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Direito Internacional Privado

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1 
capa
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Conflito de leis no espaço: evolução histórica, espécies de normas e fontes .................................... 1 
2 Nacionalidade: aquisição, mudança e perda ..................................................................................... 5 
3 Naturalização .................................................................................................................................... 9 
4 Direitos especiais dos portugueses ................................................................................................. 12 
5 Conexão: elementos de Conexão no Direito Brasileiro ................................................................... 24 
6 Reenvio: argumentos relativos ao reenvio e a solução no Direito Brasileiro. 7 Condição jurídica do 
estrangeiro. 8 Visto de entrada: espécies e requisitos. 9 Saída compulsória do estrangeiro: deportação, 
expulsão e extradição. 10 Extradição e entrega ..................................................................................... 27 
11 Prisão preventiva: competência e pressupostos ........................................................................... 36 
12 Visto permanente e concessão de permanência ........................................................................... 39 
13 Cooperação jurídica internacional: fundamentos, classificação e mecanismos gerais no processo 
brasileiro. 14 Vias de cooperação: via diplomática e cooperação entre Autoridades Centrais ................ 40 
15 Autoridades Centrais no Brasil ...................................................................................................... 41 
16 Ação de homologação de sentença estrangeira e carta rogatória ................................................. 42 
17 Sistema de exequatur por delibação. 18 Questões da delibação. 19 Delibação sumária. 20 
Delibação difusa ..................................................................................................................................... 45 
21 Auxílio direto: objeto e principais tratados ..................................................................................... 46 
22 Juízo Competência da Justiça Federal ......................................................................................... 48 
23 Atribuições da Advocacia-Geral da União ..................................................................................... 50 
24 Cooperação jurídica internacional em matéria civil: evolução histórica e principais tratados ......... 51 
25 Cooperação jurídica internacional em matéria penal: evolução histórica, principais tratados e 
princípios da especialidade e da dupla incriminação .............................................................................. 53 
26 Crimes limitadores da cooperação ................................................................................................ 55 
27 Recuperação de ativos. 28 Partilha de ativos ............................................................................... 56 
29 Sequestro internacional de crianças. 30 Exceções ao retorno da criança ..................................... 57 
31 Competência da Justiça Federal ................................................................................................... 66 
32 Atribuições da Advocacia-Geral da União ..................................................................................... 66 
Questões ........................................................................................................................................... 67 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho 
na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em 
contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O direito internacional privado (DIPr) pode ser definido como o direito que determina qual norma 
será aplicada quando de um caso concreto com conexão internacional. Em tese, cada Estado poderia 
determinar a simples aplicação de suas normas (direito interno) em todos os casos que ocorressem em 
seu território, porém, os Estados preferem estabelecer normas diferentes para as relações jurídicas de 
direito privado com conexão internacional. Essas normas dizem respeito, principalmente, ao direito 
aplicável ao caso concreto, se o nacional ou o de outro Estado. 
Nesse contexto podemos deduzir que todos os Estados possuem o seu DIPr e, embora já seja uma 
expressão universalmente aceita, por ser, na verdade, o direito interno determinando os casos que podem 
ou não o ordenamento jurídico nacional aceitar uma norma internacional, a denominação popularizada 
sofreu muitas críticas.1 
 
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro nos informa em seu Art. 1º, § 1º que “Nos Estados 
estrangeiros, a obrigatoriedade de lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 (três) meses depois de 
oficialmente publicada”. Consideramos assim, que “a lei das leis”, quando idealizada pelo legislador, já 
se preocupava com a eficácia da lei no espaço, para saber se as normas de um país poderiam ser eficazes 
fora de seu respectivo território. A soberania dos Estados é um bem maior que cada um deles possui. 
Assim, mesmo considerando que cada Nação possui seus ordenamentos jurídicos, haveria que existir 
normas que fossem obrigatórias a todos em seus respectivos países, mas que atendessem, também, 
limites de sua extensão territorial, aérea, marítima e aos espaços fictos, também.2 
Desta forma, a própria Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, no âmbito interno, em seu 
Art. 9º diz que, para qualificar e reger obrigações aplicar-se-á a lei do país em que se constituem. 
Aplicamos, neste caso, o entendimento preceituado por Silvio Rodrigues, quando nos diz que para reger 
as obrigações constituídas no estrangeiro, o ordenamento jurídico brasileiro concorda em que a lei 
aplicável não seja a sua, mas a estrangeira. Podemos aduzir o texto do Art.5º, inciso LXXVII, § 3º, “os 
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais”. Constituindo, matéria do Direito Internacional Privado, a 
eficácia da lei no espaço, no Brasil, rege-se pelo princípio da territorialidade moderada, através da 
qual: 
a.1) Territorialidade – a norma vai ser aplicada no território do Estado que a emitiu, regulando o 
regime de bens e obrigações; e 
a.2) Extraterritorialidade – a norma será aplicada em território de outro Estado, segundo princípios e 
convenções internacionais. De forma condensada, aprendemos que esta matéria específica rege o Direito 
Internacional Privado, e que possui uma linha muito tênue de atuação, “pois os limites no espaço da 
competência legislativa dos Estados, quando têm de aplicá-la às relações jurídicas que podem ser 
submetidas as mais de uma legislação”.3 
Fica bem clara a ideia que depuramos deste tópico. Podemos citar, ainda, três tópicos importantes 
destacados na eficácia da lei no tempo, quais sejam a obrigatoriedade da lei – preceito que tem a ver 
com a imperatividade da norma, dentro da sua vigência e eficácia, da sua continuidade, pois a norma 
 
1
 Sinopses Jurídicas. Diego Araújo Campose Fabiano Tavora. Direito Internacional. Vol. 33. 1ª edição. Ed. Saraiva. 2012 
2 CAVALCANTE, Marcelo. Lei de Introdução ao Código Civil. Web Artigos; 06/02/2008. 
3 RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. Parte Geral. Editora Saraiva, 34ª edição, 2007, p.29. 
1 Conflito de leis no espaço: evolução histórica, espécies de 
normas e fontes. 
 
 
2 
continuará em vigor até que seja revogada por outra de forma tácita ou expressa e também o da 
irretroatividade da lei, aonde a mesma terá efeito imediato e não retroativo (salvo os casos específicos); 
a própria Constituição Federal nos diz que a “lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. 
 
Eficácia da Lei no Espaço 
 
Tendo em vista a soberania nacional o Direito Brasileiro, como já mencionado, está submetido ao 
Princípio da Territorialidade Moderada/Mitigada; vale dizer: no território brasileiro aplica-se, em regra, a 
lei brasileira. Excepcionalmente, porém, é aplicável a norma estrangeira no território brasileiro, desde que 
haja disposição legal expressa neste sentido, como nos seguintes casos: 
a) Segundo o artigo 7º da Lei de Introdução, aplica-se a lei do domicílio para reger o nome, capacidade, 
personalidade, direito de família. 
b) Conflito sobre bens imóveis situados fora do Brasil aplica-se a lei do lugar onde estiver situado (art. 
8º da LINDB). Assim, execução hipotecária cujo bem hipotecado está no Paraguai se submete à 
legislação paraguaia. 
c) O contrato internacional se reputa formado onde residir o seu proponente, sendo esta a legislação 
aplicável e o foro competente (art. 9º, §2º, LINDB). Enfatiza-se que este dispositivo apenas se aplica a 
contratos internacionais. Para os contratos celebrados no Brasil há norma específica reputando-os 
celebrados no local em que foi proposto, segundo art. 435 do CC/02; 
d) Aplica-se a lei sucessória mais benéfica para sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil, 
quando há herdeiros brasileiros (art. 10, § 1º da LINDB e 5º, XXXI CF/88). 
e) As sentenças, cartas rogatórias e laudos arbitrais estrangeiros podem ser executados no Brasil, 
desde que sejam observados alguns requisitos, como homologação pelo STJ, prova do trânsito em 
julgado da sentença estrangeira e compatibilidade constitucional, sendo permitida apenas a execução no 
Brasil de sentença estrangeira compatível com a ordem interna. 
 
