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Material de Apoio Regra Matriz Imposto de Renda (1)

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Professor Convidado Alessandro Lucas Santos 
Procurador da Fazenda Nacional em Londrina 
E Especialista em Direito Tributário pelo IBET 
Mestre em Direito Negocial pela UEL 
 
1 
 
 
Centro de Estudos Sociais Aplicados 
Curso de Pós-Graduação Lato sensu em Direito do Estado 
 
Programa de Disciplina de Pós Graduação Lato sensu 
 
Disciplina: Impostos Federais (Imposto sobre a Renda) 
Professor: Alessandro Lucas Santos 
Data: 21 de outubro de 2017 
 
MATERIAL DE APOIO 
(utilização permitida durante a avaliação da disciplina) 
 
 
Tema nº 01 
A Regra-matriz de Incidência Tributária (RMI) 
Ferramenta de Estudo das Figuras Tributárias 
 
 
1. REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA (RMI) 
 
As contribuições de Paulo de Barros Carvalho, Professor Emérito e Titular de Direito 
Tributário da PUC/SP e USP, para o estudo da norma que institui o tributo culminaram 
com a elaboração da conhecida “regra-matriz de incidência tributária”, cuja configuração 
completa surgiu com o advento da primeira edição de sua obra Curso de Direito 
Tributário, publicada em 1985. 
A regra-matriz de incidência tributária é um esquema formal da norma instituidora do 
tributo. Referido esquema metódico tem sido empregado largamente no estudo das mais 
variadas espécies de tributos. Tem por funções práticas, dentre outras: (i) permitir a 
compreensão da mensagem legislativa tributária, servindo de estrutura apta a ser 
preenchida com o conteúdo semântico dos enunciados prescritivos; (ii) auxiliar na 
identificação da natureza jurídica específica da exação, ou seja, a espécie e a subespécie 
do tributo; e (iii) possibilitar o exame da constitucionalidade da exação, sob a ótica da 
tipologia tributária, pelo cotejamento entre a hipótese de incidência tributária e a base de 
cálculo. 
Nas próprias palavras de Paulo de Barros Carvalho1: 
A esquematização formal da regra-matriz de incidência tem-se mostrado um 
utilíssimo instrumento científico, de extraordinária fertilidade e riqueza para a 
identificação e conhecimento aprofundado da unidade irredutível que define a 
 
1
 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 19.ed., São Paulo: Saraiva, 2007, p. 379. 
 Professor Convidado Alessandro Lucas Santos 
Procurador da Fazenda Nacional em Londrina 
E Especialista em Direito Tributário pelo IBET 
Mestre em Direito Negocial pela UEL 
 
2 
 
fenomenologia básica da imposição tributária. Seu emprego, sobre ser fácil, é 
extremamente operativo e prático, permitindo, quase que de forma imediata, 
penetrarmos na secreta intimidade da essência normativa, devassando-a e 
analisando-a de maneira minuciosa. Em seguida, experimentando o binômio 
base de cálculo/hipótese de incidência, colhido no texto constitucional para 
marcar a tipologia dos tributos, saberemos dizer, com rigor e presteza, da 
espécie e da subespécie da figura tributária que investigamos. 
 
A norma jurídica que institui ou cria um tributo é chamada de “norma tributária em sentido 
estrito”. Num sentido estrito, a norma jurídica não é sinônimo de lei ou de artigo de lei. 
Trata-se do resultado (fruto) de um processo de interpretação, de construção de sentido, 
pelo intérprete do Direito Positivo. Isto é, o intérprete do Direito identifica os enunciados 
prescritivos contidos no texto legal (artigos, parágrafos, incisos e alíneas), interpreta-os 
com o emprego das ferramentas fornecidas pela Hermenêutica Jurídica (métodos 
gramatical, sistemático, teleológico etc.) e constrói sentido numa estrutura lógica 
hipotético-condicional (a norma jurídica!). 
 
Dito isso de outro modo, de acordo com as premissas aqui adotadas, toda norma jurídica 
possui uma estrutura “hipotético-condicional”, ou seja, é representada formalmente por 
uma hipótese (H), também chamada de antecedente normativo, associada a uma 
conseqüência jurídica (C). A hipótese é o relato de um evento abstrato qualquer (a 
hipótese de incidência) que, se ocorrido (condição), “deve-ser” (conectivo deôntico) uma 
conseqüência jurídica consistente num comando expresso por um dos 03 (três) modais 
deônticos: vedado, obrigatório ou permitido (se “F” é, então deve-ser “C”). 
 
No caso da norma jurídica que cria um tributo, a hipótese de incidência tributária sempre 
trará a descrição de um evento lícito com conteúdo econômico (auferir renda, importar 
produtos do exterior, ser proprietário de veículo automotor etc.) que, se e quando ocorrer 
no mundo concreto, deverá desencadear, de maneira automática e infalível, uma 
conseqüência jurídica contendo um comando com modal deôntico “obrigatório” (obrigado 
a pagar o tributo X, Y ou Z). É importante esclarecer que, na terminologia empregada pelo 
Código Tributário Nacional (artigo 114), a hipótese de incidência tributária é chamada de 
“fato gerador”. 
 
A norma jurídica em sentido estrito, para ser bem visualizada, pode ser desenhada numa 
estrutura-padrão denominada regra-matriz de incidência tributária (sigla “RMI”). 
 
A RMI traz no seu antecedente normativo, também chamado “descritor”, a descrição de 
um evento abstrato chamado “hipótese de incidência tributária”, a qual é identificada 
por três critérios: (a) critério material: é o núcleo da hipótese de incidência tributária; é a 
materialidade da hipótese, expressa sempre por um verbo no infinitivo e por um 
complemento. Pode ser resumida na seguinte indagação: “o que deve ocorrer, no mundo 
 Professor Convidado Alessandro Lucas Santos 
Procurador da Fazenda Nacional em Londrina 
E Especialista em Direito Tributário pelo IBET 
Mestre em Direito Negocial pela UEL 
 
3 
 
concreto, para que surja a obrigação jurídica de pagar o tributo?”; (b) critério espacial: é 
o local onde a lei considera ocorrido o fato jurídico tributário. Pode ser resumido na 
seguinte pergunta: “onde deve ocorrer o evento descrito, para que surja a obrigação 
jurídica de pagar o tributo?”; (c) critério temporal: é o momento em que a lei considera 
ocorrido o fato jurídico tributário. Pode, igualmente, ser resumido na seguinte indagação: 
“quando deve ocorrer o evento descrito, para que surja a obrigação jurídica de pagar o 
tributo?” 
Explicando a “hipótese de incidência tributária”: para a boa compreensão da 
mensagem legislativa contida na hipótese de incidência tributária (fato gerador), é 
possível detalhá-la em um critério material (verbo mais complemento), chamado núcleo 
da hipótese, em que há referência a um comportamento humano condicionado por 
circunstâncias de espaço (critério espacial) e de tempo (critério temporal). O critério 
espacial é a indicação do lugar em que o fato deve ocorrer, enquanto o critério temporal 
implica no instante em que o legislador considera ocorrido o fato. 
 
