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Aula 02 Curso: Noções de Arquivologia p/ MTE - Agente Administrativo Professor: Felipe Petrachini Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 102 AULA 02 – 2 Gerenciamento da informação e a gestão de documentos. 2.1 Diagnósticos. 2.2 Arquivos correntes e intermediário.2.3 Protocolos. 2.4 Avaliação de documentos. 2.5 Arquivos permanentes. SUMÁRIO PÁGINA �� 2. O gerenciamento da informação e a gestão de documentos aplicada aos arquivos ...................................................................................................................... 2� 2.1 Organização dos Arquivos ..................................................................... 2� 2.1.1 Levantamento de Dados ................................................................. 2� 2.1.2. Análise dos Dados Coletados ........................................................ 4� 2.1.3. Planejamento ................................................................................. 5� 2.1.4. Implantação e Acompanhamento ................................................. 11� 2.2. Conceitos Ligados à Gestão de Documentos ..................................... 12� 2.2.1. Valor do documento ..................................................................... 17� 2.2.2. Teoria das 03 idades (Ciclo Vital dos documentos) ..................... 20� 2.2.3. Tabela de temporalidade de documentos de arquivo. ..................... 27� 2.3. Arquivos Correntes e Intermediários ................................................... 30� 2.3.1. As Atividades dos Arquivos Correntes ......................................... 31� 2.3.2. Atividades dos Arquivos Permanentes............................................. 58� 2.4. Plano de Classificação dos Documentos ............................................ 63� Questões Comentadas .................................................................................. 66� Questões Propostas ...................................................................................... 96� 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 102 2. O gerenciamento da informação e a gestão de documentos aplicada aos arquivos E aqui estamos de novo. Não falta muita coisa para se ver, mas o que falta vai demandar bastante da sua atenção. Então, foco!2. Gestão de documentos 2.1 Organização dos Arquivos Esta é a primeira face do gerenciamento da informação. E pelas etapas que a constituem, você verá que estamos falando de um momento anterior à existência do arquivo. Pois bem, nossa querida doutrinadora Marilena Leite Paes (por quem o CESPE tem admiração inabalável) divide a organização dos arquivos em quatro fases: - Levantamento de dados - Análise dos dados coletados - Planejamento - Implantação e acompanhamento Vamos analisar cada um dos passos. 2.1.1 Levantamento de Dados Como já vimos, o arquivo é o conjunto de documentos recebidos e produzidos por uma entidade. Isso você já sabe (e provavelmente já esteja, inclusive, cansado de saber). Mas é dessa informação batida e marretada na sua cabeça que decorrem várias conclusões um pouco mais elegantes do curso. E uma delas é a seguinte: em sendo o arquivo o tal conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma unidade, torna-se praticamente impossível montar o arquivo sem conhecer a estrutura da organização da qual se originam os documentos. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 102 A fase do levantamento de dados busca, em primeiro lugar, conhecer a instituição. Nessa fase serão estudados os estatutos, regimentos, regulamentos, normas, organogramas e qualquer outro documento constitutivo imaginável da instituição. Estaremos, assim, conhecendo a legislação que envolve o funcionamento da instituição, quer em âmbito externo (leis, decretos, e outros diplomas legais de produção externa à instituição) como em âmbito interno (estatutos, normas, instruções normativas, ordens de serviço, e qualquer regramento de autoria da própria instituição). Mas não ficaremos por aí. O arquivo ainda é um órgão de documentação, e assim, é impossível não tratar dos documentos que irá abrigar. Precisamos analisar o gênero dos documentos (vistos na aula 01, tais como documentos escritos, iconográficos, cartográficos, entre tantos outros) e as espécies documentais mais frequentes (ofícios, cartas, memorandos, relatórios, projetos). E, fora tudo isto, temos mais alguns itens que merecerão a atenção do encarregado pelo levantamento de dados: - Estado de conservação do acervo; - Arranjo e classificação dos documentos; - Existência de registros e protocolos - Controle de empréstimos de documentos; - Média de arquivamentos diários; - Existência de normas de arquivos, manuais ou códigos de classificação pré- existentes. Estes itens podem ser cobrados em prova, mas dificilmente o serão com nível de detalhamento mais profundo. É importante que você tenha uma noção geral e saiba de sua existência :P. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 102 E, para terminar esta fase, o arquivista ainda deve acrescentar dados sobre pessoal encarregado do arquivo (quantitativo de pessoas, salários, nível de escolaridade, formação profissional), equipamento (quantidade, estado de conservação) localização física (espaço utilizado, condições de iluminação e umidade, proteção contra incêndio), e tudo isto apenas a título de exemplo :P. Agora terminou. Mas eu só trabalhei doutrina até agora. Aqui vão algumas dicas úteis: - O levantamento de dados é, normalmente, feito através de questionários, onde constam as informações que estamos buscando levantar (que serão essas que já descrevemos); - Se o examinador jogar você em uma repartição que não possua qualquer tipo de organização em seu arquivo, e pedir para você dar um jeito nisso, você deverá iniciar sua saga justamente efetuando o levantamento de dados, muito provavelmente através de questionários e formulários :P (mas reze para que seja só o seu examinador, e não o seu futuro chefe). 2.1.2. Análise dos Dados Coletados Passando à análise dos dados coletados, é lógico que não preenchemos aquela pilha de questionários à toa. Fizemos aquilo tudo para, nesta fase, conseguir analisar objetivamente a real situação dos serviços de arquivo. E, para sua felicidade, esta fase tem um nome bem mais interessante (já que foi o que seu examinador utilizou no edital): diagnóstico da situação documental. O que chamamos de diagnóstico nesta disciplina é a constatação das falhas e lacunas existentes no complexo administrativo do arquivo, ou, de maneira mais simples as razões que impedem o funcionamento eficiente e redondinho do arquivo. Para fins de prova, o que seu examinador poderá pedir: que você resolva um problema específico do arquivo zoneadoque ele te entregar. Fique tranquilo que, se você entender os conceitos, vai conseguir resolver os problemas sozinho, sem nem memorizar soluções padronizadas. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 102 Por exemplo, através do levantamento de dados efetuado, teremos levantado informações tais como (NÃO MEMORIZE, são só exemplos): - Instalações físicas (infiltrações, goteiras, poeira, luz solar); - Condições ambientais (temperatura, umidade, luminosidade); - Condições de armazenamento; - Estado de conservação dos documentos; - Espaço físico ocupado; - Volume documental; - Controle de empréstimos (frequência de consultas); - Recursos humanos (número de pessoas, nível de escolaridade, formação profissional); - Acesso à informação; - Gênero dos documentos (escritos ou textuais, audiovisuais, cartográficos, iconográficos, micrográficos e informáticos); - Arranjo e classificação dos documentos (métodos de arquivamento adotados); - Tipo de acondicionamento (pastas, caixas, envelopes, amarrados). (Fonte: Miranda, Elvis Correia) 2.1.3. Planejamento Nesta parte vocês irão conhecer todo o trabalho intelectual anterior à existência do arquivo. Um arquivo jamais conseguirá cumprir seus objetivos em qualquer fase de sua evolução (corrente, intermediária ou permanente) sem que antes tenha formulado um plano arquivístico. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 102 E aqui começamos a longa saga de considerações a serem feitas no planejamento: - Posição do arquivo na estrutura da entidade; - Centralização ou descentralização dos serviços de arquivo; - Coordenação do arquivo; - Escolha de métodos de arquivamento adequados - Estabelecer normas de funcionamento - Recursos Humanos - Instalações e equipamentos - Recursos Financeiros E, para variar, estes são apenas exemplos. Todo o pensar anterior à existência do arquivo é parte da fase de planejamento, então, mantenha a mente aberta. Vamos às considerações sobre alguns dos itens citados acima. Quanto à posição do arquivo na estrutura da instituição, estou falando aqui de qual quadradinho dentro do organograma da instituição o arquivo ocupa. Não dá para definir um lugar ideal dentro da estrutura, mas observe alguns problemas que podem surgir: - Caso o arquivo esteja hierarquicamente abaixo ou no mesmo nível dos departamentos que visa atender, pode haver conflitos entre arquivo e departamentos, vez que faltaria ao arquivo a competência de recusar documentos fora dos padrões (caso hierarquicamente abaixo de todos os departamentos). Por outro lado, em pé de igualdade com os outros setores, dificilmente conseguiria determinar um padrão único a ser seguido pelos departamentos, vez que cada unidade possuiria autonomia em relação às demais para organizar-se neste quesito. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 102 Pois bem, tia Marilena (a queridinha do CESPE :P) simplifica bem a questão: a posição recomendada é a mais alta possível, vinculando-se o arquivo ao mais alto setor dentro da instituição. Isto evita problemas de hierarquia. Outra opção é colocar o arquivo fora da hierarquia de todos os órgãos, constituindo-se em órgão autônomo, desvinculado dos demais, e com autoridade sobre todos apenas naquilo que diz respeito à gestão documental. Esta foi a escolha, por exemplo, do Executivo Federal, ao criar o Arquivo Nacional. Passando às considerações sobre Centralização ou Descentralização dos serviços de arquivo. E pelo amor de Deus, este tipo de consideração só cabe quando falarmos de Arquivos Correntes. Na fase intermediária e permanente, os arquivos serão sempre centralizados, mesmo que os documentos encontrem- se separados fisicamente. A gestão é centralizada. Pois bem, eu falei, falei, falei, mas não disse o que significa a centralização. Humildemente peço desculpas, e passo a corrigir meu erro :P. Entenda por Centralização a “concentração de todas as atividades de controle – Recebimento, Registro, Distribuição, Movimentação e Expedição de documentos de uso corrente em um único órgão da estrutura organizacional” By Marilena, of course :P. Basicamente, todo documento que entrar na instituição, bem como todo aquele que por ela transita ou dela é expedido, é controlado por este grande órgão central. É o grande irmão dos documentos, em toda sua extensão e glória arquivística. Por que uma instituição optaria por esta forma específica de sistema. A maior parte das vantagens está ligada a uma palavra mágica: padronização. Tenha ela em mente quando ler os itens abaixo: - Padronização de normas e procedimentos (um plano dividido entre várias cabeças está destinado ao fracasso :P) - Delimitação de responsabilidades (não há em quem jogar a culpa quando somos filhos únicos) 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 102 - Redução de custos operacionais, economia de espaço e equipamentos (eu ainda moro com meus pais e tão cedo não pretendo sair :P) Mas nem tudo são flores no reino da centralização. Ela passa a ser desaconselhável quando: - Algumas unidades administrativas desempenham funções específicas, que destoam das atividades “habituais” dos outros departamentos, sendo mais interessante que mantivessem seus acervos próximos a seus locais de trabalho. - Alguns locais podem ser fisicamente distantes, o que deixaria os documentos relativamente distantes das unidades que deles fazem uso constante, o que, por sua vez, atrasaria o conhecimento da informação e a respectiva tomada de decisão. (estamos agora em Presidente Prudente, precisando consultar um documento com dados a respeito de um projeto de obras a ser realizado nas imediações. Infelizmente, nosso arquivo central está localizado em São Paulo, e vai levar alguns dias para chegar aqui. Complicado, não?) Para estes e outros problemas, podemos sugerir a Descentralização. Mas com muita, muita prudência. Costuma-se dizer que uma centralização rígida é prejudicial à instituição, mas a descentralização excessiva é ainda mais desastrosa. A Descentralização mais bem cotada nesta disciplina é aquela que divide as atividades de controle entre as grandes áreas de atividades da Instituição. Assim, se uma entidade possui três departamentos, cuidando cada um deles da Arrecadação, Julgamento ou Fiscalização de tributos, a fim de facilitar o fluxo de informações de interesse de cada departamento, poder-se-ia sugerir a descentralização em três arquivos, cada qual com informações de interesse de cada Departamento. Mas, para variar, não para por aí. Existem dois critérios principais de descentralização: - Podemos descentralizar os arquivos, mas ainda assim, manter centralizadas as atividades de controle (vinculadas ao protocolo, a seremvistas ainda nesta aula) ou; 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 102 - Podemos descentralizar tanto as atividades de controle como os próprios arquivos da instituição. Só para você não ficar aflito: quando falamos em controle, falamos em protocolo, e assim, nas atividades de: Recebimento, Registro, Distribuição, Movimentação e Expedição. Como seu professor disse, não entre em pânico, a gente chega lá. No primeiro caso (centralização de protocolo e descentralização de arquivos), existe um órgão central que faz o controle dos documentos, entretanto, os arquivos em si estão localizados junto às unidades administrativas que farão uso das informações neles contidas. O nome destes mini arquivos já nos é bastante claro: arquivos setoriais ou ainda, núcleos de arquivo (olha o curso fazendo "clanc" na sua cabeça :P). Quanto ao segundo caso (descentralização tanto do controle quanto dos arquivos), a ressalva é maior ainda. A doutrina recomenda a utilização deste método apenas se for capaz de substituir com ampla vantagem os sistemas centralizados ou os sistemas do primeiro caso (que vou chamar aqui de parcialmente descentralizados). Aqui os arquivos setoriais também trabalharão como setores de Protocolo. E como escolhemos um destes casos? Como tudo que ocorre no serviço público: critérios técnicos! Veja o enunciado e sinta-se como um arquivista. Pense nas vantagens e desvantagens de cada sistema e escolha aquele que resolve o problema (que te garanto, vai ser um enunciado bizarro, em um órgão caindo aos pedaços, cuja solução poderia ser encontrada por um servidor recém chegado enquanto toma café na sua primeira hora de trabalho). A Coordenação é a faceta pensante do já pensante planejamento. É a mente por trás da mente, por trás do braço operacional. Suas atribuições estão ligadas a funções normativas, orientadoras e controladoras. Em poucas palavras, é quem escreve as regras, garante seu cumprimento e orienta o pessoal a cumpri-las. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 102 Agora chegamos à parte mais importante do Planejamento: a escolha do método de arquivamento. É tão importante que este método é visto ao final do curso, para garantir que vai ficar colado na sua cabeça. Mas por favor, acompanhe o seguinte raciocínio introdutório: o que um arquivo precisa fornecer é informação em tempo rápido. Informação está guardada em documento, então, é o documento quem deve ser localizado com facilidade. Um método de arquivamento impróprio gerará dificuldades na localização do documento, perda de eficiência, atraso nas decisões, isto tudo se o referido documento puder ser encontrado no meio daquela zona. De que me adianta arquivar documentos exclusivamente pelo método alfabético se para encontrar a ficha do Senhor Ernesto Silva, eu precisar passar por pastas tais como “São Paulo”, “Servidores”, “Secretaria de Segurança”, "Secretaria do Verde”, “Sapopemba” entre outras? Se dividíssemos este arquivo por localização, assunto, além de adotar o método alfabético, tudo ficaria mais fácil de ser encontrado. Este é o raciocínio que guia esta fase do planejamento. Quanto à escolha de equipamentos e materiais de consumo, o tema é vasto (tão grande quanto a criatividade dos agentes de mercado). Abordaremos apenas alguns conceitos, para você não ser pego de surpresa: - Material de Consumo: este tipo de material sofre desgaste a curto ou médio prazo, ou seja, não foram feitos para durar para sempre. Por suas características, o uso contínuo acaba por esgotar este bem ao final de um período curto de tempo (menos de dois anos), de maneira que ele precisa ser reposto com mais frequência. - Material permanente: é justamente o material que tem grande duração, não perdendo sua substância e nem exaurindo sua finalidade. Assim sendo, o uso corrente destes bens não o destrói. Ele tende a permanecer com as mesmas características da data de sua aquisição durante um longo tempo (pelo menos mais de dois anos). 