A norma de direito internacional privado indica qual a norma, nacional ou estrangeira, é aplicável à 
solução de um conflito de leis no espaço. Por isso, diz-se que não é propriamente uma norma de direito, 
mas norma indireta indicativa, ou de sobredireito. Divide-se em (1) objeto de conexão (descreve a matéria 
a que se refere a norma: direito de família, personalidade etc.) e (2) elemento de conexão (determina o 
qual direito nacional aplicável a matéria: ordenamento jurídico brasileiro, americano, etc). É a lex fori (lei 
do Estado) que define quais os elementos de conexão. No caso brasileiro, tem-se: domicílio (que rege o 
estatuto pessoal, como regime de bens do casamento, sucessão, direito da personalidade etc. – arts. 7º, 
8º e 10 da LINDB); nacionalidade (em desuso, mas ainda empregada excepcionalmente nos arts. 7º, § 2º 
a art. 18, LINDB); lex rei sitae (norma do lugar em que o ato ilícito foi cometido); lex loci executions (norma 
do local de execução do contrato – art. 12 LINB e para contratos de trabalho); lex loci contractus (lugar 
de constituição da obrigação, aplicável aos contratos e obrigações – art. 9º, LINDB). 
A qualificação pode ser entendida como o ato pelo qual se delimita o objeto de conexão. Cuida-se de 
ação anterior à escolha da norma aplicável. No Brasil, adota-se a teoria das qualificações pela Lex fori e, 
excepcionalmente, pela Lex causae, como no caso dos arts. 8º e 9º da LINDB. 
O reenvio, por sua vez, ocorre quando o direito internacional privado de um Estado remete à solução 
do caso concreto ao ordenamento jurídico de outro Estado e as normas de direito internacional deste 
Estado remetem a solução da questão para as normas de um terceiro estado ou do primeiro Estado. 
Reenvio de primeiro grau é o que ocorre entre dois Estados ao passo que o reenvio de segundo grau se 
dá entre três Estados, e assim por diante.4 
 
Em suma, o direito internacional privado moderno adota a doutrina da territorialidade moderada para 
solução dos conflitos de leis no espaço, aplicando o princípio da territorialidade (LICC, arts 8º e 9º) e o 
princípio da extraterritorialidade (arts 7º, 10, 12 e 17, da LICC). O princípio da territorialidade ocorre 
quando se aplica apenas a norma no território do Estado que a promulgou e, o princípio da 
extraterritorialidade, ocorre quando os Estados permitem que em seu território se aplique normas 
estrangeiras. 
 
 
 
 
 
4
 Pletsch, Anelise Ribeiro. Como se preparar para o Exame de Ordem. Internacional. Série Resumo 1ª fase OAB. Vol. 12. .6ª edição. Editora 
método. 
 
3 
DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942.5 
 
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição, 
decreta: 
 
Art. 1° Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois 
de oficialmente publicada. 
§ 1° Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três 
meses depois de oficialmente publicada. 
§ 2° (Revogado). 
§ 3° Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o 
prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. 
§ 4° As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
Art. 2° Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
§ 1° A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela 
incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
§ 2° A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga 
nem modifica a lei anterior. 
§ 3° Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a 
vigência. 
 
Art. 3° Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
 
Art. 4° Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito. 
 
Art. 5° Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem 
comum. 
 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido 
e a coisa julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, 
como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a 
arbítrio de outrem. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. 
 
Art. 7° A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da 
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
§ 1° Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos 
dirimentes e às formalidades da celebração. 
§ 2° O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares 
do país de ambos os nubentes. 
§ 3° Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro 
domicílio conjugal. 
§ 4° O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes 
domicílio,e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu 
cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção 
do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao 
competente registro. 
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será 
reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de 
separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as 
condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de 
 
5
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657.htm 
 
4 
Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões 
já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de 
que passem a produzir todos os efeitos legais. 
§ 7° Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos 
filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. 
§ 8° Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou 
naquele em que se encontre. 
 
Art. 8° Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em 
que estiverem situados. 
§ 1° Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele 
trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. 
§ 2° O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa 
apenhada. 
 
Art. 9° Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. 
§ 1° Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta 
observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. 
§ 2° A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. 
 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou 
o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em 
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais 
favorável a lei pessoal do de cujus. 
§ 2° A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. 
 
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, 
obedecem à lei do Estado em que se constituírem. 
§ 1° Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos 
constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. 
§ 2° Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham 
constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis 
ou susceptíveis de desapropriação. 
§ 3° Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos 
representantes diplomáticos ou dos agentes consulares. 
 
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui 
tiver de ser cumprida a obrigação. 
§ 1° Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no 
Brasil. 
§ 2° A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida 
pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei 
desta, quanto ao objeto das diligências. 
 
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao 
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira 
desconheça. 
 
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da 
vigência. 
 
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes 
requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar 
em que foi proferida; 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
 
5 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i da Constituição Federal)6. 
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á 
em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. 
 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não 
terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 
 
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes 
celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento 
e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. 
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o 
divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os 
requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições 
relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à 
retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o 
casamento. 
§ 2° É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a 
subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra 
constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura 
pública. 
 
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules 
brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos 
os requisitos legais. 
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades 
consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o 
pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei. 
 
 
 
Nacionalidade é o vínculo jurídico de uma pessoa com determinado Estado Soberano. Vínculo que 
gera direitos, porém, também acarreta deveres. Cidadão é aquele que está no pleno gozo de seus direitos 
políticos. 
Geralmente, cidadão é o nacional, mas pode ocorrer de ser nacional e não ser cidadão (Exemplo: Um 
indivíduo preso é nacional, mas não é cidadão, visto estarem suspensos seus direitos políticos, em razão 
da prisão). 
Povo é o elemento humano da nação, do país soberano. É o conjunto dos nacionais. População é 
conceito demográfico, engloba nacionais e estrangeiros. Envolve todas as pessoas que estão em um 
território num dado momento histórico. 
A nacionalidade apresenta-se de duas formas: 
 
 
6
 Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
(...) 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessãode exequatur às cartas rogatórias; 
 
2 Nacionalidade: aquisição, mudança e perda. 
 
 
6 
a) Nacionalidade originária: Também denominada nacionalidade primária ou involuntária, é a 
nacionalidade dos natos, não dependendo de qualquer requerimento. É um direito subjetivo, potestativo, 
que nasce com a pessoa. É potestativo, pois depende exclusivamente de seu titular. Somente a CF 
poderá estabelecer quem são os natos. 
 
b) Nacionalidade secundária: Também denominada nacionalidade adquirida ou voluntária, é a 
nacionalidade dos naturalizados, sempre dependendo de um requerimento sujeito à apreciação. Em 
geral, não é um direito potestativo, visto não ser automático. 
 
A pessoa é livre para escolher sua nacionalidade ou optar por outra. A pessoa não pode ser 
constrangida a manter sua nacionalidade, podendo optar por outra, sendo aceita ou não. 
Considerando-se que compete ao direito interno de cada país fixar os critérios de aquisição da 
nacionalidade, é possível a existência de polipátridas (pessoas com diversas nacionalidades) e apátridas, 
também denominados heimatlos ou apólidos (pessoas que não possuem pátria). 
 
Existem três critérios para definir os natos: O critério do jus soli, o critério do jus sanguinis e o 
critério misto. 
Critério jus soli ou jus loci: É considerado brasileiro nato aquele que nasce na República Federativa 
do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que nenhum deles esteja a serviço de seu país. A 
República Federativa do Brasil é o seu território nacional mais suas extensões materiais e jurídicas. Se o 
estrangeiro estiver em território nacional a serviço de um terceiro país, que não o seu de origem, o filho 
deste que nascer no Brasil será brasileiro nato. 
Critério jus sanguinis: É considerado brasileiro nato o filho de brasileiros que nascer no estrangeiro 
estando qualquer um dos pais a serviço da República Federativa do Brasil. Como República Federativa 
do Brasil entende-se a União, os Estados, os Municípios, as autarquias, as fundações públicas, as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou seja, o brasileiro deve estar a serviço da 
Administração Direta ou da Administração Indireta. 
Critério Misto: Também poderá exigir a nacionalidade, os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro 
ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a 
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, 
pela nacionalidade brasileira. 
 