Por outro lado, a RMI traz no seu conseqüente normativo, também chamado 
“prescritor”, a prescrição de uma obrigação jurídica consistente no dever, do sujeito 
passivo, de entregar certa quantia em dinheiro ao sujeito passivo, a título de tributo. 
Assim, o conseqüente normativo da norma tributária em sentido estrito prescreverá 
sempre uma obrigação tributária, a qual é identificada por dois critérios, quais sejam: (a) 
critério pessoal: é a identificação do sujeito ativo (credor da obrigação) e do sujeito 
passivo (devedor da obrigação); e (b) critério quantitativo: uma quantia fixa ou os 
elementos para se calcular o tributo: alíquota ou base de cálculo. 
Explicando o “consequente normativo”: a obrigação tributária prescrita no 
consequente normativo consiste numa relação jurídica em que um sujeito ativo (credor) 
terá o “poder-dever” de exigir a prestação de um sujeito passivo (devedor), no caso, a 
entrega de quantia em dinheiro. Por isso, dois são os critérios que identificam a obrigação 
de pagar o tributo: o critério pessoal (sujeito ativo e passivo) e o critérioquantitativo 
(quantia fixa ou dimensionamento do conteúdo econômico da hipótese pela aplicação de 
uma alíquota sobre uma base de cálculo). É importante comentar que o sujeito ativo 
(credor) não possui apenas um “direito subjetivo” em face do devedor, e sim, como dito 
anteriormente, um “poder-dever”, uma vez que os tributos, por definição legal (artigo 3º do 
CTN), são cobrados mediante atividade administrativa plenamente vinculada (ou seja, sua 
cobrança não deve ocorrer segundo juízos discricionários de oportunidade e/ou 
conveniência). 
Mirando-se o critério quantitativo, conforme leciona Paulo de Barros Carvalho, são três as 
funções da base de cálculo: (i) medir o conteúdo econômico da hipótese, ou seja, “medir 
as proporções reais do fato”; (ii) “compor a específica determinação da dívida”; e (iii) 
“confirmar, infirmar ou afirmar o verdadeiro critério material da descrição contida no 
antecedente da norma”. 
 
 Professor Convidado Alessandro Lucas Santos 
Procurador da Fazenda Nacional em Londrina 
E Especialista em Direito Tributário pelo IBET 
Mestre em Direito Negocial pela UEL 
 
4 
 
 
 
 
Exemplo da Regra-Matriz de Incidência Tributária (simplificada) do IPTU: 
 
ANTECEDENTE NORMATIVO (HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA): “Ser 
proprietário de bem imóvel, por natureza ou por acessão física, localizado no perímetro 
urbano do Município de Londrina/Pr, no dia primeiro de janeiro.”. Ou seja: 
 
Critério Material: ser proprietário de bem imóvel por natureza ou por acessão física 
 
Critério Espacial: localizado no perímetro urbano do Município de Londrina/Pr 
 
Critério Temporal: dia 1º de janeiro 
 
CONSEQUENTE NORMATIVO (OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA): “Obrigação tributária 
consistente no dever jurídico, do proprietário do imóvel, de pagar o IPTU ao Município 
de Londrina, na quantia resultante da aplicação da alíquota de 1% sobre o valor venal 
do imóvel.” 
 
Critério Pessoal: 
 Sujeito Ativo: o Município de Londrina/Pr 
 Sujeito Passivo (contribuinte): o proprietário do imóvel 
 
Critério Quantitativo: 
Alíquota: 1% (um por cento) 
Base de Cálculo: valor venal do imóvel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Professor Convidado Alessandro Lucas Santos 
Procurador da Fazenda Nacional em Londrina 
E Especialista em Direito Tributário pelo IBET 
Mestre em Direito Negocial pela UEL 
 
5 
 
 
Tema nº 02 
Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza 
 
 
 
1. NOME: Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza ou simplesmente 
Imposto de Renda (IR) 
 
2. COMPETÊNCIA: União Federal (art. 153, inciso III, CF/88) 
 
3. NORMAS COMPLEMENTARES (ART. 146, III, “a”, CF/88): Arts. 43 a 45 do CTN. 
 
4. INSTITUIÇÃO ATUAL: veículos normativos principais: Pessoas Físicas (Leis nº 
7.713/88, 9.250/95 e alterações); Pessoas Jurídicas (Leis nº 9.249/05, 9.430/96 e 
alterações). O imposto sobre a renda, na forma em que é conhecido hoje, foi instituído no 
Brasil em 1922, conforme artigo 31 da Lei de Orçamento nº 4.625/22. 
 
5. REGULAMENTAÇÃO: Decreto nº 3.000/99 – Regulamento do Imposto de Renda – 
RIR. 
 
6. FINALIDADE PRINCIPAL DO IMPOSTO: fiscalidade (principal) e extrafiscalidade 
(secundária). 
 
O imposto de renda cumpre papel principal de fonte de arrecadação tributária, de modo 
que a sua finalidade precípua é a fiscalidade. É o imposto federal campeão em 
arrecadação. Cumpre, também, função de redistribuição de riquezas e de 
desenvolvimento econômico regional e setorial. Como instrumento de redistribuição de 
riquezas, observa-se que a CF/88, em seu artigo 159, inciso I, determina que a União 
entregará 21,5% do produto da arrecadação do IR ao Fundo de Participação dos Estados 
e do Distrito Federal; 22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios; mais 1% ao 
mesmo Fundo, segundo a inovação trazida pela EC nº 55/2007. Além disso, os arts. 157, 
I, e 158, I, da CF/88 estabelecem que pertencem aos Municípios, aos Estados e ao 
Distrito Federal 100% do produto da arrecadação do IR incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos por eles, suas autarquias e fundações que instituírem e mantiverem. 
Como instrumento para o desenvolvimento regional, cita-se que o artigo 159, I, “c”, da 
CF/88, determina que 3% do produto da arrecadação do IR deve ser aplicado em 
programas de financiamento do setor produtivo das regiões Norte, Nordeste e Centro-
Oeste. Observa-se, também, que a legislação do IR estabelece incentivos fiscais para as 
áreas sob a administração da ADENE (Agência do Desenvolvimento do Nordeste, que 
sucedeu à SUDENE) e da ADA (Agência do Desenvolvimento da Amazônia, que sucedeu 
à SUDAM). Já como instrumento de desenvolvimento setorial, cita-se os incentivos 
fiscais às áreas e atividades sob administração da SUDEPE (Superintendência do 
Desenvolvimento da Pesca). 
 
 Professor Convidado Alessandro Lucas Santos 
Procurador da Fazenda Nacional em Londrina 
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Mestre em Direito Negocial pela UEL 
 
6 
 
7. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ESPECÍFICOS: Art. 153, §2º, I, CF/88: “o imposto 
de renda será informado pelos critérios da generalidade, universalidade e da 
progressividade, na forma da lei”. 
 
Segundo o princípio da generalidade, o IR deve incidir e ser cobrado, tanto quanto 
possível, de todas as pessoas, como conseqüência do princípio da isonomia jurídica, pelo 
qual é constitucionalmente vedado qualquer tratamento diferenciado em razão da 
ocupação profissional do contribuinte. “Isso não significa que todos devem pagar tributos 
de maneira ampla, uma vez que a obrigação de contribuir para os cofres do Estado diz 
respeito somente àqueles que têm capacidade econômica para fazê-lo. Essa a razão pela 
qual a lei estabelece isenções tributárias, especialmente para que o tributo não alcance 
aquele mínimo de renda necessária à sobrevivência digna do ser humano”.2 O imposto 
deve ser cobrado de todas as pessoas que demonstrarem capacidade contributiva pela 
obtenção da disponibilidade jurídica ou econômica de renda ou proventos de qualquer 
natureza. 
 
Pelo princípio da universalidade, o IR deve incidir sobre todas as rendas auferidas pelos 
contribuintes num determinado período de tempo. Deve incidir sobre todas as espécies de 
acréscimo patrimonial, sem tratamento diferenciado entre determinadas rendas e 
proventos. Vale dizer, o IR não deve ser seletivo, porque não se pode tributar mais 
algumas espécies de acréscimo patrimonial e menos outras. Não pode haver 
discriminação a partir da origem da renda ou da denominação dos rendimentos. 
 
Já pelo princípio da progressividade, quanto maior for o acréscimo patrimonial num dado 
período de tempo, maior deverá ser a alíquota. Este critério determina a existência de 
diversas alíquotas para o IR, de acordo com a faixa de renda do contribuinte. E a 
aplicação das alíquotas progressivas deve dar-se de uma só vez, e não em parcelas de 
acréscimo, segregando rendas, sob pena de se violar o referido princípio. A 
progressividade, portanto, guarda estreita relação com o critério quantitativo da regra-
matriz de incidência. 
 
 
7.1 MITIGAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: a lei que cria uma nova 
tributação do IR ou majora uma tributação já existente deve obedecer ao princípio da 
anterioridade de exercício, porém, não está sujeita ao princípio da anterioridade 
nonagesimal (art. 150, §1o, da CF/88). 
 
