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Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 0 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo Uma perspetiva pedagógica assente nos fundamentos técnicos, nas formas jogadas e na construção e adaptação de equipamentos Vitor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 1 Vítor Milheiro ÍNDICE Capítulo 1 - Princípios e leis fundamentais para a análise das técnicas do Atletismo 1 Introdução 3 1. 1 - Lei da ação -reação 4 1. 2 - Lei da aceleração 4 1. 3 - Princípio da direção 5 1. 4 - Princípio da torsão-distorção 5 1. 5 - Princípio do percurso ótimo de aceleração 5 1. 6 - Princípio do longo e rápido 6 1. 7 - Princípio da continuidade e do ritmo 6 1. 8 - Princípio da coordenação dos impulsos parciais 6 1.9 - Princípio da flexão- extensão 7 1. 10 - Princípio do momento angular 7 1. 11 - Princípio da conservação do momento angular 7 1. 12 - Princípio da transferência de “momentum” 7 1. 13 - Lei do atrito 8 1. 14 - Princípio do torque (ou momento de força) 8 1. 15 - Princípio da velocidade angular 8 1. 16 - Princípio da relação entre velocidade angular e momento de inércia 8 1. 17 - Princípio do movimento de charneira 9 1. 18 - Princípio do impulso 9 1. 19 - Princípio do impulso angular 9 1. 20 - Princípio da energia de deformação ou elástica 9 1. 21 - Princípio da utilização da energia elástica 10 1. 22 - Princípio da ligação corrida - chamada 10 Capítulo 2 - Construção e Adaptação de Materiais e Equipamentos para o Atletismo 2 Introdução 11 2.1 - O salto com vara e o salto em altura 12 2.1.1 - Colchões apoiados em bancos suecos 12 2.1.2 - Colchões apoiados sobre pneus 12 2.1.3 - As varas 13 2. 1.4 - As fasquias 14 2.1.5 - Os postes 15 2.2 - Os martelos 15 2.2.1 - Sacos de rede com bola medicinal 15 2.2.2 - Sacos de areia com cabo e pega 15 2.3 - Discos 16 2.4 - Pesos 16 2.4.1 - Pedras 16 2.4.2 - Esferas metálicas 16 2.5 - Bolas medicinais 17 Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 2 Vítor Milheiro 2.6 - Dardos e bolas 17 2.7 - Blocos de partida 18 2.8 - Barreiras 18 2.8 - Estafetas 19 2.9 - Salto em comprimento e o triplo salto 19 2.9.1 Bancos ou caixas 20 2.9.2 Arcos 20 2.9.3 Riachos 21 2.9.4 Tapetes de borracha 21 Capítulo 3 3 - Regras de segurança no ensino dos lançamentos 22 4 - Fichas de registo de resultados 23 4.1 - Jogos de atletismo – registo de pontos 24 4.2 - Torneio de velocidade e barreiras 25 4.3 - Ranking “ top10” 26 5 - Fichas com exercícios e jogos de atletismo 27 5.1 - exercícios e jogos de aquecimento 28 5.2 - exercícios e jogos de corrida de velocidade 30 5.3 - exercícios e jogos de corrida de resistência 32 5.4 - exercícios e jogos de corrida em estafeta 34 5.5 - exercícios e jogos de corrida com barreiras 35 5.6 - exercícios e jogos de saltos 36 5.7 - exercícios e jogos de salto em comprimento 37 5.8 - exercícios e jogos de triplo salto 38 5.9 - exercícios e jogos de salto em altura 39 5.10 - exercícios e jogos de lançamentos 40 5.11 - exercícios e jogos de lançamento do dardo 42 5.12 - exercícios e jogos de lançamento do peso 43 6 - Bibliografia 44 Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 3 Vítor Milheiro Capítulo 1 Princípios e leis fundamentais para a análise das técnicas do Atletismo 1 - INTRODUÇÃO Sendo a meta do Atletismo correr mais rápido, saltar mais alto ou longe e lançar mais distante, pressupõe-se que durante o processo de formação atlética, o atleta vá adquirindo progressivamente formas mais eficazes de atingir aqueles objetivos. Sendo o treinador quem assume a responsabilidade de conduzir os atletas à melhoria dos resultados, uma das suas principais competências é o domínio das técnicas do Atletismo. Neste sentido, o treinador precisa compreender o que produz movimento e ser capaz de o analisar. O treinador tem que compreender e dominar todos os fatores que intervêm no processo treino aprendizagem. Deve melhorar os seus conhecimentos técnicos e a sua capacidade de observação e análise, para ser mais competente na escolha das melhores técnicas e na identificação das causas dos erros observados. As técnicas são unidades básicas que possibilitam a realização eficaz de uma atividade. Representam um determinado procedimento biomecânico para solucionar um objetivo desportivo, condicionado pelo aparelho motor humano, pelas condições de envolvimento e pelos regulamentos. Mas conhecer bem a técnica implica conhecer os princípios do movimento. É por isso que enquanto os treinadores experientes são capazes de analisar as técnicas do Atletismo e de as adaptar aos seus atletas, os treinadores menos experientes têm grandes dificuldades na decisão de qual a técnica a utilizar e quais as adaptações a realizar. Tal como o jovem não é um adulto em miniatura, também a técnica que mais se adequa a cada estádio de desenvolvimento não pode ser apenas uma versão reduzida da técnica do adulto. Muitas vezes as técnicas que se ensinam aos principiantes são uma cópia da técnica dos campeões. Mas os jovens atletas não têm ainda capacidades condicionais e coordenativas para realizar com eficácia técnicas tão complexas. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 4 Vítor Milheiro Tal como uma árvore antes de dar flores e frutos precisa de adquirir boas raízes e consolidar um bom tronco, o mesmo se passa com o movimento humano. Existe um alicerce comum a cada disciplina do atletismo, que permite compreender melhor a génese e o fundamento dos movimentos. Há elementos fundamentais nas técnicas desportivas, que constituem a coluna vertebral dos movimentos e como tal devem ser ensinados desde os primeiros contactos com a modalidade. É por isso que o conhecimento dos princípios e leis do movimento, assume uma importância primordial no ensino das técnicas do Atletismo e deve fazer parte do reportório técnico de qualquer treinador. De seguida vamos procurar identificar os princípios e leis fundamentais dos movimentos, que na sua expressão biomecânica permitem obter resultados mais eficientes e eficazes na execução das técnicas do Atletismo. 1.1 - LEI DA AÇÃO - REAÇÃO Á ação de uma força, corresponde sempre uma reação de igual intensidade e de direção oposta. Esta lei também se manifesta em fase aérea; neste caso, sempre que há uma ação de um corpo ou parte desse corpo, há uma reação da restante parte desse corpo e a amplitude dosmovimentos é inversamente proporcional às massas em jogo (do corpo ou de partes desse corpo). 1.2 - LEI DA ACELERAÇÃO Quando uma força atua de um modo constante sobre um corpo em movimento, provoca neste uma aceleração, que é proporcional à intensidade dessa força e inversamente proporcional à massa do corpo. Força = massa x aceleração Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 5 Vítor Milheiro 1.3- PRINCÍPIO DA DIREÇÃO Para um aproveitamento máximo das forças realizadas, o atleta deve fazer a ação na direção oposta aquela para onde quer que os seus efeitos se manifestem. 1.4- PRINCÍPIO DA TORÇÃO - DISTORÇÃO Nos lançamentos, o máximo rendimento dos músculos do tronco obtém-se quando, após um estiramento prévio desses músculos, através de um movimento de torção da cintura escapular em relação à cintura pélvica, se verifica uma distorção e consequente transmissão da tensão acumulada ao braço lançador e ao engenho. 1.5- PRINCÍPIO DO PERCURSO ÓPTIMO DE ACELERAÇÃO Nos movimentos em que se pretende que o atleta ou o engenho sejam projetados com uma elevada velocidade de saída, o percurso de aceleração desses corpos deve ser o maior possível. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 6 Vítor Milheiro 1.6 - PRINCÍPIO DO LONGO E RÁPIDO Quanto mais comprido é o objeto rotacional, mais rápido se move a extremidade distal deste. Nos saltos é particularmente importante, durante a chamada, um percurso de aceleração longo, mas sem perda excessiva de velocidade horizontal. 1.7 - PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE E DO RITMO Ritmo é a organização no tempo das diferentes sequências do movimento, associada às suas características intensivas, assegurando harmonia e coerência. Por isso, as cadeias cinemáticas devem ser usadas numa sequência própria, sem solavancos, nem paragens do movimento. 1.8 - PRINCÍPIO DA COORDENAÇÃO DOS IMPULSOS PARCIAIS Quando pretendemos imprimir a um engenho ou a um atleta uma elevada velocidade de saída, as forças realizadas pelas diferentes cadeias cinemáticas, enquanto agentes de aceleração, devem ocorrer na sequência e no momento certo, para que haja um progressivo aumento da velocidade. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 7 Vítor Milheiro 1.9 - PRINCÍPIO DA FLEXÃO - EXTENSÃO Nos movimentos em que se pretende atingir uma boa velocidade de saída, com um ângulo de saída otimal, o melhor percurso de aceleração é conseguido através da flexão dos músculos dos membros inferiores, os mais poderosos do ser humano, com os atletas a partirem de uma posição baixa, construindo assim uma rampa de lançamento ou de salto. 