Distinção entre Brasileiro Nato e Naturalizado: Somente a CF/88 pode estabelecer distinções entre 
brasileiros natos e naturalizados. 
 
 
 
7 
 
 
Estatuto da Igualdade (Quase Nacionalidade): O Estatuto da Igualdade é decorrente do Tratado 
entre Brasil e Portugal de 1971. Quando são conferidos direitos especiais aos brasileiros residentes em 
Portugal são conferidos os mesmos direitos aos portugueses residentes no Brasil. O núcleo do Estatuto 
é a reciprocidade. Os portugueses que possuem capacidade civil e residência permanente no Brasil 
podem requerer os benefícios do Estatuto da Igualdade e, consequentemente, há reciprocidade em favor 
dos brasileiros que residem em Portugal. 
 
Perda da Nacionalidade: Perde a nacionalidade brasileira o brasileiro naturalizado que tiver 
cancelada a sua naturalização ou adquirir voluntária e ativamente outra nacionalidade. 
 
Hipóteses de perda de nacionalidade: 
 
a) Cancelamento da Naturalização: O elemento básico que gera o cancelamento é a prática de 
atividade nociva ao interesse nacional, reconhecida por sentença judicial transitada em julgado. Entende-
se que a prática de atividade nociva tem pressuposto criminal (deve ser fato típico considerado como 
crime). A sentença tem efeitos ex nunc (não retroativos, valem dali para frente) e atinge brasileiros 
naturalizados. A reaquisição deve ser requerida por meio de ação rescisória que desconstitua os efeitos 
da decisão judicial anterior. 
 
b) Aquisição voluntária e ativa de outra nacionalidade: Atinge tanto os brasileiros natos quanto os 
naturalizados. O instrumento que explicita a perda da nacionalidade nesta hipótese é o decreto do 
Presidente da República. Essa perda ocorre por meio de um processo administrativo que culmina com o 
decreto do Presidente da República, que tem natureza meramente declaratória e efeitos ex nunc. A 
situação que impõe a perda é a aquisição da outra nacionalidade. O decreto somente irá reconhecer essa 
aquisição. A reaquisição deve ser feita por decreto do Presidente da República. 
Nem sempre a aquisição de outra nacionalidade implica a perda da nacionalidade brasileira. O Brasil, 
além de admitir a dupla nacionalidade, admite a múltipla nacionalidade. Em regra, a aquisição de outra 
nacionalidade implica a perda da nacionalidade brasileira, entretanto, há exceções. 
 
São essas exceções: 
a) o reconhecimento de outra nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) imposição da naturalização pelo Estado estrangeiro para o brasileiro residente em outro país como 
condição de permanência ou para exercício de direitos civis. 
 
Alguns cargos são reservados aos brasileiros natos: 
- Presidente e Vice-Presidente da República: Só poderão concorrer ao cargo brasileiros natos; 
- Presidente da Câmara dos Deputados e Presidente do Senado Federal: estão na linha de 
substituição do Presidente da República, portanto deverão ser brasileiros natos; 
- Presidente do STF: Considerando que todos os Ministros do STF poderão ocupar o cargo de 
presidência do órgão, também deverão ser brasileiros natos. Os demais cargos do Poder 
Judiciário poderão ser ocupados por brasileiros natos ou naturalizados; 
- Ministro de Defesa: Cargo criado pela Emenda Constitucional 23/99, deverá necessariamente 
ser ocupado por um brasileiro nato; 
- Membros da Carreira Diplomática: Deverão ser, necessariamente, brasileiros natos. Não se 
impõe essa condição ao Ministro das Relações Exteriores; 
- Parte dos Conselheiros da República (art. 89, VII, da CF/88): O Conselho da República é um 
órgão consultivo do Presidente da República, devendo ser composto por seis brasileiros natos; 
- As empresas jornalísticas, de radiodifusão, som e imagem são privativas de brasileiros natos 
ou naturalizados. 
 
Texto aqui 
 
8 
Símbolos nacionais: Bandeira Nacional, Hino Nacional, Selos Nacionais, Armas Nacionais. 
 
Vamos conferir os artigos pertinentes da Constituição Federal: 
 
 
CAPÍTULO III 
DA NACIONALIDADE 
 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que 
estes não estejam a serviço de seu país; 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles 
esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do 
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de 
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há 
mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade 
brasileira. 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de 
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta 
Constituição. 
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados,salvo nos 
casos previstos nesta Constituição. 
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas. 
VII - de Ministro de Estado da Defesa 
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao 
interesse nacional; 
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado 
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos 
civis; 
 
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. 
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo 
nacionais. 
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. 
 
 
9 
 
 
Naturalização pode ser definida como sendo um ato unilateral e discricionário do Estado no exercício 
de sua soberania. 
 
A naturalização ocorre quando um país concede a qualidade de nacional a um estrangeiro que a 
requeira. 
 
Em resumo: é forma de aquisição de uma nacionalidade diversa da nacionalidade de origem. 
 
O país a que se requereu a naturalização não está obrigado a concedê-la (art. 111 do Estatuto do 
Estrangeiro) 
 
Art. 111. A concessão da naturalização nos casos previstos no artigo 145, item II, alínea b, da 
Constituição, é faculdade exclusiva do Poder Executivo e far-se-á mediante portaria do Ministro da 
Justiça. 
 
Os requisitos para o requerimento da naturalização estão previstos nos artigos 112 e seguintes do 
Estatuto do Estrangeiro. Vejamos: 
 
(...) 
TÍTULO XI 
Da Naturalização 
CAPÍTULO I 
Das Condições 
(...) 
 
Art. 112. São condições para a concessão da naturalização: 
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira; 
II - ser registrado como permanente no Brasil; 
III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente 
anteriores ao pedido de naturalização; 
IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; 
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família; 
VI - bom procedimento; 
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a 
que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e 
VIII - boa saúde. 
§ 1º não se exigirá a prova de boa saúde a nenhum estrangeiro que residir no País há mais de dois 
anos. 
§ 1º Verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de quaisquer dos requisitos 
exigidos neste artigo ou nos artigos 112 e 113 desta Lei, será declarado nulo o ato de naturalização sem 
prejuízo da ação penal cabível pela infração cometida. 
§ 2º verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de qualquer dos requisitos exigidos 
neste artigo ou nos arts. 113 e 114 desta Lei, será declarado nulo o ato de naturalização sem prejuízo da 
ação penal cabível pela infração cometida. 
3 Naturalização. 
 
 
10 
§ 3º A declaração de nulidade a que se refere o parágrafo anterior processar-se-á administrativamente, 
no Ministério da Justiça, de ofício ou mediante representação fundamentada, concedido ao naturalizado, 
para defesa, o prazo de quinze dias, contados da notificação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 
09/12/81) 
 
Art. 113. O prazo de residência fixado no artigo 112, item III, poderá ser reduzido se o naturalizando 
preencher quaisquer das seguintes condições: 
I - ter filho ou cônjuge brasileiro; 
II - ser filho de brasileiro; 
III - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça; 
IV - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística; ou 
V - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, a mil vezes o Maior 
Valor de Referência; ou ser industrial que disponha de fundos de igual valor; ou possuir cota ou ações 
integralizadas de montante, no mínimo, idêntico, em sociedade comercial ou civil, destinada, principal e 
permanentemente, à exploração de atividade industrial ou agrícola. 
Parágrafo único. A residência será, no mínimo, de um ano, nos casos dos itens I a III; de dois anos, 
no do item IV; e de três anos, no do item V. 
 
Art. 114. Dispensar-se-á o requisito da residência, exigindo-se apenas a estada no Brasil por trinta 
dias, quando se tratar: 
I - de cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco anos com diplomata brasileiro em atividade; ou 
II - de estrangeiro que, empregado em Missão Diplomática ou em Repartição Consular do Brasil, contar 
mais de 10 (dez) anos de serviços ininterruptos. 
 
