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Aulas - Pesquisa e Prática em Educação IV

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1 
PESQUISA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO IV 
 
AULA 1- CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO 
OS DIFERENTES TIPOS DE CONHECIMENTO 
No percurso feito até aqui, você deve ter percebido que alguns 
princípios fundamentam o curso de Pedagogia da UNESA. Sendo 
assim, estaremos destacando alguns deles para que possamos 
compreender o caminho que iremos trilhar em nossa disciplina. 
São eles: 
CONHECIMENTO CONTEXTUALIZADO 
O conhecimento veiculado nas disciplinas é contextualizado, ou 
seja, procuramos compreender o contexto histórico em que o 
mesmo tenha sido produzido, como e para que foi produzido. 
Além disso, se tal conhecimento sofreu mudanças ao longo da 
história, por quê e para quê. 
NATUREZA HUMANA 
A compreensão de que a natureza humana não é algo dado ao 
ser humano, mas é por ele construída, ou seja, homens e 
mulheres necessitam produzir a sua própria existência. 
TRABALHO 
A produção da existência humana é feita através do trabalho. 
Este se constitui como elemento essencial da produção material 
(bens de consumo duráveis) e da produção não material (o 
saber, o conhecimento, a linguagem, a cultura). Para tanto, o 
homem antecipa em sua mente a sua ação e, como parte da 
 
2 
natureza, retorna à mesma e a transforma, modifica, segundo 
suas necessidades. Dessa forma, o homem se constitui como um 
ser de necessidade e o trabalho com ato intencional humano. 
HOMEM-NATUREZA-HOMEM 
O conflito homem-natureza-homem, através do trabalho, 
provoca transformações no ser humano, ou seja, ao produzir a 
sua existência, além de modificar a natureza, o homem se 
modifica, se altera, se transforma. Sendo assim, o homem é o 
sujeito de sua própria história. 
Mediante o exposto até o momento, reflita sobre a relação 
homem-natureza, a partir do pensamento de Marx: 
A vida genérica, tanto no homem como no animal, consiste 
fisicamente, em primeiro lugar, em que o homem (como o 
animal) vive da natureza inorgânica, e quanto mais universal é o 
homem e o animal tanto mais universal é o âmbito da natureza 
inorgânica da qual vive. Assim como as plantas, os animais, as 
pedras, o ar, a luz etc. constituem, teoricamente, uma parte da 
consciência humana, em parte como objetos da ciência natural, 
em parte como objetos da arte (sua natureza inorgânica 
espiritual, os meios de subsistência espiritual que ele prepara 
para o prazer e assimilação) assim também constituem 
praticamente uma parte da vida e da atividade humana. 
Fisicamente, o homem vive só desses produtos naturais, 
apareçam na forma de alimentação, calefação, vestuário, 
moradia etc. A universalidade do homem aparece na prática 
justamente na universalidade que faz da natureza todo seu 
corpo inorgânico tanto por ser (1) meio de subsistência imediata 
como por ser (2) a matéria, o objeto e o instrumento de sua 
 
3 
atividade vital. A natureza é o corpo inorgânico do homem; a 
natureza enquanto ela mesma, não é corpo humano. 
Que o homem vive da natureza, quer dizer que a natureza é o 
seu corpo, com o qual tem que se manter em processo contínuo 
para não morrer. Que a vida física e espiritual do homem está 
ligada com a natureza não tem outro sentido que o de que a 
natureza está ligada consigo mesma, pois o homem é uma parte 
da natureza. (...) O animal é imediatamente uno com sua 
atividade vital. Não se distingue dela. É ela. O homem faz de sua 
própria atividade vital objeto de sua vontade e de sua 
consciência. Tem atividade vital consciente. Não é determinação 
com a qual o homem se funda imediatamente. A atividade vital 
consciente distingue imediatamente o homem da atividade vital 
animal. (MARX, Karl. Manuscritos econômicos e filosóficos, 
p.110-111) 
Decorrente deste conflito e desta produção, a humanidade 
percebeu a necessidade de transmitir às futuras gerações as 
experiências e os conhecimentos acumulados. É da relação 
homem-natureza-homem, mediada pelo trabalho, que surge 
outro fenômeno humano: o fenômeno educativo. 
Sobre a produção do conhecimento (não material), leia os 
fragmentos abaixo e reflita sobre o significado da Ciência 
enquanto produto humano: 
(...) e toda ciência seria supérflua, se a forma de manifestação e a 
essência das coisas coincidissem imediatamente. (Karl Marx).O 
modo de produção da vida material condiciona o processo em 
geral da vida social, política e espiritual. Não é a consciência dos 
homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser 
 