 
8 TIPO DE LANÇAMENTO: lançamento por homologação. 
 
9. HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA: 
 
9.1 Critério Material: 
 
2 vide Luiz Emygdio F. da Rosa Jr., in Manual de Direito Financeiro e Direito Tributário, 18.ed., São 
Paulo: Renovar, 2005, p. 873. 
 Professor Convidado Alessandro Lucas Santos 
Procurador da Fazenda Nacional em Londrina 
E Especialista em DireitoTributário pelo IBET 
Mestre em Direito Negocial pela UEL 
 
7 
 
 
O critério material da hipótese de incidência do IR é “adquirir disponibilidade econômica 
ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza” (art. 153, III, CF/88, art. 43, 
CTN). 
 
O artigo 153, inciso III, da CF/88 traz norma de competência tributária segundo a qual 
compete à União instituir imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza. Questão 
de suma relevância é perquirir se há algum conceito implícito ou explícito de renda, 
passível de ser extraído da Constituição Federal. Ou será que o conceito de “renda” 
poderia ser livremente estabelecido pelo legislador infraconstitucional? 
 
Merece destaque a lição do Prof. José Artur Lima Gonçalves, para quem “está 
sedimentado que o conceito de renda não pode ficar – e não fica – à disposição do 
legislador infraconstitucional e que, por outro lado, o conceito de renda não está 
explicitado no texto constitucional, impõe-se deduzir um conceito de renda pressuposto 
pela constituição”.3 
 
O autor citado e o Prof. Paulo Ayres Barreto entendem que a Constituição Federal 
pressupõe um conceito de renda consistente em um acréscimo decorrente do 
confronto de certas entradas e certa saídas, ocorridas ao longo de um dado período 
(no caso, anual). Assim, o conceito mínimo constitucional de renda estaria atrelado à idéia 
de acréscimo patrimonial, ou seja, riqueza nova (acréscimo que pode ter sido consumido 
ou poupado, porém). Nesse mesmo sentido pronunciou-se o Supremo Tribunal Federal, 
no RE 17.887-6/SP. 
 
Esta bem aceita teoria de que haveria um “conceito constitucional implícito de renda” 
decorre da interpretação dos artigos 145, §1º, e 153, §2º, inciso I, da Constituição 
Federal, que determinam que o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza 
deve pautar-se pelos princípios da pessoalidade, capacidade contributiva, generalidade, 
universalidade e progressividade. 
 
Assim, analisando o conceito trazido acima, por “acréscimo” ou modificação patrimonial 
positiva entende-se saldo positivo resultante do confronto entre determinadas entradas e 
determinadas saídas. Diz-se “determinadas” entradas e “determinadas” saídas porque 
não é qualquer inclusão ou exclusão patrimonial que pode revelar capacidade 
contributiva. A lei deverá estabelecer os ingressos e as saídas que serão considerados 
para a quantificação da base de cálculo do imposto. 
 
A idéia de período também deflui implicitamente da Constituição, porque entradas e 
saídas vistas isoladamente não podem, por si só, denotar a capacidade econômica de 
quem quer que seja. Há que se buscar a chamada renda global, que é o cotejo entre os 
acréscimos e as perdas patrimoniais num dado período de tempo. Parte considerável da 
doutrina entende que a periodicidade do imposto deva ser anual, porque anual é o ritmo 
tributário e das finanças públicas à luz da Constituição (orçamento anual, princípio da 
 
3 Imposto sobre a Renda: pressupostos constitucionais. São Paulo: Malheiros, 1997, p. 170-1. 
 Professor Convidado Alessandro Lucas Santos 
Procurador da Fazenda Nacional em Londrina 
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Mestre em Direito Negocial pela UEL 
 
8 
 
anterioridade etc.). A segregação da renda, com a tributação de certos rendimentos em 
separado, pode violar os princípios da pessoalidade e da capacidade contributiva, 
decorrentes da isonomia tributária, porque possibilita que uma pessoa sofra a exação 
levando-se em consideração seu capital num único instante, isolado do contexto anual, 
sem analisar a ocorrência de perdas/ganhos em outros períodos recentes. 
 
O CTN, por sua vez, em seu artigo 43, também adotou o conceito de renda como 
acréscimo. Assim, definiu no inciso I a renda como produto do capital (juros, 
rendimentos de aplicação financeira, ganhos de capital etc), do trabalho (remuneração 
do prestador de serviço, com ou sem vínculo empregatício) ou da combinação de capital 
e trabalho (lucro); e os proventos de qualquer natureza como os acréscimos 
patrimoniais não compreendidos no conceito de renda (como aposentadorias, pensões e 
prêmios de loterias e outros concursos de prognósticos). 
 
Pelo exposto, conclui-se que a União, ao instituir e cobrar o IR, deve observar a 
materialidade adotada implicitamente na CF/88, e explicitamente no CTN, como um 
“acréscimo patrimonial”. Por este motivo, não pode haver a incidência do IR sobre 
“riquezas velhas”, ou seja, auferidas em reparação de um patrimônio anteriormente 
lesado, com as verbas de natureza indenizatória, tais como: indenização recebida em 
virtude de desapropriação amigável ou judicial (Sum 39, TFR); pagamento de férias não 
gozadas e respectivo adicional constitucional de 1/3 (proporcionais ou vencidas, por 
ocasião da rescisão do contrato de trabalho); recebimento do abono pecuniário de férias 
preconizado no artigo 143 da CLT, bem como respectivo adicional constitucional de 1/3 
(art. 7º, inciso XVII, da CF/88); incentivo à demissão voluntária (PDV); aviso prévio 
indenizado etc. 
 
Pelos mesmos motivos, o egrégio Superior Tribunal de Justiça tem formado jurisprudência 
no sentido de não admitir a incidência do IR sobre valores recebidos a título de 
indenização por danos morais e de juros de mora (estes por serem, à luz do Direito 
Civil, uma indenização pré-fixada pela não fruição do numerário em virtude da 
inadimplência). Vale conferir: 
 
 
“IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. INDENIZAÇÃO POR DANO 
MORAL. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DA PRIMEIRA SEÇÃO DO STJ 
PARA APRECIAR A MATÉRIA. AFASTAMENTO. NÃO-INCIDÊNCIA DE 
IMPOSTO DE RENDA. 
I - Fica caracterizada a competência da 1ª Seção do STJ, com base no § 1º do 
art. 9º do RISTJ, para apreciar o recurso especial que gravita em torno de 
decisão no processo de execução, onde restou consignado que o ora agravante 
não poderia realizar a retenção de imposto de renda para repasse à FAZENDA 
NACIONAL sobre a verba devida à ora agravada referente a dano moral. Na 
hipótese dos autos a matéria deduzida em juízo é de direito público. 
II - A Colenda Primeira Seção, no julgamento do REsp 963.387/RS, Rel. Min. 
HERMAN BENJAMIN, em 08 de outubro de 2008, por maioria, consignou que 
não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais. Explicitou-
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9 
 
se que a indenização por dano moral limita-se a recompor o patrimônio imaterial 
da vítima, não tendo vinculação com o patrimônio real, ipso facto, inobservada 
na hipótese a aquisição de acréscimo patrimonial compatível com o comando 
do artigo 43 do CTN, tem-se afastada a incidência da exação. 
Precedentes: REsp nº 869.237/RS, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJ de 
17/05/2007 e REsp nº 410.347/SC, Rel. Min. LUIZ FUX, DJ de 17/02/2003. 
III - Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1017901/RS, Rel. Ministro 
FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/11/2008, DJe 
12/11/2008)” 
 
“TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL – IMPOSTO DE RENDA – VERBAS 
INDENIZATÓRIAS – ALEGADA OMISSÃO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – 
AUSÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO – INCONFORMAÇÃO COM A TESE 
ADOTADA PELA SEGUNDA TURMA – MUDANÇA DE ENTENDIMENTO 
JURISPRUDENCIAL – IMPOSSIBILIDADE DE EFEITOS INFRINGENTES – 
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. 
1. A embargante, inconformada, busca efeitos modificativos, com a oposição 
destes embargos declaratórios, uma vez que pretende ver reexaminada e 
decidida a controvérsia de acordo com sua tese. 
2. "Os valores recebidos pelo contribuinte a título de juros de mora, na vigência 
do Código Civil de 2002, têm natureza jurídica indenizatória. Nessa condição, 
portanto, sobre eles não incide impostode renda, consoante a jurisprudência 
sedimentada no STJ." (REsp 1037452/SC, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda 
Turma, julgado em 20.5.2008, DJ 10.6.2008). 
3. O princípio da segurança jurídica preconiza que a mudança de entendimento 
jurisprudencial sobre a matéria não autoriza o manejo dos embargos de 
declaração com pretensão de efeitos infringentes. 
Embargos de declaração rejeitados.” (EDcl no REsp 1085741/SC, Rel. Ministro 
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/03/2009, DJe 
14/04/2009) 
 
 
Ao julgar o AgRG nos EREsp 1163490/SC, conforme acórdão publicado no final de 
março de 2012, a 1ª Seção do STJ confirmou que por ocasião do julgamento proferido no 
REsp 1.227.133/RS, na sistemática do artigo 543-C do CPC, firmou-se o entendimento de 
que o imposto de renda incide sobre os juros de mora (hipótese de incidência), 
salvo quando pagos no contexto da rescisão do contrato de trabalho (isenção: art. 6º, V, 
da Lei 7.713/1988), ou quando a verba principal que lhe deu origem não for tributável 
(regra segunda a qual o acessório segue o principal), tais como verbas indenizatórias 
(reparação por danos morais, aviso prévio e férias indenizadas, dentre outros etc). 
 
Veja um aresto que bem sintetiza esse entendimento, 
 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. INCIDÊNCIA 
SOBRE JUROS DE MORA. VERBA SALARIAL DE SERVIDOR PÚBLICO 
PAGA COM ATRASO. ENTENDIMENTO PACIFICADO NA PRIMEIRA SEÇÃO 
 Professor Convidado Alessandro Lucas Santos 
Procurador da Fazenda Nacional em Londrina 
E Especialista em Direito Tributário pelo IBET 
Mestre em Direito Negocial pela UEL 
 
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DO STJ. 1. A Primeira Seção do STJ, ao julgar, como recurso repetitivo, o 
REsp 1.227.133/RS (DJe de 19.10.2011), proclamou que não incide Imposto 
de Renda sobre os juros moratórios vinculados a verbas trabalhistas 
reconhecidas em decisão judicial, quando pagos tais juros em contexto de 
rescisão do contrato de trabalho. No julgamento do REsp 1.089.720/RS (DJe 
de 28.11.2012), a Primeira Seção do STJ reafirmou a orientação do recurso 
repetitivo acima, ocasião em que deixou consignado que é legítima a tributação 
dos juros de mora pelo Imposto de Renda, salvo a existência de norma 
isentiva específica (art. 6º, V, da Lei 7.713/1988, que desobriga do imposto de 
renda inclusive os juros de mora devidos no contexto de rescisão do 
contrato de trabalho) ou a constatação de que a verba principal, a que se 
referem os juros, é isenta ou fora do campo de incidência do imposto de renda 
(tese em que o acessório segue o principal). 2. No caso, em que se trata de 
juros de mora devidos pelo pagamento extemporâneo de verbas 
remuneratórias de servidores públicos, incide imposto de renda sobre tais 
juros. 3. Agravo Interno não provido (AgInt no AREsp. 897.171/SP, Rel. Min. 
HERMAN BENJAMIN, DJe 6.9.2016). 
 
Tais critérios de tributação dos juros de mora, pelo IR, constam do Tema n. 470 de 
Recursos Repetitivos do e. STJ. 
 
Ademais, encontra-se pendente de julgamento no STJ a questão atinente à tributação dos 
juros de mora auferidos nas ações previdenciárias, ou seja, juros decorrentes do 
pagamento em atraso de benefício previdenciário (Tema n. 878 de Recursos Repetitivos). 
 
É importante comentar, porém, que a palavra final acerca da incidência ou não do IR 
sobre juros auferidos por pessoa física será dada pelo Supremo Tribunal Federal, uma 
vez que o tema foi afetado à repercussão geral no âmbito do RE 855.091. 
 
Por fim, o artigo 43, do CTN, determina ser hipótese de incidência a aquisição de 
disponibilidade econômica ou jurídica da renda e dos proventos de qualquer natureza. 
A doutrina diverge quanto à interpretação de tais expressões: 
 
(a) HUGO DE BRITO MACHADO - Por disponibilidade econômica entende-se o 
recebimento efetivo da renda ou proventos. “Já a disponibilidade jurídica 
decorreria do simples crédito desse valor, do qual o contribuinte passa a 
juridicamente dispor, embora este não lhe esteja ainda nas mãos”. A 
disponibilidade jurídica, no entanto, pressupõe a ausência de obstáculos jurídicos 
a serem removidos. Cita o exemplo de um proprietário de imóvel credor de 
aluguéis. Não sendo pago ou creditado o aluguel, não haveria disponibilidade, mas 
simples direito de ação (no caso, execução). 
 
(b) JOSÉ EDUARDO SOARES DE MELLO – “disponibilidade jurídica consiste no 
direito de usar a renda, ou os proventos, definitivamente constituídos na forma da 
lei, alcançado os atos e operações colhidos pelo direito, como é o caso de salários, 
honorários, vencimentos etc.” “A disponibilidade econômica concerne a uma 
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situação de fato irrelevante ao direito (ganho de jogos), ou até mesmo de atividade 
ilícita (contrabando, juros usurários etc.).” “Toda disponibilidade jurídica seria 
econômica (implicadora de uma situação patrimonial), nem toda econômica seria 
jurídica”. A mesma linha é seguida por RICARDO ALEXANDRE, para o qual: “A 
disponibilidade jurídica significa a possibilidade de utilizar a renda ou os 
proventos de qualquer natureza que tenham sido obtidos em consonância com o 
direito, como ocorre no recebimento de vencimentos, honorários e lucros de 
investimentos financeiros. A disponibilidade econômica decorre de fato 
irrelevante ao direito, como os ganhos obtidos como jogos ou, até mesmo, com 
atividades ilícitas, mas que resultam em aumento patrimonial (tráfico de drogas, 
prática de usura).”4 
 
 
9.2 Critério Temporal (momento da ocorrência do “fato gerador”): 
 
 
Em regra, é o último átimo de segundo do dia 31 de dezembro de cada ano (os 
recolhimentos mensais seriam antecipações do imposto devido no ajuste anual). Assim, a 
existência ou não de renda é algo que deva ser averiguado considerando a situação do 
contribuinte no último instante do ano, eis que, como visto nesta aula, “renda” é um saldo 
positivo decorrente do confronto entre certos ingressos patrimoniais e despesas 
ocorridos ao longo de um período. 
 
Excepcionalmente, o legislador ordinário do IR estabelece (sob crítica da doutrina), que 
determinados rendimentos devem ser tributados separadamente dos demais. Trata-se da 
chamada tributação segregada (são os rendimentos tributados exclusivamente na fonte 
ou os rendimentos sujeitos a tributação definitiva) que será vista posteriormente. Nesses 
casos, o critério temporal não será o último instante do dia 31 de dezembro, e sim o 
momento em que o rendimento segregado é auferido (como 13º salário, ganho de capital 
na alienação de imóveis ou ações, prêmios de loterias etc.) 
 