Art. 115. O estrangeiro que pretender a naturalização deverá requerê-la ao Ministro da Justiça, 
declarando: nome por extenso, naturalidade, nacionalidade, filiação, sexo, estado civil, dia, mês e ano de 
nascimento, profissão, lugares onde haja residido anteriormente no Brasil e no exterior, se satisfaz ao 
requisito a que alude o artigo 112, item VII e se deseja ou não traduzir ou adaptar o seu nome à língua 
portuguesa. 
§ 1º. A petição será assinada pelo naturalizando e instruída com os documentos a serem especificados 
em regulamento. 
§ 2º. Exigir-se-á a apresentação apenas de documento de identidade para estrangeiro, atestado 
policial de residência contínua no Brasil e atestado policial de antecedentes, passado pelo serviço 
competente do lugar de residência no Brasil, quando se tratar de: 
I - estrangeiro admitido no Brasil até a idade de 5 (cinco) anos, radicado definitivamente no território 
nacional, desde que requeira a naturalização até 2 (dois) anos após atingir a maioridade; 
II - estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes de atingida a maioridade e haja feito curso 
superior em estabelecimento nacional de ensino, se requerida a naturalização até 1 (um) ano depois da 
formatura. 
§ 3º. Qualquer mudança de nome ou de prenome, posteriormente à naturalização, só por exceção e 
motivadamente será permitida, mediante autorização do Ministro da Justiça. 
 
Art. 116. O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5 (cinco) anos de vida, estabelecido 
definitivamente no território nacional, poderá, enquanto menor, requerer ao Ministro da Justiça, por 
intermédio de seu representante legal, a emissão de certificado provisório de naturalização, que valerá 
como prova de nacionalidade brasileira até dois anos depois de atingida a maioridade. 
Parágrafo único. A naturalização se tornará definitiva se o titular do certificado provisório, até dois anos 
após atingir a maioridade, confirmar expressamente a intenção de continuar brasileiro, em requerimento 
dirigido ao Ministro da Justiça. 
 
Art. 117. O requerimento de que trata o artigo 115, dirigido ao Ministro da Justiça, será apresentado, 
no Distrito Federal, Estados e Territórios, ao órgão competente do Ministério da Justiça, que procederá à 
sindicância sobre a vida pregressa do naturalizando e opinará quanto à conveniência da naturalização. 
 
Art. 118. Recebido o processo pelo dirigente do órgão competente do Ministério da Justiça, poderá ele 
determinar, se necessário, outras diligências. Em qualquer hipótese, o processo deverá ser submetido, 
com parecer, ao Ministro da Justiça. 
Parágrafo único. O dirigente do órgão competente do Ministério da Justiça determinará o arquivamento 
do pedido, se o naturalizando não satisfizer,conforme o caso, a qualquer das condições previstas no 
 
11 
artigo 112 ou 116, cabendo reconsideração desse despacho; se o arquivamento for mantido, poderá o 
naturalizando recorrer ao Ministro da Justiça; em ambos os casos, o prazo é de trinta dias contados da 
publicação do ato. 
 
Art 118. Publicada no Diário Oficial a Portaria de naturalização, será ela arquivada no órgão 
competente do Ministério da Justiça, o qual emitirá certificado relativo a cada naturalizando, que será 
entregue na forma fixada em Regulamento. 
Parágrafo único. A naturalização ficará sem efeito se o certificado não for solicitado pelo naturalizando, 
no prazo de doze meses, contados da data da publicação do ato, salvo motivo de força maior devidamente 
comprovado. 
 
Art. 119. Publicada no Diário Oficial a portaria de naturalização, será ela arquivada no órgão 
competente do Ministério da Justiça, que emitirá certificado relativo a cada naturalizando, o qual será 
solenemente entregue, na forma fixada em Regulamento, pelo juiz federal da cidade onde tenha domicílio 
o interessado. 
§ 1º. Onde houver mais de um juiz federal, a entrega será feita pelo da Primeira Vara. 
§ 2º. Quando não houver juiz federal na cidade em que tiverem domicílio os interessados, a entrega 
será feita através do juiz ordinário da comarca e, na sua falta, pelo da comarca mais próxima. 
§ 3º. A naturalização ficará sem efeito se o certificado não for solicitado pelo naturalizando no prazo 
de doze meses contados da data de publicação do ato, salvo motivo de força maior, devidamente 
comprovado. 
 
Art. 120. No curso do processo de naturalização, poderá qualquer do povo impugná-la, desde que o 
faça fundamentadamente. 
 
Art. 121. A satisfação das condições previstas nesta Lei não assegura ao estrangeiro direito à 
naturalização. 
 
Podemos subdividir a naturalização em: 
- comum; 
- extraordinária; 
- especial, e 
- provisória. 
 
Comum: pode ser requerida por qualquer estrangeiro. 
Extraordinária: deve ser requerida pelos estrangeiros que vivem no Brasil há mais de 15 anos. Além 
dos requisitos do art. 112 e seguintes do Estatuto do Estrangeiro é preciso atender as exigências do art. 
12, alínea “b” da CF. 
Especial: destinada ao estrangeiro casado com diplomata brasileiro há mais de 5 anos, ou ao 
estrangeiro que conte com mais de dez anos de serviços ininterruptos empregado em Missão diplomática 
ou em Repartição consular brasileira. 
Provisória: ocorre na hipótese em que o estrangeiro tenha ingressado no Brasil durante os primeiros 
cinco anos de vida, e tenha se estabelecido definitivamente no território nacional. 
 
 
 
 
12 
 
 
A Constituição Federal em seu artigo 12, parágrafo 1º cita os direitos especiais dos portugueses que 
para a aquisição da nacionalidade brasileira. 
 
Art. 12. São brasileiros: 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de 
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta 
Constituição. 
 
Desse dispositivo podemos extrair que os portugueses poderão se naturalizar brasileiros desde que 
tenham residam no Brasil por um ano ininterrupto e idoneidade moral. 
 
Esse direito concedido aos portugueses denominados direito de reciprocidade, significa que 
havendo reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos aos portugueses com residência no 
Brasil os mesmo direitos inerentes ao brasileiro, salvo nos casos de expressa vedação constitucional 
(como por exemplo, os cargos privativos a brasileiro nato – art. 12, § 3º da CF). 
 
Essa reciprocidade é assegurada pelo Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a 
República Federativa do Brasil e a República Portuguesa. 
 
Decreto nº 3.927/2001 
 
Promulga o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República Federativa do Brasil e a 
República Portuguesa, celebrado em Porto Seguro em 22 de abril de 2000. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da 
Constituição, 
 
Considerando que os Governos da República Federativa do Brasil e da República Portuguesa 
celebraram, em Porto Seguro, em 22 de abril de 2000, Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta; 
 
Considerando que o Congresso Nacional aprovou esse Acordo por meio do Decreto Legislativo no 
165, de 30 de maio de 2001; 
 
Considerando que o Tratado entrou em vigor em 5 de setembro de 2001; 
 
DECRETA: 
 
Art. 1º O Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Federativa do Brasil e a 
República Portuguesa, celebrado em Porto Seguro, em 22 de abril de 2001, apenso por cópia ao presente 
Decreto, será executado e cumprido tão inteiramente como nele se contém. 
 
Art. 2º São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar em 
revisão do referido Tratado, bem como quaisquer ajustes complementares que, nos termos do art. 49, 
inciso I, da Constituição Federal, acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. 
4 Direitos especiais dos portugueses. 
 