4 
social que determina a sua consciência. (MARX, Karl. Prefácio 
para a crítica da economia política. p.25.) 
Os diferentes tipos de Conhecimento. 
Conhecimento Mítico: 
 
 
Senso Comum: 
 
Conhecimento Artístico: 
 
2“A imaginação, ao tornar o mundo presente em imagens, nos 
faz pensar. Saltamos dessas imagens para outras semelhantes, 
fazendo uma síntese criativa. O mundo imaginário, assim criado, 
 
5 
não é irreal. É antes, pré-real, isto é, antecede o real porque 
aponta suas possibilidades em vez de fixá-lo numa forma 
cristalizada. Por isso, a imaginação alarga o campo do real 
percebido, preenchendo-o de outros sentidos”. (ARANHA, Maria 
Lúcia Arruda. Filosofia da educação. Editora Moderna, 2006. p. 
19-20). 
Conhecimento Filosófico: 
 
CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTIFICO 
Diante da diferença apresentada, podemos agora nos dedicar à 
Ciência e ao Conhecimento Cientifico. 
Você já deve ter percebido que geralmente usamos 
determinadas palavras sem ao menos pensarmos sobre a sua 
origem, seu sentido e seu significado. Sendo assim, faremos um 
percurso para que possamos refletir sobre a palavra Ciencia. 
 
CIENCIA –UM BREVE HISTORICO 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
O CONHECIMENTO CIENTIFICO 
 
 
8 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
 
9 
 
 
 
Nesta aula, você: 
 Conheceu e refletiu sobre alguns princípios que norteiam a 
formação no curso de Pedagogia. 
- Diferenciou os diferentes tipos de conhecimento. 
- Compreendeu o sentido da palavra Ciência e analisou o 
desenvolvimento do conhecimento científico da antiguidade a 
modernidade. 
 
 
 
 
 
10 
AULA 2 - CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO 
Seja bem-vindo à disciplina de Pesquisa e Prática em Educação 
IV. Nesta aula, teremos a preocupação de conhecermos o 
percurso da Pedagogia na Cultura Ocidental. Inicialmente, esta 
área de conhecimento era vista como uma Filosofia da Educação, 
mas, na sociedade moderna, com o nascimento e 
desenvolvimento do conhecimento científico a partir do século 
XVII, será definida como Ciência da Educação no século XIX. 
2- Pedagogia – Etimologia 
Deriva de duas palavras gregas: paidós (criança) e 
apogé(condução). Na cultura ocidental, a Pedagogia é vista 
comocorrelata a educação. Contudo, entendemos que a 
práticaeducativa é um fenômeno humano, portanto, histórico-
social.A prática educativa possibilitou o desenvolvimento de 
umsaber sistematizado, a qual denominamos de 
Pedagogia.Dessa forma, podemos compreender que a finalidade 
destaárea de conhecimento é reflexiva, investigativa e,portanto, 
científica. 
Sendo assim, convidamos você a conhecer a construção da 
Pedagogia como Filosofia da Educação e, na modernidade,como 
Ciência da Educação. 
 
2.1 – Pedagogia – Filosofia da Educação 
As mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais que se 
teceram na Grécia Antiga, a partir do século VIII a.C.,afetaram 
profundamente a relação do homem com a natureza, consigo 
mesmo e com os demais seres humanos na sua capacidade de 
 
