outros continuam na circulação venosa dirigindo-se para o fígado.
A expectativa de vida dos ovos maduros é de 20 dias. 
A eclosão do miracídio nunca ocorre no hospedeiro (talvez devido à isotonicidade). 
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Schistosoma mansoni – Miracídio 
Na água sob estímulos fotoquímicos, térmicos ou osmótico, miracídios rompem a casca do ovo e eclodem. 
Assim que eclodem, alongam-se e nadam ativamente formando grandes círculos. 
Os miracídios aparentemente tem fotorreceptores procurando sempre por águas mais claras, iluminadas. 
Durante a fase livre na água a atividade deste organismo se dá às custas da reserva de glicogênio e de consumo de oxigênio do meio. 
Apresentam inúmeras ventosas que auxiliam na aderência da larva à superfície do molusco, há glândulas de adesão e de penetração.
Também apresentam numerosas células germinativas agrupadas na metade posterior do miracídio. 
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Schistosoma mansoni – Miracídio 
Nadam junto à superfície, são capazes de ir atrás do molusco mesmo áreas de 1 a 2 m de profundidade. 
A penetração deve ocorrer dentro das primeiras horas após a eclosão, pois sua viabilidade decresce bastante chegando a zero em 10 a 12 horas após a eclosão. 
A atividade do miracídio aumenta na presença do molusco. 
A invasão se dá em qualquer ponto do tegumento do molusco. 
Biomphalaria glabrata 
Biomphalaria glabrata
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Schistosoma mansoni – Esporocisto 
Ao penetrar no molusco, o miracídio perde seu revestimento epitelial ciliado e imobiliza-se no ponto de penetração. 
Os órgãos de penetração desaparecem e a musculatura atrofia. 
Transforma-se em um saco alongado que contém uma série de células germinativas, o esporocisto primário. Estas se diferenciam originando o esporocisto secundários. 
Os esporocistos secundários migram para o hepatopâncreas e ovotestis do molusco onde continuam a crescer. 
Os esporocistos secundários maturam e originam as cercárias (demora de 3 a 4 semanas). 
Os esporocistos secundários também contém células germinativas  terceira geração de esporocistos  cercárias (este ciclo pode ocorrer por várias gerações). 
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Schistosoma mansoni – Esporocisto 
Pode haver a produção de centenas de cercárias no interior do molusco. 
Não há geração de rédias. 
Interessante: se o molusco é retirado da água, a evolução, multiplicação do parasita se interrompe reiniciando quando o mesmo volta às condições normais. 
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Schistosoma mansoni – Cercária 
Após quatro semanas da penetração do miracídio os moluscos começam eliminar as cercárias e isto se dá de maneira intermitente. 
Geralmente são liberadas nas horas mais quentes e claras do dia. 
As cercárias saem do esporocisto  espaços sanguíneos ao redor do hepatopâncreas e ovotestis  seguem pela corrente circulatória que envolvem o intestino posterior  pseudobrânquia  formação de minúsculas vesículas no tegumento dos moluscos que se rompem liberando as cercárias. 
Cada molusco elimina cercárias somente de um único sexo 
O molusco Biomphalaria glabrata pode eliminar de 1000 a 3000 cercárias por dia e mais de 100.000 por toda a vida. 
Na água, as cercárias tendem a se acumular na superfície. 
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Schistosoma mansoni – Cercária 
Apresentam contorno
piriforme, o tegumento apresenta microespinhos, na extremidade anterior tem um órgão de fixação cefálico e uma cauda bifurcada. 
São bastante móveis e medem cerca de 500 mm de comprimento.
Durante o deslocamento, a cauda sempre precede o corpo. 
Apresenta duas ventosas, uma oral e outra ventral. 
A longevidade das cercárias pode estender-se por dois dias, mas a taxa de infectividade decai bastante. 
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Schistosoma mansoni – Esquistossômulos 
Estimuladas pelas substâncias lipídicas presentes na pele do hospedeiro, as cercárias penetram na pele do hospedeiro definitivo devido à ação lítica das proteases presentes nas glândulas. Podem também ser ingeridas. 
Após a invasão que ocorre em alguns minutos, a cauda é deixada no meio exterior. 
Assim que invade, a cercária transforma-se em esquistossômulo. 
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Schistosoma mansoni – Esquistossômulos 
Permanece na pele por dois ou três dias. Se não for destruído pelo sistema de defesa do hospedeiro, penetra em algum vaso cutâneo  coração e pulmões. 
Em seguida vão para o sistema porta intra-hepático onde crescem e amadurecem. 
No sistema porta intra-hepático os esquistosômulos alimentam-se de sangue  completam seu desenvolvimento  fase adulta (em 4 semanas) e acasalam-se. 
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Schistosoma mansoni – Ciclo Biológico 
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Schistosoma mansoni – Patogênese 
As alterações patológicas no hospedeiro definitivo são decorrentes de: 
Ação mecânica resultante da migração dos parasitas pelo tecido do hospedeiro.
Reação do organismo ao parasita. 
Secreção e excreção de substâncias tóxicas ou antigênicas pelo parasita. 
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Schistosoma mansoni – Patogênese 
Presença e migração dos ovos  lesões hemorrágicas na mucosa intestinal que evoluem para um espessamento da mucosa. Há também fibrose hepática. 
Devido à hemorragia, os ovinos podem ficar anêmicos e apresentarem hipoalbuminemia. 
Devido ao acometimento intestinal há diarréia que pode ser sanguinolenta, conter muco. Há queda dos níveis de produtividade, anorexia, sede, anemia e emagrecimento. 
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Schistosoma mansoni – Diagnóstico/Tratamento
Diagnóstico: 
Sintomas clínicos
Exames de fezes: presença de ovos 
Testes sorológicos 
O tratamento é eficaz: Niridazol, Triclorfon, Praziquantel 
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Schistosoma mansoni – Controle 
Também envolve o controle dos moluscos 
Semelhante o descrito para Fasciolose. 
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