Buscar

Ação penal II privada

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ação penal II – Privada.
			A ação penal de iniciativa privada subdivide-se em:
Exclusiva. Nessa espécie de ação penal privada a iniciativa é originariamente da vítima. Sendo a vítima menor ou incapaz a lei permite a propositura da ação pelo seu representante legal. No caso de morte da vítima, a ação pode ser proposta pelos seus sucessores (cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão) e, se já estiver em andamento por ocasião do falecimento, poderão eles prosseguir no feito. 
Subsidiária da Pública. Nesta espécie de ação penal, a iniciativa é originariamente do Ministério Público. No entanto, em virtude da inação do Ministério Público, que no prazo legal deixa de oferecer manifestação, a iniciativa transfere-se deste órgão para a vítima.
Ação penal de iniciativa privada originária, ou também denominada “exclusiva”.
			A ação penal de iniciativa privada é exceção. A regra é que a ação penal seja de iniciativa pública. Assim, no silêncio da lei a ação penal é de iniciativa pública. Normalmente, quando o legislador quer que a ação penal seja de iniciativa privada, ele se utiliza da expressão “somente se procede mediante queixa”:
 			Exemplos:
CP, Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. 
CP,  Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.        Parágrafo único.  Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código.
Alteração de limites   
        § 1º - Na mesma pena incorre quem:
        I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;
        Esbulho possessório
        II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
        § 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.
        § 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.
 CP, Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa.
 CP Fraude à execução. Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
        Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
 			Princípios da ação penal privada exclusiva (item 1 acima):
Princípio da oportunidade. A proposição da ação penal de iniciativa privada não é obrigatória. Logo, ainda que presente a prova da materialidade e os indícios de autoria, a ação penal pode não ser proposta. O legislador quis deixar a decisão acerca de propor, ou não, a ação penal à vítima. O princípio da oportunidade quer significar exatamente isso: que é decisão da vítima propor, ou não, a ação penal. 
Princípio da disponibilidade. Cabendo à vítima decidir acerca da proposição da ação penal, incumbe a ela também decidir se, uma vez proposta a ação, deve ela ser mantida até o final. O princípio da disponibilidade significa que se deixa ao arbítrio da vítima a continuar, ou não, a ação penal. Logo, a vítima sempre pode desistir da ação penal (pode perdoar, pode fazer com que ocorra a perempção – arts. 51 e 60 do CPP), ou desistir do recurso que tenha interposto.
Princípio da indivisibilidade. Ainda que o legislador tenha deixado ao alvedrio da vítima a decisão acerca da proposição da ação penal de iniciativa privada, exige que, se proposta, seja proposta contra todos aqueles que são suspeitos da prática da infração penal. Logo, a vítima não pode escolher promover a ação penal de iniciativa privada contra uns e não contra outros. Decidindo promover a ação penal deve fazê-lo contra todos aqueles que são suspeitos conhecidos da prática da infração penal (CPP, Art. 48.  A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade. CPP Art. 49.  A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.)
 			Quem propõe a ação penal de iniciativa privada é denominado querelante.
			Aquele contra quem é proposta a ação penal de iniciativa privada é denominado querelado.
			A peça inicial da ação penal de iniciativa privada é a queixa-crime. 
			O prazo para oferecimento da queixa-crime é de seis meses. Este prazo é decadencial.
			A diferença entre os prazos decadenciais e os prescricionais é que os primeiros não se suspendem e não se interrompem, enquanto os prazos prescricionais podem ser interrompidos (começando a contar do zero novamente) ou suspensos (para a contagem do prazo, que pode, depois, ser retomada do ponto em que esteve suspenso).
			O prazo decadencial de seis meses para o oferecimento da queixa-crime tem seu início:
1 - a partir da data em que a vítima veio a saber quem foi o autor da infração penal - ação penal de iniciativa privada originária, ou exclusiva;
2 – a partir do término do prazo conferido ao Ministério Público para o oferecimento da manifestação na ação penal de iniciativa pública, sem que tenha ocorrido a manifestação daquele órgão. 