11 
produzir a sua própria existência (produção material e não 
material), pois, com o advento da Pólis (Cidade-Estado) e os 
conflitos decorrentes da mesma, possibilitou o nascimento de 
um novo tipo de pensamento e um novo modelo de educação. 
“A identidade política e econômica da pólis levou ao 
desenvolvimento da noção de cidadania e democracia, sendo o 
cidadão responsável pela participação ativa nas decisões e 
organizações da sociedade.A noção de cidadania, entretanto, 
aprofundou também a diferenciação entre cidadãos, de um lado, 
e escravos, mulheres e estrangeiros de outro, estes sem poder 
decisório e sem direito à participação. 
Imerso nesse complexo conjunto de relações e diferenciações 
entre atividades, entre grupos, entre indivíduos, e nas diversas 
formas e níveis de organização implicados na vida da pólis, o 
homem grego tornava-se capaz de transpor para o pensamento 
as várias instâncias presentes em sua vida: tornava-se capaz de 
reconhecer como distintos o próprio homem, a sociedade, a 
natureza, o divino; tornava-se capaz de refletir no conhecimento 
que produzia as abstrações que, cada vez mais, marcavam as 
várias instâncias de sua vida (como, por exemplo, a abstração 
envolvida no uso da moeda), tão distantes do mundo que se 
limitava aos laços a contatos práticos, sensíveis, que limitava aos 
laços tangíveis de parentesco produzido no mito e tornava-se 
capaz de associar o conhecimento com discussão, com debate, 
com a possibilidade do diferente, da divergência, impossíveis 
dentro do mundo que havia dado origem ao conhecimento 
mítico, marcado pelo dogmatismo, pela pretensão ao absoluto. 
Assim, por exemplo, a própria vida social das cidades-estado 
passou a ser objeto de reflexão; o debate público nela 
 
12 
desenvolvido levava, segundo Vernant (1981), à discussão da 
ordem humana, procurando defini-la em si mesma e traduzi-la 
em fórmulas acessíveis à inteligência. As explicações sobre a 
natureza humana buscavam também a descoberta de uma 
ordem que lhe fosse própria; a partir de então, o universo 
deveria ser explicado sem mistérios, e o entendimento que dele 
se tinha devia ser suscetível de ser debatido publicamente, como 
todas as questões da vida corrente. Mais que isso, um 
entendimento que pudesse ser submetido a uma crítica no nível 
do próprio conhecimento: a apreensão do mundo, com toda a 
complexidade que então manifestava, deveria ser expressa em 
um discurso coerente internamente. 
O desenvolvimento da pólisconstituía, fator fundamental para o 
nascimento do pensamento racional: criava as condições 
objetivas para que, partindo do mito e superando-o, o saber 
fosse racionalmente elaborado e para que alguns homens 
pudessem se dedicar à elaboração desse saber”. (ANDERY, Maria 
Amália; MICHELETTO, Nilza; SÉRIO, Tereza Maria P. O mundo 
tem uma racionalidade, o conhecimento depende dele. In: 
ANDERY, Maria Amália. Para compreender a ciência: uma 
perspectiva histórica. Rio de Janeiro: Garamond, 2007: p. 35). 
O ápice do projeto da pólis grega serealiza em Atenas, durante 
os séculosV e IV a.C., com o desenvolvimento dademocracia 
ateniense. Os fundamentosdo novo modelo de educação, 
agoraexpressam preocupação com a formaçãodo cidadão da 
pólis, pois a este cabedecidir sobre os destinos da cidadenas 
discussões das assembleias. Dessa forma, necessita-se ter o 
domínio dapalavra. Esta, por sua vez, é desnudadado caráter 
mítico-religioso, expressa-secomo uma construção racional e 
 
13 
seinstitui como instrumento de poder nabusca do consenso 
entre os homenslivres da cidade. 
Como havíamos apontado em aula anterior, tal período é 
marcado pelo desenvolvimento de um pensamento que tem 
como finalidade compreender o homem enquanto um ser 
cognitivo, ou seja, que conhece a realidade e atinge a verdade, 
como também, de um ser ético-político. Nesse contexto, 
difunde-se uma filosofia essencialista que será a base para uma 
pedagogiada essência. Vejamos a análise de Dermeval Saviani a 
respeito desta questão no período antigo: 
“Se nós voltarmos à antiguidade grega, vamos verificar que, em 
verdade, a filosofia da essência não implicava maiores problemas 
lá, e a pedagogia que decorria dessa filosofia, por sua vez, não 
implicava problemas políticos muito sérios, na medida em que o 
homem, o ser humano,consequentemente, a essência humana 
só era realizada nos homens livres. Então, o problema do 
escravismo, sobre o que se assentava a produção da sociedade 
grega, fica descartado e nem era um problema do ponto de vista 
filosófico-pedagógico” (Escola e Democracia. Campinas: Autores 
Associados, 2008. p.31). 
A perspectiva essencialista, da filosofia clássica de Platão e de 
Aristóteles, foi a base filosófica necessária para o 
desenvolvimento da filosofia cristã no período medieval. De um 
lado, teremos o idealismo platônico cristão, tendo como maior 
representante Santo Agostinho, no século V, e de outro teremos 
a teologia de São Tomas de Aquino que se baseou na metafísica 
e na lógica de Aristóteles. 
 