O artigo 43, §2º, do CTN, giza que “Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do 
exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua 
disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo.” Nesse aspecto, a 
Medida Provisória 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, artigo 74, dispõe que para fins de 
determinação da base de cálculo do IR e da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro 
Líquido), “os lucros auferidos por empresa controlada ou coligada no exterior serão 
considerados disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil na data do 
balanço no qual tiverem sido apurados, na forma do regulamento.” A Ação Direta de 
Inconstitucionalidade nº 2.588, proposta pela Confederação Nacional da Indústria – 
CNI, questiona o referido dispositivo de Medida Provisória, uma vez que ele estabelece 
uma “automática” disponibilidade econômica ou jurídica, em favor da controladora ou 
coligada no Brasil, do lucro auferido pela controlada ou coligada no exterior, na data do 
balanço no qual tiver sido apurado, enquanto o correto, segundo a ADI, seriaa data da 
 
4 Direito Tributário Esquematizado. 1.ed. São Paulo: Método, 2007, p. 507. 
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distribuição do lucro à empresa controladora ou coligada no Brasil. Sustenta-se, na ADI, 
que o lucro apurado pela controlada/coligada no exterior pode nunca vir a ser distribuído à 
controladora/coligada no Brasil. A ADI nº 2.588 foi julgada em 2013 e o seu resultado foi a 
declaração de interpretação conforme ao dispositivo questionado, nos seguintes termos: 
 
“TRIBUTÁRIO. INTERNACIONAL. IMPOSTO DE RENDA E PROVENTOS DE 
QUALQUER NATUREZA. PARTICIPAÇÃO DE EMPRESA CONTROLADORA 
OU COLIGADA NACIONAL NOS LUCROS AUFERIDOS POR PESSOA 
JURÍDICA CONTROLADA OU COLIGADA SEDIADA NO EXTERIOR. 
LEGISLAÇÃO QUE CONSIDERA DISPONIBILIZADOS OS LUCROS NA DATA 
DO BALANÇO EM QUE TIVEREM SIDO APURADOS (“31 DE DEZEMBRO 
DE CADA ANO”). ALEGADA VIOLAÇÃO DO CONCEITO CONSTITUCIONAL 
DE RENDA (ART. 143, III DA CONSTITUIÇÃO). APLICAÇÃO DA NOVA 
METODOLOGIA DE APURAÇÃO DO TRIBUTO PARA A PARTICIPAÇÃO 
NOS LUCROS APURADA EM 2001. VIOLAÇÃO DAS REGRAS DA 
IRRETROATIVIDADE E DA ANTERIORIDADE. MP 2.158-35/2001, ART. 74. 
LEI 5.720/1966, ART. 43, § 2º (LC 104/2000). 1. Ao examinar a 
constitucionalidade do art. 43, § 2º do CTN e do art. 74 da MP 2.158/2001, o 
Plenário desta Suprema Corte se dividiu em quatro resultados: 1.1. 
Inconstitucionalidade incondicional, já que o dia 31 de dezembro de cada ano 
está dissociado de qualquer ato jurídico ou econômico necessário ao 
pagamento de participação nos lucros; 1.2. Constitucionalidade incondicional, 
seja em razão do caráter antielisivo (impedir “planejamento tributário”) ou 
antievasivo (impedir sonegação) da normatização, ou devido à submissão 
obrigatória das empresas nacionais investidoras ao Método de de Equivalência 
Patrimonial – MEP, previsto na Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/1976, 
art. 248); 1.3. Inconstitucionalidade condicional, afastada a aplicabilidade dos 
textos impugnados apenas em relação às empresas coligadas, porquanto as 
empresas nacionais controladoras teriam plena disponibilidade jurídica e 
econômica dos lucros auferidos pela empresa estrangeira controlada; 1.4. 
Inconstitucionalidade condicional, afastada a aplicabilidade do texto impugnado 
para as empresas controladas ou coligadas sediadas em países de tributação 
normal, com o objetivo de preservar a função antievasiva da normatização. 2. 
Orientada pelos pontos comuns às opiniões majoritárias, a composição do 
resultado reconhece: 2.1. A inaplicabilidade do art. 74 da MP 2.158-35 às 
empresas nacionais coligadas a pessoas jurídicas sediadas em países sem 
tributação favorecida, ou que não sejam “paraísos fiscais”; 2.2. A aplicabilidade 
do art. 74 da MP 2.158-35 às empresas nacionais controladoras de pessoas 
jurídicas sediadas em países de tributação favorecida, ou desprovidos de 
controles societários e fiscais adequados (“paraísos fiscais”, assim definidos 
em lei); 2.3. A inconstitucionalidade do art. 74 par. ún., da MP 2.158-35/2001, 
de modo que o texto impugnado não pode ser aplicado em relação aos lucros 
apurados até 31 de dezembro de 2001. Ação Direta de Inconstitucionalidade 
conhecida e julgada parcialmente procedente, para dar interpretação conforme 
ao art. 74 da MP 2.158-35/2001, bem como para declarar a 
inconstitucionalidade da clausula de retroatividade prevista no art. 74, par. ún., 
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da MP 2.158/2001. (ADI 2588, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ 
Acórdão: Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 10/04/2013, 
DJe-027 DIVULG 07-02-2014 PUBLIC 10-02-2014 EMENT VOL-02719-01 PP-
00001) 
 
 
9.3 Critério Espacial (local de ocorrência do fato gerador): 
 
É a base territorial global ou universal. São passíveis de tributação tanto a renda auferida 
nos lindes do território nacional, como a renda obtida fora de seus limites, 
independentemente do lugar onde tal renda tenha sido gerada. Em princípio5, toda renda 
obtida por pessoa física ou jurídica sobre a qual o Brasil possa exercitar sua soberania 
(residência ou domicílio no BR) fica sujeita à incidência do imposto. Esta chamada base 
global do imposto de renda decorre do critério da universalidade (art. 153, §2º, I, CF/88), e 
encontra-se positivada no artigo 43, 1º, do CTN, segundo o qual a incidência do imposto 
independe da origem da renda e da nacionalidade de sua fonte. 
 
 
10. ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA (conseqüente normativo): 
 
10.1 Sujeitos da Obrigação: 
 
10.1.1 Sujeito Ativo: União Federal. 
 
A redação original da CF/88, artigo 155, II, outorgava aos Estados e ao DF competência 
tributária para instituir um adicional de IR de até 5% do que fosse pago à União por 
pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas nos respectivos territórios. No entanto, a EC 3/93 
revogou o dispositivo, depois de o STF ter julgado inconstitucional lei estadual que 
pretendeu criar tal adicional, por considerar necessária a edição de lei complementar 
definindo a hipótese de incidência do tributo. 
 
Sendo assim, pela atual redação constitucional, a União é o único ente político com 
competência tributária relativamente ao IR. 
 
10.1.2 Sujeito Passivo: 
 
Contribuinte é a pessoa física ou jurídica, domiciliada ou residente no Brasil, titular da 
disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou proventos de qualquer natureza (art. 
2º, do RIR). 
 
São equiparadas às pessoas jurídicas as empresas individuais, as firmas individuais e 
as pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, 
 
5 Diga-se, “em princípio”, porque o Brasil é signatário de acordos internacionais que visam coibir a 
dupla tributação da renda (tributação no país onde a renda é produzida e também no país para onde ela 
é remetida). 
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qualquer atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fim de lucro, mediante 
venda de bens ou serviços (em se tratando de profissional liberal, a equiparação à pessoa 
jurídica somente ocorre se restar configurada a existência de atividade empresarial, 
geralmente pela contratação de outros profissionais). 
 
Segundo o artigo 45, parte final, do CTN, a lei pode atribuir a condição de contribuinte ao 
possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. O 
dispositivo, bem contestável, aplica a teoria da fonte. Segundo a regra em questão, se a 
renda ou os proventos forem pagos por fonte brasileira, então se considera contribuinte a 
fonte, situação em que o imposto estaria incidindo sobre uma despesa e não sobre uma 
renda ou acréscimo patrimonial do contribuinte. 
 
Segundo o CTN, artigo 45, parágrafo único, a lei pode atribuir à fonte pagadora da renda 
ou dos proventos a responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto (ex. 
empregador). Nesse caso, contribuinte é quem aufere a renda ou proventos, e a fonte 
pagadora será responsável tributária por substituição (quem aufere a renda é substituído 
tributário; a fonte é substituta tributária). 
 
 
 
PESSOA FÍSICA 
Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza 
 
 
10.2 Critério Quantitativo: 
 
10.2.1 Base de Cálculo: 
 
A base de cálculo do imposto de renda devido pela pessoa física no ano-calendário seráa 
diferença entre as somas de todos os rendimentos percebidos no ano-calendário, exceto 
os isentos, os não-tributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à 
tributação definitiva, com as deduções apontadas na lei (artigo 8º, inciso II, da Lei 
9250/95). 
 