 
13 
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Brasília, 19 de setembro de 2001; 180º da Independência e 113º da República. 
 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Luiz Felipe de Seixas Corrêa 
 
Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República 
Federativa do Brasile a República Portuguesa 
 
O Governo da República Federativa do Brasil 
e 
O Governo da República Portuguesa 
(adiante denominados "Partes Contratantes"), 
Representados pelo Ministro de Estado das Relações Exteriores do Brasil e pelo Ministro dos Negócios 
Estrangeiros de Portugal, reunidos em Porto Seguro, em 22 de abril de 2000; 
Considerando que nesse dia se comemora o quinto centenário do fato histórico do descobrimento do 
Brasil; 
 
Conscientes do amplo campo de convergência de objetivos e da necessidade de reafirmar, consolidar 
e desenvolver os particulares e fortes laços que unem os dois povos, fruto de uma história partilhada por 
mais de três séculos e que exprimem uma profunda comunidade de interesses morais, políticos, culturais, 
sociais e econômicos; 
Reconhecendo a importância de instrumentos similares que precederam o presente Tratado, 
 
Acordam o seguinte: 
 
Título I 
Princípios Fundamentais 
1. Fundamentos e Objetivos do Tratado 
Artigo 1º 
 
As Partes Contratantes, tendo em mente a secular amizade que existe entre os dois países, concordam 
em que suas relações terão por base os seguintes princípios e objetivos: 
1. o desenvolvimento econômico, social e cultural alicerçado no respeito os direitos e liberdades 
fundamentais, enunciados na Declaração Universal dos Direitos do Homem, no princípio da organização 
democrática da Sociedade e do Estado, e na busca de uma maior e mais ampla justiça social; 
2. o estreitamento dos vínculos entre os dois povos com vistas à garantia da paz e do progresso nas 
relações internacionais, à luz dos objetivos e princípios consagrados na Carta das Nações Unidas; 
3. a consolidação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em que Brasil e Portugal se 
integram, instrumento fundamental na prossecução de interesses comuns; 
4. a participação do Brasil e de Portugal em processos de integração regional, como a União Europeia 
e o Mercosul, almejando permitir a aproximação entre a Europa e a América Latina para a intensificação 
das suas relações. 
 
Artigo 2º 
 
1. O presente Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta define os princípios gerais que hão de 
reger as relações entre os dois países, à luz dos princípios e objetivos atrás enunciados. 
2. No quadro por ele traçado, outros instrumentos jurídicos bilaterais, já concluídos ou a concluir, são 
ou poderão ser chamados a desenvolverou regulamentar áreas setoriais determinadas. 
 
2. Cooperação Política e Estruturas Básicas de 
Consulta e Cooperação 
Artigo 3º 
 
Em ordem a consolidar os laços de amizade e de cooperação entre as Partes Contratantes, serão 
intensificadas a consulta e a cooperação política sobre questões bilaterais e multilaterais de interesse 
comum. 
 
14 
Artigo 4º 
 
A consulta e a cooperação política entre as Partes Contratantes terão como instrumentos: 
a) visitas regulares dos Presidentes dos dois países; 
b) cimeiras anuais dos dois Governos, presididas pelos chefes dos respectivos Executivos; 
c) reuniões dos responsáveis pela política externa de ambos os países, a realizar, em cada ano, 
alternadamente, no Brasil e em Portugal, bem como, sempre que recomendável, no quadro de 
organizações internacionais, de caráter universal ou regional, em que os dois Estados participem; 
d) visitas recíprocas dos membros dos poderes constituídos de ambos os países, para além das 
referidas nas alíneas anteriores, com especial incidência naquelas que contribuam para o reforço da 
cooperação interparlamentar; 
e) reuniões de consulta política entre altos funcionários do Ministério das Relações Exteriores do Brasil 
e do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal; 
f) reuniões da Comissão Permanente criada por este Tratado ao abrigo do Artigo 69. 
 
Artigo 5º 
 
A consulta e a cooperação nos domínios cultural e científico, econômico e financeiro e em outros 
domínios específicos processar-se-ão através dos mecanismos para tanto previstos no presente Tratado 
e nos acordos setoriais relativos a essas áreas. 
 
Título II 
Dos Brasileiros em Portugal e dos Portugueses no Brasil 
 
1. Entrada e Permanência de Brasileiros em Portugal e de Portugueses no Brasil 
 
Artigo 6º 
 
Os titulares de passaportes diplomáticos, especiais, oficiais ou de serviço válidos do Brasil ou de 
Portugal poderão entrar no território da outra Parte Contratante ou dela sair sem necessidade de qualquer 
visto. 
 
Artigo 7º 
 
1. Os titulares de passaportes comuns válidos do Brasil ou de Portugal que desejem entrar no território 
da outra Parte Contratante para fins culturais, empresariais, jornalísticos ou turísticos por período de até 
90 (noventa) dias são isentos de visto. 
2. O prazo referido no parágrafo 1o poderá ser prorrogado segundo a legislação imigratória de cada 
um dos países, por um período máximo de 90 (noventa) dias. 
 
Artigo 8º 
 
A isenção de vistos estabelecida no Artigo anterior não exime os seus beneficiários da observância 
das leis e regulamentos em vigor, concernentes à entrada e permanência de estrangeiros no país de 
ingresso. 
 
Artigo 9º 
 
É vedado aos beneficiários do regime de isenção de vistos estabelecido no Artigo 6º o exercício de 
atividades profissionais cuja remuneração provenha de fonte pagadora situada no país de ingresso. 
 
Artigo 10 
 
As Partes Contratantes trocarão exemplares dos seus passaportes em caso de mudança dos referidos 
modelos. 
 
 
 
 
 
15 
Artigo 11 
 
Em regime de reciprocidade, são isentos de toda e qualquer taxa de residência os nacionais de uma 
das Partes Contratantes residentes no território da outra Parte Contratante. 
2. Estatuto de Igualdade entre Brasileiros e Portugueses 
 
Artigo 12 
 
Os brasileiros em Portugal e os portugueses no Brasil, beneficiários do estatuto de igualdade, gozarão 
dos mesmos direitos e estarão sujeitos aos mesmos deveres dos nacionais desses Estados, nos termos 
e condições dos Artigos seguintes. 
Artigo 13 
 
1. A titularidade do estatuto de igualdade por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil não 
implicará em perda das respectivas nacionalidades. 
2. Com a ressalva do disposto no parágrafo 3º do Artigo 17, os brasileiros e portugueses referidos no 
parágrafo 1o continuarão no exercício de todos os direitos e deveres inerentes às respectivas 
nacionalidades, salvo aqueles que ofenderem a soberania nacional e a ordem pública do Estado de 
residência. 
 
Artigo 14 
 
Excetuam-se do regime de equiparação previsto no Artigo 12 os direitos expressamente reservados 
pela Constituição de cada uma das Partes Contratantes aos seus nacionais. 
 
Artigo 15 
 
O estatuto de igualdade será atribuído mediante decisão do Ministério da Justiça, no Brasil, e do 
Ministério da Administração Interna, em Portugal, aos brasileiros e portugueses que o requeiram, desde 
que civilmente capazes e com residência habitual no país em que ele é requerido. 
 
Artigo 16 
 
O estatuto de igualdade extinguir-se-á com a perda, pelo beneficiário, da sua nacionalidade ou com a 
cessação da autorização de permanência no território do Estado de residência. 
 
Artigo 17 
 
1. O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil só será 
reconhecido aos que tiverem três anos de residência habitual e depende de requerimento à autoridade 
competente. 
2. A igualdade quanto aos direitos políticos não abrange as pessoas que, no Estado da nacionalidade, 
houverem sido privadas de direitos equivalentes. 
3. O gozo de direitos políticos no Estado de residência importa na suspensão do exercício dos mesmos 
direitos no Estado da nacionalidade. 
 
Artigo 18 
 
Os brasileiros e portugueses beneficiários do estatuto de igualdade ficam submetidos à lei penal do 
Estado de residência nas mesmas condições em que os respectivos nacionais e não estão sujeitos à 
extradição, salvo se requerida pelo Governo do Estado da nacionalidade. 
 
Artigo 19 
 
Não poderão prestar serviço militar no Estado de residência os brasileiros e portugueses nas 
condições do artigo 12. A lei interna de cada Estado regulará, para esse efeito, a situação dos 
respectivos nacionais. 
 
 
 
16 
Artigo 20 
 
O brasileiro ou português, beneficiário do estatuto de igualdade, que se ausentar do território do Estado 
de residência terá direito à proteção diplomática apenas do Estado da nacionalidade. 
 
Artigo 21 
 
Os Governos do Brasil e de Portugal comunicarão reciprocamente, por via diplomática, a aquisição e 
perda do estatuto de igualdade regulado no presente Tratado. 
 
Artigo 22 
 
Aos brasileiros em Portugal e aos portugueses no Brasil, beneficiários do estatuto de igualdade, 
serão fornecidos, para uso interno, documentos de identidade de modelos iguais aos dos respectivos 
nacionais, com a menção da nacionalidade do portador e referência ao presente Tratado. 
 
