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CASOS CONCRETOS CIVIL 1

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CASO CONCRETO 01
Rebeca comprou terreno em loteamento empreendido por Amaranta. Sem que constasse do instrumento contratual, Amaranta garantiu a Rebeca que teria vista definitiva a um belo monte, que era a grande atração do empreendimento, tendo inclusive assegurado que a legislação local não permitia edificações nos terrenos a frente do seu. Após alguns meses da aquisição do terreno, Amaranta solicitou uma alteração no plano de urbanização da cidade, que passou a permitir a edificação nos lotes em frente ao terreno de Rebeca, fazendo com que ela perdesse a visão para o monte.
Inconformada, Amaranta moveu uma ação contra Rebeca, tendo obtido êxito porque o órgão jurisdicional entendeu que pela boa-fé objetiva, existe um dever de não adotar atitudes que possam frustrar o objetivo perseguido pela autora, ou que possam implicar, mediante o aproveitamento da antiga previsão contratual, a diminuição das vantagens ou até infligir danos ao contratante. 
Diante dos fatos narrados acima e com base no conteúdo das aulas desta semana, responda:
A)A boa-fé objetiva é uma cláusula geral? Em caso afirmativo, explique o porquê de a boa-fé objetiva adequar-se ao conceito de cláusula geral. Em caso negativo, indique de maneira justificada a que categoria pertence a boa-fé objetiva. 
Resposta: SIM. É uma cláusula geral. Cláusulas Gerais valem-se de uma linguagem aberta, fluida, vaga. Se a norma deixa em aberto a descrição da conduta devida, ela é uma clausula geral. É uma regra ética, um dever de não fraudar ou abusar da confiança alheia, pois dependem sempre das circunstâncias de determinado caso.
B) b) Qual(is) dos princípios estruturantes do CC/2002 foi(ram) levado(s) em consideração para que o magistrado interpretasse a boa -fé objetiva? Justifique. 
Resposta: ETICIDADE. É aquele que impõe justiça e boa-fé nas relações civis ("pacta sunt servanda"). No contrato tem que agir de boa-fé em todas as suas fases. Segundo este princípio, o homem deve ser reto, honesto, leal e ter integridade.
DOUTRINA: Miguel Reale, na obra "A Boa-fé no Código Civil" menciona que “a boa-fé subjetiva é relativa ao sujeito, indivíduo, “corresponde, fundamentalmente, a uma atitude psicológica, isto é, uma decisão da vontade, denotando convencimento individual da parte de obrar em conformidade com o direito” (2003, p. 3-4).
JURISPRUDÊNCIA TJ-PR - Apelação APL 14250649 PR 1425064-9 (Acórdão) (TJ-PR)
Data de publicação: 19/10/2015
Ementa: DECISÃO: ACORDAM os Desembargadores da Décima Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos da fundamentação. EMENTA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. REVISIONAL. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO (FINANCIAMENTO).INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 5º DA MP Nº 2170-36/2001 AFASTADA. JULGAMENTO DE INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE nº 806.337- 2/01, PELO ÓRGÃO ESPECIAL DESTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. INOCORRÊNCIA.PARCELAS PREFIXADAS. PRÍNCÍPIO DA BOA-FÉ CONTRATUAL. SENTENÇA MANTIDA. 1. O Órgão Especial deste Tribunal de Justiça, em julgamento de incidente de Inconstitucionalidade nº 806.337-2/01, pacificou o entendimento acerca da constitucionalidade do artigo 5º, da Medida Provisória nº 2170-36/2001.2. Nos contratos de empréstimo com prazo fixo, onde o consumidor aceita o valor das parcelas fixas preestabelecidas, não é possível a alteração dos juros ou de sua forma de incidência, em observância ao princípio da boa-fé contratual (art. 422 do código civil ).Apelação Cível não provida. (TJPR - 15ª C.Cível - AC - 1425064-9 - Cascavel - Rel.: Jucimar Novochadlo - Unânime - - J. 07.10.2015)
CASO CONCRETO 02
Renata deu à luz sua filha Mariza, que, em razão de má formação na gestação, sobreviveu por algumas horas e veio a falecer pouco depois do parto. Considerando que o pai de Mariza faleceu dias antes do nascimento e em dúvidas as consequências dos fatos narrados, Renata procura um advogado que afirma que com o nascimento Mariza adquiriu personalidade e capacidade de direito, mas não titularizou direitos subjetivos e, ao morrer, não haveria potencial sucessão. Assiste razão ao advogado? Esse e se Mariza fosse natimorto, quais seriam as consequências?