Já se adiantou que a materialidade do IR é, em palavras simples, o acréscimo patrimonial 
decorrente de certas entradas e saídas ao longo do ano. As entradas (rendimentos) e as 
saídas (despesas) que serão consideradas no cômputo da base de cálculo do IR estão 
estabelecidas em lei. 
 
Sendo assim, a lei determina quais rendimentos da pessoa física serão considerados 
isentos ou não-tributados, sobre os quais não incidirá o imposto, tais como: 
 
a) os rendimentos auferidos em contas de depósitos de poupança; 
b) o valor dos bens adquiridos por doação ou herança; 
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c) a ajuda de custo destinada a atender às despesas com transporte, frete e 
locomoção do beneficiado e seus familiares, em caso de remoção de um município 
para outro, sujeita à comprovação posterior pelo contribuinte; 
d) o ganho de capital na alienação de bens e direitos de pequeno valor (limite de R$ 
20 mil para ações negociadas no mercado de balcão; e R$ 35 mil nos demais 
casos); 
e) o ganho de capital na alienação de único bem imóvel, desde que não tenha sido 
realizada qualquer outra alienação dos últimos 5 anos (limite de 
R$ 440.000,00); 
f) o ganho de capital na alienação de bens imóveis adquiridos até 1969; 
g) o ganho auferido por pessoa física residente no País na venda de imóveis 
residenciais, desde que o alienante, no prazo de 180 dias contado da celebração 
do contrato, aplique o produto da venda na aquisição de imóveis residenciais 
localizados no País; 
h) o seguro desemprego; a indenização por rescisão de contrato de trabalho; PIS-
PASEP; rendimentos de pensão e aposentadoria de pessoas acometidas por 
determinadas doenças graves (como AIDS); e 
i) outros rendimentos que a lei considera isentos. 
 
 
Quando a lei determina a tributação do IR exclusivamente na fonte, como por exemplo 
os rendimentos provenientes de prêmios distribuídos sob a forma de bens e serviços, 
mediante concursos e sorteios de qualquer espécie (como loterias) e o 13o salário; ou 
determina casos da chamada tributação definitiva, como na incidência sobre 
rendimentos de aplicações financeiras da pessoa física, bem como no ganho de capital 
(lucro obtido na venda de bens), tem-se uma tributação do IR sobre rendimentos de forma 
segregada, separada dos demais ganhos, de modo que esses rendimentos não entrarão 
no ajuste anual feito pelo contribuinte em sua declaração. 
 
Como em regra não se pode tributar o rendimento propriamente dito, mas a renda, como 
“acréscimo”, observada ao longo do ano, a lei estabelece as deduções de certas 
despesas da base de cálculo do imposto, cujos valores se presume terem sido revertidos 
para o custeio próprio do contribuinte e o de seus dependentes. As despesas6 dedutíveis 
na base de cálculo do IRPF são (devem estar amparadas por documentação idônea): 
 
a) despesas médicas relativamente ao contribuinte e seus dependentes7 (sem 
limite de valor): os pagamentos efetuados, no ano-calendário, a médicos, 
 
6 Cf. Lei 12.469/2011. 
7 São considerados dependentes: 1 - companheiro(a) com quem o contribuinte tenha filho ou 
viva há mais de 5 anos, ou cônjuge; 2 - filho(a) ou enteado(a), até 21 anos de idade, ou, em qualquer 
idade, quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; 3 - filho(a) ou enteado(a) 
universitário ou cursando escola técnica de segundo grau, até 24 anos; 4 - irmão(ã), neto(a) ou 
bisneto(a), sem arrimo dos pais, de quem o contribuinte detenha a guarda judicial, até 21 anos, ou em 
qualquer idade, quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; 5 - irmão(ã), neto(a) ou 
bisneto(a), sem arrimo dos pais, com idade de 21 anos até 24 anos, se ainda estiver cursando 
estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau, desde que o contribuinte tenha 
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dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e 
hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, 
aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; 
 
b) despesas com instrução do contribuinte e dos seus dependentes: os 
pagamentos limitados à quantia anual individual de R$ 3.091,35 (três mil, noventa e 
um reais e trinta e cinco centavos) para o ano-calendário de 2012; R$ 3.230,46 
(três mil, duzentos e trinta reais e quarenta e seis centavos) para o ano-calendário 
de 2013; R$ 3.375,83 (três mil, trezentos e setenta e cinco reais e oitenta e três 
centavos) a partir do ano-calendário de 2014; R$ 3.561,50 (três mil, quinhentos e 
sessenta e um reais e cinquenta centavos), a partir do ano-calendário de 2015; 
efetuados a estabelecimentos de ensino, de educação infantil, compreendendo as 
creches e as pré-escolas; de ensino fundamental; de ensino médio; de educação 
superior (graduação, mestrado, doutorado e especialização) e educação 
profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico; 
 
c) o valor mensal por dependente de R$ 164,56 (cento e sessenta e quatro reais e 
cinquenta e seis centavos), para o ano-calendário de 2012; R$ 171,97 (cento e 
setenta e um reais e noventa e sete centavos), para o ano-calendário de 2013; R$ 
179,71 (cento e setenta e nove reais e setenta e um centavos), a partir do ano-
calendário de 2014; ; R$ 189,59 (cento e oitenta e nove reais e cinquenta e nove 
centavos), a partir do ano-calendário de 2015. Em valores anuais, por dependente: 
R$ 1.974,72 (mil, novecentos e setenta e quatro reais e setenta e dois centavos) 
para o ano-calendário de 2012; R$ 2.063,64 (dois mil, sessenta e três reais e 
sessenta e quatro centavos) para o ano-calendário de 2013; R$ 2.156,52 (dois mil, 
cento e cinquenta e seis reais e cinquenta e dois centavos) a partir do ano-
calendário de 2014; R$ 2.275,08 (dois mil, duzentos e setenta e cinco reais e oito 
centavos) a partir do ano-calendário de 2015; 
 
 
d) a quantia, correspondente à parcela isenta dos rendimentos provenientes de 
aposentadoria e pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, 
pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, por qualquer pessoa jurídica de direito público interno ou por entidade 
de previdência privada, a partir do mês em que o contribuinte completar 65 
(sessenta e cinco) anos de idade, de: R$ 1.637,11 (mil, seiscentos e trinta e sete 
reais e onze centavos), por mês, para o ano-calendário de 2012; R$ 1.710,78 (mil, 
setecentos e dez reais e setenta e oito centavos), por mês, para o ano-calendário 
de 2013; R$ 1.787,77 (mil, setecentos e oitenta e sete reais e setenta e sete 
centavos), por mês, a partir do ano-calendário de 2014; R$ 1.903,98 (mil, 
 
detido sua guarda judicial até os 21 anos; 6 - pais, avós e bisavós, desde que não aufiram rendimentos, 
tributáveis, ou não, acima do limite de isenção mensal; 7 - menor pobre até 21 anos que o contribuinte 
crie e eduque e de quem detenha a guarda judicial; 8 - pessoa absolutamente incapaz, da qual o 
contribuinte seja tutor ou curador. 
 
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novecentos e três reais e noventa e oito centavos), por mês, a partir do mês de 
abril do ano-calendário de 2015;. 
 
e) as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios; 
 
f) as contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no País, 
cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios 
complementares assemelhados aos da Previdência Social, com limitação da 
dedução ao percentual de 12% (doze por cento) dos rendimentos do contribuinte, e 
sob a condição de que o contribuinte também esteja contribuindo ao regime geral 
ou a regime próprio da Previdência Social; 
 
g) às importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do 
Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a 
prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de 
escritura pública a que se refere o art. 1.124-A do Código de Processo Civil; e 
 
h) as despesas escrituradas no Livro Caixa, previstas nos incisos I a III do art. 6º da 
Lei nº 8.134, de 27 de dezembro de 1990, no caso de trabalho não-assalariado, 
inclusive dos leiloeiros e dos titulares de serviços notariais e de registro. 
 
