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AS PRIMEIRAS CIDADES DO MUNDO E AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES

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AS PRIMEIRAS CIDADES DO MUNDO E AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES 
INTRODUÇÃO 
 
É muito difícil dizer realmente qual foi a primeira cidade do mundo: para a ciência 
contemporânea, o que é verdade hoje pode não ser amanhã: tudo depende das novas 
descobertas, principalmente em se tratando de arqueologia. 
Estas cidades deram origem à Mesopotâmia, e à que seria a primeira civilização humana, 
chamada de a civilização Suméria. Estas cidades foram construídas na região que fica entre o 
rio Tigre e o Eufrates. Segundo os pesquisadores, estas cidades foram construídas ali devido às 
facilidades que esta região proporcionava para o desenvolvimento e o comércio da 
Agricultura. Isto ocorreu por volta de 3.750 a 4.500 a. C. 
Por outro lado, escavações recentes lideradas pelo arqueólogo James Mellaar revelaram uma 
cidade mais antiga que Quish. O nome desta cidade é Catalhöyük, e fica na Turquia. Até o 
momento, estima-se que a origem desta cidade data de 9.000 a. C. Ao contrário de Quish e 
outras cidades sumerianas, Catalhöyük desenvolveu-se graças ao sal - o sal era a moeda na 
Antiguidade. 
 
Ainda, há a cidade de Jericó, na Palestina, cuja origem evidência para 9.000 a. C. Estava situada 
às margens do rio Jordão, a 8 km do Mar Morto e aproximadamente 27 km de Jerusalém. As 
suas ruínas estão a meio km da Jericó atual. 
Segundo os arqueólogos, Jericó passou por vários "assentamentos", ou seja: vários povos se 
assentaram nela. O primeiro assentamento foi feito por um povo desconhecido. Assim como 
todos os povos que se "assentaram" em Jericó, eles foram atraídos pelo fato de Jericó se situar 
numa região cujo solo era muito frutífero e rico, e pela abundância de água. 
 
A agricultura tem papel fundamental no surgimento das cidades e em região de terras férteis 
bem próximas de rios, como os rios Tigre e Eufrates na Mesopotâmia e o rio Nilo, no Egito. 
Nessas regiões, onde a agricultura se desenvolveu, surgiram as primeiras cidades. 
 
Graças à agricultura, e a posterior domesticação de animais, os seres humanos deixaram de ser 
nômades. Ou seja, deixaram de se deslocar em busca de alimentos, pois plantavam e colhiam 
o que necessitavam para se alimentar. Portanto, podemos dizer que se tornaram sedentários! 
 
O aparecimento das cidades marcou a passagem da Pré-História para História. Mas nem toda 
aldeia neolítica tornou-se cidade. Para isso acontecer foi preciso que, durante centenas de 
anos, ocorresse um conjunto de fatores na vida da aldeia neolítica, iniciados por volta de 3.500 
a.C. E que fatores foram esses? 
 
- Agricultura e criação de animais; 
- Fertilidade dos solos; 
- Proximidade aos rios; 
- Aumento populacional; 
- Expansão das áreas de cultivo e pastagens; 
- Novas técnicas de cultivo e instrumentos de trabalho. 
 
Apesar das primeiras cidades terem surgido em regiões próximas aos rios, não era fácil lidar 
com as cheias sazonais, já que de tempos em tempos, as águas dos rios subiam e inundavam 
toda a terra. Por um lado, as cheias contribuíam para fertilizar o solo. Por outro, destruía as 
plantações. 
 
Essas sociedades localizavam-se, basicamente, em terras áridas, precisando, então, da força 
das águas para se desenvolverem. Foram realizadas grandes obras hidráulicas (canais de 
irrigação que levavam a água para o interior) para ajudar no cultivo. Por isso, essas civilizações 
são também conhecidas como sociedades hidráulicas: 
 Canais de irrigação: para levar a água dos rios e lagos às plantações mais distantes. 
Assim, o agricultor não ficava mais na exclusiva dependência das chuvas e cheias dos 
rios para regar as terras. 
 Construção de diques: para armazenar a água das cheias dos rios, evitando que o 
solo ficasse encharcado. 
 Arado: aumentou as áreas cultivadas de maneira mais rápido, usando a força animal. 
 A carroça: puxada por rodas: permitia transportar toneladas de cereais, aliviando as 
costas e os ombros de homens e mulheres; 
 Surgiram oficinas de artesãos especializados, isto é, profissionais como o ceramista, o 
tecelão e o carpinteiro que exerciam atividades específicas e em tempo integral. Eles 
criaram novas técnicas e instrumentos, como a roda de oleiro e o barco à vela. 
 Comércio 
 
O INÍCIO DA URBANIZAÇÃO DA HUMANIDADE 
Atualmente o homem é um ser urbano, grande parte da população mundial vive em cidades e 
centros urbanos, mas isso não é algo contemporâneo. Desde o início das primeiras civilizações 
o homem já habitava pequenos centros urbanos (há cerca de 5.500 anos). Contudo a 
urbanização maciça da humanidade só começou a se dar entre os séculos XVIII e XIX, quando a 
indústria, buscando estabelecer em locais separados ao campo, dominado pela 
agricultura, instalou-se nas cidades e a população que era desapropriada do campo migrava 
para tais cidades servindo de mão-de-obra para as indústrias (vale lembrar que algumas 
indústrias não deixaram de se instalar no campo, mas grande parte tendia a se instalar nos 
centros urbanos). 
 
