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Psicologia jurídica - Imputabilidade penal

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Inimputabilidade
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CULPABILIDADE
Quem comete crime possui algum transtorno?
ELEMENTOS
CÓDIGO PENAL
TÍTULO III - DA IMPUTABILIDADE PENAL
        Inimputáveis
        Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
        Redução de pena
        Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
        Menores de dezoito anos
        Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.
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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA INIMPUTABILIDADE PENAL
Biológico – presente um transtorno “mental” ou um desenvolvimento “mental” incompleto ou retardado já há a inimputabilidade
Psicológico – presente, no momento do fato, ausência de capacidade de entendimento da sua ilicitude e de se comportar a partir dele já há inimputabilidade
Biopsicológico – A imputabilidade só é excluída pela reunião dos dois critérios anteriores:
Deve existir um Transtorno Psicológico e, por isso, o agente não conseguir entender o caráter ilícito de sua conduta ou não se determinar por tal entendimento
 CAUSAS DE INIMPUTABILIDADE
Situações em que é retirada a imputabilidade do agente
Inimputabilidade absoluta (exceção ao critério adotado)
Adotou-se o critério biológico para os infantes
No Brasil menores de 18 anos de idade não cometem crimes e sim Ato infracionais
Não recebem qualquer sanção penal
Medida socioeducativa NÃO É sanção penal
São regidos pelo Estatuto da criança e do adolescente (ECA)
Possuem direitos e deveres especificados nessa legislação
E se um adolescente iniciar um crime com 17 anos e só terminar sua execução quando tiver 18 anos?
Inimputabilidade por desenvolvimento mental incompleto
Destinado para os indivíduos pertencentes aos povos pré-colombianos e descendentes (silvícolas)
Deverá ser avaliado em cada caso especificamente, pois se:
Integrado á vida da “sociedade” (moderna sociedade industrial)= imputável
Viver de forma divida entre brancos e outros “índios”= semi-imputável
Quando não tiver contato com a civilização “branca”= inimputável
Inimputabilidade por desenvolvimento mental retardado
São aqueles indivíduos em que sua capacidade intelectual é menor do que sua idade cronológica
Tal déficit pode ter causas congênitas ou ambientais
Pode ter como produtora também deficiência ou ausência de algum sentido. Ex: surdo-mudo
A priori é imputável, mas perícia pode aferir sua inimputabilidade, seguindo as mesmas regras dos silvícolas
Inimputabilidade por Doença Mental
O termo deve ser interpretado da maneira mais ampla possível
Todas as formas de desequilíbrio psicológico devem aqui ser categorizadas
Para os profissionais da saúde mental há distinções entre a CID e o Código Penal, pois aquela é mais ampla que esse
Conjuntos de Sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecível associado, na maioria dos casos, a sofrimento e interferências com funções sociais (CID- 10, OMS)
Transtorno mental engloba todas as definições trazidas pelo Código Penal
CID-10 X Código Penal
Situações em que há incidência dos dois códigos
Inimputabilidade por Doença Mental
Pode ter origem psicológica ou biológica, pois determinadas doenças podem produzir problemas psicológicos. Ex: Alzheimer, SIDA, uso de drogas em geral
Pai, com demência proveniente do uso de drogas, esquece a filha recém nascida no carro e a criança morre. 
A condição de garantidor do pai implica que ele responderia por homicídio, mas em virtude da demência produzida pela condição de adicto
Ele poderá ser considerado inimputável
Inimputabilidade por Doença Mental
Pode ser temporária ou crônica o fato significativo para o Direito e para a Psicologia é o momento do crime
F63.2 roubo patológico (cleptomania): caracterizado por falhas em resistir a impulsos de roubar objetos que não são adquiridos para uso pessoal ou ganho monetário. Os objetos podem, ao invés, ser jogados fora, presenteados ou armazenados.
Art. 155/CP- Furto: subtrair coisa alheia móvel. Pena: reclusão de um a quatro anos e multa. (CP/1940)
Um esquizofrênico diagnosticado e acompanhado pelos profissionais da saúde mental é inimputável?
Depende do momento do crime.
Se ele estiver em equilíbrio psicológico, ou seja, entender o caráter ilícito do ato e pode se guiar por tal entendimento, será considerado imputável, podendo ser condenado
Se não, ele será considerado inimputável, receberá uma sentença de absolvição imprópria
Logo nem sempre um paciente nosso será considerado inimputável para o Poder Judiciário
Art. 123 Infanticídio
Matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. Pena: detenção de 2 a 6 anos.
