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Direito Civil V 1ª semestre

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RESUMO DE DIREITO CIVIL V
DIREITO DE FAMILIA
Noções introdutórias:
→ Noções de direito de família: 
 	De modo geral, as pessoas provêm de um organismo familiar e a ele conservam-se vinculadas durante a sua existência, mesmo que venham a constituir nova família pelo casamento ou pela união estável. A família é uma instituição necessária, é um núcleo fundamental em que repousa toda a organização social e merece proteção do Estado. 
 	O vocábulo família abrange todas as pessoas ligadas por vinculo de sangue e que procedem um tronco ancestral comum, bem como as unidades pela afinidade e pela adoção. Identificam-se na sociedade conjugal estabelecida pelo casamento três ordens de vínculos: 
Conjugal (existente entre os cônjuges);
Parentesco (reúne os integrantes em torno de um tronco comum, descendendo uns dos outros ou não);
Afinidade (estabelecido entre um cônjuge e os parentes do outro).
→ Marcos históricos relevantes:
1867 – Código Civil de Portugal.
1916 – Código Civil brasileiro de Bevilaqua – Grandes inspirações barradas pelo Governo – incentivo as relações de igualdade perante mulheres e filhos. 
1940 – No fim dos anos 40 a jurisprudência passou a reconhecer o filho adulterino como filho de ambos. 
1950 – Antes da década de 1950 só era possível adotar uma criança se o adotante tivesse mais de 50 anos e não tivesse nenhum primogênito. 
1962 – Estatuto da Mulher Casada (Lei nº 4.121) – Primeiro instituto a ser criado para assegurar os bens reservados a mulher em caso de separação.
1977 – Lei do Divórcio (Lei nº 6.515) – Designou imensas mudanças, no entanto ainda só era possível se divorciar uma única vez. 
1988 - Constituição Federal Alterou completamente o quadro de igualdade, essencialmente em seus artigos 227, §6º e 226, §5º. 
1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069).
1992 – Lei de Investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento (Lei nº 8.560) .
2002 – Código Civil. 
→ Conceito do direito de família: 
 
Carlos Roberto Gonçalves: O direito de família constitui o ramo do direito civil que disciplina as relações entre pessoas unidas pelo matrimônio, pela união estável ou pelo parentesco, bem como os institutos complementares da tutela e curatela, visto que, embora tais institutos de caráter protetivo ou assistencial não advenham de relações familiares, têm, em razão de sua finalidade, nítida conexão com aquele. 
Maria Helena Diniz: Direito de família é um complexo de normas que regulam a celebração do casamento, sua validade e seus efeitos que dele resultam, as relações pessoais e econômicas da sociedade conjugal, a dissolução desta, a união estável, as relações entre pais e filhos, o vínculo do parentesco e os institutos complementares da tutela e curatela.
Débora Gozzo: Direito de família é a parte do direito civil que cuida das relações entre pessoas vinculadas por meio de um casamento, união estável, que por sua vez, originam filhos, bem como das relações patrimoniais e assistenciais. 
→ Conteúdo do direito de família:
Direito matrimonial: O Código Civil de 2002 destina o Livro IV da Parte Especial ao direito de família. Trata, em primeiro lugar das regras sobre o casamento, sua celebração, validade e causas de dissolução, bem como da proteção da pessoa dos filhos. O matrimonio é o centro, o foco de onde irradiam as normas básicas do direito de família, sendo estudados em todos os seus aspectos.
Direito convivencial (União estável): Como inovação e consequência de seu reconhecimento como entidade familiar pela Constituição Federal (art. 226, §3º). Em cinco artigos o novo diploma incorporou os princípios básicos das Leis nº 8.971/94 e 9.278/96, que agora têm caráter subsidiário. Trata, nesses dispositivos, dos aspectos pessoais e patrimoniais; Aplicam-se lhes os mesmos princípios e normas atinentes a alimentos entre cônjuges. 
Direito patrimonial: Pode o direito de família ter um conteúdo patrimonial, como nos alimentos, no usufruto dos bens dos filhos e ainda no tocante ao regime de bens entre cônjuges ou conviventes e à administração dos bens dos incapazes. 
Direito de filiação: O Código Civil de 2002 dispõe sobre as relações de parentesco, enfatizando a igualdade plena entre os filhos consolidada pela Constituição Federal de 1988. O instituto da filiação sofreu profunda modificação com a nova ordem constitucional, que equiparou, de forma absoluta, em todos os direitos e qualificações, os filhos havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, proibindo qualquer designação discriminatória (CF, art. 227, §6º). 
Direito assistencial (tutela e curatela): No Título IV, o Código de 2002 normatiza os institutos protetivos. Os institutos de proteção ou assistência desdobram-se em tutela dos menores que se sujeita à autoridade de pessoas que não são os seus genitores, e curatela, que, embora não se relacione com o instituto da filiação, é regulada no direito de família pela semelhança com o sistema assistencial dos menores. 
 → Princípios do direito de família:
Principio da “Ratio” do matrimonio/entidades familiares: Pelo princípio da ratio do matrimônio, o fundamento básico do casamento e da vida conjugal é a afeição entre os cônjuges e a necessidade de que perdure completa comunhão de vida.
Principio da igualdade dos cônjuges e dos companheiros: Prevê o artigo 226, §5º da CF que os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. A regulamentação instituída no dispositivo acaba com o poder marital e com o sistema de encapsulamento da mulher, restrita a tarefas domésticas e à procriação. O antigo Código Civil proclamava que o marido era o chefe da sociedade conjugal, competindo-lhe a administração dos bens comuns e particulares da mulher, o direito de fixar o domicilio da família e o dever de provar à manutenção desta. Todos esses direitos são agora exercidos pelo casal, em sistema de cogestão, devendo as divergências ser solucionadas pelo juiz. 
Principio da igualdade jurídica de todos os filhos: Prevê o artigo 227, §6º da CF, que dispõe que os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. O dispositivo estabelece absoluta igualdade entre todos os filhos, não admitindo mais a retrógrada distinção entre filiação legitima ou ilegítima, segundo os pais fossem casados ou não, e adotiva, que existia no Código Civil de 1916. Hoje, todos são apenas filhos, uns havidos fora do casamento, outros em sua constância, mas com iguais direitos e qualificações. O principio em estudo não admite distinção entre filhos legítimos, naturais e adotivos, quanto ao nome, poder familiar, alimentos e sucessão, permite o reconhecimento, a qualquer tempo, de filhos havidos fora do casamento e veda designações discriminatórias relativas a filiação. 
Principio do pluralismo Familiar: Desde a promulgação da atual Constituição Federal muito se mudou em termos de estrutura familiar. Antes da Constituição de 1988 somente o casamento era merecedor de reconhecimento e proteção. A partir de uma nova ordem constitucional e com o reconhecimento da dignidade da pessoa humana como base do Estado, surgiu uma nova forma de encarar o direito, uma forma mais humanizada que coloca a pessoa no centro das discussões e a sua proteção acima do patrimônio. Neste sentido, abriu-se espaço para o surgimento de outras formas de famílias. Estas famílias ganhavam forma diversa daquela anterior, ou seja, houve um rompimento na estrutura patriarcal para o surgimento da responsabilidade de ambos os cônjuges. Com a evolução da própria sociedade, o direito, em especial o Direito de Família, busca a sua adaptação aos novos modelos familiares, buscando a adequação legal daquilo que na sociedade já existe. Assim, o conceito de casamento deixou de ser somente a figura de um contrato passando a dar lugar a afetividade.
Principio da solidariedade: A solidariedade social é reconhecidacomo objetivo fundamental da República Federativa do Brasil pelo art. 3º, inc. I, da Constituição Federal de 1988, no sentido de buscar a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. Por razões óbvias, esse princípio acaba repercutindo nas relações familiares, já que a solidariedade deve existir nesses relacionamentos pessoais. Isso justifica, entre outros, o pagamento dos alimentos no caso de sua necessidade, nos termos do art. 1.694 do atual Código Civil. Mas vale lembrar que a solidariedade não é só patrimonial, é afetiva e psicológica. Assim, ao gerar deveres recíprocos entre os integrantes do grupo familiar, safa-se o Estado do encargo de prover toda a gama de direitos que são assegurados constitucionalmente ao cidadão. Basta atentar que, em se tratando de crianças e adolescentes, é atribuído primeiro à família, depois à sociedade e finalmente ao Estado o dever de garantir com absoluta prioridade os direitos inerentes aos cidadãos em formação. Por fim, o princípio da solidariedade familiar também implica respeito e consideração mútuos em relação aos membros da família.