 
As deduções que podem ser feitas na Declaração Anual são válidas também para fins de 
apuração do IR retido na fonte e pago através do chamado “carnê-leão” (ou seja, para fins 
das antecipações mensais do imposto), com exceção das despesas médicas e com 
instrução (educação). 
 
Desconto Simplificado – Independentemente do montante dos rendimentos tributáveis 
na declaração, recebidos no ano-calendário, o contribuinte poderá optar por desconto 
simplificado, que consistirá em dedução de 20% (vinte por cento) desses rendimentos, 
limitada à quantia de R$ 14.542,60 (quatorze mil, quinhentos e quarenta e dois reais e 
sessenta centavos) para o ano-calendário de 2012; R$ 15.197,02 (quinze mil, cento e 
noventa e sete reais e dois centavos) para o ano-calendário de 2013; R$ 15.880,89 
(quinze mil, oitocentos e oitenta reais e oitenta e nove centavos) a partir do ano-calendário 
de 2014; R$ 16.754,34 (dezesseis mil, setecentos e cinquenta e quatro reais e trinta e 
quatro centavos) a partir do ano-calendário de 2015, na Declaração de Ajuste Anual, 
dispensada a comprovação da despesa e a indicação de sua espécie (Lei nº 9.250, de 
1995, art. 10, e Medida Provisória nº 1.753-16, de 11 de março de 1999, art. 12). O 
desconto simplificado substitui todas as deduções cabíveis na declaração anual de ajuste. 
 
O montante determinado no ajuste anual constituirá, se positivo, saldo do imposto a 
pagar e, se negativo, valor a ser restituído. Com relação a esse ajuste anual, é 
importante esclarecer que o imposto recolhido no ano-calendário (como, por exemplo, o 
imposto retido pela fonte pagadora de salário) é considerado antecipação do pagamento e 
será compensado na declaração. O saldo do imposto apurado na declaração deverá ser 
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pago em parcela única, até o último dia do mês para a entrega da declaração de 
rendimentos. O imposto pode ser parcelado em 8 (oito) vezes, com incidência de SELIC. 
O imposto a restituir também sofre a incidência da citada taxa referencial. Nenhuma quota 
será inferior a R$ 50,00 (cinqüenta reais), e o imposto de valor inferior a R$ 100,00 (cem 
reais) será pago de uma só vez. A primeira quota deverá ser paga no mês fixado para a 
entrega da declaração de rendimentos. 
 
 
10.2.2 Alíquotas: 
 
 
Nos termos do já comentado artigo 153, §2º, inciso I, da CF/88, o imposto de renda será 
informado pelo critério da progressividade, na forma da lei. A progressividade do IR é de 
natureza fiscal (e não extrafiscal, como a do ITR), uma vez que consiste num mecanismo 
para arrecadar mais de quem tem maior capacidade contributiva, prestigiando, assim, a 
isonomia tributária e a justiça fiscal. 
 
Quanto maior for o escalonamento de alíquotas (número de faixas de alíquotas), mais 
efetivamente se estará tratando diferentemente o desigual, o que é necessário para o 
atendimento do princípio da isonomia tributária. Quanto à tributação das pessoas físicas, 
entre 1979 e 2001, havia 12 (doze) faixas de alíquotas. No Brasil, chegou-se a 
estabelecer 13 faixas, com a maior delas em 60%. Em 1995, havia apenas 3 (três) 
alíquotas, tributando-se em 35% a renda anual de pessoas físicas superior a R$ 
14.000,00. A Lei 9.250/95 suprimiu essa faixa de 35%, de maneira que, entre 1995 e 
2008, o IR das pessoas físicas passou a ser calculado levando-se em conta apenas uma 
faixa de isenção, uma faixa de 15% e outra de 27,5% (o que não atende plenamente o 
princípio da progressividade, como já ponderado). 
 
Em dezembro de 2008, houve a criação de mais duas faixas intermediárias de alíquotas 
na Tabela Progressiva do IRPF (7,5% e 22,5%), com vigência a partir de 1º de janeiro de 
2009. A Lei 12.469/2011 estabeleceu as tabelas vigentes até o ano-calendário de 2014: 
 
Tabela Progressiva Mensal: ano-calendário de 2012: 
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$) 
Até 1.637,11 - - 
De 1.637,12 até 2.453,50 7,5 122,78 
De 2.453,51 até 3.271,38 15 306,80 
De 3.271,39 até 4.087,65 22,5 552,15 
Acima de 4.087,65 27,5 756,53 
Tabela Progressiva Mensal: ano-calendário de 2013 
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$) 
Até 1.710,78 - - 
De 1.710,79 até 2.563,91 7,5 128,31 
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De 2.563,92 até 3.418,59 15 320,60 
De 3.418,60 até 4.271,59 22,5 577,00 
Acima de 4.271,59 27,5 790,58 
Tabela Progressiva Mensal: ano-calendário de 2014: 
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$) 
Até 1.787,77 - - 
De 1.787,78 até 2.679,29 7,5 134,08 
De 2.679,30 até 3.572,43 15 335,03 
De 3.572,44 até 4.463,81 22,5 602,96 
Acima de 4.463,81 27,5 826,15 
 
Para o ano-calendário de 2015, até o mês de março: 
 
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$) 
Até 1.787,77 - - 
De 1.787,78 até 2.679,29 7,5 134,08 
De 2.679,30 até 3.572,43 15 335,03 
De 3.572,44 até 4.463,81 22,5 602,96 
Acima de 4.463,81 27,5 826,15 
 
A partir do mês de abril do ano-calendário de 2015: 
 
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$) 
Até 1.903,98 - - 
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80 
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 
Acima de 4.664,68 27,5 869,36 
 
 
Em valores vigentes para o ano-calendário 2012 (ano-exercício de 2013, ou seja, 
declaração a ser entregue em 2013), uma base de cálculo mensal, p. ex., de 
R$ 5.000,00 (cinco mil reais), não será tributada (isenção) até R$ 1.637,11; o será a 7,5% 
quanto à parcela que exceder esse valor até R$ 2.453,50; a 15% quanto à parcela que 
exceder esse valor até R$ 3.271,38; a 22,5% quanto à parcela que exceder esse valor até 
R$ 4.087,65; e a 27,5% somente quanto à parte da base de cálculo que exceder este 
último valor. Logo, no exemplo dado, qualquer que seja a base de cálculo mensal, ela 
estará isenta do IR na sua porção até R$ 1.637,11, e estará sujeita à incidência 
progressiva das alíquotas, conforme a tabela vigente. 
 
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Para facilitar o cálculo, a tabela do IRPF traz a chamada “parcela a deduzir”. Veja o 
exemplo a seguir, considerando uma base de cálculo mensal de R$ 5.000,00 e a tabela 
progressiva vigente em 2017: 
 
a) Base de Cálculo Mensal.............................................................................R$ 5.000,00 
b) Alíquota correspondente..................................................................................... 27,5% 
c) Subtotal (a x b) ...........................................................................................R$ 1.375,00 
d) Parcela a deduzir.......................................................................................... R$ 869,36 
e) Imposto a recolher na antecipação mensal (c – d).................................. R$ 505,64 
 
 
 
PESSOA JURÍDICA 
Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza 
 
10.3 Critério Quantitativo: 
 
10.3.1 Base de Cálculo: 
 
A base de cálculo do imposto de renda das pessoas jurídicas é o montante real, arbitrado 
ou presumido, de renda ou dos proventos tributáveis, nos termos da lei (art. 44, CTN). 
 
a) Lucro real – O lucro real constitui a base de cálculo do imposto de renda das pessoas 
jurídicas em geral. Lucro real é “o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, 
exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária (art. 6º, 
Decreto-lei 1598/77). Lucro líquido é a soma do lucro operacional, dos resultados não 
operacionais, do saldo da conta de correção monetária e das participações. “A pessoa 
jurídica apura os resultados de sua atividade (lucro ou prejuízo societário), de 
conformidade com os princípios e critérios contábeis, considerando as receitas 
(remunerações de prestações de serviços, venda de mercadorias, aplicações financeiras 
etc.), e os dispêndios (custos, despesas tributárias e financeiras, encargos trabalhistas e 
previdenciários etc.). Em seguida, promove os ajustes determinados pela lei tributária, 
mediante acréscimo (como a adição de lucros auferidos por controladas/coligadas no 
exterior) ou diminuição de determinados valores (como a compensação de prejuízos 
acumulados em períodos de apuração anteriores, limitados a 30% do lucro líquido), 
concluindo pela existência de resultado positivo (lucro real), ou negativo (prejuízo 
fiscal).”8 
 
b) lucro presumido – é determinado pela aplicação de coeficientes legalmente definidos, 
entre 1,6% e 32% (quadro abaixo), sobre a receita bruta anual, conforme a natureza da 
atividade. O regime de lucro presumido é uma opção (jamais uma imposição legal) da 
empresa que atenda a certas exigências legais, inclusive, com relação a um limite de 
 
8 vide José Eduardo Soares de Melo, Curso de Direito Tributário, 5.ed., São Paulo, Dialética, 2004, 
p. 341/342 
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receita bruta anual (48 milhões), ficando, inclusive, dispensada de manter escrituração 
contábil. 
 