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 102 E, para terminar este massacre, chegou a hora de pagar a conta. Todo o planejamento desembocará em uma conta a ser paga, logo, precisamos pensar no dinheiro. Aqui há um trabalho de conscientização: uma instituição tem diversas demandas e recursos escassos a serem utilizados. E, provavelmente, qualquer gestor ficará reticente em distribuir recursos para a modernização ou mesmo a manutenção do arquivo. Cabe, então, um belo trabalho de conscientização, explicando ao gestor porque é importante conseguir localizar documentos de maneira rápida. 2.1.4. Implantação e Acompanhamento Pois bem, Implantação e acompanhamento consistem em fazer acontecer. Está na hora de sensibilizar toda a instituição em prol da importância das medidas de preservação e organização do arquivo. Além disso, também ocorrerão treinamentos para garantir que o pessoal está apto a operar o arquivo sem problemas. Mas isso ainda não é o mais importante. A implantação de normas elaboradas na etapa de planejamento demanda acompanhamento por parte do responsável pelo projeto, o qual terá a oportunidade de corrigir e adaptar quaisquer falhas ou omissões no planejamento. Se tudo até o presente ponto deu certo, estamos prontos para a elaboração do manual de arquivo. Este será o livro sagrado do operador do arquivo, que deverá abandonar sua religião anterior para aprofundar seus estudos no manual (Ó todo poderoso manual, não somos dignos :P). Manuais de arquivo não podem ser produzidos em massa. Em outras palavras, não há como eu traçar aqui o que um manual de arquivo deve conter para ser um manual de arquivo “correto”. O tio já falou que o arquivo reflete a instituição a que está vinculado, e assim, também suas peculiaridades. Entretanto, reza a doutrina que os manuais de arquivo possuem linhas gerais, que estão sempre presentes nos mesmos: 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 102 - Apresentação, objetivos e abrangência do manual; - Informações sobre os arquivos da instituição, suas finalidades e responsabilidades, sua interação e subordinação; - Organogramas e fluxogramas; - Conceitos Gerais de arquivo, definição das operações de arquivamento, bem como terminologias adotadas; - Detalhamento das rotinas, modelos de carimbos e formulários, plano de classificação dos documentos; - Tabelas de temporalidade de documentos (podendo ser apresentadas em separado). 2.2. Conceitos Ligados à Gestão de Documentos A quantidade de informações com que os órgãos públicos e as empresas precisam trabalhar hoje em dia é cada vez maior. O colosso de informações a que todos estão sujeitos é impressionante. Neste contexto, tão importante quanto possuir a informação será a capacidade de gerenciá-la,permitindo sua rápida localização. Lembra-se do IIRGD? Não foi um exemplo apenas motivacional, aquele instituto transparece a importância do primeiro conceito a ser visto nesta aula: a gestão de documentos. A primeira definição a ser estudada será a mais simples. A gestão de documentos consiste em atividades que asseguram que a informação contida nos arquivos (informação arquivística) seja administrada com eficácia. Isto é, a gestão documental deve permitir o acesso aos documentos e a recuperação das informações de forma ágil e eficaz, otimizando os recursos humanos, físicos e materiais, tornando-se, realmente, um fator facilitador do trabalho dentro das instituições. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 102 Mas como sempre, embora a definição acima auxilie na compreensão, nosso bom amigo Congresso Nacional também possuí uma definição para o termo, e o CESPE como de praxe, a adora. :P Assim sendo, voltemos nossa atenção ao artigo 3º da lei 8.159 de 1991: “Art. 3º Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.” Bastante colorido e grifado né? Tem motivo para isso. Este artigo, sozinho e em pouquíssimas palavras, define este capítulo do curso. Vamos observar em que você deve prestar atenção. Note que a gestão documental consiste em um conjunto de procedimentos e operações técnicas. Que quer dizer isto? Simplesmente que qualquer questão que tenda a limitar a gestão documental a um único procedimento está fatalmente incorreta. Mas não é só isso. O artigo ainda enumera as tarefas que compõem a gestão de documentos: Produção; Tramitação; Uso; Avaliação; Arquivamento. Através destes itens, podemos entender as três fases básicas da gestão documental: Produção, Utilização e Destinação, e, mais importante nessa parte, saber como o arquivista pode colaborar em cada uma dessas atividades Produção – Esta fase diz respeito à elaboração dos documentos em função das atividades da instituição (inclua aqui também os documentos recebidos). Talvez 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 102 seja um pouco difícil de imaginar o que o arquivista pode fazer aqui. E já adianto: muita coisa :P. Nesta fase, a colaboração do arquivista pode voltar-se a: - assegurar que sejam criados apenas documentos essenciais à administração, sem duplicidades; - consolidar atos normativos que tenham sido alterados ou atualizados no decorrer do tempo (se tiver de estudar alguma lei seca, procure consolidações, sob pena de enlouquecer, tendo de estudar artigos revogados :P) - sugerir a criação ou extinção de modelos formulários ; - opinar sobre a escolha de equipamentos, bem como sobre o recrutamento de pessoal (recursos humanos); - apresentar estudos sobre o melhor aproveitamento dos recursos de tecnologia disponíveis (principalmente os referentes à automação do arquivo); Utilização – Esta fase compreende o que a Lei 8.159 listou nas atividades de Tramitação e Uso. Desta forma, quando nos referirmos à Utilização, estaremos falando das atividades de: - protocolo (recebimento, classificação, registro, distribuição e tramitação de documentos; Tramitação. - expedição, de organização e arquivamento dos documentos, quando estiverem nas fases corrente e intermediária; Tramitação - política de acesso aos documentos do arquivo; Uso Na fase de Utilização estão concentradas todas as atividades relacionadas ao uso dos documentos, o que inclui as atividades de Protocolo, a própria organização dos documentos, e até mesmo a sua classificação, de maneira a permitir a recuperação da informação. Destinação – A fase mais tortuosa das três, responsável pela maior parte dos capítulos desta aula. Corresponde às atividades de Avaliação e Arquivamento, da 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 102 Lei 8.159/1991. Envolverá a análise e avaliação dos documentos acumulados nos arquivos, buscando fixar prazos para a permanência de cada documento nas fases corrente e intermediária, e ainda decidir sobre quais documentos serão descartados ao final dessas fases, e quais deles serão direcionados ao arquivo permanente. O assunto ficará bem mais claro quando estudarmos a Tabela de Temporalidade. Agora um bônus, meu caro aluno: devemos saber que a gestão de documentos será aplicada tanto na fase corrente quanto na intermediária. Não falamos de gestão de documentos na fase permanente, então, bastante cuidado. Sim, sim, ainda não vimos com profundidade o que são as fases dos documentos do arquivo. Não se preocupe, faremos isso daqui a pouco, ok? Por enquanto, vamos nos ater ao conceito de gestão documental. Se uma questão de prova disser que a gestão de documentos aplica-se