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Casos concretos de Direito Constitucional 2

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CASO CONCRETO 1: O município de Parués, no Estado Anaguá, fica na margem 
esquerda do Rio Ituiruaçú e faz divisa com o município de Erolim, que fica no Estado 
vizinho de Rocilom, na margem direita do mesmo rio. O caudaloso rio sempre foi a 
principal fonte de peixes para a alimentação das populações locais. Certo dia os 
moradores são surpreendidos com a notícia de que a empresa HOTEL S/A comprou 
vários hectares de terra na região para criar um Resort na localidade. Um grande 
empreendimento imobiliário que inclui, entre outras coisas, o uso do Rio Ituiruaçú 
como local para prática de esportes radicais aquáticos. As autoridades dos dois Estados 
iniciaram uma briga para saber de quem era a responsabilidade pela fiscalização, 
controle e pelas autorizações ambientais para o empreendimento. 
RESPOSTA: A competência esta no artigo 23 VI da CF/88, e nela através de seu 
texto percebe-se que os entes da federação, sendo certo, que a competência é comum 
para os dois estados, vale ressaltar que a ação de um não exclui a ação do outro ente 
da federação. 
 
CASO CONCRETO 2: Líderes de movimentos separatistas brasileiros 
veem no resultado do plebiscito no qual os britânicos votaram pela saída do 
Reino Unido da União Europeia um bom momento para conquistar novos 
adeptos. Eles não são necessariamente novos - a maioria surgiu nas décadas 
de 80 e 90, como "O Sul é meu País" e o Grupo de Estudos para o Nordeste 
Independente (Gesni), fundamentados em um histórico de revoluções como a 
Praieira (1850), e as guerras do Contestado (1912) e dos Farrapos (1845), 
entre outras. Há movimentos mais recentes, que afirmam ter "ares mais 
modernos", inspirados nas demandas da Catalunha e da Escócia - caso do 
Movimento São Paulo Livre, criado logo após as eleições presidenciais de 
2014. Considerando os temas estudados na aula, analise criticamente estas 
iniciativas separatistas. 
 
RESPOSTA: Federação é o sistema de estado que usamos no Brasil, e suas 
características são encontradas no artigo 1º da CF/88, que em seu texto relata “A 
REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, FORMADA PELA UNIÃO INDISSOLÚVEL DOS 
ESTADOS E MUNICIPIOS...” então, percebe-se, que uma das características do 
Federalismo é o pacto de indissolubilidade. Em relação ao caso concreto, na união 
européia os Estados têm sua própria soberania diferente dos estados membros 
brasileiros que são subordinados ao País. 
 
CASO CONCRETO 3: A cidade brasileira de Porumberá do Estado de Maueré faz 
divisa com a cidade de Cambraio del Sol, no Paraguai. Desta forma, Brasil e Paraguai, 
naquela localidade, têm como fronteira nacional apenas uma estrada que os separa. O 
prefeito de Porumberá, sabendo que muitos de seus munícipes trabalham na cidade 
vizinha, em solo paraguaio, a fim de facilitar a vida de seus naturais, entrou em contato 
com o prefeito de Cambraio del Sol para assinarem um acordo de cooperação para 
emissão de vistos de trabalho, o que facilitaria muito a vida dos brasileiros por lá 
empregados. O prefeito de Cambraio del Sol adorou a ideia e informou que além dele 
o próprio presidente do Paraguai viria à cidade para a cerimônia de assinatura do 
referido acordo e fazia questão de assiná-lo também. O governador de Maueré, 
sabendo da iniciativa do prefeito brasileiro, informou que além de também estar 
presente à cerimônia e assinar o acordo, iria entrar em contato com a Presidência da 
República do Brasil e convidaria o Chefe do Executivo brasileiro para o evento e 
assinatura do documento. Contudo, ficou em dúvida se, ao convidar o chefe do 
Executivo, ele mesmo o governador, não seria ?ofuscado politicamente?. Resolve 
então consultar a Procuradoria do Estado para resolver a questão. Você é o(a) 
Procurador Geral do Estado de Maueré. Como orientaria o governador neste caso? 
RESPOSTA: Tendo em vista que a competência compreendida no caso concreto 
esta mais para um acordo internacional e os acordos internacionais deve ser assinado 
pelo representante da União, que no caso, é o Presidente da Republica (chefe 
executivo), está pautado no artigo 21 inciso I da CF/88. 
 
CASO CONCRETO 4: Rio pede R$ 14 bilhões ao governo federal e negocia? 
Intervenção branca? Sem capacidade financeira para pagar suas contas, governo do 
Rio tenta convencer Temer a liberar um novo socorro, e aceitaria a indicação de um 
nome para gerir as finanças do Estado; equipe econômica resiste a uma nova ajuda 
Considerando a teoria constitucional, o que se entende por ?Intervenção Branca? 
RESPOSTA: Se entende como uma forma de sanar e corrigir o problema em algum 
lugar, geralmente em estados. Não é tradição do Brasil, adotar intervenções. As 
intervenções brancas são mais comuns, entretanto, não deixa de ser uma intervenção 
da esfera Federal na esfera Estadual. De acordo com o caso concreto, cabe o governo 
federal fazer os ajustes necessários para que o estado do Rio de Janeiro volte a um 
patamar de normalidade. 
 