 
14 
Durante a Idade Média, essa concepção essencialista recebeuma 
inovação que diz respeito justamente à articulação daessência 
humana com a criação divina: portanto, ao seremcriados os 
homens, segundo uma essência predeterminada,também já seus 
destinos eram definidos previamente.Consequentemente, a 
diferenciação da sociedade entresenhores e servos já estava 
marcada pela própria concepçãoque se tinha da essência 
humana. Então, a essência humanajustifica as diferenças”. 
(Escola e Democracia. Campinas: 
Autores Associados, 2008. p.31-32). 
O desenvolvimento da escolástica medieval se deu em um 
contexto que sinalizava o início da decadência do sistema 
feudal,que mais tarde será superado pelo capitalismo. Alguns 
fatores foram fundamentais para tal crise. São eles: 
• O renascimento comercial e a formação de uma nova classe 
social,a burguesia capitalista. 
• O renascimento urbano e a formação das primeiras 
universidades a partir do século XI. 
• O desenvolvimento das grandes navegações a partir do 
século XV e, consequentemente, do mercantilismo 
(capitalismo comercial)que marca a ascensão econômica da 
burguesia. 
• O início da ruptura coma escolástica medieval com o 
desenvolvimento da filosofia humanista renascentista que 
buscava valorizar o ser humano retomando os ideais da 
cultura clássica. 
• A burguesia assume o papel de mecenas e financia o 
desenvolvimento de toda a concepção de mundo expressa 
na filosofia (humanismo renascentista e depois na Filosofia 
 
15 
Moderna), na arte renascentista e no desenvolvimento da 
ciência moderna. 
• A adoção dos sistemas de colonização por parte dos 
europeus no novo mundo (Américas), ou seja, de um 
sistema de colonização de povoamento (colônias inglesas) 
e de uma colonização de exploração (colônias espanholas e 
portuguesas). A partir desse contexto, a burguesia 
capitalista e a monarquia europeia adotaram as seguintes 
práticas para a acumulação da riqueza: a prática da 
pirataria, extermínio das populações nativas (indígenas) da 
América, o comércio de escravos trazidos da África, a 
exploração das riquezas naturais e etc. 
• O fortalecimento do Estado-Nação absolutista, ou seja, a 
formação de um Estado centrado no poder do rei e, tal 
poder,era justificado como decorrente de uma vontade de 
um ser superior. 
A Reforma Protestante do século XVI e com ela dois fatores 
importantes: na Alemanha, a defesa de Lutero de que o 
indivíduo pode estabelecer uma relação direta com Deus, tanto 
que traduziu a Bíblia Sagrada para a língua nacional e, na 
Holanda, a ética calvinista que se constituirá a ética da sociedade 
capitalista. Segundo Calvino, a riqueza é um dom ou uma graça 
divina e o indivíduo deve fazer todo e qualquer esforço para 
reproduzir a mesma, como forma de agradecimento. Esta é a 
justificativa ética para a exploração da força de trabalho e a 
acumulação da riqueza na sociedade capitalista. Em outras 
palavras, se a ética católica se constitui na ética do sistema 
feudal, a ética protestante será a ética da sociedade moderna e 
burguesa. Em consequência, a resposta da Igreja Católica com a 
 
16 
contrarreforma e, no século XVII, a Guerra dos 30 anos entre 
católicos e protestantes. 
• A revolução científica com a defesa de Copérnico do 
sistema heliocêntrico, no século XVI,e a comprovação do 
mesmo por parte de Galileu, no século XVII. A partir deste 
momento,dá-se o desenvolvimento da ciência moderna e a 
mesma irá provocar outra revolução: a junção entre ciência 
e técnica que promoveráo desenvolvimento da 
manufatura, do sistema fabril e, mais tarde,culminará na 
Revolução Industrial no século XIX. 
• 
 
• As revoluções burguesas no plano político-social com a 
Revolução Gloriosa,em 1688, na Inglaterra,com a 
independência das13 colônias inglesas e a formação dos 
Estados Unidos em 1776 e, na Europa, a Revolução 
Francesa, em 1789, tendo como lema: Liberdade,Igualdade 
e Fraternidade. 
• No século XIX, a consolidação da burguesia como classe 
dominante (do ponto devista econômico) com a Revolução 
Industrial e dirigente (do ponto de vistapolítico) com a 
formação do Estado moderno. 
 