Principio do melhor interesse do menor: Prevê o art. 227, caput, da Constituição Federal de 1988 que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Essa proteção é regulamentada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90), que considera criança a pessoa com idade entre zero e doze anos incompletos, e adolescente aquele que tem entre 12 e 18 anos de idade.
Principio do respeito à dignidade humana: A milenar proteção da família como instituição, unidade de produção e reprodução dos valores culturais, éticos, religiosos e econômicos, dá lugar à tutela essencialmente funcionalizada á dignidade de seus membros, em particular no que concerne ao desenvolvimento da personalidade dos filhos. Ocorreram inúmeras mudanças decorrentes da contemporaneidade e essas mudanças trouxeram novos ideais, provocaram um declínio do patriarcalismo e lançaram as bases de sustentação e compreensão dos Direitos Humanos, a partir da noção da dignidade da pessoa humana, hoje insculpida em quase todas as constituições democráticas. Em suma, esse principio é a base da comunidade familiar, garantido o pleno desenvolvimento e a realização de todos os seus membros. Em reforço, o art. 3º do próprio ECA prevê que a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e as facilidades, a fim de facultar-lhes o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Na ótica civil, essa proteção integral pode ser percebida pelo princípio do melhor interesse da criança, ou best interest of the child, que trata da proteção dos interesses das crianças. Como se pode perceber, no caso de dissolução da sociedade conjugal, a culpa não mais influencia quanto à guarda de filhos, devendo ser aplicado o princípio que busca a proteção integral ou o melhor interesse do menor, conforme o resguardo do manto constitucional.
Principio da efetividade / da comunhão plena de vida baseada na afeição: Prevê o artigo 1.511 do Código Civil uma comunhão plena de vida baseada na afeição entre os cônjuges ou conviventes, demonstrando a relação no sentido espiritual do casamento e com o companheirismo que nele deve existir. Altera-se o conceito de unidade familiar, antes delineado como aglutinação formal de pais e filhos legítimos baseada no casamento, para um conceito flexível e instrumental, que tem em mira o liame substancial de pelo menos um dos genitores com seus filhos, tendo por origem não apenas o casamento (família mosaica). 
→ Acepções do termo família:
 	A legislação pátria não apresenta um conceito definido da família, mas sim vários, no entanto, para efeitos didáticos existem três acepções do vocábulo família elencados por Maria Helena Diniz, que são importantíssimos, quais sejam: 
Sentido amplíssimo: Família no sentido amplíssimo seria aquela em que indivíduos estão ligados pelo vínculo da consanguinidade ou da afinidade, abrangendo os pais, a prole, os irmãos, tios, sobrinhos, tios-avôs, empregados domésticos, entre outros. 
Sentido lato: A acepção lato sensu do vocábulo refere-se aquela formada além dos cônjuges ou companheiros, e de seus filhos, abrange os parentes da linha reta ou colateral até 4º grau, bem como os afins (os parentes do outro cônjuge ou companheiro). 
Acepção restrita: O sentido restrito restringe a família à comunidade formada pelos pais (matrimônio ou união estável) e a da filiação. O Código Civil de 2002 baseia-se nessa acepção. 
→ Definição de família (Maria Helena Diniz):
 	É um grupo fechado de pessoas, composto por pais e filhos, e para efeitos limitados de outros parentes, unidos pela convivência e afeto numa mesma economia e sob a mesma direção. 
→ Espécies de família:
Família matrimonial: 
 	A família matrimonial decorre do casamento como ato formal, litúrgico. Surgiu no Concílio de Trento em 1563, através da Contrarreforma da Igreja. Até 1988, era o único vínculo familiar reconhecido no país. 
Concubinato: 
 	O Código Civil denomina de concubinato as relações não-eventuais existentes entre homem e mulher impedidos de casar. Vale lembrar que o Código Civil repudia o concubinato.
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato. 
Art. 1.521. Não podem casar: 
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; 
II - os afins em linha reta; 
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; 
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Não matrimonial / extra matrimonial: 
 	É aquela fundada na União Estável. União Estável é a relação entre homem e mulher que não tenham impedimento para o casamento. A grande característica é a informalidade e, em regra, ser não-registrada, embora possa obter registro.
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. 
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável
Família unipessoal: 
 	Família unipessoal é a composta por apenas uma pessoa, e inclusive, recentemente, o STJ lhe conferiu à proteção do bem de família através da Súmula 364.
Súmula 364: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. (03/11/2008)
Família Monoparental: 
 	Família Monoparental é a relação protegida pelo vínculo de parentesco de ascendência e descendência. É a família constituída por um dos pais e seus descendentes. Possui albergue constitucional, artigo 226, §4º da CF. 
Artigo 226, § 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
 	Em suma, é a relação existente entre um dos pais e sua descendência. Tal família vem disciplinada no artigo 69, §1º, do Projeto do Estatuto das Famílias.
Artigo 69, §1º. Família monoparental é a entidadeformada por um ascendente e seus descendentes, qualquer que seja a natureza da filiação ou do parentesco.
Família Anaparental:
 	Família Anaparental é a relação que possui vínculo de parentesco, mas não possui vínculo de ascendência e descendência. É a hipótese de dois irmãos que vivam juntos. Tal família vem disciplinada no artigo 69, caput, do Projeto do Estatuto das Famílias.
Art. 69. As famílias parentais se constituem entre pessoas com relação de parentesco entre si e decorrem da comunhão de vida instituída com a finalidade de convivência familiar.
 	Como exemplo de família anaparental, podemos destacar: 
a) dois irmãos que residam juntos; 
b) João e Maria, irmãos, residindo com seu primo Francisco; 
c) tio Donald e seus sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luizinho, como é o clássico exemplo da Disney.
Família Avoenga:
 	Família Avoenga é a relação que possui vínculo entre avós e netos. 
Família Eudemonista:
 	Família eudemonista é aquela decorrente do afeto, que tem por fim a felicidade do homem. 
Família Homoafetiva:
 	Família Homoafetiva é aquela decorrente da união de pessoas do mesmo sexo, as quais se unem para a constituição de um vínculo familiar. O Projeto do Estatuto das Famílias a define no artigo 68. 
Art. 68. É reconhecida como entidade familiar a união entre duas pessoas de mesmo sexo, que mantenham convivência pública, contínua, duradoura, com objetivo de constituição de família, aplicando-se, no que couber, as regras concernentes à união estável.
 	A União Homoafetiva restou expressamente reconhecida na Lei Maria da Penha (Lei Federal nº 11.340/2006 – Lei da Violência Doméstica), em seu artigo 5º:
Artigo 5º: Para efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: 
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
Família reconstituída/mosaico:
 	A família reconstituída é a estrutura familiar originada do casamento ou da união estável de um casal, na qual um ou ambos de seus membros tem pelo menos um filho de um vínculo anterior. Seria uma família na qual ao menos um dos adultos é um padrasto ou uma madrasta.
Família Simultânea: 
 	A família simultânea ou paralela é aquela que afronta a monogamia, realizada por aquele que possui vínculo matrimonial ou de união estável, ou seja, um dos integrantes participa como cônjuge de mais de uma família. Essa espécie de família não possui proteção legal. 
Família Adotiva: 
 	A família adotiva é aquela onde atribui-se o lugar de filho a uma criança/adolescente que não descende da mesma história que o casal, é a possibilidade de integrar à dinâmica familiar uma pessoa que é proveniente de uma outra história de vida.
Família Poliafetiva: 
 	A família poliafetiva constrói uma relação afetiva entre mais de duas pessoas. Não se trata bigamia, não são amantes e, inclusive, a relação entre os poliafetivos deve ser exclusiva, como se todos fossem casados entre si.
CONSEQUÊNCIAS JURIDICAS DOS ESPONSAIS – PROMESSA DE CASAMENTO
→ Contexto histórico:
 	Por força da Lei de 6 de outubro de 1784, o casamento, no Brasil, podia ser precedido de esponsais. Tratava-se de uma promessa formal de casamento, estabelecida entre um homem e uma mulher de se casarem em determinado prazo. O contrato esponsalício era feito por escritura pública, assinada pelos contraentes, por seus pais, e na falta destes, pelos tutores ou curadores, e por duas testemunhas ao menos. A obrigação resultante dos esponsais autorizava a cada um dos contraentes a exigir o cumprimento da promessa feita ou a peir a reparação devida pela quebra injustificada da promessa. 