CASO CONCRETO 7: (JOSÉ) José resolveu candidatar-se ao cargo de Deputado 
Federal. Não se elegeu por 05 votos! Ficou como 1.º suplente do seu partido. Apesar 
da derrota eleitoral, como teve muitos votos, foi chamado para uma reunião do 
partido na Câmara dos Deputados. Passeando pelos corredores viu que em uma sala 
ocorria um debate da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre a 
constitucionalidade de um Projeto de Lei. Assistia atento ao debate quando observou 
que um parlamentar do seu partido, que era o referido PL, estava bastante exaltado e 
gritava ao microfone chamando a vários de seus colegas deputados de “vagabudos”. 
 RESPOSTA: No que diz respeito o deputado, ele não será punido, tendo em vista a 
imunidade material, uma vez que essas imunidades (CALÚNIA, INJURIA E DIFAMAÇÃO); 
além disso esta no exercício de suas funções. Já José, não é parlamentar, nem 
suplente, logo não tem imunidade material, muito menos prerrogativa de foro da 
função responderá na primeira instancia. 
 
CASO CONCRETO 8: (JOSÉ) Parlamentar, membro de um CPI, vai realizar 
diligência investigatória fora do DF, em um Estado da Federação. Lá chegando, suas 
ações estão protegidas pela imunidade parlamentar ? 
RESPOSTA: Ele vai ter a imunidade material, pois estará no exercício de sua função 
como pessoa que participa da CPI, mesmo que fora de congresso nacional. 
 
CASO CONCRETO 9: Câmara de Vereadores da Cidade aprovou lei que torna 
obrigatório a prestação do serviço militar por 3 anos, antiga reivindicação do 
“Movimento Cidade Segura”, sediado naquela localidade. Uma vez encaminhada para 
o gabinete do Prefeito ele alega estar em dúvida quanto à sua constitucionalidade e a 
obrigatoriedade de sua aplicação. Chama a Procuradoria Geral do Município para um 
parecer. Você é o (a) Procurador Geral do Município. Como orientaria o Prefeito? 
RESPOSTA: Quando a questão for flagrantemente inconstitucional o agente político 
poderá deixar de aplicar uma norma. Nesse caso, como procurador geral do município 
a competência para legislar sobre matéria é da união. 
CASO CONCRETO 10: A Empresa Brasileira de Tecnologia é uma estatal que 
pesquisa e produz tecnologias de ponta para o Brasil. Grande orgulho nacional, é 
também grande empregadora, social e ambientalmente responsável, tendo sido 
classificada como uma das 10 melhores empresas para se trabalhar no mundo. Este 
ano ela vai completar 10 anos de fundação. Após algum debate sobre a conveniência, 
ou não, de um evento comemorativo, o Governo Federal decide por realizar uma 
grande festa pública com shows gratuitos, emissão de selo comemorativo pela ETC 
(Correios), criação e entrega de um prêmio “mentes pensantes” para pessoas que se 
destacaram na área na última década. Ocorre que o debate sobre a realização do 
evento deixoupouco tempo para organizar tudo. Assim, como a situação era urgente e 
a causa relevante, o Governo Federal decide emitir uma Medida Provisória para 
dispensar as licitações da empresa de produção dos shows, da festa de premiação e 
ainda para permitir empenho de despesas mesmo sem comprovação prévia. Um 
parlamentar a oposição considera absurdo a contratação sem licitação e chama seu 
escritório de advocacia para ajudar. É cabível a edição de MP neste caso? 
RESPOSTA: Não, ausência do requisito constitucional relevância e urgência, O STF fixou 
entendimento no sentido de que não perde a eficácia a medida provisória, com força 
de lei, não apreciada pelo Congresso Nacional, mas reeditada, por meio de nova 
medida provisória, dentro de seu prazo de validade de trinta dias. 
CASO CONCRETO 12: A constituição do Estado de Muriapá em seu artigo 8.º 
determina que em caso de crime de responsabilidade, o Governador será julgado pela 
Assembleia Legislativa local. Analise o referido dispositivo legal. 
RESPOSTA: De acordo com a lei 10.079/50, art 78 par 3, o governo será julgado por um 
grupo especial formado por 5 desembargadores e 5 deputados estaduais. Precedente 
judicial ADI 2220. 
CASO CONCRETO 14: multinacional japonesa CONIMAX – Petróleo S/A entende que não 
são devidos os pagamentos dos royalties advindos da exploração petrolífera no Estado de 
Marupiaçu. Por isto ajuizou uma Ação com pedido de liminar para isentar-se do referido 
encargo. O governador do Estado solicita uma audiência com o magistrado responsável aduz 
as suas razões, mas a multinacional consegue uma liminar favorável. Como forma de 
pressionar o por uma decisão favorável ao Estado, o Governador então, não repassa os valores 
relativos àquele mês para o custeio do Tribunal (deixando sem salários servidores, juízes e 
desembargadores) alegando falta de verbas, uma vez que o Tribunal lhe retirara os royalties. 
Considerando a situação fictícia acima, responda:Está correta a atitude do 
Governador? 
RESPOSTA: Não, pelo principio da simetria, nos termos do art 85, se aplicam aos 
governadores e prefeitos. Vale destacar que existe a lei de responsabilidade fiscal.

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