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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II 2 fase

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II 
As estruturas de concreto armado existentes em regiões 
marítimas são fortemente atacadas por agentes agressivos, sendo 
os cloretos os causadores dos maiores danos quando atingem 
níveis críticos, afetando de forma significativa a vida útil do 
concreto. Nos últimos anos a comunidade científica vem realizando 
pesquisas relativas à penetração de cloretos e suas 
consequências, sendo a maioria desenvolvida em laboratórios. Em 
ambiente natural, no Brasil, foram realizadas pesquisas nas regiões 
Nordeste e Sul, mais especificamente no Rio Grande do Sul na 
cidade de Rio Grande. O litoral Norte do Rio Grande do Sul possui 
condições climáticas diversas em relação ao litoral Sul, 
apresentando municípios com significativo incremento na indústria 
da construção civil, justificando assim o desenvolvimento do estudo 
nesta região. Esta pesquisa tem por objetivo estudar a influência 
do tipo de cimento utilizado, do uso de adições de sílica ativa da 
relação água/aglomerante em relação à penetração de cloretos nas 
estruturas de concreto em ambiente natural. Foi analisado, 
também, o distanciamento da estrutura de concreto em relação ao 
mar e as condições ambientais do local, tais como direção dos 
ventos predominantes e umidade relativa. Para fundamentar a 
pesquisa, foram realizados ensaios químicos para determinar o 
teor de cloretos nas amostras retiradas dos corpos-de-prova 
colocados em Tramandaí a três distâncias do mar (50, 150 e 800 
m) e junto a Lagoa Tramandaí (1800 m em relação ao mar), em 
Imbé, a diversas profundidades (superficial, 5, 15 e 25 mm). Os 
resultados indicam que quanto menor a relação água/aglomerante 
e maior o distanciamento em relação ao mar, menor o teor de 
cloretos que ingressam nas estruturas de concreto, sendo que a 
800 m da orla marítima essa agressividade não é significativa. 
Concretos com as faces posicionadas a nordeste foram as que 
apresentaram maior penetração de cloretos. O uso de cimento CP 
V-ARI com adição de sílica ativa proporciona uma maior 
concentração superficial de cloretos no concreto, porém, um menor 
ingresso em seu interior. Nesta pesquisa, nenhum concreto atingiu 
o teor crítico de cloretos (0,15%) para o ambiente de atmosfera 
marítima onde foram expostos. 
ROMANO, F.S. Estudo do ingresso de cloretos em estruturas 
de concreto no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. 2009. 
Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre. 
FCK 
Área Características Tipos de deterioração 
Zona de 
atmosfera 
marinha 
(névoa 
salina) 
O concreto nunca está diretamente em contato com 
a água do mar, porém é atingido pela névoa salina 
que vem do oceano. O nível de cloretos pode cair à 
medida que as construções se afastam do mar, mas, 
em alguns casos, dependendo do tipo da costa e da 
direção preferencial dos ventos, a névoa salina 
pode penetrar até muitos quilômetros do litoral. 
 Correção da 
armadura induzida 
por cloretos; 
 danos causados 
pelo efeito do frio. 
 
Agressividade ABNT NBR 6118:2014 = Forte 
Classificação tipo de ambiente ABNT NBR 6118:2014 = Marinha 
Risco de deterioração da estrutura ABNT NBR 6118:2014 = Grande 
Classe de Agressividade ABNT NBR 6118:2014 = Classe III 
Classe do concreto (ABNT NBR 8953) ≥ 30 
Cobrimento Nominal Δc = 40 mm 
Em função das características das obras foi escolhido e do tipo de Ambiente 
determinamos um concreto = C 35 = FCK = 35 Mpa 
 
TRABALHABILIDADE 
A consistência é um dos principais fatores que influenciam na trabalhabilidade 
do concreto. Cabe ressaltar este assunto, pois muito se confunde 
entre consistência e trabalhabilidade. 
 O termo consistência está relacionado a características inerentes ao próprio 
concreto e está mais relacionado com a mobilidade da massa e a coesão entre seus 
componentes. 
 Conforme modificamos o grau de umidade que determina a consistência, 
alteramos também suas características de plasticidade e permitimos a maior ou menor 
deformação do concreto perante aos esforços. 
 Um dos métodos mais utilizados para determinar a consistência é o ensaio de 
abatimento do concreto, também conhecido como slump test. 
 Neste ensaio, colocamos uma massa de concreto dentro de uma forma tronco-
cônica, em três camadas igualmente adensadas, cada uma com 25 golpes. Retiramos 
o molde lentamente, levantando-o verticalmente e medimos a diferença entre a altura 
do molde e a altura da massa de concreto depois de assentada (figura abaixo). 
 