R: Assiste razão ao advogado SIM. Basta a pessoa nascer com vida, para que ela tenha capacidade civil. Se Mariza fosse natimorto, ela não teria personalidade jurídica, já que o art. 2º do C.C diz” a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo desde a concepção, os direitos no nascituro. ” Logo Mariza não seria uma pessoa natural
DOUTRINA: Filosoficamente, nascituro é pessoa, porque já traz consigo todas as características do ser racional. Com apoio na doutrina aristotélico-tomista, afirma-se que a imaturidade do nascituro não difere da dos recém-nascidos. O nascituro está para a criança como esta está para o adulto. A pessoa natural é o alicerce da ordem jurídica.
JURISPRUDÊNCIA: TJ-SC - Apelação Cível AC 20140324666 SC 2014.032466-6 (Acórdão) (TJ-SC)
Data de publicação: 21/01/2015
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. COBRANÇA. SEGURO DPVAT. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. ACIDENTE DE TRÂNSITO ENVOLVENDO GESTANTE. MORTE DO NASCITURO. ART. 2º DO CÓDIGO CIVIL/2002. PERSONALIDADE JURÍDICA QUE NASCE COM A CONCEPÇÃO. INDENIZAÇÃO DEVIDA EM RAZÃO DO ÓBITO DO FETO. ART. 3º DA LEI 6.194/74. PRECEDENTES. DECISUM REFORMADO. RECURSO PROVIDO. [. . .] A despeito da literalidade do art. 2º do Código Civil - que condiciona a aquisição de personalidade jurídica ao nascimento -, o ordenamento jurídico pátrio aponta sinais de que não há essa indissolúvel vinculação entre o nascimento com vida e o conceito de pessoa, de personalidade jurídica e de titularização de direitos, como pode aparentar a leitura mais simplificada da lei. [...] 3. As teorias mais restritivas dos direitos do nascituro - natalista e da personalidade condicional - fincam raízes na ordem jurídica superada pela Constituição Federal de 1988 e pelo Código Civil de 2002. O paradigma no qual foram edificadas transitava, essencialmente, dentro da órbita dos direitos patrimoniais. Porém, atualmente isso não mais se sustenta. Reconhecem-se, corriqueiramente, amplos catálogos de direitos não patrimoniais ou de bens imateriais da pessoa - como a honra, o nome, imagem, integridade moral e psíquica, entre outros. 4. Ademais, hoje, mesmo que se adote qualquer das outras duas teorias restritivas, há de se reconhecer a titularidade de direitos da personalidade ao nascituro, dos quais o direito à vida é o mais importante. Garantir ao nascituro expectativas de direitos, ou mesmo direitos condicionados ao nascimento, só faz sentido se lhe for garantido também o direito de nascer, o direito à vida, que é direito pressuposto a todos os demais. [...] (Resp. 1415727/SC, rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 4.9.2014).
 
CASO CONCRETO 03
O Dr. Carlos Henrique é Médico e reside com sua mulher Jurema e seus dois filhos, Ricardo e Rodrigo de 8 e17 anos respectivamente, na Tijuca – Município do Rio de Janeiro – RJ, às quarta e quinta-feira, das 8h às 16h leciona na Universidade Rural no Município de Seropédica- RJ, às segunda e quarta-feira, atende, como médico plantonista num Hospital Privado em Piraí – RJ, Na sexta-feira à tarde e aos sábados pela manhã atende em um consultório de sua propriedade localizado em Simão Pereira – MG, cidade mineira localizada a duas hora de distância do Rio de Janeiro onde há muitos anos mantém seu consultório e passa seus fins de semana com a família em sua belíssima casa de campo.
