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Teoria Geral dos Recursos Parte II

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RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (art. 581/592, CPP). 
 
1. Conceito: É o recurso mediante o qual se procede ao reexame de uma 
decisão nas matérias especificadas em lei, possibilitando ao próprio juiz 
recorrido uma nova apreciação da questão, antes da remessa dos autos à 
segunda instância. 
 
2. Competência para o julgamento: O recurso deve ser endereçado ao Tribunal 
competente para apreciá-lo, mas a interposição far-se-á perante o juiz 
recorrido, para que este possa rever sua decisão (juízo de retratação). 
 
3. Prazos: O prazo será de cinco dias, a partir da intimação da decisão (art. 586, 
CPP). No caso do inciso XIV, será de vinte dias, a contar da publicação da lista 
geral de jurados (CPP, art. 586, caput e seu § único). 
 
 
4. Hipóteses de Cabimento: O recurso em sentido estrito cabe nas hipóteses 
previstas no art. 581, do Código de Processo Penal. Assim, caberá recurso em 
sentido estrito da decisão, despacho ou sentença: 
 
I) que rejeitar a denúncia ou queixa. Cuida-se da hipótese de recurso contra 
decisão interlocutória mista terminativa ou, simplesmente, sentença 
terminativa. Na situação inversa, ou seja, de recebimento da denúncia ou 
queixa, é incabível esse recurso, podendo o acusado valer-se do habeas corpus. 
 
Exceções: Em se tratando de decisão que rejeita denúncia ou queixa que 
capitula infração de competência do Juizado Especial Criminal, será também 
cabível apelação para a Turma Recursal (art. 82, caput, da Lei nº 9.099/95). 
 
II) que concluir pela incompetência do juízo. Trata-se da decisão pela qual o 
julgador reconhece espontaneamente (ex officio) sua incompetência para julgar 
o feito, sem que tenha havido oposição de exceção pelas partes (procedimento 
incidental), pois, nesta última hipótese, o recurso terá fundamento no inciso III. 
 
Obs: Havendo desclassificação na fase da pronúncia (art. 419) em crimes de 
competência do júri, cabível a interposição do recurso com fulcro neste inciso. 
 
III) que julgar procedente exceção, salvo a de suspeição. O art. 95, do CPP, 
enumera as cinco exceções oponíveis, a saber: suspeição, incompetência do 
juízo, litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada. 
 
IV) que pronunciar o réu. No primeiro caso, temos uma decisão interlocutória 
mista não terminativa, que encerra uma fase do procedimento, sem julgar o 
mérito, isto é, sem declarar o réu culpado. 
 
V) que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir 
requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória 
ou relaxar a prisão em flagrante. A concessão da fiança, medida de contra-
cautela, é regulada pelos arts. 322 e seguintes, do CPP.A decisão pela qual o juiz 
confirma a fiança arbitrada pela autoridade policial equivale à de arbitramento 
pelo magistrado, sendo cabível o recurso em sentido estrito. As partes podem 
insurgir-se contra a decisão ainda que para discutir somente o valor da fiança 
exigida, quando o reputem insuficiente ou exagerado. 
 
O recurso pode ser tirado, também, da decisão que conceder a liberdade 
provisória ou relaxar prisão em flagrante. 
 
Obs : a decisão que decreta a prisão preventiva, ou aquela que indefere pedido 
de relaxamento do flagrante, bem assim a decisão que não concede a liberdade 
provisória, são irrecorríveis, podendo ser objeto de impugnação por via de 
habeas corpus. 
 
VII) que julgar quebrada a fiança ou perdido se valor. Considera-se quebrada a 
fiança nas seguintes hipóteses dos arts. 327, 328, 341, 344 do CPP. Decretada a 
quebra da fiança ou o perdimento de seu valor, caberá recurso em sentido 
estrito. 
 
VIII) que decretar a prescrição ou julgar por outro modo, extinta a 
punibilidade. Reconhecida a existência de qualquer causa extintiva da 
punibilidade, é cabível o recurso em sentido estrito. Ver art. 397, IV, CPP 
 
Obs: As decisões proferidas em sede de execução, no entanto, são impugnáveis 
por via de agravo (art. 197, da LEP). 
 
IX) que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa 
extintiva da punibilidade. Passível de impugnação por via do recurso em 
sentido estrito a decisão que desacolhe requerimento de reconhecimento de 
causa extintiva da punibilidade. 
 