 
Atividades Percentuais 
(%) 
Atividades em geral (RIR/1999, art. 518) 8,0 
Revenda de combustíveis 1,6 
Serviços de transporte (exceto o de carga) 16,0 
Serviços de transporte de cargas 8,0 
Serviços em geral (exceto serviços 
hospitalares) 
32,0 
Serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico 
e terapia, patologia clínica, imagenologia, 
anatomia patológica e citopatológica, 
medicina nuclear e análises e patologias 
clínicas 
8,0 
Intermediação de negócios 32,0 
Administração, locação ou cessão de bens e 
direitos de qualquer natureza (inclusive 
imóveis) 
32,0 
 
 
c) lucro arbitrado – é o valor considerado pelo Fisco nos casos de ausência de 
escrituração na forma das leis comerciais e fiscais; falta de demonstrações financeiras; 
escrituração com vícios, falta de emissão de notas fiscais, erros ou deficiências etc. O 
contribuinte poderá optar pelo lucro arbitrado, quando conhecida sua receita bruta. O lucro 
arbitrado será um percentual da receita bruta, se esta for conhecida, fixado pelo Executivo 
levando-se em conta a natureza da atividade econômica do contribuinte (percentual do 
lucro presumido + 20%). “Não sendo conhecida a receita bruta, a autoridade poderá 
arbitrar o lucro com base no valor do ativo, do capital social, do patrimônio líquido, da 
folha de pagamento dos empregados, das compras, do aluguel das instalações ou do 
lucro líquido auferido pelo contribuinte em períodos anteriores”.9 Observa-se, porém, que 
se a irregularidade documental cometida pelo contribuinte não impedir a determinação do 
lucro real, este prevalecerá, não podendo se falar em arbitramento. 
 
 
9 vide Hugo de Brito Machado, Curso de Direito Tributário, 26.ed., São Paulo: Malheiros, 2005, p. 
320. 
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O imposto de renda das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real, 
presumido ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de 
março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, 
consolidando-se os resultados na declaração anual de ajuste. 
 
Porém, a pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real pode optar pelo 
pagamento mensal do imposto, por estimativa, mediante a aplicação de percentuais sobre 
a receita bruta auferida mensalmente. 
 
 
d) Simples Nacional (Lei complementar nº 123/06): 
 
A Constituição Federal, em seu artigo 179, estabelece que a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios “dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno 
porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela 
simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, 
pu pela eliminação ou redução destas por meio de lei”. 
 
Atendendo ao preceito constitucional, a Lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 
2006, estabeleceu o chamado “Estatuto Nacional da Micro-empresa e Empresa de 
Pequeno Porte”; revogou a Lei 9317/96 e instituiu regime especial e privilegiado de 
tributação que entrou em vigor no dia 1o de julho de 2007. 
 
Sobre as características do SIMPLES NACIONAL, veja, por oportuno, o seguinte quadro 
sistematizado no site Ministério da Fazenda: 
 
Características 
O Simples Nacional possui as seguintes características: 
1. Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios). 
2. É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da 
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito 
Federal e dois dos Municípios. 
3. Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes 
condições: 
• enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte; 
• cumprir os requisitos previstos na legislação; e 
• formalizar a opção pelo Simples Nacional. 
4. Características principais do Regime do Simples Nacional: 
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23 
 
• ser facultativo; 
• ser irretratável para todo o ano-calendário; 
• abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e 
a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo 
da pessoa jurídica; 
• apuração e recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de 
arrecadação;• disponibilização às ME e às EPP de sistema eletrônico para a realização do 
cálculo do valor mensal devido; 
• apresentação de declaração única e simplificada de informações 
socioeconômicas e fiscais; 
• vencimento: 
I - até o último dia útil da primeira quinzena do mês subseqüente àquele em que 
houver sido auferida a receita bruta, para os fatos geradores ocorridos até 28 de 
fevereiro de 2009; 
II - até o dia 20 do mês subseqüente àquele em que houver sido auferida a 
receita bruta, para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de março de 2009. 
• possibilidade de os Estados adotarem sublimites de EPP em função da 
respectiva participação no PIB; 
 
A referida lei complementar, em seu artigo 3º, considerou microempresa a sociedade 
simples e o empresário a que se refere o artigo 966 do CC, desde que aufira, em cada 
ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil 
reais); e empresa de pequeno porte, por sua vez, se auferir receita bruta anual superior a 
tal valor e igual e inferior a R$ 3.600,000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). O artigo 
17 da LC 123/06 elencava uma série de microempresas e empresas de pequeno porte 
que não poderiam recolher seus tributos no regime do Simples Nacional, como, por 
exemplo, as sociedades de advogados. Quanto a esses profissionais, a exemplo de 
outros segmentos importantes, a vedação foi derrubada pela LC 147/14. 
 
 
10.3.2 Alíquotas: 
 
 
A alíquota do imposto de renda para as pessoas jurídicas é de 15%, sendo que a parcela 
do lucro (real, presumido ou arbitrado) que exceder o valor resultante da multiplicação de 
R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração 
(trimestral ou mensal), sujeitar-se-á à alíquota adicional de 10% (dez por cento). 
Exemplo: sociedade de advogados optante pela sistemática de tributação pelo lucro 
presumido, com receita bruta no trimestre de R$ 200.000,00. Aplicando-se o percentual de 
lucratividade presumida de 32% sobre a receita bruta, chega-se ao lucro presumido no 
trimestre de R$ 64.000,00. Sobre esta base de cálculo, aplica-se a alíquota de 15% 
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(totalizando R$ 9.600,00) e sobre a quantia de R$ 4.000,00 (parte excedente de R$ 
60.000,00, que significam a multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do 
período de apuração do lucro presumido, qual seja, três) aplica-se a alíquota adicional de 
10% (totalizando R$ 400,00). Assim, no exemplo dado, serão devidos R$ 10.000,00 a 
título de imposto de renda no trimestre (R$ 9.600,00 + R$ 400,00). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Indicação de Leitura 
 
 
CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de direito constitucional tributário. São Paulo: 
Malheiros.. 
 
_________. Imposto sobre a renda (perfil constitucional e temas específicos). 3.ed. 
São Paulo: Malheiros, 2009. 
 
GONÇALVES, José Artur Lima. Imposto sobre a renda. Pressupostos constitucionais. 
1.ed. São Paulo: Malheiros, 2002. 
 
MARTINS. Ives Gandra. O sistema tributário na constituição. 6. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2007. 
 
MELO, José Eduardo Soares de; PAULSEN, Leandro. Impostos federais, estaduais e 
municipais. Porto Alegre: Livraria do Advogado. 
 
PAULSEN, Leandro. Direito Tributário. Constituição e código tributário à luz da 
doutrina e da jurisprudência. Porto Alegre: Livraria do Advogado. 
 
SANTI. Eurico Marcos Diniz de (coord.). Curso de direito tributário e finanças 
públicas. Do fato à norma, da realidade ao conceito jurídico. São Paulo: Saraiva.

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