unicamente à fase corrente; marque “errado”! Se disser que se aplica unicamente à fase intermediária; “errado” neles! Repetindo, então, para você não se esquecer: a gestão documental aplica-se às duas fases: corrente e intermediária. E para você que pensava que havíamos terminado, SUPRESSA! O artigo 3º da Lei 8.159 é tão versátil que suas quatro linhas ainda não disseram tudo que havia para ser dito. Nós vimos na aula 01 que os documentos do arquivo existem para atender a uma finalidade administrativa. O que vou ensinar a vocês agora é o que acontece depois que essa finalidade acaba. Tenha em mente: um documento de arquivo ou será destruído ao final de sua vida administrativa, ou jamais será destruído. Não existe meio termo: ou o documento “morre”, ou se torna “imortal”. E essa conclusão é alcançada lendo-se a parte final do artigo 3º 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 102 Assim, note que o destino final do documento será a eliminação ou o recolhimento ao arquivo permanente (como decidimos entre um e outro você já vai saber). Por enquanto, memorize: o documento pode possuir 02 destinações distintas: a eliminação ou o recolhimento para guarda permanente. Ou seja, o documento, após a avaliação não será necessariamente eliminado, nem necessariamente recolhido para a guarda permanente. Ela terá somente 01 das duas destinações: ou uma; ou outra. E como não poderia deixar de ser, você não confiou em mim para reproduzir a legislação, e sim para enterrar a informação na sua cabeça para que ela não consiga mais sair (o papo do recém-nascido no berço era mentira :P). E assim sendo, aí vai o esquema gráfico e multicolorido: A partir da avaliação, há dois caminhos possíveis: a eliminação do documento ou o seu recolhimento ao arquivo permanente. E por fim, veja como a doutrina enxerga esses passos: WZK�h��K� dZ�D/d���K�h^K� �s�>/���K� Z��K>,/D�EdK� �>/D/E���K� 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 102 2.2.1. Valor do documento Este tópico da aula, na verdade, é um pré-requisito para entendermos de modo mais natural o tópico seguinte da aula (teoria das 03 idades). Lembremo-nos das lições de Schellenberg: Quando um documento é criado, ele possui valor primário. Associe esse valor com a ideia de importância administrativa, ou valor administrativo. O documento é criado ou recebido pela instituição para que ela cumpra suas finalidades. Por outro lado, quando perder este valor, é possível (embora nem sempre ocorra, como veremos a frente) que o documento adquira valor secundário (secundário, mediato, acessório, histórico ou cultural), de interesse para outros indivíduos que não o usuário inicial. O valor secundário mais lembrado em provas é o valor histórico. Embora a Constituição Imperial do Brasil não possua mais nenhum interesse administrativo (como funcionário público, eu não respondo mais à Coroa 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 102 Portuguesa já tem um tempinho...), o seu valor histórico é inquestionável, uma vez que retrata a estrutura estatal da época. O que falei até agora era mera transcrição do que tratamos na aula 01. Daqui para frente, não mais :P. Depois que o objetivo de criação do documento é atingido, ele pode ou não ter um valor secundário. A atribuição ou não de um valor secundário é uma tarefa um pouco subjetiva e é tarefa afeta ao tópico “avaliação de documentos” e a outro tópico chamado “tabela de temporalidade”, os quais também serão vistos hoje. Uma vez atribuído valor secundário ao documento, isto é permanente: o documento nunca perderá seu valor secundário e nunca poderá ser descartado. Vamos a um exemplo: Suponha que o Brasil assine um acordo comercial com o Irã. Esse acordo, assinado pelos presidentes dos dois países (se já viu Direito Internacional, abstraia os aspectos intermediários :P), é um documento e possuirá valor primário assim que for assinado. O objetivo do documento é selar o acordo comercial e guiar as diretrizes negociais entre Brasil e Irã enquanto parceiros comerciais. No entanto, depois de encerrado o acordo comercial, o objetivo do documento já foi atingido, de tal forma que o valor primário é perdido. Ou seja, assim que o documento cumpre sua finalidade, ele perde seu valor primário. Neste momento, deve-se decidir se o dito documento possuirá ou não valor secundário. Neste caso, o acordo comercial entre o Brasil e Irã possui importância secundária e deverá servir, no futuro, de fonte de consulta para pesquisas históricas ou culturais. Assim, este documento, com certeza, terá valor secundário. Uma vez reconhecido em um documento o valor secundário, tal característica é reputada permanente, e jamais poderá ser retirada do documento. Observe, portanto, que todo documento possuirá valor primário, mas nem todo possuirá valor secundário. Mas não fiquemos por aí. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 102 Já que você está estudando, imagine-se, daqui a um ano, como servidor público, decidindo solicitar uma alteração do seu período de férias junto ao RH do setor onde trabalha. Neste caso, você deverá assinar um memorando ou um pedido formal à sua chefia, solicitando a troca das datas de suas férias. Isto é, você deverá assinar um documento para ser encaminhado à chefia competente para analisar o seu pedido. Logo que nasce, este documento assinado por você possuirá valor primário (ele tem o propósito administrativo de fazer com que seu período de férias seja alterado). Depois que sua chefia autorizar (ou não) a alteração do período de férias, o documento terá cumprido sua finalidade, de tal forma que perderá seu valor primário. Mas esse documento não possuirá valor secundário, pois é irrelevante do ponto de vista cultural ou histórico (espero que você não tenha vindo ao Serviço Público atrás de glória :P). Embora o documento deva ser guardado na unidade durante certo tempo, para justificar os procedimentos essa guarda será temporária, o documento será descartado após o decurso do prazo. Agora, observe: o valor primário de um documento é temporário, enquanto o valor secundário é eterno. Os documentos que possuem este último traço não serão descartados ou eliminados, nunca, jamais, em hipótese alguma (não meu caro concurseiro, isso não desmente o mantra “nunca, jamais, em hipótese alguma diga nunca, jamais em hipótese alguma”, é apenas a exceção que confirma a regra). Temos um problema agora: esse tópico não está completo. Cara de pau a minha não? Não leve a mal seu querido professor, a matéria está toda entrelaçada, e embora eu procure estrutura-la de maneira linear, ela na verdade lembra mais um círculo :P. Este tópico está incompleto pois: 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 102 - Você não sabe o que é a tabela de temporalidade, a qual fixa os prazos em cada uma das fases do arquivo (o tio já vai falar disso); - Você ainda não está familiarizado com o conceito de “avaliação de documentos”. E como resolvemos isso: explicando a você ao longo da aula :P. Mas já já chegamos lá, por enquanto, precisamos falar de assuntos mais urgentes: a Teoria das três idades documentais, a qual é a pedra angular da disciplina de gestão de documentos. 