1.10 – PRINCÍPIO DO MOMENTO ANGULAR Nos movimentos em rotação, a quantidade de movimento angular contido num corpo é igual ao produto do momento de inércia pela velocidade angular. Ma = Mi . Vel ang. 1.11 - PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DO MOMENTO ANGULAR O momento angular de um dado sistema permanece constante na ausência de momentos de força externos. 1.12 - PRINCÍPIO DA TRANSFERÊNCIA DE "MOMENTUM" Uma correta ação dos segmentos livres (membros superiores e inferiores), permite adicionar mais forças a um salto ou lançamento, contribuindo assim para uma maior velocidade de saída do atleta ou do engenho. A quantidade de movimento que um corpo possui designa-se por momentum e é o resultado do produto da massa desse corpo pela velocidade a que ele se está a deslocar. É o que acontece nos saltos, em que durante a chamada, os membros superiores e o membro inferior de balanço são lançados energicamente para a frente e para cima. No instante que precede a descolagem, são travados, provocando uma transferência de momentum de uma parte do corpo para outra, adicionando assim mais força na chamada. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 8 Vítor Milheiro 1.13 - A LEI DO ATRITO O atrito é uma força que determina o grau de dificuldade de dois objetos ou corpos em contacto se moverem. A força de atrito é influenciada pela qualidade das pistas, pela sola dos sapatos de atletismo e pela pega dos engenhos. 1.14 - PRINCÍPIO DO TORQUE OU MOMENTO DE FORÇA O torque ou momento de força é uma força rotacional que produz momento angular. É o efeito rotatório provocado pela aplicação de uma força e é igual ao produto da força aplicada pela distância perpendicular dessa força ao eixo de rotação. Momento de Força = F . d 1.15 - PRINCÍPIO DA VELOCIDADE ANGULAR Nos movimentos em rotação, a velocidade angular pode ser aumentada ou diminuída pela flexão ou alongamento das partes do corpo, alterando a inércia que o corpo em rotação oferece ao movimento. Nos lançamento em rotação, este princípio assume particular importância, pois quanto maior for o raio de rotação, para uma mesma velocidade angular, maior será a velocidade (linear) com que o engenho sai da mão do atleta. 1.16 – PRINCÍPO DA RELAÇÃO ENTRE VELOCIDADE ANGULAR E MOMENTO DE INÉRCIA Nos corpos articulados em rotação, a velocidade angular é influenciada pela forma como a massa dos corpos envolvidos se distribui em torno do eixo de rotação. Influenciam-se duma forma inversa, ou seja, quando o momento de inércia aumenta, a velocidade angular diminui e vice-versa. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 9 Vítor Milheiro 1.17 - PRINCÍPIO DO MOVIMENTO DE CHARNEIRA Nos lançamentos em que os engenhos são projetados com uma só mão, no ato do lançamento, os atletas rodam todo o lado lançador em tomo de um eixo que passa pelo pé dianteiro e pelo ombro do lado não lançador. 1.18 - PRINCÍPIO DO IMPULSO Quando forças externas atuam, elas modificam a quantidade de movimento presente num sistema de maneira previsível. Essas alterações dependem da intensidade da ação das forças externas mas também do tempo durante o qual essa força atua. Impulso = F . t 1.19 - PRINCÍPIO DO IMPULSO ANGULAR Quando um impulso angular atua num sistema produz-se uma alteração no momento angular de todo o sistema, que é igual ao produto do Momento de força (M f) pelo intervalo de tempo durante o qual o momento de força atua. Impulso angular = M f .t 1.20 – PRINCÍPIO DA ENERGIA DE DEFORMAÇÃO OU ELÁSTICA No salto com vara, durante as fases de chamada e pêndulo longo, a vara deforma e armazena energia elástica que é devolvida ao atleta nas fases seguintes. Energiaelástica = 1/2 K . x Em que: K é a rigidez relativa do material X é a distância através do qual o material é deformado Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 10 Vítor Milheiro 1.21 - PRINCÍPIO DA UTILIZAÇÃO DA ENERGIA ELÁSTICA O corpo humano tem capacidade para utilizar energia mecânica duma forma elástica ao utilizar os seus segmentos o mais possível como segmentos rígidos. Do ponto de vista muscular, os movimentos que fazem apelo à energia elástica dos músculos, envolvem o ciclo de alongamento encurtamento, em que é condicionado um prévio alongamento antes da realização da impulsão. 1.22 – PRINCÍPIO DA LIGAÇÃO CORRIDA CHAMADA Nos saltos do atletismo, para transformar a energia da corrida de balanço em distância horizontal ou vertical, os atletas realizam alterações rítmicas nas últimas passadas e alteram o trajeto do centro de gravidade de modo a construir uma “rampa de salto”. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 11 Vítor Milheiro Capítulo 2 Construção e Adaptação de Materiais e Equipamentos para o Atletismo 2 - INTRODUÇÃO Ser treinador deve ser acima de tudo ser um ato de paixão e os treinadores de sucesso são aqueles que além dos conhecimentos sobre o treino na sua modalidade desportiva, se dedicam apaixonadamente e com grande motivação aos seus atletas, tudo fazendo para que estes sejam cada vez melhores. Um treinador dedicado não se desculpa com a falta de materiais ou com a qualidade das instalações. Um treinador competente e apaixonado, acaba por ser um criativo sempre à procura de soluções para superar as dificuldades. Neste sentido, ser treinador implica um pouco de "carolice". A multivariedade das disciplinas do atletismo obriga à existência de locais adequados para a prática, assim como de materiais específicos. Mas os materiais e engenhos para o Atletismo são caros e inacessíveis para a maioria das escolas e clubes de atletismo do nosso país. E para o treino ser eficaz e rentável, é preciso ter bastantes engenhos. Não basta ter um exemplar de cada, pois isso implica que enquanto um atleta executa um exercício ou vai buscar um engenho, os outros ficam parados. Não podemos continuar a adormecer à sombra da falta de condições materiais. Por vezes basta simplesmente ser mais inventivo na construção e adaptação de meios para o ensino e para o treino, criando os nossos próprios engenhos, através de soluções simples, baratas e semelhantes aos engenhos e materiais oficiais. A construção e utilização de engenhos artesanais alternativos justifica-se primeiro que tudo por motivos económicos, pois com o dinheiro que seria necessário para comprar apenas alguns engenhos oficiais, podemos construir um grande número e assim permitir que mais atletas pratiquem determinadas disciplinas. Este tipo de engenhos, oferece ainda vantagens pedagógicas, uma vez que são mais fáceis de manipular e menos perigosos para os jovens. Muitos campeões chegaram ao mais alto, nível utilizando meios de treino simples de fácil construção, todavia, eficazes na concretização dos objetivos de treino e aprendizagem... é que os músculos não têm olhos! Isto só prova que no mundo do desporto, onde o êxito é suscetível de ser alcançado com metodologias bem diferentes, mais importante do que o carácter luxuoso dos meios de treino utilizados, o segredo está na forma como é organizado e conduzido o processo de treino e nas estratégias de motivação dos atletas. De seguida vamos apresentar algumas ideias relativamente à construção e adaptação de engenhos para o Atletismo. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 12 Vítor Milheiro 2.1 - O SALTO COM VARA E O SALTO EM ALTURA O salto com vara, o mais aparatoso e espetacular salto do atletismo, é pouco ensinado nas escolas (e clubes) do nosso país. Várias limitações de ordem material, falta de tradição e um certo desconhecimento técnico- pedagógico desta disciplina permitem explicar tal facto. Mas muita coisa pode ser feita em termos de iniciação ao salto com vara. E se o salto com vara é espetacular quando realizado ao mais alto nível, a sua iniciação, assim como todo o trabalho de aperfeiçoamento técnico não o é menos, devido ao carácter “radical” e às situações pedagógicas semi-acrobáticas utilizadas. Mas como ensinar o salto com vara sem varas e sem uns bons colchões de queda? No salto em altura, o principal problema de natureza material que se coloca é a necessidade de uns colchões de queda, imprescindíveis para o treino do Fosbury-flop, a técnica mais praticada na atualidade, que obriga a que as zonas de queda sejam altas e macias, uma vez que os atletas caiem sempre de costas, sobre a região dorsal. Mas uns bons colchões de queda para o salto em altura são caros e o preço dos de salto com vara ultrapassam os 2 mil euros. Há pois que recorrer à imaginação e procurar resolver o problema com soluções menos dispendiosas. Eis algumas ideias... 2.1.1 - COLCHÕES APOIADOS EM BANCOS SUECOS Uma solução facilmente realizável em qualquer ginásio, e também ao ar livre, consiste em colocar alguns dos colchões de que dispomos, apoiados sobre dois bancos suecos devidamente afastados entre si. O espaço entre os bancos, local onde os atletas devem cair, constitui uma zona elevada e macia, que cumpre bastante bem o objetivo de amortecer as quedas. A distância entre os dois bancos, varia em função do tipo de colchões que utilizarmos. Recomenda-se um afastamento médio de cerca de 1.50 m. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 13 Vítor Milheiro 2.1.2 - COLCHÕES APOIADOS SOBRE PNEUS Outra solução bastante eficaz é a construção de uma plataforma com pneus usados, sobre a qual vamos colocar os colchões de que dispomos. Os pneus devem ser empilhados e amarrados entre si, para evitar que deslizem e para que a estrutura se mantenha compacta. Isto pode ser feito utilizando corda ou arame ou furando os pneus e unindo-o com parafusos. Sobre os pneus colocamos uns colchões que não precisam de ser muito grossos, pois a sua principal função é tornar menos irregular a superfície de queda. A capacidade de amortecimento é devida essencialmente aos pneus. Se tivermos pneus de vários tamanhos, os mais largos devem ficar por baixo. A quantidade de camadas de pneus depende do fim a que se destinam os colchões. Se esta estrutura se destina ao treino do salto em altura com jovens, não deve ultrapassar os 90 cm. Para manter esta estrutura bem sólida é conveniente que em redor dos pneus seja construída uma caixa de madeira. O mesmo objetivo pode ser conseguido utilizando corda ou arame. 2.1.3 - AS VARAS Nos primeiros tempos, o salto com varaera realizado com ramos de árvore fortes mas flexíveis mais tarde saltou-se com canas de bambu, mais leves e flexíveis, mas também mais quebradiças. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 14 Vítor Milheiro As varas metálicas (aço e alumínio) aparecem nos anos 40 para dar resposta a necessidade de ter uma vara forte e duradoura. Perderam em flexibilidade, mas ganharam em robustez e durabilidade. As atuais varas em fibra de vidro e carbono, são uma invenção com cerca de 40 anos. Mas antes disso já havia quem saltasse perto de 5 metros, sem colchões...caindo em montes de areia! Nas primeiras etapas da aprendizagem, podem utilizar-se varas feitas com materiais mais baratos e rudimentares, tais como canas de bambu, tubos metálicos (aço leve ou alumínio) ou ramos de árvore. 2.1.4 - AS FASQUIAS As fasquias de salto oficiais (metálicas ou em fibra de vidro) além do seu custo, exercem um efeito psicológico negativo nos principiantes, uma vez que associado ao derrube está o medo de cair em cima da fasquia e magoar-se. Isto ainda é mais acentuado na técnica “Fosbury flop”, com os atletas a enfrentar a fasquia de costas. A fasquia tem ainda a desvantagem do tempo que se perde a recoloca-la sempre que há um derrube. Por tudo isto, quer no treino, quer na escola, com o objetivo de diminuir o medo da fasquia e aumentar o tempo de prática de cada aluno, defendemos numa primeira fase a substituição da fasquia por um elástico e numa segunda fase por uma situação mista, em que a parte central é uma fasquia em PVC, com elásticos nas suas extremidades. Esta variante é uma progressão intermédia antes do uso da fasquia rígida. Os elásticos devem ser largos e pintados para melhor visibilidade por parte dos alunos. A utilização dos elásticos merece apenas um cuidado especial em termos de segurança. Os elásticos não devem ter demasiada tensão, e as suas extremidades não devem estar presas aos postes, pois em caso de derrube o elástico pode arrastar os postes apara cima do atleta. Uma boa solução é prender um pequeno saco de areia a cada extremidade, que faz contrapeso e mantém o elástico esticado. Além disso, muitas escolas têm um pequeno ginásio, onde existem cordas penduradas e alguns colchões. Com estes materiais podemos criar situações ao mesmo tempo motivantes, divertidas e de grande valor técnico-pedagógico, por serem muito próximas do salto com vara. As varas de fibra virão depois e a adaptação far-se-á sem grandes problemas, desde que os princípios fundamentais tenham sido corretamente adquiridos. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 15 Vítor Milheiro 2.1.5 - OS POSTES Colocando uns paus ou tubos dentro de baldes ou vasos velhos na vertical e enchendo aqueles recipientes com areia e pedras até os postes ficarem bem fixos. O suporte para a fasquia pode ser uma mola em pinça que pode subir e descer. No salto em altura, a utilização dum elástico em vez da fasquia, permite um maior aproveitamento do tempo de aula, elimina alguns receios e oferece menos riscos de lesão. 2.2 - MARTELOS Os martelos oficiais, além de serem caros, tornam-se perigosos, quer por razões materiais devido ao cabo de aço e à esfera metálica, quer por razões de segurança, pois podem descrever trajetórias não desejadas. Tal como do disco, também o martelo oferece alguns perigos, principalmente quando utilizamos engenhos oficiais. Mas podemos tornar esta disciplina mais fácil e menos perigosa, utilizando engenhos construídos por nós. Eis algumas maneiras de construir martelos baratos, seguros e de fácil manipulação: 2.2.1 - SACOS DE REDE COM BOLA MEDICINAL Uma maneira de conseguir um martelo rudimentar é colocar uma bola medicinal, dentro de um saco de rede do tipo de transportar bolas, e adaptar-lhe uma pega. A bola medicinal também pode ser construída por nós e o saco de rede pode ser feito aproveitando restos de rede de baliza. 