Título III 
Cooperação Cultural, Científica e Tecnológica 
1. Princípios Gerais 
Artigo 23 
 
1. Cada Parte Contratante favorecerá a criação e a manutenção, em seu território, de centros e 
institutos destinados ao estudo, pesquisa e difusão da cultura literária, artística, científica e da tecnologia 
da outra Parte. 
2. Os centros e institutos referidos compreenderão, designadamente, bibliotecas, núcleos de 
bibliografia e documentação, cinematecas, videotecas e outros meios de informação. 
 
Artigo 24 
 
1. Cada Parte Contratante esforçar-se-á por promover no território da outra Parte o conhecimento do 
seu patrimônio cultural, nomeadamente através de livros, periódicos e outras publicações, meios 
audiovisuais e eletrônicos, conferências, concertos, exposições, exibições cinematográficas e teatrais e 
manifestações artísticas semelhantes, programas radiofônicos e de televisão. 
2. À Parte promotora das atividades mencionadas no número ou parágrafo anterior caberá o encargo 
das despesas delas decorrentes, devendo a Parte em cujo território se realizem as manifestações 
assegurar toda a assistência e a concessão das facilidades ao seu alcance. 
3. A todo o material que fizer parte das referidas manifestações será concedida, para efeito de 
desembaraço alfandegário,isenção de direitos e demais imposições. 
 
Artigo 25 
 
Com o fim de promover a realização de conferências, estágios, cursos ou pesquisas no território da 
outra Parte, cada Parte Contratante favorecerá e estimulará o intercâmbio de professores, estudantes, 
escritores, artistas, cientistas, pesquisadores, técnicos e demais representantes de outras atividades 
culturais. 
 
Artigo 26 
 
1. Cada Parte Contratante atribuirá anualmente bolsas de estudo a nacionais da outra Parte 
possuidores de diploma universitário, profissionais liberais, técnicos, cientistas, pesquisadores, escritores 
e artistas, a fim de aperfeiçoarem seus conhecimentos ou realizarem pesquisas no campo de suas 
especialidades. 
2. As bolsas de estudo deverão ser utilizadas no território da Parte que as tiver concedido. 
 
Artigo 27 
 
1. Cada Parte Contratante promoverá, através de instituições públicas ou privadas, especialmente 
institutos científicos, sociedades de escritores e artistas, câmaras e institutos de livros, o envio regular de 
 
17 
suas publicações e demais meios de difusão cultural com destino às instituições referidas no parágrafo 
2º do Artigo 23. 
2. Cada Parte Contratante estimulará a edição, a coedição e a importação das obras literárias, 
artísticas, científicas e técnicas de autores nacionais da outra Parte. 
3. As Partes Contratantes estimularão entendimentos entre as instituições representativas da indústria 
do livro, com vista à realização de acordos sobre a tradução de obras estrangeiras para a língua 
portuguesa e sua edição. 
4. As Partes Contratantes organizarão, através de seus serviços competentes, a distribuição 
coordenada das reedições de obras clássicas e das edições de obras originais feitas em seu território, 
em número suficiente para a divulgação regular das respectivas culturas entre instituições e pessoas 
interessadas da outra Parte. 
 
Artigo 28 
 
1. As Partes Contratantes comprometem-se a estimular a cooperação nos campos da ciência e da 
tecnologia. 
2. Essa cooperação poderá assumir, nomeadamente, a forma de intercâmbio de informações e de 
documentação científica, técnica e tecnológica; de intercâmbio de professores, estudantes, cientistas, 
pesquisadores, peritos e técnicos; de organização de visitas e viagens de estudo de delegações 
científicas e tecnológicas; de estudo, preparação e realização conjunta ou coordenada de programas ou 
projetos de pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico; de apoio à realização, no território de 
uma das Partes, de exposições de caráter científico, tecnológico e industrial, organizadas pela outra Parte 
Contratante. 
 
Artigo 29 
 
Os conhecimentos tecnológicos adquiridos em conjunto, em virtude da cooperação nos campos da 
ciência e da tecnologia, concretizados em produtos ou processos que representem invenções, serão 
considerados propriedade comum e poderão ser patenteados em qualquer das Partes Contratantes, 
conforme a legislação aplicável. 
 
Artigo 30 
 
As Partes Contratantes propõem-se levar a cabo a microfilmagem ou a inclusão em outros suportes 
eletrônicos de documentos de interesse para a memória nacional do Brasil e de Portugal existentes nos 
respectivos arquivos e examinarão em conjunto, quando solicitadas, a possibilidade de participação nesse 
projeto de países de tradição cultural comum. 
 
Artigo 31 
 
1. Cada Parte Contratante, com o objetivo de desenvolver o intercâmbio entre os dois países no 
domínio da cinematografia e outros meios audiovisuais, favorecerá a co-produção de filmes, vídeos e 
outros meios audiovisuais, nos termos dos parágrafos seguintes. 
2. Os filmes cinematográficos de longa ou curta metragem realizados em regime de co-produção serão 
considerados nacionais pelas autoridades competentes dos dois países e gozarão dos benefícios e 
vantagens que a legislação de cada Parte Contratante assegurar às respectivas produções. 
3. Serão definidas em acordo complementar as condições em que se considera co-produção, para os 
efeitos do parágrafo anterior, a produção conjunta de filmes cinematográficos, por organizações ou 
empresas dos dois países, bem como os procedimentos a observar na apresentação e realização dos 
respectivos projetos. 
4. Outras co-produções audiovisuais poderão ser consideradas nacionais pelas autoridades 
competentes dos dois países e gozar dos benefícios e vantagens que a legislação de cada Parte 
Contratante assegurar às respectivas produções, em termos a definir em acordo complementar. 
 
2. Cooperação no Domínio da Língua Portuguesa 
Artigo 32 
 
As Partes Contratantes, reconhecendo o seu interesse comum na defesa, no enriquecimento e na 
difusão da língua portuguesa, promoverão, bilateral ou multilateralmente, em especial no quadro da 
 
18 
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a criação de centros conjuntos para a pesquisa da língua 
comum e colaborarão na sua divulgação internacional, e nesse sentido apoiarão as atividades do Instituto 
Internacional de Língua Portuguesa, bem como iniciativas privadas similares. 
 
3. Cooperação no Domínio do Ensino e da Pesquisa 
Artigo 33 
 
As Partes Contratantes favorecerão e estimularão a cooperação entre as respectivas Universidades, 
instituições de ensino superior, museus, bibliotecas, arquivos, cinematecas, instituições científicas e 
tecnológicas e demais entidades culturais. 
 
Artigo 34 
 
Cada Parte Contratante promoverá a criação, nas respectivas Universidades, de cátedras dedicadas 
ao estudo da história, literatura e demais áreas culturais da outra Parte. 
 
Artigo 35 
 
Cada Parte Contratante promoverá a inclusão nos seus programas nacionais, nos vários graus e ramos 
de ensino, do estudo da literatura, da história, da geografia e das demais áreas culturais da outra Parte. 
 
Artigo 36 
 
As Partes Contratantes procurarão coordenar as atividades dos leitorados do Brasil e de Portugal em 
outros países. 
 
Artigo 37 
 
Nos termos a definir por acordo complementar, poderão os estudantes brasileiros ou portugueses, 
inscritos em uma Universidade de uma das Partes Contratantes, ser admitidos a realizar uma parte do 
seu currículo acadêmico em uma Universidade da outra Parte Contratante. 
 
Artigo 38 
 
Também em acordo complementar será definido o regime de concessão de equivalência de estudos 
aos nacionais das Partes Contratantes que tenham tido aproveitamento escolar em estabelecimentos de 
um desses países, para o efeito de transferência e de prosseguimento de estudos nos estabelecimentos 
da outra Parte Contratante. 
 
4. Reconhecimento de Graus e Títulos Acadêmicos e de Títulos de Especialização 
Artigo 39 
 
1. Os graus e títulos acadêmicos de ensino superior concedidos por estabelecimentos para tal 
habilitados por uma das Partes Contratantes em favor de nacionais de qualquer delas serão reconhecidos 
pela outra Parte Contratante, desde que certificados por documentos devidamente legalizados. 
2. Para efeitos do disposto no Artigo anterior, consideram-se graus e títulos acadêmicos os que 
sancionam uma formação de nível pós-secundário com uma duração mínima de três anos. 
 
