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Nota de aula
Professor: Adhemar Nunes Freire Filho
Como montar um Canvas - Modelo de Negócios
I – O QUE É UM MODELO DE NEGÓCIOS
Por muito tempo a definição de Modelo de Negócios era difícil de ser compreendida, pois diversos autores e especialistas não chegavam ao consenso de uma definição universal.
O termo Modelo de Negócios foi muito difundido durante os anos 90 na era das empresas ponto com, onde o termo Modelo de Negócios foi bastante associado a essas empresas de alta tecnologia.
Tais empresas ponto com não precisavam de estratégia, nem de competências especiais e tampouco clientes – bastava-lhes um Modelo de Negócios baseado na web com promessas de lucros fabulosos no futuro.
Dentre as várias definições de Modelo de Negócios, a que mais se utilizava era a definição econômica:
“Um Modelo de Negócios nada mais é do que a representação simplificada da realidade de uma organização, através de variáveis e características importantes para determinada situação.”
Foi então que, no ano de 2004, Alex Osterwalder, estudante de doutorado da Universidade de Lausanne na Suíça, concluiu o seu curso com o tema de Inovação em Modelos de Negócios sob a orientação de Yves Pignur.
Neste momento, os dois estudiosos elaboraram uma nova e mais clara definição para Modelo de Negócios:
“Um Modelo de Negócios descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização.”
Para Alex e Pigneur, toda organização nasce para gerar valor (produtos e serviços relevantes) para um determinado segmento de clientes, em seguida precisa entregar esse valor, para seus clientes, através de diversos canais, e por fim precisa capturar um valor monetário por aquilo que gerou e entregou com sucesso ao seu segmento de clientes, mantendo o negócio funcionando.
Um Modelo de Negócios só é viável quando ele é capaz de produzir, capturar e entregar valor para os clientes e acionistas.
Esta definição possibilitou que todos os interessados no assunto conseguissem discutir e compreender, de forma fácil e intuitiva, a complexidade do funcionamento de uma empresa. Este conceito foi utilizado e testado em organizações como IBM, Ericssoon, 3M, Deloitte, Apple entre outras.
Em 2010, os estudos, workshops e pesquisas aplicadas de Alex e Pigneur com o tema do seu doutorado, resultaram num livro chamado de Business ModelGeneration – Inovação em Modelagem de Negócios.
II – OS 09 COMPONENTES DO MODELO DE NEGÓCIOS  
Nos estudos de Alex e Pigneurs eles identificaram que um Modelo de Negócios pode ser melhor descrito com 9 componentes básicos, que mostram a lógica de como uma organização pretende gerar valor. Esses 09 componentes cobrem as quatro áreas principais de um negócio: clientes, oferta, infraestrutura e viabilidade financeira.
Segmento de Clientes, tais como usuários, pagantes.
Proposta de Valor, que está embutida nos produtos, serviços e benefícios da empresa
Canais de Distribuição para alcançar os clientes e oferecer-lhes a proposta de valor
Relacionamento com Clientes para criar demanda
Fontes de Receitas geradas pela proposta de valor
Recursos-Chave exigidos para viabilizar o modelo de negócios
Atividades-Chave necessárias para implementar o modelo de negócio
Parcerias Principais que farão parte do negócio e sua motivação para isso
Estrutura de Custos resultante do funcionamento do seu Modelo de Negócios
Alexander e seu orientador perceberam que definir o termo Modelo de Negócios e seus 09 componentes não seria suficiente. Era necessário desenvolver alguma coisa que incentivasse a inovação, a prototipação e co-criação (criação colaborativa).
 Assim,  utilizando-se de conceitos de design thinking, Alexander iniciou com um simples gráfico feito em powerpoint, que anos mais tarde se tornaria o Quadro de Modelagem de Negócios ou Business Canvas.
Esta quadro foi responsável por revolucionar a maneira como empreendedores e empresas passaram a pensar em novos negócios ou novos produtos. Seu próprio livro se intitulou “Business Model Generation” (Geração de Modelo de Negócios).
III – POR QUE INOVAR EM MODELO DE NEGÓCIOS?
