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TERMINALIDADE INFANTIL OK (1)

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Aline Lorrane Santos Silva
Ana Caroline Pinto de Araújo
Ariane Garcia Pacheco de Lima
Lilia Martins de Lima
Marceli Campos
Nadia Gabriela Souza Quaresma 
TERMINALIDADE INFANTIL
NOVA IGUAÇU
2017
Aline Lorrane Santos Silva
Ana Caroline Pinto de Araújo
Ariane Garcia Pacheco de Lima
Lilia Martins de Lima
Marceli Campos
Nadia Gabriela Souza Quaresma 
TERMINALIDADE INFANTIL
Trabalho apresentado para a professor Antonio Ribeiro, na disciplina de Tanatologia como requisito parcial de nota.
NOVA IGUAÇU
2017
"Quando eu morrer, acho que minha mãe vai ficar com saudade. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!"
Dr. Rogerio Brandão- oncologista¹
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO …………………………………………………………………………..05
2 METODOLOGIA ………………………………………………………………………...06
3 REFERENCIAL TEÓRICO ……………………………………………………………..07
3.1 Direitos do paciente terminal ……………………………………………………...07
3.2 A Compreensão da criança diante da morte de acordo com a faixa etária .07
3.3 Fases que precedem a morte ……………………………………………………...08
4 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO DIANTE DA TERMINALIDADE INFANTIL ……...10
5 CONCLUSÃO ……………………………………………………………………………11
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ………………………………………………….12
INTRODUÇÃO:
Falar sobre o processo de morte e morrer não é algo comum na sociedade em que vivemos. Quando se trata deste processo relacionado a uma criança, encontra-se uma dificuldade maior em sua abordagem. A maioria das pessoas e profissionais de saúde tende a dificultar o assunto por pensar que é mais comum um adulto ou idoso que já viveu muito e passou por todas as etapas da vida falecer, do que uma criança, que viveu pouco e não estaria seguindo a naturalidade da vida (nascer- crescer – reproduzir – envelhecer – morrer). Poucas pessoas, geralmente são elas profissionais da saúde, entendem que às vezes o processo de morte para uma criança também é necessário, e atendem as necessidades destes pacientes como atenderiam qualquer outro.
 A terminalidade de vida é quando se esgotam todas as possibilidades de resgatar para o paciente, condições de saúde anteriores, passíveis de cura e/ou tratamento, e a possibilidade de morte próxima torna-se previsível e inevitável. O indivíduo se torna "irrecuperável" e caminha para a morte, sem que se consiga reverter este quadro.
METODOLOGIA
Revisão integrativa de cunho descritivo e qualitativo, realizado com base de busca em Biblioteca Virtual de Saúde, Scholar Google, Livros e Resolução CONANDA. Os critérios de inclusão da BVS foram: textos completos em formato de artigo, língua portuguesa. Foi evidenciado apenas um artigo publicado em 2015. Os critérios utilizados nas demais bases de busca foram artigos que abordassem a terminalidade de vida, terminalidade infantil e a atuação da enfermagem com pacientes terminais. Após análise de todo conteúdo, foram utilizados para produção de conteúdo 6 bibliografias, 4 delas artigos, 1 resolução e 1 livro. 
REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Direitos do paciente terminal:
No Brasil a Resolução 41/1995 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) versa sobre direitos dos menores hospitalizados, elaborado e apresentado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, reforçando-se os direitos de proteção à vida, à saúde, de ser acompanhado pelos pais ou responsáveis durante a hospitalização. O artigo 7º garante a criança/adolescente não sentir dor, quando existirem meios para evitá-la. Destacamos o artigo 8º, que se refere ao direito a ter conhecimento adequado de sua enfermidade, dos cuidados terapêuticos e diagnósticos a serem utilizados, do prognóstico, respeitando sua fase cognitiva, além de receber amparo psicológico quando se fizer necessário. Direito de receber apoio espiritual e religioso conforme a prática de sua família e Direito a uma morte digna, junto aos seus familiares, quando esgotados todos os recursos terapêuticos disponíveis.
3.2 A Compreensão da criança diante da morte de acordo com a faixa etária:
Os cuidados com pacientes terminais requer destreza do profissional de saúde, não só técnica como psicológica, de forma que sua atuação seja satisfatória para o paciente, e que o mesmo seja compreendido quanto aos seus sentimentos referentes a sua condição clínica. Quando se trata destes cuidados com crianças a situação se torna ainda mais delicada, pois, dependendo de fatores culturais e etários, cada uma terá compreensão singular da morte. Assim, cabe ao profissional de saúde respeitar a singularidade deste paciente e ao deparar-se com essa situação, atentar-se também à maturidade cognitiva da criança.