 	Tendo em vista que o casamento é assentado na vontade livre dos contraentes, podendo o arrependimento se dar até a sua celebração, imperioso reconhecer que nos dias atuais o ordenamento jurídico não mais admite a promessa formal de casamento, ou seja, os antigos esponsais. O estabelecimento de uma sanção pela quebra da promessa de casamento impediria ou dificultaria o exercício do direito de qualquer pessoa em reconsiderar a escolha do futuro cônjuge até a data da celebração do casamento.
 	O Decreto nº 181, de 24 de janeiro de 1890 não contemplou a figura dos esponsais. O Código Civil de 1916, bem como o Código Civil de 2002 também nada dispuseram expressamente a respeito dos esponsais. Entretanto, discute-se a possibilidade de reparação por danos materiais e morais causados pelo rompimento de noivado, desde que preenchidos os pressupostos da responsabilidade civil: ato ilícito (art. 186 e 187 do CC), dano e nexo causal.
 	Além disso, a lei infraconstitucional trata do tema no art. 546 ao estabelecer que: 
Obs.: Como a doação tem o fim de beneficiar os nubentes, independe de aceitação destes, exceto se o casamento for desfeito (tem que ser escrito). 
→ Situação atual:
	Ninguém é obrigado a firmar o compromisso de casar. Porém, é importante que se tenha consciência desta responsabilidade, afinal existem expectativas e investimentos. Portanto, dependendo das circunstâncias, a ruptura injustificada do noivado, em havendo danos materiais e/ou morais será passível de responsabilidade civil.
 	Por tais razões, a promessa de casamento, a priori, não tem objetivos patrimoniais; Ela advém de um sentimento, uma vontade recíproca de conviver com a outra pessoa. Por isso, o entendimento doutrinário majoritário direciona no sentido de que não há o que se falar em direito obrigacional, ou seja, qualquer conflito referente ao tema deve ser solucionado no direito de família, já que o noivado nada mais é do que uma promessa de casamento.
 	A regra geral é que não cabe indenização com a ruptura do noivado. Entretanto, no caso concreto, o exercício deste direito (romper) pode ser considerado abusivo, pois ocasiona a quebra da boa-fé objetiva.
OBS.: a ruptura do namoro não gera responsabilidade civil (TJ/RS, Apelação Cível 78220634). Os namoros, mesmo prolongados e privando as partes de vida íntima, são fatos da vida, não recepcionados pela lei civil. Somente as relações jurídicas que surgem pelo casamento ou pela de união estável, asseguram direitos pessoais e patrimoniais.
→ O namoro:
 	É plausível destacar que o namoro não possui as mesmas bases sólidas que os esponsais (noivado). A explicação é simples: em princípio, os casais namoram a fim de se conhecer, aperfeiçoar a personalidade e buscar semelhanças com o outro; posteriormente, com a confirmação do parceiro ideal, firmam compromisso de manter-se em união fixa com o pedido de noivado. Portanto, a fase ‘experimental’ já foi ultrapassada e busca-se a união fixa perante toda a sociedade, é um período em que o casal se organiza para expor a união (festa de casamento, buffet, igreja, etc.).
 	Cotidianamente nos deparamos com casais que terminam o relacionamento de modo fútil, através de mensagens de celular, por sites de relacionamentos ou mesmo largando a companheira e assumindo outro compromisso publicamente. Casos como estes poderiam acarretar indenizações, entretanto, por vezes, pode ser considerado como aborrecimento cotidiano, de modo que qualquer pessoa está sujeito a passar.
 	No caso de relacionamento amoroso (namoro) sem pedido explícito de noivado somente ocorrerá indenização se houver exposição de um dos namorados em situação vexaminosa, desde que comprovado o dano moral sofrido (consultas psicológicas, humilhação, etc.). Nesse caso, o dano será enquadrado como indenização na esfera cível e não no âmbito familiar.
→ Configuração do dano:
 	Não é apenas o fato de termino do noivado que ensejará a reparação civil. A responsabilidade civil surgirá se presentes alguns pressupostos, como a conduta ilícita, o dano e o nexo causal:
Por conduta ilícita podemos entender como um ato praticado por um ser humano, desde queseja voluntário, licito ou ilícito, comissivo ou omissivo e que causem um prejuízo moral ou patrimonial a outrem. O nosso código civil vigente por sua vez, em seu Título III reservado aos atos ilícitos, traz nos artigos 186 e 187 o conceito de ato ilícito.
O dano por sua vez, para ser caracterizado na responsabilidade civil é necessário que haja uma violação a um bem jurídico ou a um direito e sem ele ou sua devida comprovação, não há o que se falar em reponsabilidade. Assim o dano, caso seja comprovado, poderá ser moral, que são aqueles que de certa forma acarretaram dano à esfera extrapatrimonial do indivíduo, principalmente no que diz direito a sua personalidade, imagem, privacidade etc; como também poderá material, que são aqueles que atingem a esfera patrimonial da vítima, ou seja, de caráter econômico.
O nexo de causalidade, que é a ligação entre a conduta do agente e o evento danoso causado, ensejando assim a reparação dos danos sofridos.
 	Segundo a doutrinadora Maria Helena Diniz, para haver o reconhecimento de responsabilidade são necessárias quatro exigências:
Que a promessa de casamento tenha sido feita, livremente, pelos noivos e não por seus pais.
Que tenha havido recusa de cumprir a promessa esponsalícia por parte do noivo arrependido e não dos seus genitores, desde que esta tenha chegado ao conhecimento da outra parte.
Que haja ausência de motivo justo, dando ensejo à indenização do dano, uma vez que, neste caso, não há responsabilidade alguma se não houver culpa grave (erro essencial, sevícia, injúria grave, infidelidade); leve (prodigalidade, condenação por crime desonroso, aversão ao trabalho, falta de honestidade etc.); levíssima (mudança de religião, grave enfermidade, constatação de impedimentos ignorados pelos noivos, etc.
Que exista dano, pois comumente o desfazimento do noivado traz repercussões psicológicas, pecuniária e morais.
 	Deste modo ficando caracterizado e comprovado a existência da responsabilidade, o agente passivo poderá pleitear ação de reparação por danos morais e/ou materiais, e dependendo do dano sofrido o juiz analisará as causas que ocasionaram o dano, se houve concorrência ou exclusividade no evento danoso.
→ Danos materiais:
 	Em relação aos danos patrimoniais resultantes do rompimento de noivado e passíveis de indenização, exemplos não faltam: despesas já realizadas com a festa de casamento (decoração e alimentação, por exemplo), enxoval já comprado, imóvel alugado para servir de residência para a nova família etc. Nesses casos, o rompimento do noivado também poderá gerar o dever de indenizar em face da diminuição patrimonial que não será de difícil caracterização. 
 	O prazo para interpor ação adequada é de 3 anos, a contar da ruptura do noivado (provas testemunhais e documentais), requerendo indenização pelos danos materiais decorrentes do término. O intuito é justamente retornar a situação “a quo” em relação aos bens despendidos em virtude da promessa de casamento. 
→ Dano moral:
 	A reparação por dano moral no rompimento de noivado não é questão pacífica nos tribunais e, muito menos, quando admitida, de fácil verificação. É que um dos elementos essenciais do casamento é a liberdade de se casar ou não. Tal escolha é parte integrante do livre desenvolvimento da personalidade. Por isso, trata-se de um direito o rompimento do noivado e, via de regra, quem exerce um direito não pratica ato ilícito.
 	De fato, o noivado não tem sentido de obrigatoriedade. Pode ser rompido de modo unilateral até o momento da celebração do casamento. Entretanto, defende-se que a ruptura, em algumas situações excepcionais, desde que caracterizado o ato ilícito, o dano e o nexo causal, poderá gerar a responsabilidade civil não só pelo dano patrimonial, mas, também, pelo dano moral.