2.2.2 - SACOS DE AREIA COM CABO E PEGA Aplicando um cabo em nylon a um saco de areia em pano, borracha, etc. ficamos com um martelo ótimo para iniciar jovens no lançamento do martelo. Basta prender uma corda a uma bola medicinal (também construída por nós), e arranjar uma pega que não magoe as mãos. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 16 Vítor Milheiro 2.3 – DISCOS O lançamento do disco é um lançamento de difícil aprendizagem, principalmente por se tratar de um lançamento em rotação e pela dificuldade de dominar a pega. Além disso, quando não existe gaiola de protecção, pode tornar-se perigoso para os outros atletas, pois o engenho pode sair em qualquer direcção. E por isso que alguns especialistas defendem a utilização de engenhos de mais fácil manipulação e por isso menos perigosos, e que até podem ser construídos pelo treinador e pelos seus atletas. Para construir discos temos muitas alternativas. Algumas até são baratas e com bastantes semelhanças com os engenhos oficiais. 2.4 – PESOS Para o lançamento do peso podemos utilizar os seguintes materiais: 2.4.1 – PEDRAS Junto às praias encontramos calhaus de todos os tamanhos. Alguns têm uma forma mais ou menos oval e com pesos variáveis entre os 3 e os 5 Kg. Apesar de mais volumosas que os pesos em ferro, as pedras são facilmente manipuláveis e não custam dinheiro algum. 2.4.2 – ESFERAS METÁLICAS Nalgumas fábricas de cimento e noutras, onde existem máquinas de grande porte, periodicamente é necessário renovar peças. Na altura da mudança das esferas das máquinas, habitualmente grandes e de diferentes tamanhos, podemos solicitar aos responsáveis, a cedência de algumas dessas esferas, para assim aumentarmos o nosso arsenal de pesos. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 17 Vítor Milheiro 2.5 – BOLAS MEDICINAIS A partir de velhas bolas de borracha ou couro, podemos construir engenhos para o lançamento do peso. Basta escolher as mais pequenas e enchê-las com areia ou com trapos. 2.6 – DARDOS E BOLAS Na iniciação do lançamento do dardo com jovens devem utilizar-se pedras, bolas de madeira, bolas de ténis cheias de areia, etc. Numa fase posterior e em substituição do dardo oficial, podem utilizar-se paus, canas, bambus, tubos de alumínio, que podem ter um encordoamento no local da pega. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 18 Vítor Milheiro 2.7 – OS BLOCOS DE PARTIDA Blocos de partida devem ser construídos de tal forma que permitam realizar impulsões num ângulo mais favorável e comum maior aproveitamento das forças de impulsão pelo que devem ser robustos e estáveis e permitir um ajuste individualizado. Um exemplo de fácil construção pode ser realizado a partir de dois bocados de madeira cortados em cunha, assentes numa base de madeira, com 4 furos nos quais serão aplicados os pregos que os fixam ao solo, formando assim dois blocos independentes e facilmente ajustáveis. 2.8 – AS BARREIRAS As corridas com barreiras são primeiro que tudo corridas de velocidade, o que implica que os obstáculos a passar devam ser transpostos de forma rasante e com reduzida perturbação da corrida. Para conseguir atingir este objetivo, no trabalho com jovens, devem utilizar-se barreiras leves e baixas, objetos de forma cúbica ou outros materiais rudimentares como caixotes de cartão, caixas de fruta, fardos de palha, bolas, pneus, colchões ramos de árvore, barreiras de plástico (tubos PVC) barreiras de iniciação, grades de refrigerantes, paus apoiados em latas, etc. Ao contrário das barreiras oficiais - mais caras, mais pesadas e também mais assustadoras - que não permitem alturas inferiores a 76cm, os materiais simples além de serem baratos fáceis de adquirir, oferecem uma superior qualidade pedagógica no trabalho com principiantes uma vez que sendo mais baixos e compridos obrigam o jovem a realizar uma transposição de melhor qualidade, mais rasante, mais comprida e mais em velocidade, ao contrário do que é vulgar acontecer nos principiante quando se utilizam barreiras oficiais. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 19 Vítor Milheiro 2.8 - ESTAFETAS As estafetas são uma das mais atraentes disciplinas do Atletismo, talvez aquela cuja prática mais entusiasma os intervenientes. Nas estafetas, ao entregar um testemunho a um companheiro estamos a transmitir-lhe velocidade por intermédio de um objeto. Há inúmeras formas de fazer estafetas. Para além das estafetas clássicas (4x100m 4X400m, Sueca e Olímpica), podemos inventar uma grande diversidade de outras formas de fazer estafetas, quer pela utilização de percursos e disposições materiais atraentes, quer condicionando diferentes formas de locomoção, quer ainda utilizando diferentes tipos de testemunhos. 2.9 - SALTO EM COMPRIMENTO E TRIPLO SALTO O salto em comprimento é simultaneamente o mais natural e espontâneo salto do Atletismo aquele onde a ação pedagógica do professor é mais difícil, por vezes até frustrante. Nos jovens a distância de salto é curta e tudo se passa muito rapidamente, o que torno difícil a correção e aperfeiçoamento de pequenas ações da execução técnica. Em relação a este aspeto, a utilização de bancos oferece algumas vantagens: - torna as situações de aprendizagem menos monótonas e mais estimulantes para o professor e para os alunos. - é mais fácil para os principiantes adquirirem noções fundamentais, tais como o salto para a frente e para cima, utilizando corretamente os segmentos livres. - é mais fácil melhorar a técnica aérea, pois estão mais tempo em vôo, o que lhes dá mais tempo para fazer determinadas ações. - é mais fácil melhorar a técnica de queda na areia, uma vez que há mais tempo para preparar essa queda (anulando algumas rotações prejudiciais). Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 20 Vítor Milheiro O triplo-salto é um salto muito exigente quer em termos físicos, quer em termos técnicos. Por isso as primeiras etapas pedagógicas devem ser para ajudar os atletas a aprender e a dominar os elementos básicos do salto - o "hop" (pé-coxinho), o "step" (salto de um pé para outro) e as ligações destes com o terceiro salto - o "jump". Alguns dos materiais que podemos utilizar na aprendizagem e aperfeiçoamento destes saltos são: 2.9.1 – BANCOS OU CAIXAS A utilização de bancos ou caixas na aprendizagem do triplo-salto oferece algumas vantagens: - permite construir sessões mais agradáveis e motivantes. - cria situações menos massacrantes em termos musculares e articulares. - permite que os atletas façam os saltos com mais facilidade, com mais correção e de amplitude equilibrada, devido à corrida de balanço não poder ser demasiado rápida. - é mais rico em termos rítmicos, uma vez que os atletas estão condicionados por uma determinada distribuição do material. NOTA: Com principiantes não devem ser realizados saltos em profundidade. 2.9.2 – ARCOS Com arcos de ginástica rítmica, podemos criar situações que solicitam aos atletas salto: ritmados, bem distribuídos e de amplitude condicionada. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 21 Vítor Milheiro 2.9.3– RIACHOS Colchões ou tapetes funcionando como obstáculos rasos e compridos (riachos) são materiais que ajudam o treinador a solicitar aos atletas alguns dos elementos fundamentais do triplo, nomeadamente a realização de saltos sucessivos, compridos e rasantes. 2.9.4 - TAPETES DE BORRACHA Quer no salto em comprimento quer no triplo-salto, a qualidade do piso da pista de balanço muito importante; deve ser plana, dura e sem buracos ou alterações do tipo de piso. Quando utilizamos pistas de alcatrão ou pistas de terra batida em más condições, podemos recorrer a uma solução que já foi experimentada em diversas pistas com bons resultados. Consiste em colocar um tapete de borracha sobre o corredor de saltos. Mas onde arranjar esse tapete? - Aproveitando velhos tapetes de borracha, usados em rampas rolantes e frequentes em indústrias de cereais, de cimento, etc. Estes tapetes, que podem ter cerca de 20m de comprimento de borracha dura, com características idênticas ao piso das pistas sintéticas. Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 22 Vítor Milheiro 3 - REGRAS DE SEGURANÇA NO ENSINO DOS LANÇAMENTOS 1 - O equipamento deve manter-se em bom estado de conservação e guardado em local seguro. Controlar a segurança de qualquer equipamento improvisado antes de o utilizar no ensino. 2- Os engenhos não devem ser usados durante o caminho entre a escola e o local de lançamento. Devem ser transportados com cuidado e sem brincadeiras. 3 - No princípio, e com jovens, o professor deve comandar a realização dos lançamentos assim como a recuperação dos engenhos. 4- Todos os lançadores devem estar atrás da linha de lançamento, enquanto estão esperando pela sua vez de lançar. 