Artigo 40 
 
A competência para conceder o reconhecimento de um grau ou título acadêmico pertence, no Brasil 
às Universidades e em Portugal às Universidades e demais instituições de ensino superior, a quem 
couber atribuir o grau ou título acadêmico correspondente. 
 
Artigo 41 
 
O reconhecimento será sempre concedido, a menos que se demonstre, fundamentadamente, que há 
diferença substancial entre os conhecimentos e as aptidões atestados pelo grau ou título em questão, 
relativamente ao grau ou título correspondente no país em que o reconhecimento é requerido. 
 
19 
Artigo 42 
 
1. Podem as Universidades no Brasil e as Universidades e demaisinstituições de ensino superior em 
Portugal celebrar convênios tendentes a assegurar o reconhecimento automático dos graus e títulos 
acadêmicos por elas emitidos em favor dos nacionais de uma e outra Parte Contratante, tendo em vista 
os currículos dos diferentes cursos por elas ministrados. 
2. Tais convênios deverão ser homologados pelas autoridades competentes em cada uma das Partes 
Contratantes se a legislação local o exigir. 
 
Artigo 43 
 
Sem prejuízo do que se achar eventualmente disposto quanto a numerus clausus, o acesso a cursos 
de pós-graduação em Universidades no Brasil e em Universidades e demais instituições de ensino 
superior em Portugal é facultado aos nacionais da outra Parte Contratante em condições idênticas às 
exigidas aos nacionais do país da instituição em causa. 
 
Artigo 44 
 
Com as adaptações necessárias, aplica-se por analogia, ao reconhecimento de títulos de 
especialização, o disposto nos Artigos 39 a 41. 
 
Artigo 45 
 
1. As Universidades no Brasil e as Universidades e demais instituições de ensino superior em Portugal, 
associações profissionais para tal legalmente habilitadas ou suas federações, bem como as entidades 
públicas para tanto competentes, de cada uma das Partes Contratantes, poderão celebrar convênios que 
assegurem o reconhecimento de títulos de especialização por elas emitidos, em favor de nacionais de 
uma e outra Parte. 
2. Tais convênios deverão ser homologados pelas autoridades competentes de ambas as Partes 
Contratantes, se não tiverem sido por elas subscritos. 
 
5. Acesso a Profissões e seu Exercício 
Artigo 46 
 
Os nacionais de uma das Partes Contratantes poderão aceder a uma profissão e exercê-la, no 
território da outra Parte Contratante, em condições idênticas às exigidas aos nacionais desta última. 
 
Artigo 47 
 
Se o acesso a uma profissão ou o seu exercício se acharem regulamentados no território de uma das 
Partes Contratantes por disposições decorrentes da participação desta em um processo de integração 
regional, poderão os nacionais da outra Parte Contratante aceder naquele território a essa profissão e 
exercê-la em condições idênticas às prescritas para os nacionais dos outros Estados participantes nesse 
processo de integração regional. 
 
6. Direitos de Autor e Direitos Conexos 
Artigo 48 
 
1. Cada Parte Contratante, em harmonia com os compromissos internacionais a que tenham aderido, 
reconhece e assegura a proteção, no seu território, dos direitos de autor e direitos conexos dos nacionais 
da outra Parte. 
2. Nos mesmos termos e sempre que verificada a reciprocidade, serão reconhecidos e assegurados 
os direitos sobre bens informáticos. 
3. Será estudada a melhor forma de conceder aos beneficiários do regime definido nos dois parágrafos 
ou números anteriores tratamento idêntico ao dos nacionais no que toca ao recebimento dos seus direitos. 
 
 
 
 
 
20 
Título IV 
Cooperação Econômica e Financeira 
1. Princípios Gerais 
Artigo 49 
 
As Partes Contratantes encorajarão e esforçar-se-ão por promover o desenvolvimento e a 
diversificação das suas relações econômicas e financeiras, mediante uma crescente cooperação, 
tendente a assegurar a dinamização e a modernização das respectivas economias, sem prejuízo dos 
compromissos internacionais por elas assumidos. 
 
Artigo 50 
Tendo em vista o disposto no Artigo anterior, as Partes Contratantes procurarão definir, relativamente 
aos diversos setores de atividade, regimes legais que permitam o acesso das pessoas físicas e jurídicas 
ou pessoas singulares e coletivas nacionais de cada uma delas a um tratamento tendencialmente unitário. 
 
Artigo 51 
 
Reconhecem as Partes que a realização dos objetivos referidos no Artigo 49 requer: 
a) a difusão adequada, sistemática e atualizada de informações sobre a capacidade de oferta de bens 
e de serviços e de tecnologia, bem como de oportunidades de investimentos nos dois países; 
b) o acréscimo de colaboração entre empresas brasileiras e portuguesas, através de acordos de 
cooperação, de associação e outros que concorram para o seu crescimento e progresso técnico e 
facilitem o aumento e a valorização do fluxo de trocas entre os dois países; 
c) a promoção e realização de projetos comuns de investimentos, de co-investimento e de 
transferência de tecnologia com vistas a desenvolver e modernizar as estruturas empresariais no Brasil 
e em Portugal e facilitar o acesso a novas atividades em termos competitivos no plano internacional. 
 
Artigo 52 
 
Para alcançar os objetivos assinalados nos Artigos anteriores propõem-se as Partes, designadamente: 
a) estimular a troca de informações e de experiências bem como a realização de estudos e projetos 
conjuntos de pesquisa e de planejamento ou planeamento entre instituições, empresas e suas 
organizações, de cada um dos países, em ordem a permitir a elaboração de estratégias de 
desenvolvimento comum, nos diferentes ramos de atividade econômica, a médio ou a longo prazo; 
b) promover ou desenvolver ações conjuntas no domínio da formação científica, profissional e técnica 
dos intervenientes em atividades econômicas e financeiras nos dois países; 
c) fomentar a cooperação entre empresas brasileiras e portuguesas na realização de projetos comuns 
de investimento tanto no Brasil e em Portugal como em terceiros mercados, designadamente através da 
constituição de "joint-ventures", privilegiando as áreas de integração econômica em que os dois países 
se enquadram; 
d) estabelecer o intercâmbio sistemático de informações sobre concursos públicos ou concorrências 
públicas nacionais e internacionais e facilitar o acesso dos agentes econômicos brasileiros e portugueses 
a essas informações; 
e) concertar as suas posições em instituições internacionais nas áreas econômicas e financeiras, 
nomeadamente no que respeita à disciplina dos mercados de matérias primas e estabilização de preços. 
 
Artigo 53 
 
Entre os domínios abertos à cooperação entre as duas Partes, nos termos e com os objetivos fixados 
nos artigos 49 a 52, figuram designadamente, agricultura, as pescas, energia, indústria, transportes, 
comunicações e turismo, em conformidade com acordos setoriais complementares. 
 
2. Cooperação no Domínio Comercial 
Artigo 54 
 
As Partes Contratantes tomarão as medidas necessárias para promover o crescimento e a 
diversificação do intercâmbio comercial entre os dois países e, sem quebra dos compromissos 
internacionais a que ambas se encontram obrigadas, instituirão o melhor tratamento possível aos 
produtos comerciais com interesse no comércio luso-brasileiro. 
 
21 
Artigo 55 
 
As Partes Contratantes concederão entre si todas as facilidades necessárias para a realização de 
exposições, feiras ou certames semelhantes, comerciais, industriais, agrícolas e artesanais, 
nomeadamente o benefício de importação temporária, a dispensa do pagamento dos direitos de 
importação para mostruários e material de propaganda e, de um modo geral, a simplificação das 
formalidades aduaneiras, nos termos e condições previstos nas respectivas legislações internas. 
3. Cooperação no Domínio dos Investimentos 
Artigo 56 
 
1. Cada Parte Contratante promoverá a realização no seu território de investimentos de pessoas físicas 
e jurídicas ou pessoas singulares e coletivas da outra Parte Contratante. 
2. Os investimentos serão autorizados pelas Partes Contratantes de acordo com sua lei interna. 
 