 	Assim, quando o direito subjetivo de se colocar fim ao noivado for exercido de maneira abusiva, pela prática de um ato ilícito é que deverá ser reparado o dano moral causado. Por exemplo, seria a hipótese do noivo que deixa para terminar o relacionamento na hora da celebração do casamento, abandonando a noiva no altar, na presença de todos os convidados. Diante dessa situação será possível caracterizar o abuso de direito, pois o rompimento de noivado é um direito, entretanto, é obrigação fazê-lo de forma discreta, sem ofensa, nem injúria, e com o mínimo de piedade. O abalo psíquico nunca será ressarcido por dinheiro, o constrangimento perante a família, os amigos, são marcos inesquecíveis na vida de um nubente desprezado. 
 	Em tese, como o dano moral atinge diretamente os direitos de personalidade, e como não há como tornar indene o estado anterior, há reparação pela lesão emocional causada é imprescritível, no entanto, quanto mais tempo o individuo demorar para interpor a ação, menor será a demonstração do dano ocorrido e consequentemente, menor possibilidade de retorno, salvo em situações excepcionais onde a pessoa adoeceu em decorrência do término do noivado. 
DO CASAMENTO
→ Definições de casamento:
Lafayette Rodrigues Pereira: O casamento é um ato solene pelo qual duas pessoas de sexo diferente se unem para sempre, sob promessa reciproca de fidelidade no amor e da mais estreita comunhão de vida. 
Clóvis Beviláqua: O casamento é um contrato bilateral e solene, pelo qual um homem e uma mulher se unem indissoluvelmente, legalizando por ele suas relações sexuais, estabelecendo a mais estreita comunhão de vida e de interesses, e comprometendo-se a criar e a educar a prole, que de ambos nascer. – A definição de Beliváqua tem a virtude de aderir à concepção contratualista e de enfatizar a tradicional e estreita comunhão de vida e de interesse, realçando o mais importante dos deveres, que é o relacionado à prole. 
Obs.: A referência à prole não é essencial. Embora os cônjuges normalmente objetivem ter filhos, tal não ocorre, por exemplo, no casamento in articulo mortis, que pode dissolver-se logo depois de celebrado. A falta de filhos não afeta o casamento, pois podem casar-se pessoas que, pela idade avançada ou por questões de saúde, não têm condições de procriar. E nunca se pensou em anular todos os casamentos de que não advenha prole. 
José Lamartine Corrêa de Oliveira e Carlos Roberto Gonçalves: Casamento é negocio jurídico de Direito de Família por meio do qual um homem e uma mulher se vinculam através de uma relação jurídica típica, que é a relação matrimonial. Esta é uma relação personalíssima e permanente, que traduz ampla e duradoura comunhão de vida. 
Importante: Todas as definições apresentam o casamento como união entre homem e mulher, ou seja, entre duas pessoas de sexo diferente. Tal requisito, todavia, foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça, que reconheceu expressamente a inexistência do óbice relativo à igualdade de sexos (uniões homoafetivas), nestes termos. Assim sendo, as famílias formadas por pessoas homoafetivas não são menos dignas de proteção do Estado se comparadas com aquelas apoiadas na tradição e formadas por casais heteroafetivos. O que se deve levar em consideração é como aquele arranjo familiar deve ser levado em conta e, evidentemente, o vinculo que mais segurança jurídica confere às famílias é o casamento civil. Assim, se é o casamento civil a forma pela qual o Estado melhor protege a família e se são múltiplos os arranjos familiares reconhecidos pela CF/1988, não será negada essa via a nenhuma família que por ele optar, independentemente de orientação sexual dos nubentes, uma vez que as famílias constituídas por pares homoafetivos possuem os mesmos núcleos axiológicos daquelas constituídas. 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento
→ Fins do casamento:
	São múltiplas as finalidades do casamento e variam conforme a visão filosófica, sociológica, jurídica ou religiosa como são encaradas. Segundo aconcepção canônica, o fim principal do matrimonio consiste na procuração e educação da prole; e o secundário, na mutua assistência e satisfação sexual. 
 	Em suma:
Instituição da família matrimonial;
Procriação e educação da prole;
Regulamentação da mantença de relações sexuais (débito do casamento);
Auxilio mútuo dos cônjuges (auxilio emocional e financeiro). 
→ Natureza jurídica:
Natureza Contratualista: Considera o casamento civil, indiscutivelmente, um contrato, cuja validade e eficácia decorreriam exclusivamente da vontade das partes. Segundo os seus adeptos, aplicavam-se aos casamentos as regras comuns a todos os contratos. Assim, o consentimento dos contraentes constituía o elemento essencial de sua celebração e, sendo contrato, certamente poderia dissolver-se por um distrato. A sua dissolução ficaria, destarte, apenas na dependência do mutuo consentimento. 
Natureza Institucionalista: Entende que o que prevalece no casamento é o caráter institucional. Para essa corrente o casamento é uma “instituição social”, no sentido de que reflete uma situação jurídica cujos parâmetros se acham preestabelecidos pelo legislador. Atribuir ao casamento o caráter de instituição significa afirmar que ele constitui um conjunto de regras impostas pelo Estado, que forma um todo ao qual as partes têm apenas a faculdade de aderir, pois, uma vez dada referida adesão, a vontade dos cônjuges torna-se impotente e os efeitos da instituição produzem-se automaticamente. O casamento constitui assim uma grande instituição social, que, de fato, nasce da vontade dos contraentes, mas que, da imutável autoridade da lei, recebe sua forma, suas normas e seus efeitos. A vontade individual é livre para fazer surgir a relação, mas não pode alterar a disciplina estatuída pela lei. 
Natureza Eclética ou mista: Considera o casamento ato complexo, ao mesmo tempo contrato e instituição. Trata-se de um contrato especial, um contrato de direito de família. É um contrato todo especial, que muito se distingue dos demais contratos meramente patrimoniais, porque, enquanto estes só giram em torno do interesse econômico, o casamento se prende a elevados interesses morais e pessoais e de tal forma que, uma vez ultimado o contrato, produz ele efeitos desde logo, que não mais podem desaparecer, subsistindo sempre e sempre como que para mais lhe realçar o valor. 
Obs.: Débora Gozzo adota a posição Institucionalista, porém em prova é necessário explicar todas, ou defender uma posição justificando os prós e contras dela. 
→ Características do casamento:
 	O casamento reveste-se de diversos caracteres, sendo alguns peculiares a determinados sistemas jurídicos. Podem ser destacadas os seguintes:
É ato eminentemente solene: O casamento e o testamento constituem os dois atos mais repletos de formalidade do direito civil, devido à sua reconhecida importância. Destinam-se elas a dar maior segurança aos referidos atos, para garantir a sua validade e enfatizar a sua seriedade. Destaca-se a formalidade de celebração, presidida pelo representante do Estado que, depois de ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declara efetuado o casamento mediante palavras sacramentais. As formalidades exigidas constituem elementos essenciais e estruturais do casamento, cuja inobservância torna o ato inexistente.
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: "De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados.".
As normas que o regulamentam são de ordem pública: Não podem ser derrogadas por convenções particulares. Com efeito, o casamento é constituído de um conjunto de normas imperativas, cujo objetivo consiste em dar à família uma organização social moral compatível com as aspirações do Estado e a natureza permanente do homem, definidas em princípios insculpidos na Constituição Federal. 
Estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges: Assim proclama o artigo 1.511 do Código Civil. Implica necessariamente união exclusiva, uma vez que o primeiro dever imposto a ambos os cônjuges no artigo 1.566 do mencionado diploma é o de fidelidade reciproca. A aludida comunhão está ligada ao principio da igualdade substancial, que pressupõe o respeito à diferença entre os cônjuges e a consequente preservação da dignidade das pessoas casadas.
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
§ 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
§ 2o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas.
Representa união permanente: Dividem-se nesse ponto os sistemas jurídicos. Predominam atualmente os que consagram a sua dissolubilidade. Poucos são, na realidade, os países que ainda não admitem o divórcio. No Brasil, foi ele introduzido pela Emenda Constitucional n.º 09 de 28 de junho de 1977, que deu nova redação ao § 1º do artigo 175 da CF/69, não só suprimindo o principio da indissolubilidade do vinculo matrimonial, como também estabelecendo os parâmetros da dissolução, que seria regulamentada por lei ordinária. O Código Civil de 2002 proclama que o divórcio é uma das causas que ensejam o término da sociedade conjugal, tendo o condão de dissolver o casamento válido. A Emenda Constitucional nº 66/2010 alterou a redação do §6º do artigo 226 da CF, retirando do texto a referencia à separação judicial e aos requisitos temporais para a obtenção do divórcio. 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
Liberdade de escolha do nubente: Trata-se de uma consequência natural do seu caráter pessoal. Cabe exclusivamente aos consortes manifestar a sua vontade, pessoalmente. A liberdade de casar-se corresponde a um direito da personalidade, pois que tutela interesse fundamental do homem. 
