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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO- RJ. ADVOGADO,regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil,seccional de …., sob o nº……., com endereço profissional na rua…, nº…, bairro…, cidade…, estado…endereço eletrônico...,vem perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 5º,LXVIII da CF/88, impetrar o presente HABEAS CORPUS PREVENTIVO em favor de MATILDE,nacionalidade…, estado civil…, profissão…, portadora do RGnº…, CPF nº…., residente e domiciliada na rua…,nº…, bairro…, cidade…, estado…, endereço eletrônico…, em face do JUIZ DE DIREITO DA 10ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL, com endereço profissional na rua…, nº…, bairro…, estado…, endereço eletrônico….,pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. DOS FATOS A paciente está sendo executada por seus filhos…, pelo inadimplemento dos 5 últimos meses dos alimentos não pagos, onde estes, foram fixados em sentença. Ocorre que a executada está desempregada a 1 ano, fruto da grave situação econômica que passa o país, e , com isso, não está conseguindo inserir-se novamente ao mercado de trabalho, nem possui condições financeiras para quitar a dívida alimentar. Diante da real impossibilidade da executada em adimplir a dívida, o juízo da 10 vara de família decretou a sua prisão pelo prazo de 60 dias. DO CABIMENTO Verifica-se através da ameaça fática do direito da paciente no caso em questão, o pedido de prisão, há a possibilidade da impetração do referido remédio constitucional, pois houve um inequívoco abuso de direito, e que este, tornou-se uma ameaça ao direito de locomoção da paciente. Dessa forma, conforme previsto no art. 5º, LXVIII, da CF de 88, é um Direito e uma garantia fundamental, assim encarado como cláusula pétrea, não podendo ser suprimida. Dessa forma, o ato praticado pela autoridade foi abusivo e ilegal pois tendente a violação do direito da paciente conforme art. 5, XV e LXVIII ambos da CF-88. DOS FUNDAMENTOS DO EXCESSO DE EXECUÇÃO De acordo com o art. 528, §7 do CPC-15 cc § 2 do mesmo artigo , a execução de dívida alimentar que permite a prisão do devedor, é aquela que corresponde aos últimos 3 meses anteriores ao ajuizamento da ação. Portanto, há um claro excesso na ordem de prisão, neste mesmo sentido, é corroborado pelo STJ na sua súmula 309 tal entendimento. O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. DO JUSTO MOTIVO Noutro giro, resta evidenciado que a paciente encontra-se desempregada, assim, não deixou de pagar por negligência e sim por absoluta impossibilidade. O art. 5, LXVII da CF de 88, estabelece como requisito para a prisão, o inadimplemento voluntário e inescusável da obrigação alimentar,fato este, que não aconteceu, assim como o art. 528 , §2 do CPC-15 vem no mesmo sentido da impossibilidade absoluta do pagamento, pode justificar o inadimplemento. No certame da liberdade prevista no art. 1, III, da CF de 88, no presente caso, é nítida a ameaça ao direito de liberdade de locomoção da paciente, sendo certo de que a manutenção da decisão ora guerreada acarretará em prejuízo irrecorríveis à paciente que poderá ser presa em razão do débito fulminado do excesso de execução, o que impedirá de continuar a procurar emprego. DA TUTELA DE URGÊNCIA. É necessário o deferimento da medida de urgência no presente caso, eis que, presentes os requisito, Fumaça do bom direito, ficando este caracterizado por todo flagrantes fatos narrados e, entendimento jurisprudencial acima transcrito pois somente seria razoável a decretação de prisão se fossem em relação ao 3 últimos meses antecedentes à propositura da ação. Bem como o Perigo da demora no processo, pois a paciente está à procura de um emprego para quitar suas dívidas alimentares, ficando impossibilitada no entanto se esta for mantida presa, devendo portanto ser concedida a liminar, suspendendo a decisão do juiz para que seja sanada a ilegalidade de seu ato. Deve ser ressaltado também que não houve o descumprimento voluntário da prestação, assim sendo, a paciente somente deixou de arcar com suas obrigações por conta de estar desempregada. DOS PEDIDOS. ante exposto, requer. 1) Que seja deferida a tutela de urgência para determinar ao juízo o recolhimento independentemente de cumprimento, do mandado de prisão já expedido ou determinar, caso já cumprido, a colocação em liberdade imediatamente da paciente. 2) A notificação da Autoridade coatora. 3) A concessão do Habeas Corpus Preventivo com a consequente expedição de salvo conduto para a paciente. nestes termos, pedi-se deferimento. LOCAL….. DATA …… ADVOGADO… OAB…..
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