2.2.2. Teoria das 03 idades (Ciclo Vital dos documentos) Lembrai-vos da Aula 01 Eu falei na Aula 01 dos três arquivos. Mas estava só arranhando a superfície de algo muito mais belo e intrincado :P Pois bem, como bacharel em Direito que sou (e que fique registrado que só não sou advogado porque a OAB não gosta de Fiscal em seus quadros :P), vamos começar pela definição legal. Art. 8º - Os documentos públicos são identificados como correntes, intermediários e permanentes. § 1º - Consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas frequentes. § 2º - Consideram-se documentos intermediários aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. § 3º - Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados. �ƌƋƵŝǀŽ�ĚĞ�WƌŝŵĞŝƌĂ� /ĚĂĚĞ�;ĐŽƌƌĞŶƚĞͿ� �ƌƋƵŝǀŽ�ĚĞ�^ĞŐƵŶĚĂ� /ĚĂĚĞ�;ŝŶƚĞƌŵĞĚŝĂƌŝŽͿ� �ƌƋƵŝǀŽ�ĚĞ�dĞƌĐĞŝƌĂ� /ĚĂĚĞ�;ƉĞƌŵĂŶĞŶƚĞͿ� 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.brPágina 21 de 102 Art. 9º - A eliminação de documentos produzidos por instituições públicas e de caráter público será realizada mediante autorização da instituição arquivística pública, na sua específica esfera de competência. Art. 10º - Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. (grifos nossos, o Planalto não costuma utilizar cores nos diplomas legais :P) Tenha em mente: essas fases são complementares, vez que os documentos podem passar de uma fase a outra, e cada fase representa uma maneira diferente de conservar e tratar os documentos. Por exemplo: os documentos correntes costumam ser encontrados em prateleiras, facilitando o acesso e manuseio, ao passo que documentos do arquivo intermediário, por não serem frequentemente consultados, podem ser armazenados em caixas-arquivo, para poupar espaço (e acredite, eu sei, por experiência própria, que as caixas-arquivo NÃO SERVEM para documentos correntes, principalmente quando seu chefe manda você encontrar um processo do “arquivo morto” [intermediário] cinco minutos antes de você sair para almoçar). Feito o desabafo, sigamos em frente. Falemos dos documentos correntes. Preste atenção ao parágrafo 1º: § 1º - Consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas frequentes. É o propósito que molda o raciocínio caro aluno. Assim, o fato de o documento constituir objeto de consulta frequente conduz às seguintes características dos documentos desta idade: - São mantidos próximos aos usuários diretos; - São consultados com frequência ou têm grandes possibilidades de uso; - Seu acesso é restrito ao órgão produtor, respondendo por sua integridade o setor de origem do documento. - Os documentos encontrados em um arquivo corrente são tidos como de valor primário (possuem finalidade administrativa, legal ou fiscal); 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 102 - Dentre as atividades desempenhadas no arquivo corrente estão: protocolo, expedição, arquivamento, empréstimo e consulta, e destinação. Sim, são tópicos armadilha também :P. Significa que não posso tratar deles se não em capítulo próprio, e fazê-lo aqui vai destruir a visão geral. Respira fundo que chegaremos lá. Por fim, observe que os arquivos correntes não são, necessariamente, aqueles mais recentes. Se um documento muito antigo for consultado regularmente na instituição, ele será considerado um arquivo corrente. Por exemplo: aquele processinho amaldiçoado de execução trabalhista na qual o empregador constituiu subsidiárias na Moldávia e no Panamá, com crédito obtido através da emissão de debêntures subquirografárias lastreadas no câmbio do dólar canadense para se furtar à execução, processo este que está naquela prateleira empoeirada desde 1970, mas que o advogado pede vistas toda semana, continuará a ser um documento corrente até que alguém consiga exaurir sua finalidade administrativa (e muito boa sorte ao felizardo :P). Andando um pouquinho, chegamos aos documentos intermediários, extraídos a partir do §2º do art. 3º da lei 8.159/91. Observe: § 2º - Consideram-se documentos intermediários aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Os documentos intermediários são aqueles de uso menos recorrente (se o uso fosse recorrente, seriam classificados como documentos correntes). Conforme expresso neste parágrafo, eles são mantidos no arquivo por interesse administrativo (prazo prescricional a ser observado é o exemplo mais gritante). Alias, memorize: o arquivo intermediário recebe documentos que devem ser mantidos por lá (apesar de seu uso não ser frequente) por questões legais, fiscais, técnicas, ou administrativas. E claro, também são armazenados ali pois podem vir a ser necessários para esclarecimento de alguma situação afeta às atividades da instituição. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 102 Enquanto o arquivo corrente possuía uma infinidade de atividades a serem desempenhadas, o arquivo intermediário, justamente pelo fato de seus documentos não serem frequentemente consultados, normalmente desempenham um número reduzido de tarefas, que podemos limitar às seguintes: - Arquivamento; - Empréstimo e Consulta Falando um pouco do meu trabalho atual agora: um talonário de notas fiscais de uma empresa é um documento. Enquanto aquele talonário for utilizado, ele é considerado arquivo corrente. Entretanto, depois de utilizado, ainda não pode ser descartado. Isso se deve a disposições da legislação fiscal, as quais obrigam a empresa a armazenar estes documentos por 05 anos, para fins de fiscalização. Neste caso, após o talonário acabar, ele irá para o arquivo intermediário, no presente caso, por questões legais. O arquivo intermediário também pode receber as denominações de guarda temporária ou pré-arquivo. E ainda temos denominações menos nobres (detestadas pelos arquivistas): purgatório, limbo e arquivo morto. E rumamos para os documentos permanentes, que, para variar, também estão definidos na Lei 8.159: § 3º - Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados. Os documentos do arquivo permanente são tidos como de valor secundário (informativo, probatório ou histórico). Veja que o valor primário é característica dos arquivos correntes e intermediário. Os arquivos permanentes possuem valor secundário. Isto quer dizer que, se um documento perder seu valor primário, e não tiver valor secundário, ele não será documento permanente (nunca). 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 102 O artigo 10º, por fim, é a prova de tudo que já falei a vocês Art. 10º Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. Imprescritível meu caro, é algo insuscetível de perda de valor legal com o mero decurso do tempo (vamos nos poupar do meu semestre na faculdade estudando isso :P, apenas acredite!). Agora que definimos as três idades1 de um documento (lembrando a você, caro aluno, que estamos vendo este tema para entendermos a Gestão de Documentos), observe o resultado final de nossos esforços: 1 A teoria das três idades é importante na avaliação de um documento, quando se decidirá acerca da sua destinação: se permanecerá no arquivo corrente e por quanto tempo; se será transferido para o arquivo intermediário; se será eliminado ou recolhido ao arquivo permanente. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 102 Desde os tempos do Colegial, o Microsoft Paint foi meu companheiroinseparável de elaboração de diagramas. Entretanto, o que o programa tem de flexibilidade, perde em beleza, e assim o sendo, só posso pedir desculpas :P. O que o nosso esquema nos ensina? Preste atenção aos próximos itens. Inicialmente, note que chamamos de transferência a passagem de um documento do arquivo corrente para o arquivo intermediário. Se um documento não será mais frequentemente consultado, mas precisa ser armazenado por questões legais, ele será TRANSFERIDO para a fase intermediária. Por outro lado, recolhimento é a passagem do documento para o arquivo permanente (independentemente da fase na qual o documento se encontrava anteriormente). Note que as setas que conduzem à fase permanente são duas. Uma delas parte diretamente da fase intermediária, demonstrando que tal documento precisou ser armazenado durante certo tempo por questões legais, e que, ao perder seu valor administrativo, adquiriu valor histórico, merecendo o RECOLHIMENTO ao arquivo permanente. Por outro lado, existe uma segunda seta, que parte diretamente da Fase Corrente. Sim, meus caros alunos, aqui vai uma importantíssima lição: nenhum documento está obrigado a atravessar todas as fases do ciclo das três idades. Para ser bem sincero, a única fase genuinamente obrigatória é a fase corrente. Olha um exemplo de documento que nasce para ser eliminado logo após a fase corrente: solicitações de senha para sistema (incluindo a sua senha do Estratégia, e aquelas que você receberá para bem desempenhar seu ofício). Uma vez concedida a senha, o formulário não será transferido ou recolhido, mas simplesmente eliminado. Dito isto, lembra-se daquele nosso tratado comercial entre Brasil e Irã. É o típico documento que não passa pela fase intermediária. Enquanto o acordo estava vigente, era documento corrente. Assim que o acordo se encerrou, foi 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 102 imediatamente RECOLHIDO ao arquivo permanente, sem passar pela fase intermediária. E não fica só nisso. Reforço a vocês que os documentos das fases corrente e intermediária que não adquiram valor