 
17 
Depois de identificarmos as mudanças e transformações que 
ocorreram neste longo período histórico em nossa 
cultura,podemos retomar a questão da Pedagogia da Essência na 
Modernidade. Segundo Saviani: 
“Ora, coisa diversa vem ocorrer na época moderna, com a 
ruptura da produção feudal e a gestação do modo de produção 
capitalista. Nesse momento, a burguesia, classe em ascensão, vai 
se manifestar como uma classe revolucionária, e, enquanto 
classe revolucionária, vai advogar a filosofia da essência como 
um suporte para a defesa da igualdade dos homens como um 
todo e é justamente a partir daí que ela aciona as críticas à 
nobreza eao clero. Em outros termos: a dominação da nobreza e 
do clero era uma dominação não-natural, não essencial,mas 
social e acidental, portanto, histórica. Vejam que toda postura 
revolucionária é uma postura essencial mentehistórica, é uma 
postura que se coloca na direção do desenvolvimento da 
história. Naquele momento, a burguesiacolocava-se na direção 
do desenvolvimento da história e seus interesses coincidiam com 
os interesses do novo,com os interesses da transformação. É 
nesse sentido que a filosofia da essência, que vai ter depois 
como consequência a pedagogia da essência, vai fazer uma 
defesa intransigente da igualdade essencial dos homens. 
Sobre essa base da igualdade dos homens, de todos os homens, 
é que se funda a liberdade e é sobre, justamente,a liberdade que 
se vai postular a reforma da sociedade. Lembrem-se, de 
passagem, de Rousseau. O que defendiaRousseau? Que tudo é 
bom enquanto sai do autor das coisas. Tudo degenera quando 
passa às mãos dos homens.Em outros termos, a natureza é justa, 
é boa e, no âmbito natural, a igualdade está preservada. As 
desigualdades(vejam o Discurso sobre a Origem da Desigualdade 
 
18 
entre os Homens) são geradas pela sociedade. Esse raciocínio 
significa outra coisa senão colocar diante da nobreza e do clero a 
ideia de que as diferenças, os privilégios de que eles usufruíam, 
não eram naturais e muito menos divinos, mas eram sociais. 
Enquanto diferenças sociais, configuravam injustiça; enquanto 
injustiça, não poderiam continuar existindo. Logo, aquela 
sociedade fundada em senhores e servos não poderia persistir. 
Ela teria que ser substituída por uma sociedade igualitária. Nesse 
sentido, então que a burguesia vai reformar a sociedade, 
substituindo uma sociedade com base num suposto direito 
natural por uma sociedade contratual” (SAVIANI, Dermeval. 
Escola e democracia. Campinas: Autores Associados, 2008. p.32). 
 
 
 
“(...) Os homens são essencialmente livres; essa liberdade funda-
se na igualdade natural, ou melhor, essencial dos homens, e se 
eles são livres, então podem dispor de sua liberdade, e na 
relação com os outros homens, mediante contrato, fazer ou não 
concessões. É sobre essa base da sociedade contratual que as 
relações de produção vão se alterar; do trabalhador servo, 
vinculado à terra, para o trabalhador não mais vinculado à terra, 
mas livre para vender a sua força de trabalho e ele a vende 
mediante contrato. Então, quem possui os meios de produção é 
livre para aceitar ou não a oferta de mão de obra, e vice-versa, 
 