Desnecessária perícia para atestar estado puerperal!!!!
logo, quando isso ocorre, o Direito presume em todos os casos que há o estado puerperal
F65.4 Pedofilia (Transtornos de preferência sexual)
Uma preferência sexual por crianças, usualmente de idade pré-puerperal ou no início da puberdade.
Raramente encontrada em mulheres
Contatos sexuais entre adultos e adolescentes sexualmente maduros são socialmente reprovados, mas não estão necessariamente relacionados à pedofilia
Um incidente isolado não estabelece a presença da tendência persistente ou predominante requerida para o diagnóstico
Abusar dos próprios filhos pré-púberes é indicativo de pedofilia
Existe o crime de pedofilia?
Não!!
Art. 213 - Estupro
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. Pena: reclusão de 6 a 10 anos.
§ se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 anos ou maior de 14 anos. Pena: reclusão de 8 a 12 anos (QUALIFICADO)
Art. 217-A. Estupro de vulnerável
Ter conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso com menor de 14 (quatorze) anos. Pena: reclusão de 8 a 15 anos. (CP/1940)
Não importa se o (a) jovem aceitou. Para nossa sociedade essas pessoas não possuem vontade penalmente relevante
Logo uma prostituta com menos de 14 anos é vítima de um estupro
CRIME HEDIONDO
Perguntas importantes para o psicólogo!
Todo homem que tem contato com menores de 14 anos deve ser diagnosticado com pedofilia?
Você pode ter um paciente pedófilo que nunca cometeu um crime sexual contra vulnerável?
Pode ocorrer de uma pessoa que cometeu um estupro contra vulnerável não ter o diagnóstico de pedofilia?
A ciência deve ter um discurso mais específico do que o senso comum!
Seu paciente poderá ser considerado um vulnerável!
Art. 217 –A, §1: incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência
Se a perícia determinar sua condição essa pessoa é considerada vulnerável
Se tiver qualquer contato libidinoso, formalmente, ocorrerá um estupro!
Ex: alguém namora com uma pessoa com Síndrome de Down poderá ser acionada por estupro de vulnerável
INIMPUTABILIDADE
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Embriaguez
É a intoxicação aguda produzida no corpo humano ou por outras substâncias de efeitos análogos apta a provocar a exclusão da capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se da acordo com tal entendimento. Acarreta inimputabilidade relativa.
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Aspectos avaliados no momento da perícia 
Verificação da existência ou não de transtorno mental
O agente possui transtorno mental?
Qual o diagnóstico?
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Aspectos avaliados no momento da perícia 
Constatação do nexo causal entre o transtorno
e o crime
O transtorno tem relação com o crime?
Quais sintomas tem relação com o crime?
Ex: uma pessoa com TOC bebeu e atropelou uma pessoa matando-a. O transtorno não tem relação com o crime de trânsito
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Aspectos avaliados no momento da perícia 
3. Avaliação da capacidade de entendimento
Os sintomas são capazes de retirar os aspecto intelectivo?
Estavam presente no momento do crime?
Ex: um pedófilo continua sabendo que aquilo que ele faz é crime. 
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Aspectos avaliados no momento da perícia 
4. Avaliação da capacidade de comportar-se a partir desse entendimento
Os sintomas são capazes de diminuir a autodeterminação do agente?
Estavam presente no momento do crime?
Ex: o pedófilo sabe que é crime e se orienta pelo que ele quer fazer. Estuprar uma criança.
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Aspectos avaliados no momento da perícia 
5. Criminogênese: seria o próprio transtorno, pois diz respeito as razões do crime. Ex: matei, pois a voz me mandou 
 6. Criminodinânmica: especificar os comportamentos do agente durante o inter criminis (antes, durante e depois da conduta criminosa)
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Perguntas que devem ser respondidas pelo perito
Em regra, o magistrado faz as perguntas que necessita de respostas. 
Há um transtorno mental?
Esse transtorno estava presente no momento do delito?
Qual o diagnóstico? De acordo com a CID-11 a enquadrá-lo em uma categoria do Código Penal
Devido ao diagnóstico, qual a capacidade intelectiva no momento do crime? Normal, reduzida ou abolida?
Devido ao diagnóstico, qual a capacidade de determinação do agente? Normal, reduzida ou abolida?
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