Diante do exposto responda:
A) Pode-se afirmar que o Dr. Carlos Henrique tem como único domicílio a cidade do Rio de Janeiro onde reside com sua família com ânimo definitivo? Justifique sua resposta indicando os dispositivos legais pertinentes.
R: Não, neste caso temos o Domicílio plural (aquela em que a pessoa mantém mais de um local definitivo de residência), previsto nos artigos 71 e 72.Serão considerados domicílios todos eles cada um para as relações que lhe corresponderem.
B) No caso em tela há hipótese (s) de domicílio necessário? Fundamente e Justifique sua resposta conceituando este tipo de domicílio.
R: o médico trabalha na Universidade Rural (pública); os filhos do médico, por serem incapazes também têm domicílio necessário na forma do artigo 73 caput e parágrafo único.
DOUTRINA: Sílvio de Salvo Venosa, grande doutrinador civilista, traz uma definição bastante ampla de o que seja o domicílio. Para este autor, em suas primeiras palavras destinadas ao estudo do Instituto, domicílio é o local onde gira o centro de interesses, negócios, centro familiar, e centro social das pessoas, tanto natural quanto jurídica.
JURISPRUDÊNCIA: Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. (Código de Processo Civil)
Art. 98. A ação em que o incapaz for réu se processará no foro do domicílio de seu representante. (Código de Processo Civil)
Processual Civil – Competência – “O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário (art.96/CPC), sobretudo quando, como na espécie, nele é que os falecidos residiam e exerciam todas as suas atividades, vindo também a falecer naquela comarca e lá estando, dentre os bens deixados, os de maior vulto. Recurso não conhecido”. (STJ- REsp. 73023/RJ (9500432641), 4ªT., Rel. M. César Asfor Rocha, 29-4-98, DJ, 22-6-98, p.81).
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. (Código de Processo Penal)
CASO CONCRETO 04
Supondo-se que em uma família composta por pai, mãe e 2 irmãos, haja um acidente de carro, ocasionando a presunção de morte simultânea entre o pai e um dos irmãos, pergunta -se:
A) Qual o instituto que denomina a presunção de morte simultânea? Indique o dispositivo legal pertinente.
R: Trata-se da COMORIÊNCIA, prevista no art. 8° do CC., que é a presunção de morte simultânea de herdeiros recíprocos, ou seja, herdeiros que se sucedem entre si, um é herdeiro do outro reciprocamente, quando não se pode, por perícia médica, precisar quem morreu primeiro. 
b) Em que ramo do direito este instituto tem grande relevância e por quê? 
R: A comoriência possui grande relevância no direito sucessório, pois obedecerá a Ordem da Vocação hereditária levando em consideração que, entre comorientes, não há transmissão de bens. Sendo assim, aquele que seria beneficiado com a morte do outro, não mais o será porque entre comorientes não ocorre a transmissão. 
DOUTRINA: Analisando o tema da comoriência, Washington de Barros Monteiro (FILOSÓFO) define como "a morte de duas ou mais pessoas, na mesma ocasião e por força do mesmo evento sendo elas reciprocamente herdeiras umas das outras".