19 
quem possui a força de trabalho é livre para vendê-la ou não, 
para vendê-la a este ou àquele, para vender a quem quiser. Esse 
é o fundamento jurídico da sociedade burguesa. Fundamento, 
como veremos, formalista, de uma igualdade formal. No 
entanto, é sobre essa base da igualdade que vai se estruturar a 
pedagogia da essência e, assim que a burguesia se torna a classe 
dominante, ela vai, a partir de meados do século XIX, estruturar 
os sistemas nacionais de ensino e vai advogar a escolarização 
para todos. Escolarizar todos os homens era condição para 
converter os servos em cidadãos, em condição para que esses 
cidadãos participassem do processo político, e, participando do 
processo político, eles consolidariam a ordem democrática, a 
democracia burguesa, é óbvio, mas o papel político da escola 
está aí muito claro. A escola era proposta como condição para a 
consolidação da ordem democrática” (SAVIANI, Dermeval. Escola 
e Democracia. Campinas:Autores Associados 2008. p.3 2-33). 
Compreendido em que contexto surgiu e se desenvolveu a 
Pedagogia essencialista e a compreensão da mesma como uma 
filosofia da educação, podemos agora compreender a construção 
da Pedagogia como ciência, a partir do século XIX, com o 
nascimento das ciências humanas. Para tanto, aprofundaremos o 
nosso entendimento sobre o modelo científico que se 
desenvolveu na modernidade. 
2.2 – Ciência Moderna 
Se pararmos para observar e pensar um pouco sobre o que está 
a nossa volta, veremos uma forte presença da ciência e datécnica 
em nosso cotidiano, pois existe um consenso de que o 
conhecimento científico e tecnológico se constituiu como um 
conhecimento fundamental na organização das relações 
 
20 
humanas e sociais da modernidade, tanto que os meios de 
comunicação de massa (jornais, revistas, televisão, cinema) 
fazem questão de anunciar pelos quatro cantos os resultadosdas 
pesquisas desenvolvidas. 
Além disso, difundem uma imagem positiva dos cientistas, da 
existência de laboratórios equipados, de instrumentos precisos, 
bem como, dos investimentos que são feitos pelos países 
desenvolvidos. Toda essa divulgação tem por finalidade 
reafirmar uma crença em torno do conhecimento científico, ou 
seja, de que o mesmo tem por finalidade a riqueza e o bem-estar 
social e que os países que não investem em pesquisa científica 
estão condenados ao atraso e a uma perpetuação da pobreza da 
grande maioria. Em outras palavras, estamos diante do mito da 
ciência e do cientista na modernidade. A esse respeito, vejamos 
o que nos tem a dizer Maria Célia Marcondes de Moraes: 
“Tanto assim que é comum ouvirmos frases do tipo: ‘se já foi 
provado cientificamente, então não se discute’, ou então ‘é uma 
questão de tempo e os cientistas descobrirão a cura do câncer, 
da AIDS, de tantas doenças que atormentam os homens’. Mas a 
 crença e a esperança são tão fortes quenem percebemos que a 
solução para a dengue, a malária,o cólera e outras doenças que 
assolam o país e nossosvizinhos latino-americanos, está muito 
mais vinculada à superação da miséria, da falta de higiene, 
saneamento e informações das populações carentes, do que 
propriamente as pesquisas de laboratório!” (A revolução 
científica moderna. 
In: HÜHNE, Leda Miranda. Fazer filosofia. Rio de Janeiro: Uapê, 
1994. p. 77-78). 
 
21 
 
Do exposto anterior, podemos compreender que a ciência 
moderna criou um estatuto emque afirma que, um 
conhecimento científico para ser válido, deve ser um 
conhecimento neutro e objetivo, ou seja, o mesmo não pode 
sofrerqualquer tipo de interferência do sujeito do conhecimento 
em sua relação como objeto ou fenômeno a ser conhecido. Além 
disso, tal conhecimento dá-seatravés da experiência e da 
comprovação da mesma a partir de enunciadoslógicos e precisos 
que garantam a sua validade. Portanto, firma-se aobjetividade 
como sendoo elemento central de seu desenvolvimento. 
 
➢ separar os elementos subjetivos e objetivos de um 
fenômeno; 
 
➢ construir o fenômeno como um objeto do conhecimento, 
controlável, verificável, interpretável e capaz de ser 
retificado ou corrigido por novas elaborações; 
 
➢ demonstrar e provar os resultados, obtidos durante a 
investigação, graças ao rigor das relações definidas entre os 
fatos estudados; a demonstração deve ser feita não só para 
verificar a validade dos resultados obtidos, mas também 
para prever racionalmente novos fatos como efeitos dos já 
estudados; 
 
➢ relacionar com outros fatos um fato isolado, integrando-o 
numa explicação racional unificada, pois somente essa 
 
22 
integração transforma o fenômeno em objeto científico, 
isto é, em fato explicado por uma teoria; 
 