→ Princípios do Direito Matrimonial:
Livre união dos futuros cônjuges: pois o casamento advém do consentimento dos próprios nubentes que devem ser capazes para manifestá-lo;
Monogamia: Por entender que a entrega mútua só é possível no casamento monogâmico, que não permite a existência simultânea de dois ou mais vínculos matrimoniais contraídos pela mesma pessoa; decorre da mais tradicional postura ocidental, perpetrando a proibição de novas núpcias para quem já está casado.
Comunhão indivisa: Valorização do aspecto moral da união sexual de dois seres, que além disso, os nubentes comungam os mesmos ideais, renunciam os institutos egoísticos ou personalistas, em função de um bem maior, que é a família.
→ Espécies de parentesco familiar:
 	Parentesco é a relação que une duas ou mais pessoas por vínculos de sangue (descendência/ascendência) ou sociais (sobretudo pelo casamento ou adoção).
Parentesco natural: É o que se origina da consanguinidade.
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem.
Parentesco civil: É o decorrente da adoção, isto é, o vínculo legal que se estabelece à semelhança da filiação consanguínea, mas independente dos laços de sangue; é por força de uma ficção legal que se estabelece este parentesco. Em decorrência do art. 227, parágrafo 6º. da CF, no atual sistema codificado, o adotado tem os mesmos direitos do filho consanguíneo.
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem.
Obs.: O artigo 1.593 do Código Civil faz alusão a expressão“outra origem”. Depois de grande discussão doutrinária e jurisprudencial, entendeu-se que a aludida expressão diz respeito as relações decorrentes de reprodução humana → Chama-se de:
Vínculo sócio-afetivo: É a proposta inédita, não visualizada pelo C/C 1916 e que ganha legítimo reconhecimento na singela fórmula do art. 1593 quando se refere ao parentesco que resulta de outra origem. Não é denominada no CC, mas se vislumbra nos casos de fertilização assistida (Inseminações homólohas e heterólogas).
Obs.: Marido e mulher não são parentes. A relação entre estes é de vinculo conjugal que nasce com o casamento e dissolve-se pela morte, pelo divórcio ou pela anulação do matrimônio.
Parentesco por afinidade: Inicialmente vale ressaltar que o casamento não cria nenhum parentesco entre o homem e a mulher. Marido e mulher são, simplesmente, afins. Embora haja simetria com a contagem dos graus no parentesco, a afinidade não decorre da natureza, nem do sangue, mas tão somente da lei.
A afinidade, assim como o parentesco por consanguinidade, comporta duas linhas: a reta e a colateral.
→ São afins em linha reta ascendente: sogro, sogra, padrasto e madrasta (no mesmo grau que pai e mãe). → São afins na linha reta descendente: genro, nora, enteado, enteada (no mesmo grau que filho e filha).
 	A afinidade na linha reta é sempre mantida (art. 1595, parágrafo 2º.); mas a afinidade colateral (ou cunhadio) extingue-se com o término do casamento. Em assim sendo, inexiste impedimento de o viúvo (ou divorciado) casar-se com a cunhada.
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
→ Modalidades de parentesco familiar:
 	A CF culminou por eliminar a distinção de origem, conforme segue:
Art. 227.
(...)
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
 	Posto isto, a definição de modalidades de parentesco somente tem fins teóricos, e não mais práticos, e são as seguintes:
 
Parentesco legítimo: Deriva do casamento.
Parentesco Ilegítimo: Deriva de União sem casamento.
 	Ambos estão sujeitos às mesmas regras e preceitos normativos, como por exemplo: A filha ilegítima não pode casar-se com seu pai.
Obs.: Parentesco espiritual que é aquele decorrente entre padrinho e madrinha e afilhados, que constituem impedimento matrimonial na esfera religiosa, para o direito, não possui relevância.
→ Graus de Parentesco: 
Linha reta:
 	Quando as pessoas estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. Refere-se a ascendentes e descendentes, pais, filhos, netos, bisnetos, avós e bisavós e etc.
 	A contagem de graus nestes caso é por casa subida ou descida, sendo que, é importante ressaltar que é considerada “ad infinitum”.
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
- Na linha reta ascendente a pessoa possui duas linhas de parentesco, linha paterna e materna.
- Na linha reta descendente surgem subgrupos denominados estirpes, que abrangem as pessoas provenientes de um mesmo descendente
 	Com relação a contagem de graus, preceitua o artigo 1.594 do Código Civil que se conta, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações:
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
Linha colateral / transversal / oblíqua:
 	Quando as pessoas provêm de um só tronco, sem descenderem uma da outra. Ou seja, se definem pela proximidade do ancestral comum.
→ Pode ser igual ou desigual, conforme seja igual ou não a distância das gerações:
- Os irmãos são colaterais na mesma distância, logo, são iguais. Tio e sobrinho possuem parentesco desigual, porque o tio dista do avo em um grau, enquanto o sobrinho dista dois graus desse mesmo ascendente.
Obs.: Salienta-se que não existe parentesco de 1º Grau em linha colateral
 	Nossa lei atual entende que existe parentesco colateral até o quarto grau, conforme artigo 1.592 CC, que segue:
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
 	Com relação a contagem de graus, preceitua o artigo 1.594 do C.C que se conta, pela linha colateral, pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente. 
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
Parentesco de 2° grau: Sempre serão irmãos.
Parentesco de 3° grau: Serão sobrinhos e tios 
Obs.: Importante para o direito sucessório, haja vista que, sobrinho prefere a tio na herança. 
Parentesco de 4° grau: Tio-avô; sobrinho-neto e primo (não há preferência em relação ao direito sucessório)
Observações:
- Assim, dois netos de filhos diferentes são parentes em segundo grau, provenientes de duas estipers diversas. Essa diferenciação tem relevância no direito hereditário.
- O parentesco entre irmão pode ser bilateral ou unilateral conforme provenham dos mesmo pais, ou tenham apenas o mesmo pai ou mesma mãe, sendo que está diferenciação também terá relevância para fins hereditários.
Linha por afinidade:
	Cada cônjuge ou companheiro está inserido na mesma posição na família de seu consorte e contam-se os graus da mesma forma. Trata-se, pois, de uma contagem derivada.
 	Desse modo, a afinidade ocorre tanto na linha reta, como na linha colateral.
Obs.: Pode decorrer do casamento ou da união estável com relação ao agente. 
 	Salienta-se que na linha reta a afinidade não se extingue, somente na linha colateral.
Considerações importantes: 
Separação judicial (Não existe mais) se não for convertida em divórcio, permanece o liame de casal entre os consortes.
Anulação ou nulidade de casamentos: Caso verifique putatividade, será mantida a afinidade legítima, se não for reconhecida, a afinidade se conceituará como ilegítima. 
Também se diferencia afinidade legítima e ilegítima aqui, se decorrente ou não do casamento, mas isto não possui relevância prática.
A afinidade não tem repercussão sucessória.
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
→ Efeitos do parentesco:
 	Configuram os impedimentos cíveis, agravantes na esfera penal, isenções na esfera tributária e restrições na esfera constitucional e administrativa para ocupar cargos públicos.
Exemplo.: Impedimentos cíveis para figurar como testemunha (art. 447):
Art. 447 - Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas.
§ 2o São impedidos:
I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito;
 	Ressalva-se como principal aspecto os efeitos familiares e sucessórios.
→ Os familiares são o impedimento para o casamento, prestar alimentos e servircomo tutor.
→ Os sucessórios são na definição do grau de parentesco e classes de herdeiros que podem concorrer à herança.
 EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA DO CASAMENTO
 	Para que o ato nupcial seja válido e eficaz, precisa preencher certas condições imprescindíveis a sua existência jurídica, a sua validade e a sua regularidade. 
→ EXISTÊNCIA DO CASAMENTO:
 	A teoria do negócio jurídico inexistente é, hoje, admitida em nosso direito, mesmo que o Código Civil de 2002 a ela não se refira, por tratar-se de mero fato, insuscetível de produzir efeitos jurídicos. Há apenas a aparência de um casamento, sendo implícita a necessidade da presença dos referidos elementos essenciais. 