A conceituação de morte pode ser relacionada com as seguintes estruturas cognitivas:
1 a 3 anos não têm capacidade de elaborar um conceito formal sobre a morte;
3 e 5 anos, não apresentam noção de morte como definitiva e conseguem associar apenas a sono ou separação, tendo a percepção da morte como algo temporário, gradual e reversível;
5 e 9 anos, podem ver a morte como personalidade, como alguém que vem buscar a pessoa morta, já sendo percebida como algo irreversível, mas não universal.
8 anos, a criança tem capacidade para desenvolver uma noção sobre sua própria morte, que gira em torno de perda física. A morte representa a separação definitiva do corpo.
9 e 10 anos compreendem a morte como encerramento de atividades que ocorrem no corpo, cessação de comportamentos vitais, tida como fenômeno universal e natural. A compreensão da saúde e da doença, seu surgimento e cura, vai amadurecendo com a idade e as experiências pelas quais a criança passa
3.3 Fases que precedem a morte:
A reação psíquica determinada pela experiência com a morte, vivida pelo indivíduo ou familiares, foi descrita por Elisabeth Kubler-Ross como tendo 5 estágios sequenciais:
É um mecanismo de defesa temporário diante da morte. A intensidade e duração desses mecanismos de defesa dependem de como a própria pessoa que sofre e as outras pessoas ao seu redor são capazes de lidar com essa dor.
	As faces do luto são compostas pela negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.
Negação: Negação é a não aceitação da realidade. O paciente tem o choque a partir da descoberta da situação e se defende da ideia da morte. Essa negação ajuda a aliviar o impacto da notícia, servindo como uma defesa necessária a seu equilíbrio. O enfermeiro deve respeitar, porém ter o cuidado de não estimular, compactuar ou reforçar essa fase. Em geral, a negação e o isolamento não persistem por muito tempo. 
São exemplos de frases utilizadas por pacientes nesta fase: “Isto não está acontecendo!”, “Não, eu não!”, “Não pode ser verdade!”, “Deve haver algum engano!”.
Raiva: Surge devido à impossibilidade de manter a negação e o isolamento, quando o paciente já assimilou seu diagnóstico e prognóstico. Os relacionamentos se tornam problemáticos e todo o ambiente é hostilizado. Junto a raiva, também surgem sentimentos de revolta, inveja, ressentimento e a tentativa de culpar alguém ou algo por seu estado de saúde. Transformar a dor psíquica em agressão é geralmente o que acontece em crianças com depressão. É importante, nesse estágio, haver compreensão dos demais sobre a angústia transformada em raiva na pessoa que se sente interrompida das suas atividades de vida pela doença ou pela morte.
	São exemplos de frases utilizadas por pacientes neste episódio: “O que eu fiz para merecer isto?”, “Porque Deus fez isto comigo?”.
Barganha: Acontece após a pessoa ter deixado de lado a negação e o isolamento, “percebendo” que a raiva também não resolveu. É uma tentativa de negociar o prazo de sua morte, por meio de promessas ou orações, normalmente, mantidas em segredo. O paciente se mantém sereno, reflexivo e dócil,
por entender que um retorno positivo de sua barganha depende de ações positivas dele próprio. Nesta fase a pessoa já aceita o fato, porém tenta adiá-lo.
	São exemplos de frases utilizadas por pacientes nesta fase: “Se Deus me curar dedicarei toda minha vida a Ele.”, “Se eu melhorar, nunca mais fumo!”, “Se eu sobreviver serei uma pessoa melhor!”.
Depressão: Aparece quando o paciente se conscientiza de sua debilidade física, ele já não consegue negar suas condições de doente, suas perspectivas de morte são claramente sentidas. Evidentemente, trata-se de uma atitude evolutiva; negar não resolveu. Surge então um sentimento de grande perda. Aqui a depressão assume um quadro clínico mais típico e característico; desânimo, desinteresse, apatia, tristeza, choro e etc.
	São exemplos de frases utilizadas por pacientes nesta fase: “O que será de mim?”, “Me odeio!”. 
Aceitação: Nesse estágio o paciente já não experimenta o desespero e nem nega sua realidade. Esse é um momento de repouso e serenidade antes da morte. O processo até a morte pôde ser experimentado em clima de serenidade por parte do paciente, e pelo lado dos que ficam de conforto, compreensão e colaboração para com o paciente.