➢ formular uma teoria geral sobre o conjunto dos fenômenos 
observados e dos fatos investigados, isto é, formular um 
conjunto sistemático de conceitos que expliquem e 
interpretem as causas e os efeitos, as relações de 
dependência, identidade e diferença entre todos os objetos 
que constituem o campo investigado. 
2.3 – As Ciências Humanas 
Se partirmos da compreensão de que o conhecimento é um 
fenômeno produzido pelo homem, podemos considerar que 
todas as ciências existentes são ciências humanas, mas o que 
difere as ciências humanas das ciências da natureza? Por certo, é 
o seu objeto de estudo particular (o homem), com um método 
específico e que se desenvolveu a partir do século XIX. 
Sendo assim, você poderia perguntar se antes o homem não era 
estudado. Tal estudo se deu no campo da Filosofia antiga até os 
dias de hoje. Contudo, as ciências humanas, na era moderna, se 
constituíram quando o homem passou a ser considerado um 
novo objeto de investigação no campo científico, ou seja, 
daquele que vive o seu dia a dia (com todas as suas implicações), 
que fala e que produz através do trabalho as condições materiais 
e não materiais de sua existência. 
Período do Humanismo: Inicia-se no século XV com a ideia 
renascentista da dignidade do homem como centro do 
universo,porque nos séculos XVI e XVII com o estudo do homem 
como agente moral, político e técnico-artístico,destinado a 
dominar e controlar a natureza e a sociedade, chegando ao 
 
23 
século XVIII quando surge a ideiade civilização, isto é, o homem 
como razão que se aperfeiçoa e progride temporalmente por 
meio das instituições sociais e políticas e do desenvolvimento 
das artes, das técnicas e dos ofícios. O humanismo não separa 
homem e natureza, mas considera o homem um ser natural 
diferente dos demais, manifestando essa diferença como ser 
racional e livre, agente ético, político, técnico e artístico. 
Período do Positivismo: Inicia-se no século XIX, com Augusto 
Comte, para quem a humanidade atravessa três etapas 
progressivas, indo da superstição religiosa à metafísica e à 
teologia para chegar finalmente à ciência positiva, ponto final do 
progresso humano. Comte enfatiza a ideia do homem como um 
ser social e propõe um estudo científico da sociedade: assim 
como há uma física da natureza, deve haver uma física do social, 
a sociologia, que deve estudar os fatos humanos usando 
procedimentos, métodos e técnicas pelas ciências da natureza. A 
concepção positivista não termina no século XIX com Comte, mas 
será uma das correntes mais poderosas nas ciências humanas em 
todo o século XX. Assim, por exemplo, a psicologia positivista 
afirma que seu objeto não é o psiquismo como consciência, mas 
como comportamento observável que pode ser tratado como 
método experimental das ciências naturais. A sociologia 
positivista (iniciada por Comte e desenvolvida como ciência pelo 
francês Émile Durkheim) estuda a sociedade como fato, 
afirmando que o fato social deve ser tratado como uma coisa ao 
qual são aplicados os procedimentos de análise e síntese criados 
pelas ciências naturais. Os elementos ou átomos sociais são os 
indivíduos, obtidos por via de análise; as relações causais entre 
os indivíduos, recompostas por via de síntese, constituem as 
instituições sociais (família, trabalho, religião, Estado etc.). 
 
24 
Período Historicismo: Desenvolvido no final do século XIX e 
início do XX por Dilthey, filósofo e historiador alemão. Essa 
concepção, herdeira do idealismo alemão (Kant, Fichte, 
Schelling, Hegel), insiste na diferença entre homem e natureza e 
entre ciências naturais e humanas, chamadas por Dilthey de 
“ciências do espírito ou da cultura”. Os fatos humanos são 
históricos, dotados de valor e de sentido, de significação e 
finalidade e devem ser estudados com essas características que 
os distinguem dos fatos naturais. As ciências do espírito ou da 
cultura não podem e não devem usar o método da observação-
experimentação, mas devem criar o método da explicação e 
compreensão do sentido dos fatos humanos, encontrando a 
causalidade histórica que os governa. O fato humano é histórico 
ou temporal: surge no tempo e se transforma no tempo. Em 
cada época histórica, os fatos psíquicos, sociais, políticos, 
religiosos, econômicos, técnicos e artísticos possuem as mesmas 
causas gerais, o mesmo sentido e seguem os mesmos valores, 
devendo ser compreendidos, simultaneamente, como 
particularidades históricas ou ‘visões de mundo’ específicas ou 
autônomas e como etapas ou fontes do desenvolvimento geral 
da humanidade, isto é, de um processo causal universal, que é o 
progresso. 
2.4 – Pedagogia – Ciência da Educação 
➢ Pedagogia Filosófica: a ação pedagógica é voltada para a 
educação do homem integral, em todas as suas dimensões 
assume um caráter ora normativo, ora 
compreensivo,envolvendo diferentes influências teóricas 
como o humanismo clássico, o iluminismo, o romantismo e 
o idealismo. 
 