 	Admite-se o reconhecimento da inexistência a qualquer tempo, não estando sujeito a prescrição ou decadência. Com efeito, ocorrendo algum dos casos de inexistência, pode o juiz pronunciá-la em qualquer momento e sem a necessidade de se propor ação ordinária anulatória. 
Obs.: Diversamente do pronunciamento de inexistência, a nulidade do casamento somente pode ser decretada em ação própria. 
 	Para que o casamento exista, é necessária a presença dos elementos denominados essenciais ou estruturais, quais sejam: 
Diferença de sexo (não há mais necessidade, a saber:)
 	Ainda que de forma indireta, a Constituição Federal, ao reconhecer a união estável entre homem e mulher como entidade familiar, e ao proclamar que os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher, só admite casamento entre pessoas que não tenham o mesmo sexo.
 	Todavia, a partir do reconhecimento, pelo STF da união homoafetiva como entidade familiar, a jurisprudência, especialmente a do STJ, tem afastado o requisito da diversidade de sexos, admitindo expressamente o casamento homoafetivo, alegando igualdade de sexos.
	 A ausência de diversidade de sexos não deve ser confundida com hipóteses de dubiedade de sexo (hermafrodita), de malformação dos órgãos genitais e de disfunção sexual, que em regra, somente induzem anulabilidade do casamento.
 	Questão mais complexa é a que diz respeito à transexualidade, especialmente quando o transexual se submete a tratamento cirúrgico e vem a ter alterados seus caracteres sexuais externos, retificando nome e sexo no registro civil. Existem posicionamentos favoráveis, contanto que no seu registro conste a palavra transexual, para evitar que este se habilite para o casamento induzindo em erro terceiros, pois em seu organismo não estão presentes todos os caracteres de um sistema reprodutor, no entanto, caso o nubente tenha total conhecimento dos fatos, é juridicamente irrelevante a operação de mudança de sexo em relação a ordem jurídica em seu conjunto. 
Consentimento:
 	A ausência total de consentimento, como ocorre nos casos de procuração outorgada sem poderes específicos e de completo silêncio ou mesmo de resposta negativa ante a indagação da autoridade celebrante, não se confunde com declaração defeituosa por vício de consentimento, como no caso de erro ou coação, em que o casamento existe, mas não é válido, e sim anulável. 
 	A coação absoluta insere-se na casuística da inexistência por falta de consentimento, uma vez que não ocorre nenhuma exteriorização de vontade que possa ser atribuída ao nubente. Não se faz necessário que haja omissão por parte de ambos os nubentes, basta que tenha faltado a declaração de vontade de um deles. 
Celebração na forma da lei:
 	A lei dos registros públicos regula as formalidades da celebração do casamento, referindo-se ao “presidente” do ato, que pode ser inclusive sacerdote ou ministro do culto, no caso de casamento religioso com efeitos civis. As autoridades competentes para exercer a presidência do ato solene são as indicadas nas leis de organização judiciária dos Estados, enquanto não forem criados os juizados de paz mencionados na Constituição Federal. 
 	O Código Civil de 2002 considera anulável o casamento celebrado por autoridade incompetente em razão do lugar da celebração ou em função do domicilio dos nubentes. A incompetência enseja a inexistência do casamento, salvo na hipótese de casamento celebrado por pessoa que, embora não possua a competência exigida na lei, exerce publicamente as funções de juiz de casamento, aplicando a teoria da aparência. 
Obs.: Para que se caracterize situação de aparência digna de tutela jurídica, exige-se que o celebrante seja publicamente reconhecido como tal e registre, em tal condição, o casamento celebrado, não bastando que se caracterize erro por parte dos nubentes. 
 	
 	Quem não tem, de modo absoluto, competência para a celebração do casamento, não tem autoridade alguma para presidir a solenidade nupcial e, nesse caso, o casamento é inexistente. 
 	Sendo assim, como o matrimonio repousa no mútuo consenso dos interessados, se houver a ausência total de consentimento ter-se-á ato inexistente. Exemplificamente: se um dos nubentes conservar-se indiferente à indagação do juiz.
 	Com muita propriedade, pontifica Caio Mário que não se trata de declaração de vontade defeituosa, eivada de erro ou coação, nem de pessoa incapaz de consentir, permanente ou eventualmente, mas sim de ausência absoluta de consenso.
 	Ademais, os artigos 1.535 e 1.536 do Código Civil regulam uma série de formalidades que precisam ser seguidas sobre pena de ser considerado o casamento inexistente:
Necessária a presença de:
- Contraentes, em pessoa ou por procurador especial;
- Testemunhas;
- Oficial do registro;
- Presidente do ato
Declaração de vontade:
- Ouvidos os nubentes, prolatem a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade.
Declaração do presidente do ato:
- Declarará efetuado o casamento, nestes termos: "De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."
 	
Lavratura do casamento no livro de registro:
- Do casamento, logo depois de celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de registro. 
No assento, assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, as testemunhas, e o oficial do registro, serão exarados:
- Os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges;
- Os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual dos pais;
- O prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casamento anterior;
- A data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento;
- a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro;
- O prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas;
- O regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente estabelecido.
→ Dessa forma, casamento em que se tem falta de celebração e de consentimento não é matrimônio, trata-se de um nada, por ser inexistente (não é casamento nulo, nem anulável, pois nem mesmo chega a ser um matrimônio). 
Obs.: Se o fato alegado depende de provas, como por exemplo, a ausência de consenso de um dos nubentes, necessário será o processo judicial.
→ INVALIDADE DO CASAMENTO:
 	As condições necessárias à validade do ato nupcial, cuja inobservância acarreta sua nulidade ou anulabilidade, referem-se à capacidade matrimonial dos nubentes, ao seu status familiar e à sua situação sob o prisma da moralidade pública. Classificam-se em dois grupos:
O das condições naturais de aptidão física e intelectual:
→ Condições de aptidão física:
I. Puberdade:
 	Ante a impossibilidade de ser determinada em cada caso, a norma jurídica estabelece um limite de idade, no qual se presume que todos se tornam púberes, aptos para procriar. Assim, proíbe o matrimonio das mulheres e dos homens menores de 16 anos, sob pena de ser anulado, se isso for requerido pelo próprio cônjuge menor ou por seus representantes legais, salvo se dessecasamento resultar gravidez. 
Obs.: Permite-se que se contraia matrimonio antes da idade legal em caso de gravidez para evitar a imposição de medidas previstas no ECA.
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.
Art. 1.552. A anulação do casamento dos menores de dezesseis anos será requerida:
I - pelo próprio cônjuge menor;
II - por seus representantes legais;
III - por seus ascendentes.
Obs.: Os responsáveis legais pelos relativamente incapazes (mudança no Código Civil) são os pais e os tutores. 
 	Em relação a capacidade pessoal para contrair matrimônio os nubentes podem acatar sua própria vontade, sem necessidade de autorização de um responsável legal. Os pais e tutores apenas atuam auxiliando os relativamente incapazes em assuntos que envolvem patrimônio. 
 	Se os pais ou o tutor negarem a autorização para que o relativamente incapaz se case, será preciso de um SUPRIMENTO DO CONSENTIMENTO, requerido diretamente pelo relativamente capaz. Nesse caso, ele tem legitimidade e capacidade para contratar um advogado ou procurar o Ministério Público para perseguir seus direitos, sendo inclusive possível apelar diante da negativa do magistrado em reconhecer o matrimônio. 
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
II. Potência: 
 	Embora a ordem jurídica não impeça a realização de casamento entre pessoas idosas ou à beira da morte, inaptas a praticar relações sexuais, entende-se que, normalmente, os nubentes devem ser capazes de efetivar a conjunção carnal, admitindo-se a anulação do casamento nos casos de impotência:
 	Existem 2 tipos de impotência:
→ impotentia coeundi: Potência para manutenção de relações sexuais. Admite-se a anulação do casamento nos casos de impotentia coeundi, desde que interesse ao cônjuge, que antes do casamento ignorava esse defeito físico irremediável. 
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pô.r em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência
→ impotentia generandi: A impotentia generandi não dá lugar à invalidade do casamento, pois a aptidão para procriar não está incluída entre as condições essenciais á validade do casamento. Dessa forma, não anula casamento, haja vista que o matrimônio pode subsistir sem filhos, mas é importante o conhecimento da impotência em decorrência da possibilidade de surgimento de filhos daquela relação, o que vislumbrará o caráter da paternidade ou não. 