Enfim, esse fenômeno remete a duas questões iniciais. Primeira, quais fatores colaboraram 
para o nascimento das primeiras cidades no mundo antigo? Segundo, quais as etapas 
intermediárias das cidades até a época moderna? 
 
Três níveis de organização humana são responsáveis e antecedem à urbanização maciça dos 
últimos séculos e que são caracterizados pelos seus seguintes padrões do comportamento do 
homem: tecnológicos, econômicos, sociais e políticos. 
 
O menos complexo dos três níveis de organização é o da "Comunidade Primitiva", pré-
urbano, que também antecede a escrita; este caracteriza-se, basicamente, por: 
 
 Grupos pequenos homogêneos e familiares, autossuficientes e dedicados unicamente 
à subsistência do grupo através da caça, pesca e extrativismo; 
 Eram primordialmente nômades mudando sua estadia de acordo com a 
disponibilidade de alimentos e recursos das regiões. 
Desta maneira, não existia a possibilidade da produção de um excedente alimentar 
significativo e, consequentemente, especialização do trabalho e a subdivisão social, o 
máximo que havia era um líder guerreiro, ou religioso, que detinha 
pequenos privilégios; 
 A subdivisão entre os trabalhos era dada por gênero e idade. Homens ficavam com 
atividades mais pesadas como caça e pesca, mulheres com o extrativismo e 
artesanato. Crianças e idosos trabalhavam basicamente as mesmas atividades das 
mulheres. 
 
Sabemos que mesmo existindo comunidades primitivas até hoje, a grande maioria sofreu um 
processo de transformação há mais de 4 mil anos, tornando-se cada vez mais complexas em 
suas estruturas. Estas sociedades então passaram a formar vilas, aperfeiçoando as técnicas de 
subsistência e organização. Chegaram assim ao estágio pré-industrial. Nesse tipo de 
organização da sociedade já era conspícua a acumulação de excedentes da produção 
alimentar, agora com base na agricultura. A agricultura neste período era a principal fonte de 
alimentos, embora continuassem sendo praticadas aquelas atividades anteriores (caça, pesca e 
extrativismo). 
 
Esse excedente alimentar permitiu que certos indivíduos deixassem o setor de produção de 
insumos alimentares e passassem a dedicar-se a outras atividades não necessariamente 
ligadas à subsistência, surge então uma classe especializada de artesãos. Sob essas 
novas condições de reprodução do trabalho desenvolveu-se uma nova forma de divisão 
das atividades facilitando a manutenção de grandes sistemas de irrigação e formação de 
núcleos não-agrícolas. 
 
Grande parte dessas sociedades pré-industriais dispunham da metalurgia, da roda e do arado 
– elementos essenciais para multiplicação da produção e contribuir para a distribuição dos 
produtos. Como exemplos típicos dessas sociedades têm a grega, egípcia, assíria, 
babilônica, entre outras mil. 
 
Outros dois fatores foram de fundamental importância na caracterização e organização doestágio pré-industrial. O primeiro deles foi a invenção da palavra escrita, que cooperou com a 
contabilidade e manutenção dos gastos, além da fixação de fatos históricos, registros, leis e 
ensino. O segundo elemento eram as escassas fontes de energia, geralmente, a braçal e 
animal, sendo que as sociedades pré-industriais mais avançadas usavam também a eólica para 
navegação e em moinhos e em alguns casos, não muito comuns, a água. 
 
Foi então, que nesse segundo contexto de organização social, econômico e político que se 
desenvolveram as primeiras cidades. Entretanto, somente no Terceiro Nível, que a cidade 
industrial aparece, caracterizada por uma estrutura de educação das massas, um sistema de 
classes fluido e, o mais relevante, um assombroso avanço tecnológico que usa novas fontes 
energéticas. 
 
Além dos elementos supracitados outros dois também foram de suma importância para o 
desenvolvimento das cidades industriais. O primeiro foi a nova organização social que agora 
se via diante de grande excedente agrícola, que podia ser colhido, armazenado e distribuído, 
liberando mão-de-obra do campo em grandes quantidades. 
 
O outro fator está ligado ao transporte e localização da cidade, que quando próxima a regiões 
férteis e geograficamente favoráveis facilitam a distribuição e o transporte dos 
produtos primários, desenvolvendo inclusive as atividades mercantis. 
 
A troca de informação entre essas diversas culturas contribuiu para o surgimento de vilas e 
povoados na região que, em pouco tempo, evoluíram para verdadeiras cidades. 
 