histórico ao exaurirem sua finalidade administrativa devem ser ELIMINADOS. Pode olhar o esquema de novo. Os documentos, caso não sejam transferidos ou recolhidos, são eliminados. E por fim, se reparar bem, tentei fazer uma auréola em cima da Fase Permanente. Aquilo, na minha intenção pueril, era para simbolizar que os documentos da fase permanente não podem ser ELIMINADOS. Segue uma tabela resumo sobre as idades do documento: Fase Valor Pode ser eliminado? Gestão de documentos? Corrente Primário Sim Sim Intermediária Permanente Secundário Não Não IMPORTANTE (apenas para lembrar, novamente ;-): A gestão do documento envolve os procedimentos da fase corrente e da fase intermediária (exatamente como estudamos no início da aula, no tópico da “gestão de documentos”). Acho que já fui suficientemente chato e repetitivo para que você não se esqueça :P. 2.2.2.1. Subclassificação do Arquivo Intermediário Esta classificação foi vista duas vezes na prova do CESPE: Uma na prova de Analista dos Correios, em 2011 e outra em uma questão da ANATEL em 2010, também para Analista Administrativo. Não é muito usual, mas merece menção. Alguns autores da doutrina, em especial Elio Lodolini, preceituam que o arquivo intermediário deve ser subdividido em três subníveis, os quais são delimitados em termos de gradação de importância administrativa dos documentos dentro do Arquivo Intermediário: - Documentos de Interesse Primário Reduzido: são os documentos que acabaram de sair do arquivo corrente, e que ainda assim serão regularmente 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 102 consultados, devem ser ainda armazenados próximos da repartição (normalmente em um Arquivo Central), pois existe uma chance pequena, mas considerável, de serem solicitados. - Documentos de Interesse Primário Mínimo: Estes já podem ser guardados mais longe, pois o interesse administrativo deles resta apenas no aguardo do decurso do prazo prescricional e na consulta ocasional que deles pode ser feita. - Documentos de Interesse Secundário Potencial: A mesma coisa que o item de cima, só que com muito menos interesse administrativo ainda. Eles estão apenas aguardando a hora da morte :P. Arquivologia é uma matéria de doutrina pura. E às vezes, como neste caso, a banca pega alguém diferente. Como você pode notar, este conhecimento foi exigido em uma prova de Analista, e sai bastante do comum. Mas é importante frisar: alguns autores utilizam a classificação acima, outros simplesmente classificam o arquivo intermediário como uma coisa só. Tenham em mente ambas as possibilidades quando forem fazer a prova. 2.2.3. Tabela de temporalidade de documentos de arquivo. Talvez você esteja se perguntando: como é que raios um arquivista sabe quanto tempo um documento tem de passar em cada fase? Ou então, como ele fica sabendo se aquele ofício do RH precisa mesmo ser encaminhado à fase intermediária, ou se pode ser eliminado diretamente? Até agora, você aprendeu todos os passos possíveis, mas não faz ideia de como escolher entre este ou aquele movimento. Calma, o tio está aqui, e já vai explicar. A tabela de temporalidade é o instrumento resultante da avaliação dos documentos, e determina o prazo de guarda dos documentos nas fases correntes e intermediária, bem como sua destinação final. É o mapa do arquivista, o qual 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 102 orientará o correto tratamento a ser dado a cada um dos documentos que tramita pela instituição e que chegam ao arquivo. Ah sim, como já disse, certa vez, uma organizadora de concursos públicos, vulga “banca”, “a tabela de temporalidade de documentos é instrumento de gestão aprovado por autoridade competente que permite gerenciar a massa documental acumulada e avaliar o prazo de guarda e a destinação final dos documentos produzidos ou recebidos por uma instituição”. Nem preciso dizer que esta definição deve ser observada com carinho. Também devo lembrar que nossa tabela é fruto da atividade de Avaliação dos documentos , a qual estava inserida dentro da fase de Destinação. Aliás, olhe os conceitos agora: Avaliação: Processo de análise de documentos de arquivo, que estabelece os prazos de guarda e a prazos de guarda e a destinação acordo com os valores que lhes são atribuídos. Destinação: Decisão, com base na avaliação, quanto ao encaminhamento de documentos para guarda permanente, descarte ou eliminação. Aliás, ela é fruto de toda teoria que vimos até aqui, compreendendo conhecimento sobre o Ciclo Vital dos Documentos e Gestão Documental, razão pela qual só poderia ter sido vista agora. Pois bem, vamos a ela. Em sendo fruto da atividade de Avaliação, é vital que tenhamos alguém para executar a ação descrita pelo verbo “avaliar” :P. E quem é o responsável pela criação de tão gloriosa tabela? Depende! :P. Usualmente, a Tabela de Temporalidade é elaborada pela Comissão Permanentede Avaliação de Documentos (ou também Comissão de Análise de Documentos), sendo aprovada pela autoridade competente da instituição para tanto. Entretanto, existe uma ressalva para os órgãos do Executivo Federal. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 102 Os órgãos do Executivo Federal têm de seguir a Resolução 14 do CONARQ (http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=65&sid =46), cujos primeiros artigos assim dispõem: Art. 1º - APROVAR a versão revista e ampliada do Código de Classificação de Documentos de Arquivo para a Administração Pública: Atividades-Meio, como um modelo a ser adotado nos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Arquivos - SINAR. § 1º - Caberá aos órgãos e entidades que adotarem o Código proceder ao desenvolvimento das classes relativas às suas atividades específicas ou atividades-fim, as quais deverão ser aprovadas pela instituição arquivística pública na sua específica esfera de competência. § 2º - Caberá ao CONARQ, por intermédio de câmara técnica específica, proceder à atualização periódica deste Código. Olha que legal: se os documentos se referirem a uma atividade-meio do órgão da Administração Pública (Executivo Federal), não será a Comissão Permanente de Avaliação de Documentos quem fará a tabela. Pelo contrário, o órgão deverá utilizar o Código de Classificação aprovado pelo CONARQ. Se tratar-se de atividade-fim (atividades específicas da instituição), aí sim a Comissão Permanente de Avaliação de Documentos elaborará a tabela. Diga-se de passagem, isto se aplica a qualquer instrumento arquivístico utilizado no âmbito do Executivo Federal. Tratando-se de atividade-meio, o órgão deve seguir o modelo fixado pelo CONARQ. Como cada instituição tem sua peculiaridade, não é possível montar um esquema rígido de elaboração da tabela. Além de compreender certa dose de subjetivismo, a fixação dos prazos em cada fase e a decisão pela eliminação ou recolhimento ao arquivo permanente compreendem um juízo a respeito tanto das necessidades da instituição, como do regramento legal a que ela encontra-se submetida. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 102 Reforçando: não há prazo mínimo nem máximo para que os documentos fiquem nas fases corrente e intermediária, nem qualquer obrigação que os force a passar por todas as fases. Dito isto, vamos ver uma Tabela de Temporalidade Hipotética: �ſĚŝŐŽ� �ƐƐƵŶƚŽ� WƌĂnjŽƐ�ĚĞ�'ƵĂƌĚĂ� �ĞƐƚŝŶĂĕĆŽ� &ŝŶĂů� KďƐĞƌǀĂĕƁĞƐ��ŽƌƌĞŶƚĞ� /ŶƚĞƌŵĞĚŝĄƌŝĂ� ϬϬϮ͘� WƌŽũĞƚŽƐ�ĚĞ�dƌĂďĂůŚŽ� ϱ�ĂŶŽƐ� ϭϬ�ĂŶŽƐ� 'ƵĂƌĚĂ� WĞƌŵĂŶĞŶƚĞ� Ͳ� ϬϮϬ͘ϭ� >ĞŐŝƐůĂĕĆŽ�ĚĞ�WĞƐƐŽĂů� �ŶƋƵĂŶƚŽ� ǀŝŐŽƌĂƌ� Ͳ� 'ƵĂƌĚĂ� WĞƌŵĂŶĞŶƚĞ� Ͳ� ϬϮϬ͘Ϯ� ^ŝŶĚŝĐĂƚŽƐ� ϱ�ĂŶŽƐ� ϱ�ĂŶŽƐ� 'ƵĂƌĚĂ�WĞƌŵĂŶĞŶƚĞ� Ͳ� ϬϮϮ͘ϭ� �ƵƌƐŽƐ�/ŶƚĞƌŶŽƐ� ϱ�ĂŶŽƐ� Ͳ� 'ƵĂƌĚĂ� WĞƌŵĂŶĞŶƚĞ� Ͳ� ϬϮϯ͘ϭ� �ĚŵŝƐƐĆŽ� ϱ�ĂŶŽƐ� ϰϱ�ĂŶŽƐ� �ůŝŵŝŶĂĕĆŽ� Ͳ� ϬϮϰ͘ϭ� &ŽůŚĂ�ĚĞ�WĂŐĂŵĞŶƚŽ� ϱ�ĂŶŽƐ� ϵϱ�ĂŶŽƐ� �ůŝŵŝŶĂĕĆŽ� DŝĐƌŽĨŝůŵĂƌ� ϬϮϰ͘Ϯ� �ƐĐĂůĂ�ĚĞ�&ĠƌŝĂƐ� ϳ�ĂŶŽƐ� Ͳ� �ůŝŵŝŶĂĕĆŽ� Ͳ� ϬϮϲ͘ϭ� �ƉŽƐĞŶƚĂĚŽƌŝĂ� ϱ�ĂŶŽƐ� ϵϱ�ĂŶŽƐ� �ůŝŵŝŶĂĕĆŽ� DŝĐƌŽĨŝůŵĂƌ� ϬϮϳ͘ϭ� &ŽůŚĂ�ĚĞ�WŽŶƚŽ� ϱ�ĂŶŽƐ�� ϰϳ�ĂŶŽƐ� �ůŝŵŝŶĂĕĆŽ� DŝĐƌŽĨŝůŵĂƌ� Fonte: Miranda, Elvis Correa (adaptada) Peguei a tabela emprestada, pois ela apresenta todos os exemplos possíveis de movimentação dos documentos entre as fases. Gostaria que você observasse cada um dos documentos e visualizasse o caminho que ele faz desde sua produção até seu destino final (Recolhimento ou Eliminação). Se tiver dúvidas, o fórum está lá para isso. 2.3. Arquivos Correntes e Intermediários Pela estrutura adotada pelo examinador no edital passado, neste ponto, o que ele quer saber são as atividades típicas de cada um dos arquivos (como eu 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 102 disse na aula, cada fase do ciclo vital implica uma maneira diferente de pensar e gerenciar os arquivos) dentro do panorama da gestão de documentos. 