JURISPRUDÊNCIA: TJ-DF - Apelação Cí­vel APL 289589120098070007 DF 0028958-91.2009.807.0007 (TJ-DF)
Data de publicação: 20/03/2015Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DPVAT. SEGURO OBRIGATÓRIO. VALOR DA INDENIZAÇÃO. LEI 11.482 /2007. COMORIÊNCIA. MORTE DE QUATRO INTEGRANTES DA MESMA FAMÍLIA. SUCESSÃO. VOCAÇÃO HEREDITÁRIA. 1. A SEGURADORA REQUERIDA É LEGITIMADA PARA RESPONDER A CAUSA, PORQUANTO É P ARTE INTEGRANTE DO SISTEMA DE POOL DE SEGURADORAS RESPONSÁVEIS PELA INDENIZAÇÃO DO SEGURO OBRIGATÓRIO, CONSOANTE PRECEITO DO ARTIGO 7º, CAPUT, DA LEI 6194 /74. 2. A INDENIZAÇÃO DO SEGURO DPVAT , NO CASO DE MORTE, DEVE SER PAGA DE ACORDO COM O DISPOSTO NO ARTIGO 792 DO CÓDIGO CIVIL , QUE NOS REMETE À ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA, CONFORME ESTABELECE O ARTIGO 4º DA LEI 6.194 /74, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI 11.482 /2007. 3. NÃO PODE A SEGURADORA ALTERAR A ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA PARA PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO DO SEGURO DPVAT , EIS QUE DECORRENTE DE LEI. 4 . TENDO O ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO VITIMADO QUATRO PESSOAS DA MESMA FAMÍLIA E CONFIGURADA A COMORIÊNCIA APENAS EM RELAÇÃO A TRÊS, EXSURGE CRISTALINO QUE QUANTO AO SOBREVIVENTE, COM UM DIA DE SOBREVIDA, GARANTE-SE A OBSERVÂNCIA À VOCAÇÃO HEREDITÁRIA. 5. COMPROVADO O SINISTRO E A MORTE DAS VÍTIMAS, E EM OBEDIÊNCIA AO PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM, O VALOR DA INDENIZAÇÃO DECORRENTE DE ACIDENTE DE VEÍCULO ( DPVAT )É O PREVISTO NA LEI 11.482 /2007, NO MONTANTE DE R$13.500 (TREZE MIL E QUINHENTOS REAIS). 5. QUANDO NÃO TIVER OCORRIDO PAGAMENTO PARCIAL, O TERMO INICIAL DA CORREÇÃO MONETÁRIA É A DATA DO SINISTRO. 6. RECURSO NÃO PROVIDO.
 
CASO CONCRETO 05
Roberto estando em dificuldade financeira resolve vender um de seus rins a Flavio, que se encontra na fila de espera para transplante de órgãos.
a)Pode Roberto efetuar referida venda? Justifique e fundamente sua resposta.
R: A venda de um dos rins de Roberto a Flavio é proibida. A lei nº 9.434, de 04/02/1997, dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. Em seu artigo 9o a lei estabelece que é permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea. A mesma lei estabelece no artigo 14, parágrafo primeiro, que é crime remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo com as disposições da Lei mediante paga ou promessa de recompensa e o infrator está sujeito a uma pena de reclusão, de três a oito anos, e multa, de 100 a 150 dias-multa.
B)Com relação a características da indisponibilidade, podemos afirmar categoricamente que a indisponibilidade dos direitos a personalidade é absoluta? Justifique sua resposta.
R: Dispõe o art. 11 do Código Civil que, “com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”. Na realidade, são também absolutos, ilimitados, imprescritíveis, impenhoráveis, inexpropriáveis e vitalício ninguém pode desfrutar em nome de outrem bem como a vida, a honra, a liberdade.
DOUTRINA: Para Maria Helena Diniz, “transplante é a amputação ou ablação de órgão, com função própria de um organismo para ser instalado em outro e exercer as mesmas funções.
A doação de órgãos e tecidos é vista pela sociedade, em geral, como um ato de solidariedade e amor dos familiares. No entanto, ela exige a tomada de decisão num momento de extrema dor e angústia motivadas pelo impacto da notícia da morte, pelo sentimento de perda e pela interrupção inesperada de uma trajetória de vida (ALENCAR, 2006).	