5- Antes de realizar o seu lançamento, cada aluno deve assegurar-se que não haja ninguém na zona provável de queda do engenho. 6- Depois de lançar, o aluno deve esperar até que todos os companheiros realizem o seu lançamento, ou até que o professor dê inscrições para recuperar os engenhos. 7- Em condições de humidade aumenta a possibilidade de acidentes, pelo que devem ser tomadas precauções extraordinárias, nomeadamente comos engenhos que deslizam no solo depois de cair. 8- Os atletas devem olhar antes de lançar 9- Só depois de todos lançarem, é que é feita a recuperação dos engenhos 10 - Os lançadores esquerdinos devem estar á esquerda do grupo Alguns exemplos de organização da turma: Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 23 Vítor Milheiro 4 – Fichas de registo Sendo o atletismo um desporto onde a marca é o grande objetivo, a principal motivação dos atletas deve ser a marca e a superação. Assim, o professor e o treinador, devem dar grande importância à marca, ao resultado, quer nas modalidades específicas do atletismo, quer nos jogos ou exercícios de aprendizagem e aperfeiçoamento. O professor deve medir os tempos nas corridas e as distâncias obtidas nos lançamentos e saltos. Para isso deve utilizar ficha de registo, que valoriza a marca individual, mas também o somatório das marcas dos elementos da equipa. Apesar de o atletismo ser um desporto individual, o trabalho por equipas deve ser estimulado, como forma de valorizar o espírito de grupo e como forma de integrar e valorizar as prestações dos mais fracos. O importante é valorizar a marca, estimular o empenho no sentido da superação constante. Para isso é preciso MEDIR. O cronómetro e a fita métrica devem fazer parte do equipamento do professor em todos as aulas e nos diversos exercícios. Fazer “ranking’s” por turma, por escalão, por ano escolar e por escola, são uma forma de valorizar as marcas, de as divulgar e de desafiar os alunos a melhorarem e a subir nos rankings Nas páginas seguintes propomos algumas fichas de registo de resultados Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 24 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 25 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 26 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 27 Vítor Milheiro 5 - Fichas com exercícios e jogos de atletismo Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 28 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 29 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 30 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 31 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 32 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 33 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 34 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 35 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 36 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 37 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 38 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 39 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 40 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 41 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 42Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 43 Vítor Milheiro Iniciação ao Atletismo ____________________________________________________ 44 Vítor Milheiro 6 - Bibliografia Bobin, Robert (1976) Education Sportive et Athletisme par le Jeu, Editions Amphora S.A., Paris Bravo, J. ; Verdugo-García, M. ; Landa, F. ; Marín, J. & Pascua, M. Carreras y Marcha, (1998) Real Federación Española de Atletismo, Madrid Bravo, J ; Ruf, H. ; Vélez, M., (2003) Saltos Verticales - Atletismo 2, Real Federacion Española de Atletismo, Madrid Bravo, J.; Lopez, F.; Ruf, H.; Seirul-lo, F., (1992) Atletismo II - saltos, Comité Olímpico Español Bravo, J.; Martinez, J.L.; Dúran, J.; Campos, (1993)J. Atletismo III - Lanzamientos, Comité Olímpico Español Carr, J. (1999) Fundamentals of track and field, Human Kinetics. Coiceiro, Geovana A. (2005) 1000 Exercícios e Jogos para o Atletismo. Editora Sprint Federation Française D'Athletisme, (1983) Athletisme: Dossier Formation, Paris Goriot, G. (1982) La pédagogie du débutant en athletisme. Editions Vigot Hubiche, J.L.; Pradet, (1993) M. Comprendre l’athletisme – sa pratique et son enseignement, edition INSEP, Paris, Kramer, K. (1993) Atletismo – lanzamientos, fundamentos, habilidades e técnicas, Paidotribo Murer, K.; Bucher, W. (1987) 1000 exercices et jeux d’athletisme, editions Vigot, collection sport+enseignement, Paris
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