 Foto 1 Portal do concreto 
 
A trabalhabilidade depende, além da consistência do concreto, de 
características da obra e dos métodos adotados para o transporte, lançamento e 
adensamento do concreto. 
 Como exemplo, podemos dizer que um concreto com slump de 60 mm foi 
excelente e de fácil trabalhabilidade quando aplicado em um determinado piso. Este 
mesmo concreto, aplicado em um pilar densamente armado, foi um tremendo 
desastre, ou seja, a consistência era a mesma (60 mm), mas ficou impossível de se 
trabalhar. 
 O que costuma ocorrer na obra, nestes momentos de difícil aplicação é de o 
encarregado pela concretagem solicitar para colocar água no concreto, alterando as 
características do mesmo. 
 A relação entre água e cimento é essencial para a resistência do concreto e 
não pode ser quebrada. Não dá para remediar sem correr riscos. O correto é sempre 
fazer ou comprar um concreto de acordo com a característica das peças e com os 
equipamentos de aplicação disponíveis. As Concreteiras têm sempre profissionais 
capacitados a indicar o tipo de Slump apropriado para cada situação. 
 
 
TIPO DE CIMENTO 
 Considerando os perfis de penetração de cloretos 
obtidos para os diversos concretos moldados para esta pesquisa, 
constatou-se a diminuição do ingresso de cloretos com o 
distanciamento em relação ao mar, ou seja, uma menor concentração 
total de cloretos, havendo um decréscimo significativo até os 850 m 
na ordem de 50% para os concretos com cimento CP IV-RS com 
relação a/agl 0,45 e 70% com cimento CP V-ARI, com e sem adição 
de sílica ativa, mesma relação a/agl. Para concretos com relação a/agl 
0,55, utilizando todos os aglomerantes desta pesquisa, a redução 
média foi de 58%. Para a relação a/agl 0,65, para todos os concretos, 
a redução foi de 25%. 
TRAÇO 
Dosagem de Concreto 
Traço de referência – Tr – 100% Agregados Graúdo Natural 
Dados 
Concreto Cimento 
FCK = 35 Mpa CP V – ARI 
Abatimento = 70 ± 10 mm Massa Especifica ɣ = 3.100 Kg/m³ 
Areia 
Modulo de Finura – Mf = 2,4 
Massa Especifica - ˠ = 2.650 Kg/m³ 
Massa Unitária do Agregado Solto - ɣ = 1.500 Kg/m³ 
Brita 
Diâmetro Máximo – Dmax = 19,00 mm 
Massa Especifica Real - ɣ = 2.700 Kg/m³ 
Massa Unitária do Agregado Solto Compactada - ɣ = 1450 Kg/m³ 
Desvio Padrão – Sd = 4,0 
Coeficiente de Segurança = 1,65 
 
 
 
 
CALCULO DO TRAÇO 
Fcj = Fck + Cseg * SD Fat. Ag. Cim. – C. de Abrams Pa = 0,63 
Fcj = 35 + 1,65 * 4,0 Consumo de Agua = Ca 
Fcj = 35 + 6,6 Abatimento = 70 ± 10 mm 
Fcj = 41,6 Mpa Dmax = 19,00 mm 
 Ca = 205 L m³ 
Consumo de Cimento – Cc Consumo de Agregado Graúdo – Pb 
a/c = Ca/Cc Mf = 2,4 0,710 m³ tabela 
0,63 = 205/Cc Dmax = 19,00 mm 
Cc = 205/0,63 P = ɣ * V 
Cc = Pc = 325,39 Kg/m³ P=1,450 * 0,710= Pb = 1.029,00 Kg/m3 
 
Consumo de Agregado Miúdo – Vm Peso da Areia 
Vm = 1 – (Vc+Vb+Va) ɣ = 2.650 Kg/m³ 
Vm = 1 – [Pc/ɣc+Pb/ɣb+Pa/ɣa] ɣ = P/V 
Vm=1– 
[325,39/3.100+1.029,00/2.700+200/1.000]P = ɣ * V 
Vm = 1 – [0,105 + 0,382 + 0,200] P = 2.650 * 0,315 
Vm = 1 – 0,687 = 0,313 m³ Pb = Pm = 834,8 Kg/m³ 
 
