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Modelo Memoriais Procedimento Ordinario

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE MARÍLIA/SP.
Memoriais - Juiz Singular
	.atenção com as nulidades, se os procedimentos não foram observados, etc...
	.Nulidades art. 564 do CPP e apontar
obs1: o pedido principal é a Absolvição, assim, ao discorrer o mérido de um crime, deve-se prestar atenção nos elementos do crime, Objetivos (conduta do crime) e Subjetivos (Dolo ou Culpa)
Sempre permaer na fragilidade do conjunto probatório.
Pedido: Absolvição com base no art. 386 do CPP
JOÃO, devidamente qualificado nos autos da ação criminal que lhe move a Justiça Pública (Processo nº.....), por intermédio de seu advogado infra-assinado, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar MEMORIAIS, com supedâneo no artigo 403, § 3º do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir aduzidas:
I – DOS FATOS
O acusado está sendo processado por, supostamente, em 10.08.2010, ter, mediante violência, levado para sua casa, a ofendida, dançarina da casa noturna “Noites de Prazer”, com fins libidinosos.
Ocorre que a denúncia foi recebida e o acusado devidamente citado em 10.02.2011. Contudo, a defesa prévia não foi apresentada e mesmo assim o magistrado, verificando que não era hipótese de absolvição sumária, designou audiência de instrução e julgamento.
Por conseguinte, as testemunhas de acusação foram inquiridas. As testemunhas de defesa asseveraram terem se encontrado, na mesma noite e na mesma casa noturna, com a ofendida, após sua saída com o acusado.
Ademais, em seu interrogatório, o acusado afirmou ter convidado a moça para ir a sua casa, no que esta teria concordado, mediante remuneração pecuniária. Alegou, ainda, que, em momento posterior, ambos discutiram sobre o valor a ser pago, tendo, a ofendida saído revoltada e dizendo que iria se vingar.
Logo, dentro do prazo de 5 (cinco) dias o Representante do Ministério Público se manifestou pela condenação do acusado, alegando que ele teria, de qualquer forma, retido, privado a liberdade, com fins libidinosos, da ofendida, contra a vontade desta, razão porque a pretensão punitiva deve ser julgada procedente.
É a síntese do ocorrido.
II – DOS FATOS
Conforme já explanado anteriormente, o acusado está sendo processado por, supostamente, mediante violência ter levado a ofendida para sua casa para fins libidinosos, se amoldando ao tipo penal do artigo 148, §1º, V do Código Penal, que dispõe:
“Art. 148: Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado. § 1º: A pena é de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos: V – se o crime é praticado com fins libidinosos.”
Ocorre que, a denúncia foi recebida e o acusado foi devidamente citado dentro do prazo de dez dias conforme estabelece o artigo 396 do Código de Processo Penal que dispõe:
“Art. 396: Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias”. 
Contudo a defesa prévia não foi apresentada e mesmo sem ela o magistrado, verificando que não era hipótese de absolvição sumária do artigo 397 do CPP, designou audiência de instrução e julgamento. 
Destarte, o magistrado erroneamente deu prosseguimento ao processo, uma vez que a defesa prévia é obrigatória, e somente após ela é que poderia ter analisado se havia alguma hipótese de absolvição sumária, para enfim designar audiência de instrução e julgamento. Sendo assim, não cumpriu o artigo396-A, § 2º do CPP que dispõe:
“Art. 396-A, §2º: Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.”
Assim, conforme se verifica do artigo 396-A, § 2º do CPP, não sendo apresentada a defesa prévia deve o juiz nomear defensor para oferecê-la, o que não ocorreu no presente caso, devendo então ser declarada a nulidade absoluta dos atos praticados conforme prevê o artigo 564, III, alínea “c” do mesmo códex:
“Art. 564: A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: III – Por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: c) A nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 (vinte e um) anos.”
Ademais, complementando a decretação de nulidade, seus efeitos estão disciplinados no artigo 573, § 1º do CPP, que dispõe:
“Art. 573, §1º: A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência.”
Logo, pela inobservância da obrigatoriedade da apresentação da defesa prévia do acusado, o MM Juiz deve declarar a nulidade dos atos praticados após a mesma.
Mas também, no que tange à tipificação do crime de seqüestro e cárcere privado (148, §1º, V do CP), deve o MM Juiz absolver o réu pelo fato de a conduta descrita não constituir o referido crime, ou seja, o fato é atípico, uma vez que não houve dolo por parte do acusado, pois o mesmo convidou a ofendida para ir a sua casa e a mesma aceitou de livre e espontânea vontade. Deve então o MM Juiz absolver o réu com base no artigo 386, III do CPP, que dispõe:
“Art. 386: O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: III - Não constituir o fato infração penal.”
Como também, houve discussão com relação ao valor a ser pago e a ofendida saiu revoltada ameaçando se vingar do acusado e, na mesma noite foi vista pelas testemunhas na mesma casa noturna após sua saída com o acusado. 
Assim, se o MM Juiz entender que o fato não é atípico, o acusado deve ser absolvido pelo fato de não existirem provas suficientes que justifiquem a condenação do acusado, conforme a previsão do artigo 386, VII:
“Art. 386: O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: VII – Não existir prova suficiente para a condenação”.
Portanto, deve ser declarada a nulidade dos atos praticados após a defesa prévia, uma vez que o magistrado não deveria ter dado prosseguimento ao processo por ela não ter sido apresentada, e ser obrigatória no processo. Mas também, o acusado deve ser absolvido pela atipicidade da conduta ou então por insuficiência de provas, conforme Vossa Excelência entender diante do que foi apresentado.
III – DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, postula-se a nulidade dos atos praticados e a absolvição do réu, com fundamento no art. 386, III e/ou VII do Código de Processo Penal, como medida da mais lídima JUSTIÇA.
Termos em que,
Pede Deferimento
Marília, ....... de ................. de 2011.
__________________________
Advogado – OAB/SP nº. ..........

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