X) que conceder ou negar a ordem de habeas corpus. Proferida a sentença em 
habeas corpus pelo juiz de primeiro grau, poderá ser interposto recurso em 
sentido estrito. 
 
Obs: A decisão concessiva da ordem, além de impugnável pelo recurso 
voluntário, está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório (recurso de 
ofício), nos termos do disposto no art. 574, inciso I, do CPP. 
 
XI) que conceder, negar ou revogar a suspensão da pena (art. 77, CP) 
 
XIII) que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte. A 
decisão pela qual o juiz declara nulo o processo, no todo ou em parte, é 
enfrentada pelo recurso em sentido estrito (art. 564 e segs. CPP). 
 
XIV) que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir. Anualmente, é 
organizada a lista geral de jurados, que se publicará em novembro e poderá ser 
alterada de ofício ou por reclamação de qualquer do povo, até a publicação da 
lista definitiva, que ocorre no dia 10 de novembro de cada ano (art. 426, § 1º, 
CPP). A lista definitiva pode, então, ser impugnada por via de recurso em 
sentido estrito, no prazo de 20 dias, dirigido ao presidente do Tribunal de 
Justiça. 
 
Obs: Podem recorrer o Ministério Público e qualquer do povo que tenha 
interesse, em geral o jurado excluído ou incluído na lista (art. 426, CPP). 
 
XV) que denegar a apelação ou a julgar deserta. Cabível o recurso em sentido 
estrito da decisão que, por qualquer motivo, nega seguimento à apelação. 
Trata-se de decisão por meio da qual o magistrado realiza juízo de 
admissibilidade do recurso. 
 
 Obs: Cuida-se de exceção à regra segundo a qual é cabível a carta 
testemunhável como meio de impugnar decisão que nega seguimento a 
recurso. Assim, se o juiz não recebe o recurso em sentido estrito interposto 
contra a decisão que negou seguimento à apelação, poderá a parte valer-se da 
carta testemunhável. 
 
XVI) que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial. 
Questões prejudiciais são as matérias que devem ser apreciadas pelo juiz antes 
de julgar a lide principal, relativas a um elemento constitutivo do crime e que 
subordinam, necessariamente, a decisão da causa. Em tais casos, há relação de 
dependência lógica entre a questão prejudicial e a questão principal (ou 
prejudicada). 
 
XVIII) que decidir o incidente de falsidade (art. 145, CPP). O dispositivo refere-
se à decisão proferida no processo incidente instaurado a pedido de alguma das 
partes para constatar a autenticidade de documento que se suspeita falso. 
 
Obs: Os incisos XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII foram “derrogados” pela Lei de 
Execução Penal (Lei nº 7.210/84) 
 
5. Efeitos: O recurso em sentido estrito provoca, em regra, provoca o efeito 
devolutivo, isto é, a devolução do julgamento da matéria ao segundo grau de 
jurisdição, e o efeito regressivo (iterativo ou diferido), que consiste na 
possibilidade de o próprio juiz reapreciar a decisão recorrida (juízo de 
retratação). 
 
 Obs: A regra é a da não-produção do efeito suspensivo, sendo cabível apenas 
nas hipóteses elencadas no art. 584, CPP. 
 
Obs: O recurso da decisão de pronúncia suspenderá o julgamento pelo Tribunal 
do Júri(§ 2°, art. 584 do CPP) . Caso exista posterior interposição de recursos 
especial(STJ) e extraordinário(STF), atentar para o fato de que tais instrumentos 
não possuem efeito suspensivo automático, sendo necessária medidacautelar 
para este fim. 
 
 
 
 
3. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (art. 619/620, CPP) 
 
1. Conceito: é o recurso dirigido ao órgão prolator da decisão, quando nela 
houver ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão; cabível tanto da 
decisão de 1° grau (embarguinhos – art. 382, CPP), hipótese em que serão 
dirigidos ao juiz, como de decisões de órgãos colegiados (2° grau- art. 619, CPP), 
caso em que serão dirigidos ao relator do acórdão. 
 
2. Natureza jurídica: parte da doutrina afirma, acertadamente, que têm 
natureza recursal, já que nada mais são do que meio voluntário de pedir a 
reparação de um gravame decorrente de obscuridade, ambiguidade, omissão 
ou contradição do julgado; 
 
 Por outro lado, argumenta-se que não possuem caráter infringente (não 
ensejam a modificação substancial da decisão), pois se destinam a 
esclarecimentos ou pequenas correções, daí não constituírem recurso, porém 
meio de integração da sentença ou acórdão. 
 