Aditivos 
Os aditivos para concreto são utilizados em larga escala em concretos 
usinados. Podem ser considerados o quarto componente, junto com cimento, 
agregados e água. São utilizados desde a década 30 em muitos países, atualmente 
são fundamentais para a produção de concreto em larga escala. 
Os aditivos têm como função melhorar ainda mais as características de um bom 
concreto. Cada tipo de aditivo é adotado para um fim específico e pode viabilizar 
concretagens em ambientes desfavoráveis à utilização do concreto. Hoje em dia, o 
uso de aditivos é fundamental para obtenção de um concreto de qualidade em muitos 
lugares. 
Esta melhora das características do concreto é resultado da capacidade de 
alteração das propriedades físicas do concreto que os aditivos possuem, tanto para o 
concreto fresco como para o concreto endurecido. 
Para garantir que o uso dos aditivos para concreto produza benefícios é 
importante utilizar os produtos corretamente. O uso incorreto e indiscriminado dos 
aditivos pode prejudicar as características do concreto, por isso, é fundamental estar 
atento à validade dos produtos e a melhor maneira de utilizá-los. 
 Dica de leitura: Tipos de concreto: 10 opções diferentes para sua obra 
 
Vantagens da utilização dos aditivos para concreto 
 
 
Como falado no início do artigo, a utilização dos aditivos tem como objetivo 
melhorar os pontos fortes do concreto e também minimizar o efeito dos pontos fracos 
do material. 
A melhora das características e redução dos pontos fracos possibilita o uso do 
concreto em ambientes que antes eram críticos. Por exemplo, o uso do concreto em 
altas ou baixas temperaturas, o uso de concreto em estruturas com alta taxa de 
armadura, o fornecimento de concreto usinado em distâncias maiores, e tantas outras 
possibilidades. 
Com o bom uso dos aditivos é possível melhorar as seguintes características: 
 Melhorar a trabalhabilidade sem aumentar o consumo de água; 
 Aumentar a resistência inicial e final do concreto; 
 Aumentar a compacidade do concreto e consequentemente sua 
impermeabilidade; 
 Aumentar a durabilidade do concreto devido seu ganho de resistência final e 
proteção contra efeitos químicos; 
 Melhorar a fluidez para utilização do concreto em locais de difícil concretagem. 
Também é possível reduzir os efeitos dos seguintes pontos fracos do concreto: 
 Reduz a permeabilidade do concreto; 
 Reduz os efeitos da retração; 
 Reduz o calor de hidratação; 
 Tem a possibilidade de alterar o tempo de pega, acelerando ou retardando o 
processo; 
 Reduz o consumo de água. 
Vale ressaltar mais uma vez a necessidade de utilizar os aditivos para concreto 
com seriedade. É importante que o uso destes produtos seja orientado e fiscalizado 
por um profissional capacitado e habilitado para isso. O profissional indicado para este 
tipo de serviço é o engenheiro civil, em especial, o especialista em tecnologia do 
concreto. 
Por isso, antes de adicionar qualquer produto em seu concreto é válido consultar 
um profissional. O profissional poderá te indicar a melhor forma de melhorar as 
características do seu concreto. 
 Dica de leitura: Fibra para concreto: Principais tipos de fibras e utilização 
 
Principais tipos de aditivos 
Existem no mercado uma infinidade de opções de produtos que podem ser 
adicionados no concreto. Muitos deles cumprem as mesmas funções, mas por 
questões comerciais são comercializados em diversas formas. 
Confira abaixo os principais tipos de aditivos para utilizar em seu concreto. 
Além dos aditivos indicados aqui existem os aditivos que combinam os efeitos de cada 
um deles e também são encontrados prontos para a utilização em qualquer local. 
 
Aditivo plastificantes ou redutor de água: 
O uso deste aditivo tem como objetivo reduzir ou manter o consumo de água 
do concreto sem perder a boa consistência do material. O resultado é um ganho de 
resistência final do concreto. 
 
 
Aditivo superplastificante ou de alta redução de água: 
Este aditivo possui as mesmas características do adito plastificante, a diferença 
consiste na quantidade de água que é possível reduzir no concreto, mantendo a boa 
consistência e também obtendo um aumento da resistência final do concreto. 
 