2.3.1. As Atividades dos Arquivos Correntes Como nós já vimos, os documentos que se encontrarem nos arquivos correntes serão frequentemente consultados pela instituição. Alias, esse traço é justamente o que distingue os documentos do arquivo corrente daqueles do arquivo intermediário. Em sendo frequentemente consultados, você consegue imaginar que possuem valor primário, sendo essenciais para a consecução dos objetivos do órgão que os abriga. Entretanto, o que você ainda não sabe é que, para que o arquivo corrente cumpra seus objetivos, provavelmente terá de responder pelas atividades seguintes atividades: - Protocolo; - Expedição; - Arquivamento; - Empréstimo e consulta; - Destinação. Estes itens são justamente aqueles que deixei para explicar em outro momento. O momento chegou! Também quero reforçar que seu examinador apenas solicitou no edital o tema “protocolo”. Assim sendo, embora eu vá explicar todas as atividades (pois auxiliarão no seu entendimento de como funciona um arquivo corrente), caso você entenda desnecessário, pode apenas ler o tópico de protocolos, e seguir em frente (o que o seu querido professor não recomenda). 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 102 2.3.1.1. Protocolos: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos. Este item foi cobrado em tópico apartado no seu edital. E também pudera, não só é um tópico importantíssimo dentro da disciplina de arquivologia, como é o próprio rosto de toda repartição pública :P. Sempre que você quiser pleitear algum direito, fazer solicitações ou simplesmente informar a administração acerca de algum fato, você irá protocolizar seu pedido, o qual será recebido pela repartição interessada. É o nosso querido guichê, balcão e tantos outros termos que nos remetem à fila de espera e ao papelzinho da senha. Mas antes de irmos em frente, vamos definir o objeto de nossos estudos. Protocolo costuma ter três acepções diferentes da que abordaremos neste tópico: - Denominação atribuída aos setores responsáveis pelo recebimento, registro, distribuição e movimentação de documentos (o “setor de protocolo”). Foi a definição que dei logo na introdução; - Denominação atribuída ao número de registro concedido a cada documento (o “número de protocolo”); - Denominação atribuída ao Livro de Registros de Documentos Recebidos ou Expedidos (essa definição é um pouco comum, mas ainda assim, falamos do “livro de protocolo”). Não estamos falando nem de setor, nem de número, nem de livro, mas do próprio protocolo. Protocolo é o conjunto de operações visando ao controle dos documentos que ainda tramitam no órgão, de modo a assegurar sua imediata localização e recuperação, garantindo assim, o acesso à informação. Veja como a definição enfatiza a importância do acesso à informação e o controle na movimentação dos documentos. Estes traçossó se fazem presentes com tamanha ênfase na fase corrente dos documentos, razão pela qual, sempre que pensar em protocolo, você deve ter em mente que falamos em fase corrente do documento. Agora, vamos ver o que foi destacado na definição: 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 102 conjunto de operações: Lembre-se que a palavra “protocolo” possui várias acepções, mas aquela pertinente para a prova dentro da disciplina de gestão documental são as operações voltadas ao controle dos documentos; controle dos documentos: Protocolo é controle (é poder! :P). O protocolo existe para que aquele que precisa da informação saiba, exatamente, onde está o documento que possui o assunto de que o administrador precisa cuidar. ainda tramitam no órgão: Um tanto óbvio, mas muita gente esquece que o protocolo diz respeito a documentos em tramitação (nem os documentos do arquivo intermediário estão incluídos aqui). Por que raios eu precisaria controlar um documento do arquivo intermediário, enterrado em uma caixa arquivo e incapaz de se movimentar? :P. Não faria sentido. Aliás, você sabe mesmo o que significa tramitação? Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística: Tramitação: Curso do documento desde a sua produção ou recepção até o cumprimento de sua função administrativa. Também chamado movimentação ou trâmite. assegurar sua imediata localização e recuperação: É o nosso “Para que serve”. O protocolo, como toda atividade humana, precisa de um propósito. Nós utilizamos as operações de protocolo pois precisamos da informação contida em documento que não para quieto :P, ou seja, que fica tramitando constantemente e ainda assim será frequentemente consultado. Veja a dificuldade que seria localizar este documento sem o protocolo. Pois bem, agora que você já sabe do que falamos, vamos aprofundar um pouco mais o estudo. O protocolo (enquanto conjunto de operações de controle) realiza as seguintes atividades: - Recebimento - Registro 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 102 - Autuação - Classificação - Expedição/Distribuição - Controle/Movimentação Passemos a elas. Recebimento: É o procedimento inicial. Aqui o encarregado no setor de protocolo vai receber os documentos que entram na instituição, ou aqueles que tiverem sido produzidos na própria instituição, para que sejam formalizados. Registro: O documento está cru. Sem nenhum tipo de identificação, cruzamento ou qualquer dado básico que permita seu controle. No Registro, providenciaremos o cadastro dos dados básicos do documento no sistema de controle. É através destes dados cadastrados que será possível efetuar buscas para localizar o documento quando precisarmos das informações dele; Autuação: Este procedimento somente surgirá caso o documento deva ser transformado em um processo. Lembre-se que alguns documentos não precisarão passar por este tratamento (é o caso típico de resposta a um ofício que apenas solicite informações). Mas, caso seja necessário um processo, a autuação é justamente o procedimento que transforma documentos em processos. Isto será feito através da inserção de capa específica, numeração das páginas e atribuição de um número específico, através do qual aquele processo será identificado dali por diante. Classificação: Embora não tenhamos estudado o Plano de Classificação das Instituições (ver próximo capítulo), a Classificação é procedimento que buscará classificar o documento em um dos códigos existentes no Plano de Classificação da instituição. Para a explicação não ficar tão vaga, através da classificação será possível determinar sobre que assunto o documento trata, e a partir daí, decidir qual o destino que o documento deve tomar. Documentos que chegarem em envelopes devem ser abertos para que sejam classificados. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 102 Só que existem duas pegadinhas neste ponto: para que o documento possa ser classificado, ele precisa ser lido (afinal, como é que você vai saber do que se trata se não ler o dito documento?). Desta forma, envelopes lacrados com um baita carimbo escrito “SIGILOSO” não serão abertos (não é para você saber o que tem neles), e desta forma, não serão classificados e nem mesmo precisarão passar pela etapa de autuação, sendo apenas recebidos, registrados e encaminhados. A segunda pegadinha diz respeito aos documentos particulares. Da mesma forma, ninguém na instituição quer saber o que está escrito na fatura do banco que chegou pelo correio para o Joãozinho das Flores, e menos ainda as informações ali constantes devem ser registradas. Ele será simplesmente recebido e encaminhado ao interessado. Com isso, você já consegue deduzir que os documentos sigilosos e particulares não passam por todas as etapas do protocolo, limitando-se à etapa de Recebimento, ou Recebimento e Registro, conforme o caso. Expedição e Distribuição: Estas duas atividades consistem em encaminhar o documento ao seu destinatário, com as seguintes peculiaridades: Expedição: é o envio do documento para outro órgão, externo à estrutura da instituição; Distribuição: é a remessa de documentos para as unidades responsáveis dentro da estrutura da própria instituição. Essas tarefas formam um encadeamento lógico: 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 102 Por fim, as atividades de Controle e Movimentação estão relacionadas à identificação dos setores por onde tramitam os documentos, permitindo sua recuperação, caso necessário, bem como a identificação de eventuais atrasos na tramitação. 