Artigo 57 
 
1. Cada Parte Contratante garantirá, em seu território, tratamento não-discriminatório, justo e equitativo 
aos investimentos realizados por pessoas físicas e jurídicas ou pessoas singulares e coletivas da outra 
Parte Contratante, bem como à livre transferência das importâncias com eles relacionadas. 
2. O tratamento referido no parágrafo1º deste Artigo não será menos favorável do que o outorgado 
por uma Parte Contratante aos investimentos realizados em seu território, em condições semelhantes, 
por investidores de um terceiro país, salvo aquele concedido em virtude de participação em processos de 
integração regional, de acordos para evitar a dupla tributação ou de qualquer outro ajuste em matéria 
tributária. 
3. Cada Parte Contratante concederá aos investimentos de pessoas físicas e jurídicas ou pessoas 
singulares e coletivas da outra Parte tratamento não menos favorável que o dado aos investimentos de 
seus nacionais, exceto nos casos previstos pelas respectivas legislações nacionais. 
 
4. Cooperação no Domínio Financeiro e Fiscal 
Artigo 58 
 
As Partes Contratantes poderão estimular as instituições e organizações financeiras sediadas nos seus 
territórios a concluírem acordos inter-bancários e concederem créditos preferenciais, tendo em conta a 
legislação vigente nos dois Países e os respectivos compromissos internacionais, com vista a facilitar a 
implementação de projetos de cooperação econômica bilateral. 
 
Artigo 59 
 
1. Cada Parte Contratante atuará com base no princípio da não- discriminação em matéria fiscal 
relativamente aos nacionais da outra Parte. 
2. As Partes Contratantes desenvolverão laços de cooperação no domínio fiscal, designadamente 
através da adoção de instrumentos adequados para evitar a dupla tributação e a evasão fiscais. 
 
5. Propriedade Industrial e Concorrência Desleal 
 
Artigo 60 
 
Cada Parte Contratante, em harmonia com os compromissos internacionais a que tenha aderido, 
reconhece e assegura a proteção, no seu território, dos direitos de propriedade industrial dos nacionais 
da outra Parte, garantindo a estes os recursos aos meios de repressão da concorrência desleal. 
 
Título V 
Cooperação em Outras Áreas 
1. Meio Ambiente e Ordenamento do Território 
Artigo 61 
 
As Partes Contratantes comprometem-se a cooperar no tratamento adequado dos problemas 
relacionados com a defesa do meio ambiente, no quadro do desenvolvimento sustentável de ambos os 
 
22 
países, designadamente quanto ao planejamento ou planeamento e gestão de reservas e parques 
nacionais, bem como quanto à formação em matéria ambiental. 
 
2. Seguridade Social ou Segurança Social 
Artigo 62 
 
As Partes Contratantes darão continuidade e desenvolverão a cooperação no domínio da seguridade 
social ou segurança social, a partir dos acordos setoriais vigentes. 
3. Saúde 
Artigo 63 
 
As Partes Contratantes desenvolverão ações de cooperação, designadamente na organização dos 
cuidados de saúde primários e diferenciados e no controle de endemias e afirmam o seu interesse em 
uma crescente cooperação em organizações internacionais na área da saúde. 
 
4. Justiça 
Artigo 64 
 
1. As Partes Contratantes comprometem-se a prestar auxílio mútuo em matéria penal e a combater a 
produção e o tráfico ilícito de drogas e substâncias psicotrópicas. 
2. Propõem-se também desenvolver a cooperação em matéria de extradição e definir um quadro 
normativo adequado que permita a transferência de pessoas condenadas para cumprimento de pena no 
país de origem, bem como alargar ações conjuntas no campo da administração da justiça. 
 
5. Forças Armadas 
Artigo 65 
 
As Partes Contratantes desenvolverão a cooperação militar no domínio da defesa, designadamente 
através de troca de informações e experiências em temas de atualidade como, entre outros, as Operações 
de Paz das Nações Unidas. 
 
6. Administração Pública 
Artigo 66 
 
Através dos organismos competentes e com recurso, se necessário, a instituições e técnicos 
especializados, as Partes Contratantes desenvolverão a cooperação no âmbito da reforma e 
modernização administrativa, em temas e áreas entre elas previamente definidos. 
 
7. Ação Consular 
Artigo 67 
 
As Partes Contratantes favorecerão contatos ágeis e diretos entre as respectivas administrações na 
área consular. 
 
Artigo 68 
 
A partir dos acordos setoriais vigentes, as Partes Contratantes desenvolverão os mecanismos de 
cooperação baseados na complementaridade das redes consulares dos dois países, de modo a estender 
a proteção consular aos nacionais de cada uma delas, nos locais a serem previamente especificados 
entre ambas, onde não exista repartição consular brasileira ou posto consular português. 
 
Título VI 
Execução do Tratado 
Artigo 69 
 
Será criada uma Comissão Permanente luso-brasileira para acompanhar a execução do presente 
Tratado. 
 
 
 
23 
Artigo 70 
 
A Comissão Permanente será composta por altos funcionários designados pelo Ministro de Estado das 
Relações Exteriores do Brasil e pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, em número não 
superior a cinco por cada Parte Contratante. 
 
Artigo 71 
 
A presidência da Comissão Permanente será assumida, em cada ano, alternadamente, pelo chefe da 
delegação do Brasil e pelo chefe da delegação de Portugal. 
 
Artigo 72 
 
A Comissão Permanente reunir-se-á obrigatoriamente, uma vez por ano, no país do presidente em 
exercício e poderá ser convocada por iniciativa deste ou a pedido do chefe da delegação da outra Parte, 
sempre que as circunstâncias o aconselharem. 
 
Artigo 73 
 
Compete à Comissão Permanente acompanhar a execução do presente Tratado, analisar as 
dificuldades ou divergências surgidas na sua interpretação ou aplicação, propor as medidas adequadas 
para a solução dessas dificuldades, bem como sugerir as modificações tendentes a aperfeiçoar a 
realização dos objetivos deste instrumento. 
 
Artigo 74 
 
1. A Comissão Permanente poderá funcionar em pleno ou em subcomissões para a análise de 
questões relativas a áreas específicas. 
2. As propostas das subcomissões serão submetidas ao plenário da Comissão Permanente. 
 
Artigo 75 
 
As dificuldades ou divergências surgidas na interpretação ou aplicação do Tratado serão resolvidas 
através de consultas, por negociação direta ou por qualquer outro meio diplomático acordado por ambas 
as Partes. 
 
Artigo 76 
 
A composição das delegações que participam nas reuniões da Comissão Permanente, ou das suas 
subcomissões, bem como a data, local e respectiva ordem de trabalhos serão estabelecidos por via 
diplomática. 
 
Título VII 
Disposições Finais 
Artigo 77 
 
1. O presente Tratado entrará em vigor trinta dias após a data da recepção da segunda das notas 
pelas quais as Partes comunicarem reciprocamente a aprovação do mesmo, em conformidade com os 
respectivos processos constitucionais. 
2. O presente Tratado poderá, de comum acordo entre as Partes Contratantes, ser emendado. As 
emendas entrarão em vigor nos termos do parágrafo 1º. 
3. Qualquer das Partes Contratantes poderá denunciar o presente Tratado, cessando os seus efeitos 
seis meses após o recebimento da notificação de denúncia. 
 
Artigo 78 
 
O presente Tratado revoga ou ab-roga os seguintes instrumentos jurídicos bilaterais: 
 
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a) Acordo entre os Estados Unidos do Brasil e Portugal para a Supressão de Vistos em Passaportes 
Diplomáticos e Especiais, celebrado em Lisboa, aos 15 dias do mês de outubro de 1951, por troca de 
Notas; 
b) Tratado de Amizade e Consulta entre o Brasil e Portugal, celebrado no Rio de Janeiro, aos 16 dias 
do mês de novembro de 1953; 
c) Acordo sobre Vistos em Passaportes Comuns entre o Brasil e Portugal, concluído em Lisboa, por 
troca de Notas, aos 9 dias do mês de agosto de 1960; 
d) Acordo Cultural entre o Brasil e Portugal, celebrado em Lisboa, aos 7 dias do mês de setembro de 
1966; 
e) Protocolo Adicional ao Acordo Cultural de 7 de setembro de 1966, celebrado em Lisboa, aos 22 dias 
do mês de abril de 1971; 
f) Convenção sobre Igualdade de Direitos

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