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PEÇA 4 - HABEAS CORPUS - ORIENTAÇÃO PARA ELABORAÇÃO

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Habeas Corpus Preventivo com pedido de liminar 
 
Competência: Uma das Câmaras Cíveis do Tribunal de Justiça (art. 6° II, d, do RI TJ/RJ). 
Verificar a regra estadual contida no art. 18, inciso III da LODJ (Lei nº 6.956/2015 – Lei 
de Organização e divisão Judiciária do Estado do Rio de Janeiro) 
 
LODJ, art. 18 Ao 1º Vice-Presidente incumbe: 
I- substituir o Presidente, cumulativamente com suas atribuições próprias; 
II - integrar o Órgão Especial e o Conselho da Magistratura; III - distribuir, na forma da 
lei processual, os feitos de natureza cível de competência de órgão julgador de segunda 
instância. 
 
No estado do Rio de Janeiro o endereçamento da peça ficaria: 
 
Ao Sr. Dr. Desembargador 1° Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de 
Janeiro. 
 
OBS.: Considerando que a prova da OAB é nacional, pode ser aceito que se dirija o 
endereçamenteo para: Ao Sr. Dr. Desembargor Presidente do Tribunal de Justiça do 
Estado do Rio de Janeiro. 
 
Legitimidade ativa: Impetrante: Advogado contratado por Matilde 
 
Paciente: Matilde 
 
Legitimidade passiva: Autoridade Coatora: Juiz de Direito da 10ª Vara de Família da 
Comarca da Capital. 
Fatos: Relatar os fatos de ordem cronológica, de forma lógica. A redação deve respeitar a 
norma culta e termos técnicos. 
 
Fundamentos: Cabimento do habeas corpus para garantir o direito de locomoção, nos termos 
do artigo LXVIII da Lei Maior, ato ilegal/abusivo praticado por autoridade; direito liquido e 
certo o paciente. 
 
Existe um excesso de execução, uma vez que a prisão civil autorizadora da prisão, prevista no 
artigo 911, da Lei 13.105/2015, segundo entendimento da Sumula 309 do STJ, refere-se 
aos 03 últimos meses, sendo certo que a presente ação vem executando os últimos 05 meses, 
havendo, portanto, excesso de execução na ação seguida por esse rito. 
 
O artigo 528, caput, § 3º, do CPC também estabelece a regra dos 03 últimos meses (alimentos 
recentes), para que ocorra a prisão. 
 
Resta evidenciado que a paciente encontra-se desempregada, assim, não deixou de pagar por 
negligência, e sim por absoluta impossibilidade, o artigo 5º, LXVII, da CRFB/88 estabelece 
como requisito para o decreto de prisão o INADIMPLEMENTO VOLUNTÁRIO E 
INESCUSÁVEL da obrigação alimentícia, assim como o artigo 528, § 2º do CPC, o que não 
acontece no presente caso, pois o paciente não vem adimplindo com a prestação alimentícia 
diante do desemprego que a atingiu, pois sempre cumpriu com suas obrigações maternas, até 
então. 
 
Violação ao artigo 1º, III, CRFB/88 - cerceamento da liberdade de locomoção da paciente, 
sendo certo que a manutenção da decisão, ora guerreada, culminará em prejuízos irreparáveis 
a paciente, que poderá ser presa em razão de débito fulminado de excesso de execução, sendo 
certo que sua prisão impedirá de continuar sua busca incessante por emprego, e por 
consequência, não terá como pagar os alimentos, sendo prejudicial também aos exequentes. 
 
Da Liminar 
 
O fumus boni iuris está presente, pois flagrante os fatos narrados no item anterior, 
restando pacífico o entendimento jurisprudencial acima transcrito quanto a prisão apenas por 
dívida dos últimos 03 meses, bem como a necessidade de haver o descumprimento voluntário 
e inescusável, o que não se verifica no presente caso. 
O periculum in mora também está presente, pois a lesão ao direito de locomoção da paciente 
encontra-se assaz iminente – haja vista a decisão judicial ora guerreada – a qual não pode 
persistir, restando imprescindível a concessão da liminar para sanar a ilegalidade que está 
preste a constranger a liberdade de locomoção da paciente, que intimada para pagar seu vultoso 
débito, obviamente não poderá fazê-lo de uma só vez, circunstância que resultará na sua prisão 
civil. 
 
Pedido 
 
1 – seja deferida a liminar para determinar ao Juízo o recolhimento, independentemente 
de cumprimento, do mandado de prisão já expedido, ou, alternativamente, caso já cumprido o 
mandado, seja determinada a imediata colocação em liberdade da paciente. 
 
2 - A notificação da Autoridade Coatora, o Exmo. Dr. Juiz da 10ª Vara de Família 
da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. 
 
A concessão da ordem de Habeas Corpus Preventivo, com a consequente expedição de Salvo 
Conduto, para a paciente.

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