III. A sanidade física: 
 	A existência de doença contagiosa ou transmissível, anterior ao matrimônio, constitui um erro essencial, desde que desconhecida pelo outro nubente, possibilitando a anulação do casamento. Prova-se tal moléstia pelo exame pré-nupcial, mas em nosso ordenamento jurídico não é ele exigido para a habilitação matrimonial, com exceção do casamento entre parentes colaterais do terceiro grau, caso em que deve ser feito perante dois médicos, nomeados pelo juiz, que testem a sanidade dos noivos, afirmando que a realização do ato nupcial não porá risco a saúde de nenhum deles e da prole. 
 	
→ Condições de aptidão intelectual:
I. Consentimento íntegro, isento de vícios: 
 	Anulam o matrimônio o erro e a coação:
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência
Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.
Art. 1.559. Somente o cônjuge que incidiu em erro, ou sofreu coação, pode demandar a anulação do casamento; mas a coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvadas as hipóteses dos incisos III e IV do art. 1.557.
Erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
 	O erro, como regra geral, consiste em uma falsa representação da realidade, mas para que anule o casamento, deve ser substancial, ou seja, deve ser causa determinante e desconhecida, pois se conhecida a realidade, o casamento não seria celebrado (é aquele de tal importância que, sem ele, o ato não se realizaria).
Obs.: O Código Civil de 2002, contrariamente ao que dispunha o diploma de 1916 (adultério precoce), não considera motivo para anulação do casamento o defloramento da mulher ignorado pelo marido, tendo em vista que a virgindade deixou de ser, na sociedade moderna, requisito da honorabilidade feminina. 
 	O artigo 1.556 do Código Civil permite a anulação do casamento por erro essencial quanto á pessoa do outro cônjuge. O legislador porém, não deixou ao juiz a decisão sobre quais os fatos que podem ser considerados erro essencial capaz de ensejar a anulação, mas sim os especificou taxativamente no artigo 1.557.
 
Obs.: O prazo para propositura da ação anulatória é de 3 anos. 
 	Somente o cônjuge que incidiu em erro pode demandar a anulação do casamento (legitimidade); mas a coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvada a hipótese de defeito físico irremediável ou no caso de moléstia grave transmissível desconhecidas anteriormente ao casamento. 	
 	 
- Erro sobre a identidade do outro cônjuge, sua honra e boa fama:
 	O erro quanto à identidade do outro cônjuge pode ter por objeto a identidade física ou civil. 
 	No caso de identidade física, ocorre o casamento com pessoa diversa, por substituição ignorada pelo outro cônjuge. É a hipótese bastante rara de pessoa que, pretendendo casar-se com “B”, por erro casa-se com “C” – dificilmente ocorrerá na realidade da vida. 
 	No caso de identidade cível – bem mais comum – o erro se manifesta como causa de anulação do casamento quando alguém descobre, em seu consorte, após a boda algum atributo inesperado e inadmitido, alguma qualidade repulsiva, capaz de ante seus olhos, tranforma-lhe a personalidade, fazendo-lhe pessoa diferente daquela anteriormente querida. Nessa modalidade o juiz terá arbítrio para analisar se a espécie de engano (e casuisticamente pode ser qualquer um) sobre a qualidade do outro cônjuge é suficiente para caracterizar o erro referente a pessoa. 
Obs.: Identidade civil é o conjunto de atributos ou qualidades com que a pessoa se apresenta no meio social. Algumas pessoas são tidas como trabalhadoras, honestas, probas; outras, porém, como inidôneas, desqualificadas, etc.
 	Os tribunais têm concedido a anulação do casamento por fundado na identidade civil quando, por exemplo, o cônjuge varão contrai núpcias com a mulher em razão de suagravidez e vem a descobrir posteriormente que o filho pertence a terceiro, anulando-se o casamento independentemente de a esposa ter ou não agido dolosamente; ou quando o réu está envolvido com prática ilícitos penais e age de modo zombeteiro em relação à esposa, demonstrando desvio de comportamento; ou a mulher mantém relações sexuais anômalas, confessando a prática de lesbianismo; a mulher se recusa ao pagamento do débito conjugal. 
 	Ao mencionar também a honra e a boa fama, cogitou o Código as qualidades morais do individuo, sendo honrada a pessoa digna, que pauta a sua vida pelos ditames da moral; e boa fama é o conceito e a estima social de que a pessoa goza, por proceder corretamente. Pode-se dizer que o erro quanto ás qualidades essenciais do outro contraente abrange as qualidades físicas, jurídicas, morais ou de caráter. 
 	Dois são os requisitos para que a invocação do erro essencial possa ser admitida:
I. Que o defeito, ignorado por um dos cônjuges, preexista ao casamento;
II. Que a descoberta da circunstância, após o matrimônio, torne insuportável a vida em comum para o cônjuge enganado. 
 	Não se pode pretender anular o casamento arguindo circunstâncias ou fatos desabonadores da conduta de um cônjuge, ou seja, se o erro não prejudica a pessoa do outro cônjuge, não provocando repulsa nem colocando em risco a sua saúde ou de sua descendência, deixa de constituir causa de anulação. A apreciação far-se-á em cada caso, tendo em vista as condições subjetivas do cônjuge enganado e outras circunstâncias que evidenciem a insuportabilidade da vida em comum após a descoberta do defeito. 
Obs.: A jurisprudência não tem considerado erro essencial sobre a identidade civil o engano sobre desemprego ou ociosidade do marido, mormente se a esposa aceitou, por algum tempo, a indolência do esposo, nem sobre condições de fortuna ou profissão do outro cônjuge. 
 
- Ignorância de crime ultrajante:
 	Caracteriza-se o erro quando o crime, ignorado pelo outro cônjuge, tenha ocorrido antes do casamento e, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal. A lei pressupõe que o cônjuge não teria casado se soubesse da prática de ato socialmente reprovável pelo consorte. 
 	Justifica-se a anulação do casamento porque o ato praticado revela o mau caráter e a periculosidade do agente, causando constrangimento ao cônjuge no meio onde vive. 
 	Se o crime foi praticado quando o agente era menor de 18 anos e, portanto, penalmente inimputável, a anulação só pode ser pleiteada com fundamento no erro quanto à honra e boa fama. Se o réu é absolvido, já não poderá o cônjuge enganado invocar o erro, salvo se a sua conduta, apesar da absolvição, demonstrar defeitos assimiláveis às hipóteses de erro sobre a identidade civil, de modo que, o fundamento da anulação não será mais a conduta criminosa. 
 	É necessário que o crime tenha ocorrido antes do casamento, porém a sentença condenatória pode ter sido prolatada posteriormente. Não importa se o cônjuge cumpriu ou não a pena, que o crime tenha sido julgado prescrito, depois da condenação, ou mesmo que tenha havido perdão ou anistia. Exige-se apenas que o crime tenha sido perpetrado antes do casamento e que o outro cônjuge no momento de casar ignorasse o fato. 
- Ignorância de defeito físico irremediável ou de moléstia grave:
 	Defeito físico irremediável que não caracterize deficiência é o que impede a realização dos fins matrimoniais, e deve ser entendido como as anormalidades orgânicas, psíquicas ou funcionais que prejudiquem o desenvolvimento da relação conjugal. Em geral, apresenta-se como deformação dos órgãos genitais que obsta à prática do ato sexual, como por exemplo o sexo dúbio, o hermafroditismo, o infantilismo, o vaginismo, etc. 
Obs.: A impotência para o ato conjugal que tenha origem orgânica, psíquica, absoluta ou relativa pode ser considerada um defeito físico irremediável (diferentemente da esterilidade). A impotência que se manifesta em relação ao outro cônjuge, ainda que não persista em relação a outra pessoa, e seja irremediável, perpetua e insanável anula o casamento.
 	O casamento pode ser anulado mesmo que o defeito físico não impeça a relação sexual, mas imponha sacrifícios a sua realização ou repulsa a uma das partes, e ainda que o defeito não se localize nos órgãos genitais, desde que atue como freio inibidor da libido, como é o caso de cicatrizes e ulcerações repugnantes, falta de seios, etc. 