 
 
3. Hipóteses de cabimento: se a decisão for obscura (quando não clara, não 
compreensível), ambígua (se uma parte da sentença permitir duas ou mais 
interpretações, de forma a não se entender qual a intenção do magistrado), 
omissa (quando o julgador silencia sobre matéria que deveria apreciar) ou 
contraditória (se alguma das proposições nela insertas não se harmoniza com 
outra). 
Obs: No caso da Lei nº 9.099/95, os pressupostos são os seguintes: obscuridade, 
omissão, contradição e dúvida (ao invés de ambiguidade). 
 
4 . Legitimidade: o acusado, o MP ou querelante e o assistente de acusação. 
 
5. Prazo para oposição: 2 dias, contados da intimação, perante o próprio juiz 
prolator da sentença (art. 382), ou no caso dos Tribunais (art. 619); 05 dias 
(Juizado Especial Criminal - art. 83, § 1º, da Lei nº 9.099/95) (STF e STJ 
Regimentos Internos). 
 
6. Efeitos: opostos os embargos, os prazos restam interrompidos(art. 538 CPC 
aplicação analógica); 
 
4. EMBARGOS INFRINGENTES (matéria de mérito) E DE NULIDADE 
(matéria processual) - Art. 609, Parágrafo Único, do CPP 
 
1. Conceito: são recursos exclusivos da defesa e oponíveis contra a decisão (em 
apelação e RESE) não unânime de órgão de 2ª instância que causar algum 
gravame ao acusado (desfavorável ao réu). 
 
2. Prazo: 10 dias, da publicação . 
 
3. Hipóteses de Cabimento 
a) somente contra decisão de 2ª Instância; 
b) Decisão proferida em Apelação, Recurso em Sentido Estrito ou Agravo em 
Execução. Não cabe embargos em decisão que julga revisão criminal; 
c) Decisão não unânime; 
d)Desfavorável ao réu; 
e) Um voto vencido em favor do réu. 
 
4. Extensão dos Embargos: Os embargos não podem extrapolar os limites do 
voto vencido. Se o voto vencido é parcial, a pretensão deduzida nos embargos 
estará limitada aos termos do voto vencido. 
 
5. Características: é um recurso exclusivo do réu. Tanto o réu quanto o seu 
defensor podem interpô-lo; 
1. o recurso deve vir acompanhado das razões; 
2. permite a retratação; 
3. havendo empate, prevalece a decisão mais favorável ao réu; 
4. tem efeito suspensivo; 
 
 
 
7. CARTA TESTEMUNHÁVEL (art. 639, CPP) 
 
1. Conceito: é instrumento que visa promover o andamento de outro recurso 
que não foi recebido ou que foi paralisado. Ex. Recurso em sentido, agravo em 
execução. É um recurso subsidiário. Visa dar andamento a um outro recurso. 
 
2. Natureza jurídica: apesar do CPP haver tratado da carta testemunhável no 
título destinado aos recursos, prevalece o entendimento segundo o qual é mero 
remédio ou instrumento para conhecimento de outro recurso. 
 
3. Hipóteses de cabimento (art. 639, CPP): 
I - da decisão que não receber o recurso na fase do juízo de admissibilidade; 
II - da decisão que admitido o recurso, obstar à sua expedição e seguimento ao 
juízo “ad quem”. 
 
4. Aspectos Procedimentais: 
É um recurso dirigido ao escrivão ou diretor do cartório. Prazo - 48 horas (conta-
se minuto a minuto). Na prática, conta-se 2 dias. Não tem efeito suspensivo (art. 
646, CPP). O escrivão elabora um instrumento. Em seguida vem as razões e as 
contra-razões. Ato seguinte, os autos vão ao juiz, que pode retratar-se. Se não 
se retratar, o recurso sobe ao Tribunal. Se a carta estiver bem instruída, o 
Tribunal pode julgar a Carta Testemunhável e o Recurso que estava paralisado 
(art. 644, CPP). 
 
5. Exceções: das decisões que denegam seguimento aos seguintes recursos 
caberá: 
a) Denegação da apelação: cabe recurso em sentido estrito (art. 581, XV, CPP) 
b) “do Rec. Especial e Extraordinário: cabe agravo de instrumento (art. 28, Lei n. 
8038/90) 
 
6. Prazo: 48 horas. 
 
 
 
5. HABEAS CORPUS ( art. 5°, inc. LXVIII da CF/ art. 647 e segs. CPP). 
 
1. Conceito: É o instrumento que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a 
violência ou a coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou 
abuso de poder (liberdade de ir e vir). 
 