Alguns empreendedores decidem inovar em seus Modelos de Negócios para reagir a uma situação de crise, outros podem estar atrás de um novo potencial de crescimento, e alguns até podem estar começando, enquanto outros podem estar planejando um novo produto ou uma nova tecnologia.
A motivação para inovar seu Modelo de Negócios depende do estado atual da sua empresa. Para negócios jovens ou que ainda não saíram do papel, a motivação pode ser uma dentre estas quatro:
	INOVAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE MODELO DE NEGÓCIOS JOVENS
	Satisfazer o mercado:
	Satisfazer uma necessidade não atendida do mercado. (Tata car, NetJets, Lulu.com)
	Levar ao mercado:
	Levar uma nova tecnologia, um novo produto ou serviço ao mercado ou explorar uma propriedade intelectual existente. (Xerox 914, Nespresso, Apple, Volvo, Atari)
	Aprimorar o mercado:
	Aprimorar ou sacudir um mercado existe. (Whatsapp, Dell, Nintendo Wii, IKEA, Amazon.com, Zippcar)
	Criar mercado:
	Criar um negócio inteiramente novo. (Google, Waze, Cirquedu Soleil)
Em empresas já estabelecidas, os esforços de inovação de Modelos de Negócios geralmente tem um das quatro motivações:
	INOVAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE MODELO EM EMPRESAS ESTABELECIDAS
	Reativo:
	Surgimento de uma crise no Modelo de Negócios existente de “quase morte”.            (IBM nos anos 90, Nintendo, Motorola, Apple dos anos 2000)
	Adaptativo:
	Ajustar, aprimorar ou defender o Modelo de Negócios existente. (Nokia, P&G)
	Expansivo:
	Lançar uma nova tecnologia, um novo produto ou serviço. (Nespresso, Xerox 914 em 1960, iPod/ iTunes, Netflix)
	Pró-ativo/ 
exploratório:
	Preparando para o futuro. (Amazon Web Services, Google Glass, car2go, Dropbox)
IV – MODELO DE NEGÓCIOS OU PLANO DE NEGÓCIOS?
“Nenhum Plano de Negócios sobrevive ao primeiro contato com clientes” – Steve Blank
Se você está pensando em montar uma startup ou iniciar um pequeno negócio com diferenciais do mercado tradicional, fazer um Plano de Negócios é sua pior opção. Na verdade é até insano da sua parte.
Durante muitos anos empreendedores foram incentivados a desenvolver um plano de negócios toda vez que pensavam em criar uma nova empresa ou produto.
Existe apenas uma razão que justifique um Plano de Negócios: algum investidor, gerente de banco ou amigo que cursou uma escola de negócios não conhece nada melhor e quer porque quer ver um.
O Plano de Negócios é um documento estático orientado para implantação de projetos de negócios que já foram testados e validados.
Considere que no começo de qualquer negócio (que não seja tradicional) não se tem muitas certezas.  Tudo que você tem em mente é uma visão de oportunidade de negócio e a vontade de que tudo dê certo.
Já imaginou você elaborar várias páginas de um Plano de Negócios, e por fim descobrir que a sua ideia não é realmente uma oportunidade de negócio.  Tempo perdido!
Um Modelo de Negócios, através da ferramenta do Canvas, é algo mais dinâmico e flexível e que ajuda você a testar as hipóteses de cada bloco do seu modelo. Lembre-se que tudo que você tem são hipóteses.
“Você não tem certeza dos seus 09 blocos até que consiga validar por meio de testes com clientes reais.”
Utilizar o Canvas do Modelo de Negócios como um guia facilita localizar onde e como realizar as reformulações, uma vez que você e sua equipe pode visualizar no Canvas suas alternativas e compreender o que precisa ser modificado.
A cada revisão ou reformulação que você faça em função dos testes aplicados na prática (no segundo artigo dessa série mostrarei como aplicar esses testes), você pode reconfigurar o Canvas do modelo incorporando as mudanças.
Você perceberá que o seu Canvas terá várias versões ao longo do tempo.
Por tanto, ao contrário de um Plano de Negócios, um Modelo de Negócios permite que você prototipe diferentes versões do seu negócio até chegar a uma que faça mais sentido.

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