As primeiras cidades eram muito semelhantes entre si. Tinham uma base cultural e técnica 
análogas. O trigo e a cevada eram os principais produtos agrícolas, o bronze o metal, e o arado 
ativado por tração animal, havia alguns veículos utilizando rodas. Artigos de luxo descobertos 
em túmulos e templos, por arqueólogos e historiadores, revelaram a existência de 
habilidosos artesãos, e a introdução de metais finos e pedras preciosas de locais 
distantes denota a existência de uma importante classe mercantil e a ascensão de uma elite já 
consolidada. 
 
AS CIVILIZAÇÕES DO NOVO MUNDO 
 
Saindo do contexto do velho mundo, e levando em conta a região da América pré-colombiana 
temos que mostrar também a importância dos povos ameríndios na formação de cidades. 
Estes, especialmente, os da América Central (maias e astecas) constituíram grandes núcleos 
urbanos, porém a falta de dados sobre tais cidades têm levado muitos estudiosos à pesquisa 
de campo. Até a década de 60, por exemplo, muitos arqueólogos duvidavam que os maias 
teriam construído cidades, justificando que as ruínas encontradas eram grandes templos, 
visitados periodicamente pelas populações durante celebrações. Hoje, no entanto, não há 
dúvida de que se tratam de ruínas de cidades construídas pelos mesmos. “Em Tical, cidade 
maia na Guatemala, aproximadamente 3000 construções foram localizadas em uma área de 
6,2 milhas quadradas; apenas 10% dessas construções são centros cerimoniais e, talvez, 60% 
tenham sido residenciais. Se tomarmos como média familiar a metade da hoje existente na 
região (5,6 pessoas), a população de Tical seria mais de 5000” (SJOBERG, 1967) 
 
Mesmo que apenas poucos exemplos escritos tenham sido encontrados, é plausível a hipótese 
de que seu povo sabia escrever, mesmo porque havia outros povos alfabetizados na América 
Central. De qualquer forma, o avanço dos maias em áreas como a Matemática e Astronomia 
poderiam facilmente colocá-los em uma hierarquia de civilização urbana. Algo que aludi 
uma concentração da elite culta em centros urbanos, haja vista que seria quase impossível o 
desenvolvimento extraordinário de tais áreas do conhecimento se essa elite estivesse 
espalhada por vilarejos no campo, limitando a troca de informações e a evolução das ideias. 
 
Todavia a América Central não era a única região do Novo Mundo, com centros urbanos; 
sendo estes também existentes na região andina. Porém, uma cultura como a dos incas, não 
poderia ser considerada urbana, em decorrência dos meios que dispunham, não possuíam 
símbolos gráficos de representação da palavra escrita ou outros conceitos, apenas alguns 
números. Desta forma, não foram eficazes em difundir, por intermédio de uma elite culta, sua 
herança religiosa e histórica. 
 
A civilização do Novo Mundo, porém, mostra-nos que apesar de alguns fatores serem 
importantes na construção de uma cidade, não são obrigatórios, pois as cidades da América 
Central, por exemplo, desenvolveram-se sem a utilização de animais domésticos, sem a roda e 
sem a presença de grandes rios. Um dos pretextos para isto foi o cultivo do milho, alimento 
que não necessita de muito empenho para sua produção, equilibrando a técnica rústica e a 
ausência de grandes cursos d’água. Já na região andina, fantásticas obras de engenharia e uma 
significativa divisão do trabalho não foram suficientes para compensar a lacuna da linguagem 
escrita, na consagração de uma sociedade genuinamente urbana. 
 
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS PRIMEIRAS POPULAÇÕES 
 
As primeiras cidades detinham características em comum, principalmente na forma 
de organização. A elite morava nas cidades, congregando-se com seus dependentes 
especialmente nos centros, que eram as áreas de maior autoridade, onde se encontravam os 
templos e palácios dos governos. 
 
Tal concentração no centro urbano favorecia duas questões: a comunicação entre os membros 
da elite culta, que dependiam da troca de informações rápida, e como os transportes e meios 
de comunicação eram rudimentares, isso não era possível em grandes distâncias, e pelo fato 
de nesse centro a classe dominante estar mais protegida de ataques externos. 
 
Não muito longe dos centros, havia as lojas de artesãos, pedreiros, carpinteiros, ferreiros, 
joalheiros e ceramistas que compunham uma classe independente que oferecia seus produtos 
principalmente para a elite. 
 
E dos arredores da cidade em direção ao campo instalavam-se as residências dos moradores 
mais pobres ligados à agricultura. Tal característica de hierarquia social com o distanciamento 
do centro urbano era uma característica notável das civilizações pré-industriais, sendo comum 
em quase todas as cidades antes da Revolução Industrial. 
 
A cidade, desde seus primórdios é tida como residência de especialistas e intelectuais, e 
consequentemente, fonte de constante inovação. É inegável que o aparecimento das cidades 
acelerou, e muito, a modificação social e cultural de modo tão importante quanto à 
revolução agrícola que a precedeu e a revolução industrial que a sucedeu. Enfim, as cidades 
funcionavam como um incentivo ao progresso social, político, econômico, ideológico, científico 
e religioso. Como centros de inovação as cidades forneciam um solo fértil para os avanços 
tecnológicos, e este, por sua vez, contribuía para a expansão da cidade.

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