2. Natureza jurídica: Trata-se de uma ação penal popular (embora esteja 
previsto como recurso no CPP) com assento constitucional, voltada à tutela da 
liberdade de locomoção, sempre que ocorrer qualquer dos casos elencados no 
art. 648, do CPP. 
 
3. Espécies: O HC apresenta-se em duas modalidades distintas: liberatório e 
preventivo. 
 
a) Liberatório, corretivo ou repressivo: é aquele que destina-se a afastar 
constrangimento ilegal à liberdade de locomoção já efetivado, ou seja, o 
paciente encontra-se segregado, preso, recolhido à prisão. 
 
b) Preventivo: destina-se a afastar uma ameaça à liberdade de locomoção, ou 
seja, o paciente encontra-se livre, porém, na iminência de ter a sua liberdade 
segregada. Nesta hipótese, no caso de concessão da ordem deve ser expedido 
salvo-conduto. 
 
4. Paciente: é a pessoa natural que está sofrendo ou na iminência de sofrer 
restrição a sua liberdade de locomoção em face da coação ilegal. Essa pessoa 
denomina-se paciente. 
 
Obs: em se tratando de crimes contra o meio ambiente (Lei nº 9605/98), caso 
em que a pessoa jurídica poderá figurar no polo passivo da ação penal, poderá 
ser impetrado HC para fins de trancamento da ação penal, sendo, portanto, 
correto o pedido . (HC 92921 BA – Min. Rel. Ricardo Lewandowski) 
 
5. Legitimidade ativa (Impetrante): Pode ser impetrado por qualquer pessoa, 
independentemente de habilitação legal ou representação de advogado. A 
parte que interpõe o pedido denomina-se impetrante. Não há necessidade de 
procuração. 
 
6. Legitimidade passiva (autoridade coatora): é aquela que determinou o ato 
caracterizador do abuso ou da ilegalidade. Ou seja, autoridade coatora é aquele 
de quem emanou a ordem (ex. juiz que decretou a prisão preventiva) 
 
7. Hipóteses de Cabimento: As hipóteses de cabimento do HC encontram-se 
enumeradas no art. 648, do CPP, senão vejamos: 
 
a) Quando não houver justa causa (inciso I): A hipótese trata da falta de justa 
causa para a prisão, para o inquérito e para o processo. Só há justa causa para a 
prisão no caso de flagrante delito ou de ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente. 
 
b) Quando alguém estiver preso por mais tempo do que a lei determina (inciso 
II): a hipótese cuida do excesso nas prisões provisórias, e/ou referentes ao prazo 
para o encerramento da instrução criminal que, em regra, é de 105 dias no 
procedimento comum ordinário. 
 
Obs: Tratando-se de crime da competência do Júri, pronunciado o réu, fica 
superada a alegação de constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo 
na instrução (Súmula 21 do STJ). 
 
Obs: Finalmente, não constitui constrangimento ilegal o excessode prazo na 
instrução provocado pela defesa (Súmula 64 do STJ). 
 
c) Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo (inciso III): 
só pode determinar a prisão, a autoridade judiciária dotada de competência 
material e territorial, salvo caso de prisão em flagrante. Ex. prisão alimentícia 
decretada por Juiz criminal, ou vice-versa. 
 
d) Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação (inciso IV): por 
exemplo, sentenciado que já cumpriu sua pena, mas continua preso. 
 
e) Quando não se admitir a fiança, nos casos em que a lei a prevê (inciso V): as 
hipóteses em que a lei prevê a fiança (arts. 323, 324 e 335, do CPP). 
 
f) Quando o processo for manifestamente nulo (inciso VI): a nulidade pode 
decorrer de qualquer causa, como falta de condição de procedibilidade 
(representação nos crimes de ação penal pública condicionada), ilegitimidade 
ad causam (ofendido propõe a ação penal pública ou vice-versa) ou processual 
(menor de 18 anos propõe ação penal privada), incompetência do juízo, 
ausência de citação ou de concessão de prazo para a defesa prévia, alegações 
finais etc. 
 
g) Quando já estiver extinta a punibilidade do agente (inciso VII): as causas 
extintivas da punibilidade estão enumeradas no art. 107, do CP. Se anterior à 
ação penal, a denúncia ou queixa não pode se recebida (CPP, art. 43, II). 
 