2.3.1.2. Expedição, Arquivamento, Empréstimo e Consulta e Destinação Os itens deste tópico compreendem o restante das atividades dos Arquivos Correntes, e, naquilo que forem comuns, das atividades do Arquivo Intermediário (Arquivamento e Empréstimo e Consulta). Passemos a elas: Expedição: Sim, é a mesma palavra que vimos quando estudamos as atividades de protocolo, e de fato, falamos das mesmas coisas aqui e lá. A expedição é atividade destinada a dar saída aos documentos da instituição. Entretanto, quando abordarmos a expedição como parte do contexto da disciplina dos Arquivos Correntes (e não como mera atividade de protocolo), precisamos ir um pouco além. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 102 A expedição envolve a conferência da correspondência a ser encaminhada, verificação do número de folhas, separação dos originais das cópias (uma cópia do documento deve permanecer com o setor interessado, com carimbo que comproveo envio, para fins de controle). Marilena costuma dizer que as cópias para consulta imediata da correspondência encaminhada precisam ser elaboradas em papel de cor diferente, sendo esta via devolvida após a expedição. Não tenho nada contra :P. Arquivamento (fase corrente) Para evitar que você confunda este conceito com o de arquivamento da fase permanente, farei sempre a ressalva “(fase corrente)” quando estiver falando do arquivamento nesta fase. Muito bem (para evitar o uso do meu viciado “pois bem” :P), gostaria que você afastasse a ideia (se é que já não afastou) de que arquivar um documento compreende arremessá-lo na primeira prateleira vazia que encontrar. Muito mais importante que guardar um documento (arquivar) é encontrá-lo rapidamente quando necessário (recuperar as informações). E para que isso seja possível, costuma-se realizar quatro etapas para proceder ao arquivamento: - Inspeção: examinar o documento, verificando se seu despacho final realmente destina-o ao arquivo, e não a outro setor; - Análise: também chamada de estudo, classificação ou codificação, compreende a leitura do documento, a fim de que ele possa ser classificado corretamente, adotando-se o código de classificação apropriado, e realizando as referências necessárias (você quer encontrar este documento, não é mesmo?). Também envolve a verificação de documentos antecedentes àquele que está sendo arquivado (que tratem da mesma pessoa ou assunto). - Ordenação: este tópico vai tirar seu sono daqui há pouco. Ordenação diz respeito à maneira como os documentos são dispostos no arquivo, levando-se em conta a classificação e a codificação adotada pelo próprio arquivo. Entretanto, este tema precisa ser visto com mais profundidade no tópico “Regras de Arquivamento”. Será objeto de tópico a parte, logo mais. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 102 - Arquivamento: e finalmente chegamos na guarda do documento no local designado para tanto. Passando adiante. Empréstimo e consulta, são procedimentos que permitem que uma unidade interessada acesse informações contidas em documentos do acervo de outra entidade, através do empréstimo do documento (retirada do mesmo do local onde encontra-se arquivado). A consulta normalmente costuma ser feita diretamente no local, através de autorização do setor responsável. Neste ponto, é importante que você se atente à necessidade de assinatura de recibos confirmando o empréstimo e o acompanhamento estrito dos prazos estipulados para o empréstimo, através das atividades de “follow up”. Por fim, no que se refere às atividades de destinação, você já as estudou no início da aula, quando falamos das etapas de “avaliação e destinação de documentos”. 2.3.1.1. Arquivamento e ordenação de documentos de arquivo. Os documentos são ordenados justamente para que possam ser facilmente consultados no futuro. Comecemos. Os métodos de arquivamento podem ser divididos inicialmente em dois grandes sistemas: Sistema Direto: A busca do documento é feita diretamente no local de sua guarda, sem a necessidade de recorrer a algum instrumento intermediário de consulta; Sistema Indireto: Para se localizar o documento nestes casos, precisaremos consultar um índice alfabético remissivo ou um código previamente. Lembre-se sempre: um sistema de arquivamento deve ser simples, flexível, e possibilitar expansões futuras. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 102 Dentro desses dois grandes sistemas estarão todos os métodos de arquivamento conhecidos pelo homem. Costuma-se dividi-los em duas classes: Métodos Básicos: - Alfabético: elemento a ser considerado na organização do documento é o nome; - Geográfico: elemento a ser considerado na organização será a procedência do documento (local); - Numérico: aqui levaremos em consideração o número constante do documento ou então, da pasta onde está arquivado; - Ideográfico: classificação feita de acordo com o assunto do documento. Métodos Padronizados: - Variadex - Automático - Soundex - Mnemônico - Rôneo Como são menos intuitivos, explicaremos estes métodos diretamente em itens próprios. Até aqui foi moleza. Nessa próxima parte, sua atenção será fundamental. Explicaremos todos os métodos de arquivamento conhecidos pelo homem e cobrados em prova atualmente. Destes, o método Alfabético é o que nos dará mais trabalho, por conta da quantidade de regras. Não desanime, vai valer a pena. Método Alfabético Como você podia imaginar, este método utiliza um dos nomes existentes no documento para organizá-lo em ordem alfabética. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 102 É um método simples, barato, e razoavelmente seguro de se utilizar. Praticamente todo mundo conhece a ordem do alfabeto, e mesmo que estejamos diante de um volume assustador de documentos, é razoavelmente simples identificar um erro no padrão de organização. Mas embora seja fácil, não é tão fácil assim :P. Quando os termos que pretendemos organizar alfabeticamente forem “comuns” (não fizerem referência nomes de pessoas, instituições ou eventos), a ordem é bastante simples: pegue as palavras, e simplesmente as organize do jeitinho que sua professora do pré-ensinou: primeiro o A, depois o B, e assim por diante. Entretanto, caso os documentos que tenhamos de organizar envolvam nomes de pessoas, instituições ou eventos, você deverá seguir uma série de regras de alfabetação, que veremos abaixo. Para quem já fez alguma monografia na vida, verão que boa parte do que é explicado aqui foi visto por vocês durante a longa e tortuosa jornada pela ABNT :P. Comecemos: 1ª Regra: Nos nomes de pessoas físicas, considera-se o último sobrenome e depois o prenome. Exemplo: Pedro Moreira,Flávio Silva,Elisandro Cardoso Pereira de Almeida. Deverão ser arquivados como: Almeida, Elisandro Cardoso Pereira de Moreira, Pedro Silva, Flávio Caso você se veja diante de vários nomes com o mesmo sobrenome final, será o prenome a definir a ordem: Exemplo: Pedro Silva, Paulo Silva, João Silva 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 02 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 102 Deverão ser arquivados como: Silva, João Silva, Paulo Silva, Pedro O último sobrenome é, no Brasil e em boa parte do mundo, o sobrenome herdado do pai. Procura-se organizar nomes através do último sobrenome por duas simples razões: o sobrenome é a partícula mais importante do nome, uma vez que indica seus laços familiares (e a civilização ocidental até hoje preza esses valores) e existem uma infinidade de "Felipes" por aí, mas pouquíssimos "Petrachinis" o que torna esse padrão de ordenação mais útil em um arquivo. 2ª Regra: Sobrenomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou ligados por hífen não se separam, quando passamos
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