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4Contrarrazões de Apelação

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .... VARA CRIMINAL DE ..........................
(Nome...........) devidamente qualificado nos autos da ação criminal que lhe move a Justiça Pública (Processo nº....), por intermédio de seu advogado infra assinado, não se conformando, “data máxima venia”, com o recurso interposto pelo Digno Representante do Ministério Público, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com supedâneo no artigo 600 Código de Processo Penal, requerer a juntada das CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO. 
Termos em que, requerendo seja ordenado o encaminhamento e processamento da presente ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Pede deferimento.
Marília ....., de ....................... de ..................
 
 			 ____________________________
 Advogado – OAB/SP nº. .........
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
Processo .... -....
Apelante: Justiça Pública.
Apelado:..................
Egrégio Tribunal de Justiça;
Colenda Câmara;
Ínclitos Desembargadores;
Douta Procuradoria de Justiça.
Impõe-se a presente contrarrazões de apelação, com fundamento no artigo 600 do Código de Processo Penal, “data vênia” para que seja mantida a respeitável sentença absolutória proferida a favor do apelado, pelas razões a seguir aduzidas:
I – DOS FATOS
O Promotor de Justiça, quando da apresentação dos memoriais, em ação penal pública incondicionada, conclui pela inocência do réu, e postula sua absolvição. O Magistrado, ao analisar os autos, profere sentença absolutória, acolhendo o pleito ministerial.
Na ocasião da intimação da sentença, em virtude de férias do subscritor das alegações finais escritas, outro membro do Ministério Público entende diferentemente do seu colega e do Juiz, considerando que a sentença deve ser reformada.
Assim, interpõe recurso, alegando ter independência funcional consagrada na Carta Magna, afirmando que, por ser ação penal pública incondicionada, o Promotor que o antecedeu, jamais poderia ter pleiteado a absolvição, mas tão-somente a condenação.
Pugna, outrossim, pela condenação do acusado nos termos do art. 171 do Código Penal (estelionato consumado), aduzindo a presença de todos os elementos do tipo penal na conduta descrita na denúncia, e o apelado teria agido com culpa presumida, ainda que não tivesse obtido a vantagem ilícita em prejuízo alheio.
É a síntese do ocorrido.
II – DO DIREITO
Excelências, a decisão deve ser mantida.
De fato, o nobre Promotor, ao interpor recurso, não se ateve aos princípios constitucionais que regem o Ministério Público, dentre eles o Princípio da Unicidade e a Indivisibilidade, previstos no artigo 127, §1º da Constituição Federal:
“Art. 127, § 1º: São princípios do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional”.
Por conseguinte, tendo em vista tais princípios, eles estabelecem que os membros do Ministério Público agem em nome da instituição, não podendo então, em face das férias do primeiro membro, o segundo ingressar com recurso contrário ao interesse do primeiro.
Como também, uma vez que o primeiro Promotor postulou a absolvição do apelado, não poderia o segundo pedir a condenação do mesmo, pois isso evidencia a falta do interesse de agir por parte dele, e, por conseguinte, falta uma das condições de admissibilidade do recurso, de modo que esta torna impossível a interposição do recurso.
O artigo 577, parágrafo único do Código de Processo Penal estabelece a não admissibilidade dos recursos na hipótese anteriormente argumentada, tendo em vista que falta interesse de agir, pois a pretensão dos memoriais foi acolhida com a sentença do Magistrado. Segue abaixo referido artigo:
“Art. 577, parágrafo único: Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.”
Mas também, no que tange ao crime supostamente praticado, deve-se destacar que o estelionato tem como elemento subjetivo o dolo, e dessa forma não existe a culpa presumida, o que faz tornar o fato atípico, não havendo infração penal a ser imposta contra o apelado.
“Art. 171: Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.”
Ademais, caso Vossas Excelências não entendam pela atipicidade da conduta do apelado, vale lembrar que referido crime tem seu momento consumativo consubstanciado na obtenção da vantagem ilícita, o que não ocorreu no presente caso, devendo então ser punido com pena mais branda pelo fato de o crime ter ficado na tentativa.
Portanto, requer que seja mantida a r. decisão, tendo em vista que o recurso interposto pelo nobre Promotor, não atende aos requisitos de admissibilidade e nem aos princípios que regem o Ministério Público. Como também pelo fato ser atípico em razão de ausência do dolo por parte do apelado. E, caso Vossas Excelências entendam de modo diverso que seja atenuada a pena do apelado, pois o referido crime não se consumou.
III – DO PEDIDO
Em face do exposto, improcede a apelação interposta pelo Digno Representante do Ministério Público, devendo ser mantida a absolvição proferida em favor do apelado, como medida da mais lídima JUSTIÇA.
Termos em que,
P. Deferimento
Marília-SP, ..... de ....................... de ..................
_______________________________________
ADVOGADO- OAB

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