8. Inadmissibilidade: É inadmissível a impetração de HC nos seguintes casos: 
a) No caso de transgressão disciplinar militar (CF, art. 142, § 2º). 
b) Visando exame aprofundado e valoração de provas. 
Ex. requerer a absolvição de um crime após sentença penal condenatória; 
c) para discutir pena de multa 
d) durante o estado de sítio (CF, arts. 138, caput, e 139, I e II). 
 
9. Legitimidade Passiva e Competência: Trata-se do coator. Normalmente é 
uma autoridade. Mas também é cabível contra particular. Ex: quando um 
hospital prende o paciente por não pagar a dívida pela internação. 
a) habeas corpus contra autoridade policial - é julgado por juiz; 
b) habeas corpus contra particular - é julgado por juiz; 
c) habeas corpus contra Juiz - é julgado pelo Tribunal de Justiça; 
d) habeas corpus contra Promotor - é julgado pelo Tribunal de Justiça; 
e) habeas corpus contra ato isolado de Desembargador - é julgado pelo STJ; 
f) habeas corpus contra ato do Ministro do STJ – é julgado pelo Ministro do STF 
 
11. Efeitos: 
a) a concessão de HC liberatório implica seja o paciente posto em liberdade, 
salvo se outro motivo deva ser mantido na prisão (art. 600, § 1º); 
b) se a ordem de HC for concedida para evitar ameaça de violência ou coação 
ilegal, será expedida ordem de salvo-conduto (licença escrita para transitar 
livremente) em favor do paciente; 
c) se a ordem for concedida para anular o processo, este será renovado a partir 
do momento e que se verificou a eiva (CPP, art. 652); 
d) quando a ordem for concedida para trancar inquérito policial ou ação penal, 
esta impedirá seu curso normal; 
e) a decisão favorável do HC pode ser estendida (efeito extensivo) a outros 
interessados que se encontrem na situação idêntica à do paciente beneficiado 
(art. 580, do CPP, aplicável por analogia). 
 
12. Recursos 
a) cabe recurso em sentido estrito da decisão do juiz que conceder ou negar a 
ordem de habeas corpus (CPP, art. 581, X); 
b) cabe recurso oficial da concessão — reexame obrigatório (CPP, art. 574, I). 
 
 
 
 
 
 
 
 
8. REVISÃO CRIMINAL (art. 621, CPP) 
 
1. Conceito: é instrumento processual exclusivo da defesa que visa rescindir 
uma sentença penal condenatória transitada em julgado. 
 
2. Natureza jurídica: Trata-se de ação de impugnação, prevalecendo o 
entendimento segundo o qual tem ela a natureza de ação penal de 
conhecimento de caráter desconstitutivo; ela é ação contra sentença, pois 
desencadeia nova relação jurídica processual. Assim, seja ela ação penal 
constitutiva ou recurso especial-misto, o importante é a análise da questão de 
fundo, a razão e a sua verdadeira natureza, visando o asseguramento amplo do 
exercício de acesso à justiça, como um remédio heróico para sanar prejuízos e 
reaver injustiças, como o habeas corpus, sua finalidade é corrigir a prestação 
jurisdicional, erros, decisões ou prisões ilegais, sujeitando o Estado à 
responsabilidade objetiva. 
 
3. Finalidade: corrigir uma injustiça e restabelecer o status libertatis e o status 
dignitatis. 
 
4. Pressupostos: 
1. existência de sentença condenatória. A sentença absolutória imprópria 
também admite, pois fixa medida de segurança. Não importa a infração 
cometida e nem o procedimento. Não cabe revisão criminal contra sentença 
absolutória própria e nem contra decisão do juiz das execuções. Também não 
cabe contra decisão que concede perdão judicial e decisão de pronúncia. 
 
2. trânsito em julgado. Se ocorrer a prescrição da pretensão punitiva não é mais 
possível entrar com revisão criminal, porque não existe sentença condenatória. 
 
5. Prazo: não há prazo. 
 
6. Legitimidade: O próprio réu ou por procurador legalmente habilitado, bem 
como, no caso de falecimento do acusado, por cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão. A vítima não participa do processo de revisão criminal. 
Na hipótese de falecer a pessoa cuja condenação tiver de ser revista (art. 631 
CPP), para efeitos morais e pecuniários indenizatórios cabe aos herdeiros ou 
sucessores legais pleiteá-la. 
 