			São exemplos de frases utilizadas por pacientes nesta fase: “Já posso partir!”, “Tinha que ser desta forma!”. 
	4. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO DIANTE DA TERMINALIDADE INFANTIL
			Assistir uma criança em fase terminal não é uma tarefa simples. O enfermeiro deve estar sempre solícito, compreender os sentimentos e respeitar a individualidade do paciente. O cuidado de enfermagem deve gerar em torno do bem-estar físico, psicológico, social e espiritual da criança. A atuação do profissional consiste em oferecer conforto físico a criança, seja proporcionando posição confortável, ou até mesmo empregando analgesia como técnica terapêutica se necessário. Atender as necessidades da criança, sejam elas físicas ou psicológicas, como por exemplo, atender ao pedido de algo que ela esteja com vontade de comer, ou receber a visita do seu animal de estimação, se permitido pela instituição. Proporcionar qualidade de vida, como promover ações recreativas, tornar seus dias mais alegres, sem dor e satisfatórios. O enfermeiro deve praticar uma escuta qualificada, esclarecer dúvidas, colaborar para que a criança supere seus medos, dar apoio emocional se necessário, manter-se disponível e próximo ao paciente e a seus familiares de forma que construa uma relação de confiança entre paciente, família e enfermagem, ouvindo e mantendo-os informados de forma clara, esse apoio pode facilitar na aceitação e tranquilidade, diminuindo o risco de instabilidade emocional. É papel do enfermeiro permitir o apoio espiritual de acordo com a crença da família do paciente não intervindo de forma negativa às suas práticas religiosas. 
5. CONCLUSÃO
	A fase terminal da vida infantil não é vista como algo comum no meio cultural da nossa sociedade, assim como, no olhar da maioria dos profissionais de saúde. Tendo em vista, que o processo natural da vida na criança terminal foi interrompido, pulando-se as etapas de crescer, reproduzir e envelhecer. 
	Quando uma criança é diagnosticada com uma doença terminal, a equipe de enfermagem deve estar capacitada para prestar os devidos cuidados de forma ética e empática, esclarecendo todas as dúvidas do paciente e de sua família, pois, ambos possuem o direito de obterem conhecimento sobre o diagnóstico, o prognóstico, a real situação da enfermidade e os cuidados terapêuticos a serem utilizados. Todas as informações devem ser reportadas à criança respeitando sua fase cognitiva, o amparo psicológico deve ser realizado sempre que necessário.
	É de extrema importância que a equipe de enfermagem respeite e dê espaço para que a criança receba apoio espiritual e religioso de acordo com as crenças de sua família.
	O enfermeiro deve estar presente durante todas as fases da terminalidade, respeitando a singularidade de cada paciente, deve traçar um plano de cuidados, para que amenize todo o sofrimento durante o processo garantindo à criança uma morte digna, sem dor quando possível, sem maiores sofrimentos, assegurando um cuidado humanizado e integralizado. 
REFERÊNCIAS:
Brasil. Conselho Nacional Dos Direitos Da Criança e Do Adolescente. Direitos da criança e do adolescente hospitalizados / CONANDA, 1995. Disponível em <http://www.mpdft.mp.br/portal/pdf/unidades/promotorias/pdij/Legislacao%20e%20Jurisprudencia/Res_41_95_Conanda.pdf>. Acesso 19 de outubro de 2017.
BEHRMAN, Richard E.; KLIEGMAN, Robert; JENSON, Hal B. Nelson - Tratado de Pediatria. Elsevier - 19ª Ed. 2013
MENIN, Gisele Elise; PETTENON, Marinez Koller. Terminalidade da vida infantil: percepções e sentimentos de enfermeiros. Rev. bioét. 2015. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/bioet/v23n3/1983-8034-bioet-23-3-0608.pdf> Acesso: 19 de outubro de 2017.
MONTEIRO, Ana Claudia Moreira; RODRIGUES, Benedita Maria Rêgo Deusdará Rodrigues; PACHECO, Sandra Teixeira de Araújo; PIMENTA, Luana Sena. A atuação do enfermeiro junto à criança com câncer: cuidados paliativos. Revista Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, dez/2014. Disponível em <http://www.facenf.uerj.br/v22n6/v22n6a09.pdf> Acesso: 23 de outubro de 2017.
TOMA, Marjory Dionizio; OLIVEIRA, Walter Lisboa; KANETA, Catalina Naomi. Comunicação de prognóstico reservado ao paciente infantil. Rev. Bioét. 2014. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/bioet/v22n3/v22n3a18.pdf> Acesso: 19 de outubro de 2017.

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