JURISPRUDÊNCIA: TRF-3 - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO APELREEX 900598 SP 0900598-64.2005.4.03.6100 (TRF-3)
Data de publicação: 30/10/2016
Ementa: AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE DO (A) COMPANHEIRO (A) HOMOSSEXUAL PARA AUTORIZAR A REMOÇÃO POST MORTEM DE ÓRGÃOS, TECIDOS E PARTES DO CORPO DO (A) COMPANHEIRO (A) FALECIDO (A) PARA TRANSPLANTE. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. - A inexistência de regra expressa que contemple o companheiro homossexual com a possibilidade de autorizar a remoção post mortem de órgãos, tecidos e partes do corpo do companheiro falecido para transplante, não obsta o reconhecimento do seu direito. - Entendimento em consonância com princípios norteadores da Constituição, que consagram a igualdade, a dignidade da pessoa humana e a promoção do bem de todos. Respeito ao princípio constitucional contido no art. 3º, IV , da Constituição Federal , que veda a adoção, seja pelos particulares ou pelo próprio Estado, de comportamentos, comissivos ou omissivos, que impliquem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Princípio cuja aplicabilidade é plena e a qual deve ser atribuída a máxima eficácia. - Ampliação do conceito de família (art. 226 , § 3º , da Constituição Federal ) e do rol dos legitimadospara autorizar a referida doação (art. 4º , da Lei nº 9.434 /97). - Questão pacificada no Supremo Tribunal Federal que, em 5 de maio de 2011, declarou a Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 4.227 e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 132, com eficácia erga omnes e efeito vinculante, conferindo interpretação conforme a Constituição Federal ao art. 1.723 do Código Civil, a fim de declarar a aplicabilidade de regime de união estável às uniões entre pessoas do mesmo sexo. - O Judiciário não pode, sob o argumento que está protegendo direito coletivos, determinar a expedição de atos administrativos. O controle dos atos administrativos pelo Poder Judiciário está vinculado a perseguir a atuação do agente público em campo de obediência aos princípios da legalidade, da moralidade, da eficiência, da impessoalidade, da finalidade e, em algumas...
CASO CONCRETO 06
O Grupo Construções e Incorporações X S/ A contraiu dívida de grande valor com o Engenheiro Eduardo Paranhos, mas não efetuou o pagamento estipulado no contrato, sem que tal conduta configurasse qualquer tipo de fraude. Após algumas tentativas frustradas de cobrança. Eduardo ajuizou ação e conseguiu decisão favorável, tendo a sentença transitado em julgado. No momento de indicar o bem que viria a ser penhora do para efetuar o pagamento. O Grupo Construções e Incorporações S/ A indicou um imóvel de sua propriedade, mas o mesmo não foi aceito por Eduardo, que solicitou ao juiz a desconsideração da personalidade jurídica do Grupo Construções e Incorporações S/ A para que os bens dos sócios respondessem pela dívida.
Considerando os fatos acima descritos e tomando base a disciplina da desconsideração da personalidade jurídica, responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE:
A) O que é a desconsideração da personalidade jurídica e em que hipóteses ela pode ser utilizada?
R: A desconsideração da personalidade jurídica é uma prática no direito civil e no direito do consumidor e no direito falimentar de, em certos casos, desconsiderar a separação existente entre o patrimônio de uma empresa e o patrimônio de seus sócios para os efeitos de determinadas obrigações, com a finalidade de evitar sua utilização de forma indevida, ou quando este for obstáculo ao ressarcimento de dano causado a terceiros.
“O art.50 do Código Civil dá dois requisitos para a desconsideração da personalidade jurídica: abuso de personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou a confusão patrimonial, assim, somente estas situações justificariam a desconsideração, que deve ser reconhecida por decisão judicial. 
 
B) É cabível, neste caso, a desconsideração pleiteada por Eduardo?
R: SIM; Devido a proteção patrimonial que possui a pessoa jurídica, em muitas situações ela utiliza-se desse benefício para se desviar de seus princípios e fins, cometendo fraudes e abusos.