7. Pressupostos e oportunidade: deverá obedecer às condições de exercício das 
ações em geral (legitimidade, interesse de agir e possibilidade jurídica do 
pedido); pressupõe a existência de sentença condenatória ou absolutória 
imprópria transitada em julgado. 
 
8. Hipóteses de cabimento (art. 621, CPP): 
a) Sentença contrária ao texto da lei, refere-se a má interpretação da normas 
com aos princípios reitores, a nível constitucional como infra-constitucional (a 
sentença deve conter a exposições de fato e de direito – provas – e os 
dispositivos legais em que se fundamenta - “ex vi” do art. 381, incs. III e IV CPP). 
 
b) Sentença contrária as evidências dos autos é aquela condenação feita em 
base a indícios, conjecturas, distorcida da verdade, divorciada dos elementos 
probatórios em afronta aos ditames do direito e dos fatos “sub judice”. 
Referimo-nos ao juízo monocrático – singular – como ao jurado popular 
(Tribunal do Júri – art. 593, inc. III CPP). 
 
c) A prova nova deve estar amparada por seu ineditismo, desconhecimento e 
insuficiência de dúvida em relação a sua prestabilidade e capacidade de 
modificar a coisa julgada, indicando especialmente que o condenado deveria ter 
sido absolvido ou a pena ter sido aplicada de maneira mais branda. 
 
d) Lei nova mais benigna (cominação menor de pena) permite a postulação do 
recurso de Revisão Criminal, isto é “novatio legis in mellius”, o que difere de 
“abolitio criminis” onde automaticamente extingue e tranca a ação penal em 
todos os seus efeitos legais, prevalece no direito democrático o princípio da 
aplicação da lei penal mais benigna. 
I – quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal 
ou à evidência dos autos; 
II – quando a sentença condenatória fundar-se em depoimentos, exames ou 
documentos comprovadamente falsos; 
III – quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do 
condenado ou de circunstâncias que determine ou autorize diminuição da pena. 
 
9. Competência: 
1. STF e STJ - são competentes para julgar a revisão de suas próprias 
condenações; 
2. TRF - é competente para julgar a revisão de suas próprias condenações e das 
condenações dos juízes federais;3. TJ - é competente para julgar a revisão de suas próprias condenações e das 
condenações dos juízes de 1º grau, que são da sua competência recursal; 
 
10. Aspectos procedimentais: 
- Réu solto não precisa recolher-se à prisão (Súmula 393 do STF). 
- Cabe ao réu provar o trânsito em julgado da sentença. 
 - Ao autor da ação cabe provar o que alegou. 
- A revisão não tem efeito suspensivo. 
- O pedido pode ser indeferido liminarmente, seja pelo Presidente, seja pelo 
Relator. Desta decisão cabe Agravo Inominado (Art. 625 do CPP). O Tribunal 
querendo poderá converter o julgamento em diligências. 
 
11. Efeitos das decisões: se julgada procedente, a decisão poderá acarretar 
alteração da classificação da infração, a absolvição do réu, a modificação da 
pena (redução) ou a anulação do processo; se julgada improcedente, só poderá 
ser repetida se fundada em novos motivos. desclassificar a infração e impor 
pena menor; 
 
Obs: Se o réu for absolvido na revisão criminal, todos os seus direitos são 
restabelecidos automaticamente. 
 
12. Recursos Cabíveis: 
1. Embargos de Declaração; 
2.Recurso Extraordinário e Recurso Especial; 
3. jamais são cabíveis embargos divergentes ou de nulidade. 
 
13. Indenização Civil: Quando o réu é condenado por erro judiciário, ele tem 
direito a uma indenização civil. 
 Cabe ao réu entrar com uma ação autônoma de indenização ou pedir a 
indenização no próprio pedido de revisão (art. 630, CPP). Neste último caso, se 
o Tribunal reconhecer o direito a indenização, ele não fixa o quantum. Cabe ao 
réu, antes de executar a decisão, liquidá-la. 
A responsabilidade objetiva de pagar a indenização é do Estado. Se a 
condenação foi pela Justiça Federal, quem paga é a União. Já, se a condenação 
foi pela Justiça Estadual, quem paga a indenização é o Estado-Membro. 
 
14. Teoria da Afirmação: O autor da ação de revisão deve afirmar na inicial uma 
das hipóteses legais de cabimento da revisão, sob pena de carência de ação. 
 
15. Não cabe revisão criminal: para reexame de provas; para alterar o 
fundamento da condenação.

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