 	A irremediabilidade é caracterizada pela impossibilidade de tratamento médico ou cirúrgico e pela ineficácia do tratamento ministrado por longo tempo, bem como pela recusa ao tratamento adequado. Admitem-se todos os meios de prova do defeito físico irremediável, inclusive a testemunhal, sendo, porém, mais indicada a pericial. 
 	Moléstia grave, para caracterizar defeito, deve ser transmissível por contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência, e anterior ao casamento. Tem a jurisprudência decretado a anulação do casamento em casos de tuberculosa, lepra, sífilis, aids, etc. Não exige a lei que a enfermidade seja incurável, mas tão somente que seja grave, capaz de contagiar o consorte ou a sua prole, expondo-os a perigo. 
Vício de vontade determinado pela coação:
 	Coação é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. Trata-se do temor que inspira na vítima, constituindo o vício do consentimento. 
 	Dessa forma, é anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares (coação moral ou relativa). Nessa situação, a vítima deve escolher entre praticar o ato exigido pelo coator ou correr o risco de sofrer as consequências da ameaça por ele feita.
 	Na hipótese de casamento contraído por pessoa coacta, a ação só pode ser promovida pelo próprio coato, no prazo de 4 anos a contar da celebração do casamento. 
 
Obs.: A prova da coabitação pode ser utilizada pelo coator para evitar a anulação do casamento, contudo, além de tal prova ser muito subjetiva, a própria coabitação pode ter sido obtida mediante coação. Dessa forma, somente a coabitação voluntária, devidamente comprovada, mostra-se apta a validar o ato. 
 	A coação, que torna anulável o casamento, segue o mesmo regime da disciplina geral dos defeitos do negócio jurídico, tal como prevista na Parte Geral do Código Civil:
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.
 	O emprego do vocábulo “simples”, no dispositivo legal, evidencia que o temor reverencial não vicia o consentimento quando desacompanhado de ameaças ou violências. Assim, no casamento, consideram-se coação, e não simples temor reverencial, as graves ameaças de castigo à filha, para obriga-la a se casar. Dessa forma, o simples temor não se equipara a coação, mas, se for acompanhado de ameaças ou violências, transforma-se em vício da vontade. 
Condições de ordem social e moral:
→ Condições de ordem social:
I. Repressão à bigamia: 
 	Nulo será o matrimônio de pessoa casada, pois do principio da monogamia decorre a proibição de segundo casamento, enquanto o primeiro não se dissolver; logo, é condição necessária à validade do casamento que os nubentes sejam solteiros, viúvos ou divorciados. 
Art. 1.521. Não podem casar:
VI - as pessoas casadas;
II. Prazo de viuvez:
Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começoda viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III. Idade militar.
IV. Casamento de funcionários diplomáticos e consulares brasileiros
V. Tutela e curatela enquanto não cessadas e não saldadas as contas:
Art. 1.523. Não devem casar
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
→ Condições de ordem moral:
I. Proibição do casamento em virtude de parentesco:
 	A proibição do casamento em virtude de parentesco ou de afinidade tem-se em vista razão de ordem fisiológica, já que matrimônio entre parentes próximos é desfavorável à melhoria da raça, e de ordem moral, já que produz graves inconvenientes o casamento entre pessoas que vivem constantemente juntas. Eivado de nulidade está o matrimônio contraído por parentes de linha reta ou colateral até determinado grau e por pessoas vinculadas pela adoção. 
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
II. Proibição do matrimonio por homicídio ou tentativa de homicídio: 
 	Nulo é o casamento do cônjuge com o condenado como delinquente no homicídio, ou tentativa de homicídio, contra o consorte. 
Art. 1.521. Não podem casar:
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
III. Consentimento dos ascendentes ou representantes legais: 
 	Por tratar-se o casamento de um ato essencialmente pessoal o menor não será representado por seus pais ou tutores, mas estar autorizado a contrai-lo, embora o artigo 1.519 do Código Civil admita o suprimento pelo juiz da denegação injusta do consentimento. 
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
Falta de autorização do representante legal:
 	No caso de falta de autorização dos pais ou representantes legais, a ação anulatória só pode ser proposta, em 180 dia, por iniciativa do próprio incapaz, ao deixar de sê-lo – desde que, o ato não tenha sido assistido ou consentido pelos representantes legais.
Art. 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários.
§ 1o O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapacidade, no primeiro caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz.
§ 2o Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação.
 	Se a pessoa que tinha o direito de consentir tiver assistido ao casamento, não poderá requerer a anulação, porquanto a sua presença tem o valor de um consentimento tácito. 
 	Se o incapaz falecer, poderão seus herdeiros ajuizar a ação anulatória nos 180 dias que se seguirem à sua morte, se esta ocorrer durante a incapacidade. Se o falecimento ocorrer depois de iniciada a ação, poderão seus herdeiros nela prosseguir. 
Obs.: Se o nubente tornar-se capaz e não ingressar com a ação antes de sua morte, não terão direito à ação os antigos representantes, pois presume-se que não era a intenção do falecido. Porém, se o nubente falecer depois de completada a maioridade, mas antes de decorrido o prazo de 180 dias, os herdeiros poderão ajuizá-la, no pressuposto de que o próprio cônjuge o faria, se sobrevivesse. 
Incapacidade de manifestação do consentimento:
 	A incapacidade de consentir, que torna anulável o casamento, abrange a hipótese menciona no inciso III do artigo 4° do Código Civil (nova redação):
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos.
 	
 Obs.: A expressão genérica não abrange as pessoas portadoras de doença ou deficiência mental permanentes, referidas no revogado inciso II do artigo 3
° do CC, mas as que não puderem exprimir totalmente sua vontade por causa transitória ou permanente, em virtude de alguma patologia, como por exemplo, excessiva pressão arterial, paralisia, embriaguez não habitual, hipnose, etc. 
 	É anulável o ato jurídico exercido pela pessoa de condição psíquica normal, mas que se encontrava completamente embriagada no momento em que o praticou e que, em virtude dessa situação transitória, não se encontrava em perfeitas condições de exprimir a sua vontade. O prazo para intentar a ação de anulação do casamento, a contar da celebração, é de 180 dias. 
→ PROCEDIMENTO DO CASAMENTO	
Certidão de habilitação/
Oficial marcará o dia/hora/local e tentará seguir a vontade dos nubentes, acatando se possível o dia que estes optarem por fazer. Em geral, a cerimônia civil é feita no próprio cartório.
As portas do cartório precisam estar abertas, porque os impedimentos podem ser opostos até a celebração (diferentes das causas suspensivas, que podem ser opostas até o edital). 
Pode ser celebrado em qualquer horário, contanto que plausível.
Presença de duas testemunhas para os noivos.
Caso uma das testemunhas seja analfabeta, ou se por eventual ocasião não puderem escrever, por exemplo por estar com os braços quebrados, deve-se ter a presença de quatro testemunhas. 
A autoridade precisa obrigatoriamente dizer o seguinte texto: "De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados." (artigo 1.535 CC).
Obs.: Se o nubente disser que não é de livre espontânea vontade o casamento, ocorrerá a suspensão por 24 horas do casamento. – Se a autoridade celebrante falecer ou desmaiar antes de declarar o previsto do artigo 1.535 do Código Civil, poderá uma autoridade celebrante substituta terminar o casamento no mesmo instante. 
 	O juiz não pode dispensar, mesmo fundamentalmente, a publicação do edital de proclamas do casamento. Trata-se de uma convocação para que qualquer do povo aponte o fato idôneo, de que tiver ciência, a impedir o projetado matrimonio. Tanto os impedimentos matrimoniais como as causas suspensivas deverão ser opostos em declaração escrita e assinada pelo opoente, acompanhada de prova ou com a indicação do local onde se possa comprovar a alegação feita.
 	Os editais devem ser publicados na comarca onde residirem os pretendentes. Se os nubentes residirem em diversas circunscrições do Registro Civil, em uma e em outra se publicarão editais. Essa publicação é feita no Diário Oficial do Estado e, facultativamente, num jornal de grande circulação.
 	Todavia, se se comprovar a urgência (grave enfermidade, apto iminente, viagem inadiável etc.) para a celebração do casamento, o juiz de direito da comarca onde tramita a habilitação poderá, após ouvir o Ministério Público, desde que se apresentem os documentos exigidos pelo art. 1525 do Código Civil, dispensar a publicação do edital. Com isso, agilizar-se-á a celebração das núpcias.
 	Se aparecer alguém opondo impedimento ou causa suspensiva, o oficial do

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