Aditivo incorporador de ar: 
Este tipo de aditivo é utilizado para obter um sistema de bolha de ar 
microscópico estável e uniforme. O uso deste aditivo é fundamental em países de 
clima muito frio, pois aumenta a resistência do concreto em ciclos de gelo e degelo. 
Também é possível melhorar o desempenho térmico e acústico do concreto. 
 
Aditivo acelerador de pega 
Este aditivo diminui o tempo de início e fim de pega do concreto, com o objetivo 
de acelerar o processo produtivo. Pode colaborar com o ganho de resistência inicial, 
nos primeiros dias, mas quando mal utilizado pode reduzir significativamente a 
resistência final do concreto 
 
Volume por fase de concretagem 
Volume total de concretagem 234,51 m³ 
1ª Fase 
Estacas, Sapatas e vigas Baldrame = 47 m³ 
2ª Fase 
Pilares, viga e laje Térreo = 70 m³ 
3ª Fase 
Pilares, viga e laje 1º Pavimento = 70 m³ 
4ª Fase 
Pilares, viga 2º Pavimento = 47,51 m³ 
 
Concretagem 
A concretagem é a etapa final de um ciclo de execução da estrutura e, embora 
seja a de menor duração, necessita de um planejamento que considere os diversos 
fatores que interferem na produção, visando melhor aproveitamento de recursos. 
Basicamente, as etapas da concretagem podem ser resumidas em. 
 
Transporte 
O transporte do concreto é um item importante da concretagem, pois interfere 
diretamente nas definições das características do concreto (trabalhabilidade 
desejada, por exemplo), na produtividade do serviço e, se houver, na elaboração de 
um projeto para produção. 
 
Sistema de 
transporte 
Capacidade Características 
Carrinho de 
mão 
Menos de 80 
litros 
Concebido para movimentação de terra, seu uso é 
improdutivo, pois há a dificuldade de equilíbrio em 
apenas uma roda. 
Jerica 110 a 180 
litros 
Evolução do carrinho de mão, facilita a 
movimentação horizontal do concreto. 
Bombas de 
concreto 
35 a 45 
m3/hora 
Permite a continuidade no fluxo do material. Reduz 
a quantidade de mão de obra. 
O sistema de transporte deve ser tal que permita o lançamento direto nas 
fôrmas, evitando-se depósitos intermediários ou transferência de equipamentos. O 
tempo de duração do transporte deve ser o menor possível, para minimizar os efeitos 
relativos à redução da trabalhabilidade com o passar do tempo. De acordo com o grau 
de racionalização proporcionado pelo sistema de transporte, podemos classificá-los 
como: 
 
Para a escolha e o dimensionamento do sistema de transporte do concreto, 
considere: 
• O volume a ser concretado. 
• A velocidade de aplicação. 
• A distância - horizontal e vertical - entre o recebimento e a utilização. 
• O arranjo físico do canteiro. 
Tipos de bomba 
 
As bombas de concreto podem ser estacionárias ou acopladas a lanças. A 
bomba lança é um equipamento com tubulação acoplada a uma lança móvel, montado 
sobre um veículo automotor. Tem a praticidade de movimentar mecanicamente o 
Grua e 
caçamba 
15 m3/hora Realiza a movimentação horizontal e vertical com 
um único equipamento. Apresenta um 
abastecimento do concreto descontinuado. Libera 
o elevador de cargas. 
mangote, além de não ter a necessidade de montar e desmontar a tubulação fixa. Tem 
como desvantagem a limitação da altura,as dimensões da laje e os espaços no 
canteiro. 
Já a bomba estacionária é um equipamento rebocável para o lançamento do 
concreto. Tem pressão maior, alcançando maiores alturas. Tem como desvantagem 
a necessidade de ter uma tubulação fixa, bem como a retirada e remontagem dos 
tubos no decorrer da concretagem. 
 