Por este motivo, no intuito de coibir os possíveis abusos e desvios que poderão ser cometidos pelas pessoas jurídicas em razão da autonomia e proteção patrimonial, foi criada a teoria da desconsideração da personalidade jurídica.
A desconsideração da personalidade jurídica permite superar a separação entre os bens da empresa e dos seus sócios para efeito de determinar obrigações.
DOUTRINA: Maria Helena Diniz prossegue dizendo: “Há uma repressão ao uso indevido da personalidade jurídica, mediante desvio de seus objetivos ou confusão do patrimônio social para a prática de atos abusivos ou ilícitos, retirando-se, por isso a distinção entre bens do sócio e da pessoa jurídica, ordenando que os efeitos patrimoniais relativos a certas obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou dos sócios, recorrendo, assim, à superação da personalidade jurídica, porque os seus bens não bastam para a satisfação daquelas obrigações, visto que a pessoa jurídica não será dissolvida, nem entrará em liquidação”
JURISPRUDÊNCIA: STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1395288 SP 2013/0151854-8 (STJ)
Data de publicação: 02/06/2014
Ementa: CIVIL. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DO ABUSO DA PERSONALIDADE. ART. ANALISADO: 50 , CC/02 . 1. Ação de prestação de contas distribuída em 2006, da qual foi extraído o presente recurso especial, concluso ao Gabinete em 05/07/2013. 2. Discute-se se o encerramento irregular da sociedade empresária, que não deixou bens suscetíveis de penhora, por si só, constitui fundamento para a desconsideração da personalidade jurídica. 3. A criação de uma sociedade de responsabilidade limitada visa, sobretudo, à limitação para os sócios dos riscos da atividade econômica, cujo exercício, por sua vez, a todos interessa, na medida em que incentiva a produção de riquezas, aumenta a arrecadação de tributos, cria empregos e gera renda, contribuindo, portanto, com o desenvolvimento socioeconômico do País. 4. No entanto, o desvirtuamento da atividade empresarial, porque constitui verdadeiro abuso de direito dos sócios e/ou administradores, é punido pelo ordenamento jurídico com a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, medida excepcional para permitir que, momentaneamente, sejam atingidos os bens da pessoa natural, de modo a privilegiar a boa-fé nas relações privadas. 5. A dissolução irregular da sociedade não pode ser fundamento isolado para o pedido de desconsideração da personalidade jurídica, mas, aliada a fatos concretos que permitam deduzir ter sido o esvaziamento do patrimônio societário ardilosamente provocado de modo a impedir a satisfação dos credores em benefício de terceiros, é circunstância que autoriza induzir existente o abuso de direito, consubstanciado, a depender da situação fática delineada, no desvio de finalidade e/ou na confusão patrimonial. 6. No particular, tendo a instância ordinária concluído pela inexistência de indícios do abuso da personalidade jurídica pelos sócios, incabível a adoção da medida extrema prevista no art. 50 do CC/02 . 7. Recurso especial parcialmente...
CASO CONCRETO 07
Os irmãos José e Pedro receberam por doação de seus pais um terreno loteado com área de 210 m2. Pretendendo cada qual construir uma residência no terreno, firmaram escritura pública de divisão, em que ficou localizada a parte de cada um, com 105m2, sendo levada ao Serviço de Registro de Imóveis. Ocorre que, pelo art. 4°, II, da Lei 6.766/79, a área mínima exigida é de 125 m2. 
Com base na disciplina jurídica dos bens, responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE:
A) Levando em consideração a classificação dos bens considerados em si mesmos, classifique o bem em questão.
R: BEM INDIVISÍVEL
ART. 4, II, LEI 6766/79.
*os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes;
B)Você, na qualidade de funcionário do Serviço de Registro de Imóveis, faria o registro? Justifique a sua resposta com base no princípio da autonomia privada e na disciplina dos bens considerados em si mesmos.