 			Essas regras veem do art. 103, do CP: 
“Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.” 
Ação penal de iniciativa privada subsidiária da pública
 			A ação penal de iniciativa privada subsidiária da ação penal de iniciativa pública tem previsão na própria Constituição Federal:
CF, art. 5º, inciso LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
 			O artigo 46 do CPP estabelece os prazos para o oferecimento da denúncia:
Art. 46.  O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
 			Então, recebendo o inquérito policial relatado o Promotor de Justiça, ou o Procurador da República, pode realizar os seguintes atos:
Oferecer a denúncia;
Efetuar o pedido de arquivamento;
Declinar de sua atribuição;
Solicitar a devolução dos autos para a autoridade policial para a realização de diligências essenciais para o eventual oferecimento da denúncia. 
 			Caso o Promotor de Justiça, ou Procurador da República, deixe passar o prazo legal sem que tenha oferecido qualquer manifestação, abre-se a possiblidade de ocorrência da ação penal de iniciativa privada subsidiária da pública. Assim, após o prazo para o oferecimento da denúncia, sem efetivo oferecimento daquela peça, ou de qualquer outra manifestação, tem início o prazo decadencial de seis meses para que a vítima ofereça a queixa-crime. 
			No prazo decadencial de seis meses para o oferecimento da queixa crime subsidiária, o Ministério Público pode oferecer a denúncia. Isso quer dizer, que durante aquele prazo, tanto o órgão do Ministério Público pode suprir a sua inação, oferecendo a denúncia, quanto a vítima pode oferecer a queixa-crime subsidiária. Logo, durante esse prazo de seis meses a legitimidade para a propositura da ação penal é concorrente.
			Após o prazo de seis meses, a vítima não pode mais oferecer a queixa-crime. Assim, o Ministério Público retoma a legitimidadeexclusiva para a propositura da ação penal.
			Atuação do Ministério Público na ação penal de iniciativa privada subsidiária da pública:
			A hipótese: Em uma crime cuja a ação penal é de iniciativa pública, o Ministério Público deixa passar sem manifestação o prazo de que dispunha para o oferecimento da denúncia. Nessa hipótese a vítima daquele crime propõe a queixa-crime (ação penal de iniciativa privada subsidiária da ação penal de iniciativa pública). Nesse caso o Ministério Público pode:
Repudiar a queixa-crime na hipótese de ser inepta. Identificando que a queixa-crime oferecida é inepta, o representante do MP (Promotor de Justiça ou Procurador da República) pode oferecer a denúncia substitutiva. Essa possibilidade existe quando a queixa não preencher os requisitos previstos no artigo 41 do CPP (Art. 41.  A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.). 
Aditar a queixa-crime. A queixa-crime não é inepta, mas apresenta falhas menores. Nessa hipótese o representante do Ministério Público pode oferecer aditamento à queixa-crime de forma a corrigir estas falhas secundárias. 
Interpor recursos. Vale relembrar que nesse caso a ação penal era originariamente pública, portanto, o Promotor de Justiça pode recorrer de qualquer que seja a natureza da sentença.
Fornecer elementos de prova. O órgão do Ministério Público deve acompanhar a na integralidade a ação, que em sua origem era pública. Logo, deve fazer parte da instrução, indicando provas que pretende produzir, participando da instrução. 
Retomar a titularidade da ação penal. Na hipótese do autor da ação penal de iniciativa privada subsidiária da ação penal pública deixar de realizar qualquer ato processual, o Ministério Público deve retomar a titularidade da ação penal imediatamente. 
Ação penal nos casos dos crimes complexos
 			Dispõe o artigo 101 do CP que:
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público. 
 			Como ensina Victor Eduardo Rios Gonçalves:
“Crime complexo é aquele constituído pela fusão de dois ou mais tipos penais ou aquele em que um tipo penal funciona como qualificadora de outro. O Delito de roubo, por exemplo, é complexo, posto que surge da fusão dos crimes de furto e de ameaça; o crime de latrocínio é complexo porque se caracteriza pelo fato de uma morte (homicídio) funcionar como qualificadora do roubo” (Autor citado em Curso de Direito Penal. São Paulo, Saraiva, 2015, p. 404).
 			Pois bem. Havendo tipo penal para o qual é previsto ação de iniciativa pública em qualquer dos tipos que sejam parte do crime complexo, a ação penal deste crime complexo também deverá ser pública. É dizer, a ação penal pública prepondera nos denominados crimes complexos.

Outros materiais