Lançamento 
Esta atividade geralmente é realizada pelo próprio equipamento de transporte. 
Devido à maior probabilidade de segregação do concreto durante as operações de 
lançamento, a consistência deve ser escolhida em função do sistema a ser adotado. 
Os cuidados necessários durante o lançamento são: 
• O concreto preparado na obra deve ser lançado logo após o amassamento, não 
sendo permitido intervalo superior a 1 hora após o preparo. 
• No concreto bombeado, o tamanho máximo dos agregados não deve ser superior a 
1/3 do diâmetro do tubo no caso de brita ou 2/5 no caso de seixo rolado. 
• Em nenhuma hipótese o lançamento pode ocorrer após o início da pega. 
• Nos pilares, a altura de queda livre do concreto não pode ser superior a 2 m, pois 
pode ocorrer a segregação dos componentes. 
• Nas lajes e vigas, o concreto deve ser lançado encostado à porção colocada 
anteriormente, não devendo formar montes separados de concreto para distribuí-lo 
depois. Esse procedimento deve ser respeitado, pois possibilita a separação da 
argamassa que flui à frente do agregado graúdo. 
• Nas lajes, se o transporte do concreto for realizado com jericas, é necessário o 
emprego de passarelas ou caminhos apoiados sobre o assoalho da fôrma, para 
proteger a armadura e facilitar o transporte. 
O concreto bombeado exerce 
uma pressão maior sobre o 
escoramento lateral, se 
compararmos com o lançamento 
convencional. Assim, é 
importante que os travamentos 
das fôrmas, bem como o escoramento, sejam reforçados. 
Atenção 
Para a opção do tipo de bomba deve-se 
considerar a altura do local onde será 
concretado, dimensões e condições do 
canteiro. 
Nos pilares, há empresas que realizam o lançamento só da argamassa no 
fundo da peça estrutural, para evitar o aparecimento de bicheiras. Esse procedimento 
não é necessário e, quando utilizado, devem ser tomados cuidados especiais para 
que a argamassa não permaneça no fundo, sem misturar com o restante do concreto. 
 
Adensamento 
Atividade que tem como função retirar os vazios do concreto, diminuindo a 
porosidade e, consequentemente, aumentando a resistência do elemento estrutural. 
Tem também a função de acomodar o concreto na fôrma, para tornar as superfícies 
aparentes com textura lisa, plana e estética. 
A energia e o tempo de adensamento dependem da trabalhabilidade do 
concreto, devendo crescer no sentido do emprego de concretos de consistências 
plásticas para secas. O adensamento pode ser realizado de forma manual ou 
mecânica. No adensamento manual, utilizam-se barras de aço ou de madeira, que 
atuam como soquetes estreitos, que expulsam as bolhas de ar do concreto. É um 
procedimento que exige experiência e tem baixa eficiência, de modo que deve ficar 
restrito a serviços de pequeno porte, utilizando-se neste caso concretos com 
abatimentos superiores a 8 cm, tendo as camadas de concreto uma espessura 
máxima de 20 cm. 
Geralmente, o adensamento é realizado mecanicamente e, neste caso, o 
equipamento mais utilizado é o vibrador de imersão. Quando utilizar esse 
equipamento, a espessura das camadas não deve ser superior a 3/4 do comprimento 
da agulha e a distância entre os pontos de aplicação do vibrador deve ser de 6 a 10 
vezes o diâmetro da agulha. Para agulhas com diâmetros de 35 a 45 mm, as 
distâncias variam de 25 a 35 cm. No caso de lajes, pode-se empregar também a régua 
vibratória, que tem a vantagem de nivelar e adensar simultaneamente. O manuseio 
desse equipamento exige certa habilidade por parte de quem opera, além de possuir 
limitações quanto às dimensões e espessura da laje. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuidados 
 
 Durante o adensamento, deve-se evitar a vibração da armadura, para que não se 
formem vazios ao seu redor, prejudicando a aderência da armadura ao concreto. 
 Deve-se também manter uma distância de aproximadamente 10 cm da fôrma, 
para não forçar excessivamente as paredes laterais. 
 O tempo de vibração depende da frequência de vibração, abatimento, forma dos 
agregados e densidade da armadura. É melhor vibrar por períodos curtos em 
pontos próximos do que por muito tempo em pontos mais distantes. 
 O excesso de vibração produz segregação, de modo que o adensamento deve 
ser cessado quando a superfície se tornar lisa e brilhante e quando não aparecer 
mais bolhas de ar na superfície. 
 
 
 
Também denominada sarrafe 
amento, é uma atividade 
realizada nas lajes e vigas. A 
ferramenta empregada é o 
sarrafo, que pode ficar apoiado 
em mestras, que por sua vez 
definem a espessura das lajes. 
Para essa atividade, é 
recomendável que a fôrma da 
laje esteja nivelada, pois isso 
facilita o posicionamento 
correto das mestras. A fim de 
obter maior controle no 
nivelamento das lajes, pode-se 
empregar taliscas ou mestras 
metálicas. 
No caso dos pilares, em vez do 
nivelamento, é realizada uma 
conferência do prumo, pois 
durante a concretagem as 
fôrmas podem sair do ajuste 
inicial. 
 