R: Não, por uma imposição legal, por conta da sua metragem mínima e como um funcionário não tenho prerrogativas para toma tal decisão.
DOUTRINA: (SUZAN LAMBERT) bens são as coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica; para que o bem seja objeto de uma relação jurídica é preciso que ele apresente os seguintes caracteres, idoneidade para satisfazer um interesse econômico, gestão econômica autônoma e subordinação jurídica ao seu titular.
JURISPRUDÊNCIA: TJ-RJ - AGRAVO DE INSTRUMENTO AI 00379829220138190000 RJ 0037982-92.2013.8.19.0000 (TJ-RJ)
Data de publicação: 19/02/2014
Ementa:"EXECUÇÃO.MEAÇÃORESGUARDADA.BENS INDIVISÍVEIS.PENHORA.ALIENAÇÃO. O ponto nodal está em identificar se é razoável e legalmente possível levantar a penhorasobre bens móveis, consistentes em obras de arte, porque o valor indicado na avaliação é, claramente, inferior ao valor da meação da agravante, que deve ser a ela resguardada, considerado o valor do patrimônio penhorável do casal. Várias as razões conduzem à impossibilidade. Primeiramente, o art. 685-A do CPC não serve para amparar o direito do executado ou da sua mulher, ainda que para esta deva ser resguardada a sua meação, porque não são exequentes. Ainda que se considere o § 2º, não há como alterar a conclusão e isto porque não poderia a mulher do executado pedir adjudicação de bens que já são seus. Casada que é sob o regime da comunhão de bens com o executado, existe entre eles, no dizer de Pontes de Miranda, uma mancumunhão, pela qual se sabe que cada cônjuge é dono de uma parte ideal, mas não se tem como precisar qual, ao menos num primeiro momento. Portanto, em relação aos bens móveis, também persiste a mesma situação e, em sendo cada peça indivisível, alternativa não há senão proceder a venda para posterior divisão do produto, garantindo, assim, a meação da agravada. E mais, os bens penhorados e ora em discussão, são obras de arte. São bens indivisíveis porque não se pode considerá-los em conjunto, mas sim, cada um de per si, com valor próprio de mercado. Havendo necessidade de preservação da meação, deve-se considerar cada um dos bens, já que não é possível partilhá-los, dividi-los e, nesta linha, a única saída é alienação em hasta pública. Recursos providos, nos termos do voto do desembargador relator."
CASO CONCRETO 8
Otavio E Thalita emprestaram de Pedro um imóvel para fins residenciais por três anos. Durante o tempo que passaram no apartamento, Otavio e Thalita consertaram algumas infiltrações, colocaram um forno a lenha daqueles inamovíveis, e aplicaram papel de parede em todos os quartos. Findo o prazo do contrato, Otavio e Thalita foram notificados para deixar o bem. Nesse caso, e conforme a disciplina jurídica dos bens no Código Civil,
Responda: 
Classifique cada espécie de bem acessório que aparece no comando da questão. Justifique a sua resposta.
Bens acessórios, sua existência dependerá de um bem principal, em outras palavras a “existência supõe a do principal (art. 58 do CC-16 e 92 do CC-02) ” (STOLZE, 2007 p.268). Portanto estes bens não existem por si só.
A sua forma de classificação dependerá sempre de outro bem como referencial. Ex: casa é bem acessório em relação ao solo; sem o solo a casa não tem como existir; 
Temos várias espécies de bens acessórios, tais como: Pertenças, frutos e produtos, rendimentos e benfeitorias
NESTE CASO CONCRETO ENCONTRAMOS 
Benfeitorias necessárias: têm por fim conservar a coisa e impedir que ela se deteriore ou pereça. Ex: CONSERTARAM ALGUMAS INFILTRAÇÕES. São benfeitorias sem as quais a coisa iria se deteriorar.
