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Resumo do texto As “desaprendizagens” do professor Com o passar do tempo, a escola buscou se estruturar de acordo com o conceito de aprendizagem. No entanto, essa estruturação foi mais teórica do que prática. O modelo da escola é voltado para uma aprendizagem científico-natural, esse modelo perdura até os dias atuais, porém, na antiguidade um modelo de escola é encontrado e tem como principal característica, o modelo de escola mais próximo do discurso do século XXI. O pensamento pós-contemporâneo visa o modelo comportamental de aprendizagem que continua sendo usado e trás uma filosofia nociva a esse pensamento que defende a ideia de que o professor é o único fornecedor de todo conhecimento, enquanto o aluno não sabe nada e só tem uma aprendizagem de acordo com o ensino que ele recebe. Aprender não envolve esforço ativo e criativo para quem aprende e sim esforço passivo e reprodutivo. A prática da imensa maioria das escolas nos leva, sem esforços, a essa constatação. Essa prática é alimentada e reforçada por uma sociedade que está no meio do caminho do percurso entre discurso e prática. O aprendizado de novas lições sem desaprender velhas lições, dificulta a real prática de um novo modelo. Desaprender exige quebrar paradigmas, quebrar lógicas, ousar fazer diferente. A escola nesse sentido, tem impedido uma aprendizagem saudável daquilo que não é mais útil em relação aos tempos atuais. O rompimento do paradigma comportamental significa “desprender” verdades que estão sedimentadas nas almas de quem educa e quem é educado. O modelo de pensamento que se faz necessário nesse início de século é paradoxal: A permanente preparação para a mudança. Uma espécie de contra-modelo que parece ser bastante possível é o modelo dialogal de aprendizagem, pois, esse modelo trás consigo uma filosofia libertadora, na qual aprender é um movimento de dentro para fora. Fruto de quebra de lógicas pré existentes. Quem aprende precisa ter papel ativo e criativo. O professor auxilia o aluno em seu papel de aprender, desafiando, confirmando e incentivando o movimento de construção e reconstrução se seu conhecimento. O modelo dialogal parte do pressuposto de que o aluno não é um ser vazio. A função do diálogo é fazer real contado com o mundo do aluno. Identificar seus valores, crenças necessidades, anseios, sonhos e lógicas. O diálogo é o único meio em que pode-se estabelecer uma relação de ensino-aprendizagem. O homem é diferenciado dos outros animais por sua inteligência. No entanto, o que coloca o homem em movimento é sua a vontade, pois, a inteligência precisa estar aliada à vontade. A aliança inteligência-vontade é particularmente importante no processo de aprendizagem, desaprendizagem e reaprendizagem de hábitos. As desaprendizagens do professor As nossas ações em sala de aula baseiam-se, há sé- culos, em crenças fortemente sedimentadas. Essas crenças alimentam o que podemos chamar “hábitos de resistência” a uma mudança mais profunda em nosso fazer. Ensinar é falar Hábito A linguagem oral como principal meio de comunicação Crença As pessoas absorvem bem o que ouvem, e todos têm a audição como canal preferencial de aprendizagem. Reaprendizagem Aprender, a partir da ação, do exemplo, é mais significativo do que aprender a partir do discurso. O que é ouvido precisa ser processado, refletido, sintetizado e ganhar sentido no contexto mental de quem ouve. As pessoas não ouvem as mesmas coisas. Professor fala e aluno ouve Hábito Normalmente, a fala, em sala de aula, se estabelece em via de mão única. O diálogo não é prática comum no processo de aprendizagem. Ficamos, às vezes, aborrecidos quando o aluno fala na nossa hora de falar. Crença O silêncio favorece aprender a partir do que é ouvido. Só é possível aprender quando quem ensina está em posição ativa (o que fala) e quem aprende está em posição passiva (o que ouve). Reaprendizagem O aluno pode ter muito a dizer sobre o que está sendo exposto e esse conte- údo pode ser enriquecedor para o grupo, inclusive para o professor. Aprender é produzir Hábito A reprodução do que foi ensinado é a demonstração de que houve aprendizagem. Crença Aprender é reproduzir o que está pronto. Aprendizagem não é processo pessoal, que sofre adequação, reconfiguração. Reaprendizagem Aprender é processo produtivo, pessoal e reconfigurativo. A objetividade do conhecimento é um mito. Conhece-se de forma subjetiva, interativa e reconstrutiva. Errar é contrário a acertar Hábito Quando um aluno erra um exercício é porque ele não aprendeu. Apontamos o erro para que ele possa repetir até que “acerte”, ou seja, até que ele chegue à resposta esperada. Crença Quando se aprende não se erra. Quando ocorre o erro é porque não houve aprendizagem. Somente acertos traduzem sucesso. Somente acertos são produtivos. O erro deve ser eliminado. O erro é sempre indesejável. O erro é inútil. É impossível acertar, errando. Reaprendizagem Se aprender é processo predominantemente produtivo, a experimentação ganha imensa importância nesse ato. O ato de experimentar engloba naturalmente o erro. Fala-se aqui do erro produtivo. Bom aluno é aluno obediente Hábito As ações em sala de aula baseiam-se, há séculos, em crenças fortemente sedimentadas . São “hábitos de resistência” a uma mudança integrante do processo de aprender, e de certa forma, é desejável para que o acerto seja construído. Erro e acerto são dimensões e não excludentes do processo de aprender. Crença O aluno deve ser submisso, obediente e deve fazer sem questionar o professor. Reaprendizagem Desobedecer não é sinônimo de acata e sim não seguir as regras impostas. A punição de toda e qualquer desobediência impede o desenvolvimento. Aprender é produzir Hábito A reprodução do que foi ensinado é a demonstração de que houve aprendizagem. Crença Aprender é reproduzir o que está pronto. Aprendizagem não é processo pessoal, que sofre adequação, reconfiguração. Reaprendizagem Aprender é processo produtivo, pessoal e reconfigurativo. A objetividade do conhecimento é um mito. Conhece-se de forma subjetiva, interativa e reconstrutiva. Só se ensina seguindo-se a fórmula: Início-meio – fim Hábito A habilidade de começarmos pelo meio , ou quem sabe pelo fim e assessorar o aluno para que ele construa o início-meio-fim a sua maneira. Reaprendizagem O conhecimento não possui uma estrutura uniforme. A estrutura do processo de conhecer assemelha-se mais ao caos de que à lógica positivista.
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