Nivelamento 
Acabamento superficial 
Etapa em que se procura proporcionar à laje determinada textura. De acordo 
com o padrão desejado, podemos ter os seguintes tipos de laje: 
• Convencionais: aquelas em que não são realizados controles do nivelamento e da 
rugosidade superficial. 
• Niveladas: possuem controle do nivelamento, para que o contra piso seja aplicado 
com a espessura definida no projeto. 
• Acabadas: também conhecidas como laje zero, oferecem um substrato com 
rugosidade superficial adequada, bem como controle de planeza e nivelamento, sem 
a camada de contra piso. 
Existem diversos equipamentos que proporcionam rugosidade diferente à superfície 
do concreto. É preciso utilizar o equipamento adequado para cada tipo de 
acabamento. Para essa operação, são utilizadas desempenadeiras metálica ou de 
madeira. As primeiras são empregadas para obter um acabamento liso na superfície 
de concreto. Pelo fato de a desempenadeira de madeira propiciar um acabamento 
rugoso, é utilizada quando a especificação do projeto indicar o uso de contra piso. 
 
Ganhos de produtividade podem ser obtidos com o uso de desempenadeiras 
motorizadas, devendo ser aplicadas a partir do instante em que for possível caminhar 
sobre o concreto, e sem esse estar completamente endurecido. O momento adequado 
para essa operação ocorre quando o concreto suporta a pressão do operário, 
deixando apenas uma pequena marca da bota, com cerca de 2 mm de profundidade. 
 
Cura 
Conjunto de medidas que tem como finalidade evitar a evaporação prematura 
da água necessária à hidratação do cimento. Consiste em realizar o controle do 
tempo, temperatura e condições de umidade após o lançamento do concreto nas 
fôrmas. 
A realização da cura é fundamental para a garantia da resistência desejada na 
estrutura, pois evita a ocorrência de fissuração plástica do concreto, uma vez que 
impede a perda precoce da umidade. Essa proteção precisa ser feita atentando-se 
para os seguintes fatos: 
• A cura deve ser iniciada assim que a superfície tenha resistência à ação da água. 
• No caso de lajes, recomenda-se a cura por um período mínimo de 7 dias. 
• O concreto deve estar saturado com água até que os espaços ocupados pela água 
sejam inteirados por produtos da hidratação do cimento. 
• Em peças estruturais mais esbeltas ouquando empregado concreto de baixa 
resistência à compressão, deve-se realizar a cura com bastante cuidado, pois, nessas 
situações, ocorre um decréscimo de resistência à compressão caso a cura não seja 
realizada. As temperaturas iniciais são as mais importantes para o concreto, sendo as 
baixas temperaturas mais prejudiciais ao crescimento da resistência, enquanto as 
altas o aceleram. Dessa forma, no inverno, deve-se tomar cuidado com resistências 
Atenção 
Para a definição da espessura das lajes, pode-se empregar taliscas de aço, madeira 
ou argamassa. A laje zero é aquela executada com controle de nivelamento, 
planeza e textura superficial coerentes com o revestimento que o piso irá receber. 
Para isso, o controle dos níveis é mais rígido que o convencional, empregando-se, 
muitas vezes, equipamentos acabadores de superfície. 
menores em idades baixas (7 ou 14 dias), enquanto no verão haverá maior 
crescimento, desde que a cura seja realizada adequadamente. 
 
Tipos de cura 
A cura da obra pode ser realizada por: 
• Molhagem das fôrmas, no caso de pilares. 
• Irrigação periódica das superfícies. 
• Recobrimento com material para manter a estrutura sempre úmida, podendo 
ser areia, sacos de aniagem, papel impermeável ou mantas. 
• Películas de cura. 
• Submersão. 
• Cura a vapor 
O melhor agente de cura é a água potável. Na impossibilidade de utilizá-la, 
podem ser empregadas as películas, produtos obtidos por soluções ou emulsões 
aquosas de resinas e parafinas que se depositam durante certo prazo sobre a 
superfície do concreto, impedindo a dessecação prematura. Após esse período são 
naturalmente destruídas ou carreadas pela ação das intempéries, restabelecendo a 
superfície natural do concreto. 
Referência do texto Comunidade da Construção

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