Benfeitorias úteis: são as que aumentam ou facilitam o uso da coisa. Ex: COLOCARAM UM FORNO DAQUELES INAMOVIVEIS.
Benfeitorias voluptuárias: são as benfeitorias de mero capricho ou recreação. Aumentam o valor da coisa ou tornam a coisa mais agradável. Ex: aplicaram papel de parede em todos os quartos.
Disposição encontrada no art. 96 do CC. Benfeitorias “são obras realizadas pelo homem na estrutura da coisa principal, com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la” (STOLZE, 2007, p.272 segundo Francisco Amaral, São estes os três tipos de benfeitorias.
B) O que Otávio e Talita podem fazer com os bens acessórios identificados no item anterior? Cabe direito de retenção? Justifique a sua resposta.
R: Ressalte-se que é da tradição do direito brasileiro que as benfeitorias voluptuárias não comportam nem o ressarcimento dos custos e, consequentemente, nem o exercício do direito de retenção. O locatário de apartamento alugado não é proprietário, mas possuidor de boa-fé. Se o locatário tomar a iniciativa de consertar a parede com infiltrações, esta terá sido uma benfeitoria necessária. Se resolver aumentar a sala esta terá sido uma benfeitoria útil. Se puser um jardim, esta terá sido uma benfeitoria voluptuária. 
Haverá ressarcimento quando forem feitas benfeitorias necessárias e benfeitoria úteis. Não há direito a indenização, mas sim do levantamento quando forem feitas benfeitorias voluptuárias, desde que sua remoção não se cause danos ao imóvel Art. 1.219 CC. 
O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Art. 1.220 CC. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias [não fala sobre úteis]; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
 DOUTRINA: Segundo o doutrinador, bem acessório é o que supõe, para existir juridica­mente, um principal. Nos imóveis, o solo é o principal, sendo acessó­rio tudo aquilo o que nele se incorporar permanentemente (p. ex., uma árvore plantada ou uma construção), já que é impossível separar a ideia de árvore e de construção da ideia de solo.
JURISPRUDÊNCIA:TRF-2 - AC APELAÇÃO CIVEL AC 200851160004387 (TRF-2)Data de publicação: 13/09/2014
Ementa: AGRAVO RETIDO E APELAÇÃO CÍVEL. ADMINISTRATIVO. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. REGIME ESPECIAL. REPETRO. MOVIMENTAÇÃO DE BENS ACESSÓRIOS. INFORMAÇÃO DESATUALIZADA. INFRAÇÃO. 1. Agravo retido não conhecido por inobservância da providência descrita no § 1º do art. 523 do CPC . 2. Ato administrativo que autuou a empresa por infringência à legislação específica afeta ao regime especial de admissão temporária (REPETRO). 3. Embora os fatos narrados na autuação não sejam negados pela apelante, esta argumenta que as âncoras não estavam em depósito, mas no pátio de seu estabelecimento aguardando o retorno da embarcação de destino (fls. 157). Desse modo, sustenta a falta de razoabilidade na autuação e abuso de poder na aplicação da penalidade. 4. O REPETRO é um regime aduaneiro especial que permite a importação de equipamentos específicos, para serem utilizados diretamente nas atividades de pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural, mediante incentivos fiscais. Constata-se, entretanto, que o REPETRO se aplica não só às embarcações, mas, também, às máquinas e equipamentos sobressalentes, ferramentas, aparelhos e a outras partes acessórias (na hipótese as âncoras) destinadas a garantir a operacionalidade do bem principal admitido no regime, desde que sua utilização esteja diretamente relacionada com as atividades de pesquisa e lavra de petróleo e gás natural (Decreto nº 3.131 /199, art. 1º , § 2). 5. Mostra-se coerente a exigência de que informações atualizadas referentes à localização de tais bens devam estar acessíveis à fiscalização. 6. A punição aplicada possui amparo legal, não se mostrando desarrazoada ou abusiva. 7. Agravo retido não conhecido. 8. Apelação conhecida e improvida.

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