25 
➢ Pedagogia crítico-emancipatória: propõe uma ação 
pedagógica para formar o homem na e pela práxis social 
voltada para a transformação da realidade histórico-social. 
Dessa forma,compreende que o conhecimento tem uma 
ligação direta coma vida social. Dessa forma, a ação 
pedagógica é uma ação político-social. Tem como 
referência o materialismo dialético e a teoria crítica da 
escola de Frankfurt. 
➢ Pedagogia Técnico-científica: tendo como base o 
racionalismodo empirismo inglês e estruturada a partir do 
método experimental,defende a normatização e a 
prescrição para a prática educativa voltada para a 
socialização dos educandos. 
Nesta aula, você: 
- Compreendeu a etimologia da palavra pedagogia. 
- Aprendeu o desenvolvimento da Pedagogia concebida como 
Filosofia da Educação. 
- Entendeu o contexto histórico para o nascimento e 
desenvolvimento do conhecimento científico na modernidade e 
a construção das ciências humanas. 
- Analisou o desenvolvimento da Pedagogia como ciência na 
modernidade. 
 
 
 
 
 
26 
AULA 3- PROCEDIMENTOS CIENTÍFICOS: A 
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO 
 
Nesta aula, aprenderemos sobre conceitos relacionados à 
organização do trabalho acadêmico, suas caracterizações e 
particularidades, possibilitando a reflexão sobre os significados 
das palavras organização, trabalho e acadêmico. Conheceremos 
ainda o histórico da Internet, que é a rede mundial de 
computadores, e identificaremos os principais sites de pesquisa 
na área educacional. 
Antes de iniciarmos um percurso sobre a organização do 
trabalho acadêmico, vamos refletir sobre o sentido destas 
palavras. 
Organização: Geralmente, utilizamos esta palavra como o modo 
organiza um determinado sistema. Em outros termos, é a palavra 
que indica arranjar, dispor ou classificar documentos, 
informações e objetos. Prova disso é que trabalhamos com o 
conceito de pensamento sistemático, ou seja, um pensamento 
organizado de forma rigorosa e precisa a partir de determinadas 
regras de organização da nossa capacidade de pensar e 
representar pela linguagem o próprio pensamento. 
Trabalho: Podemoscompreendê-lo como um ato vital para 
garantir a sobrevivência humana. Em outras palavras, é um ato 
intencional do homem num movimento de retorno à natureza 
para produzir sua existência. Decorre de uma relação dialética 
(conflituosa) entre o homem e a natureza, ou seja, o homem 
como produto da natureza retorna à mesma para produzir as 
condições materiais de sua existência. Nesse processo, antecipa 
 
27 
a sua ação em sua mente e, com isso, produz os sentidos e os 
significados sobre a natureza, o homem e de como este se 
relaciona com ela, consigo e com os outros seres humanos. Em 
outras palavras, produzimos sentidos e significados. Portanto, 
produzimos conhecimento e formamos a nossa consciência. 
Acadêmico: O termo decorre do filósofo grego Platão à sua 
escola: academia. Esta foi fundada na parte noroeste da cidade 
de Atenas, mais precisamente em um terreno que homenageava 
a deusa Atena da Mitologia Grega. De acordo com a tradição da 
cidade, acreditava-se que o jardim pertenceu a Academo (uma 
personagem mitológica). Por esta razão é que designamos o 
termo aos estabelecimentos que se destinam à atividade do 
ensino (principalmente do ensino superior de base científica) 
como também para designar a prática de esportes ou ginásticas. 
Além disso, refere-se às instituições que se dedicam à vida 
artística, literária e científica. 
O termo acadêmico se refere à atividade do ensino 
(principalmente do ensino superior de base científica). 
Podemos afirmar que o trabalho acadêmico decorre da tradição 
de uma cultura, portanto de uma determinada forma de 
evidenciar formas de organização do pensamento, da linguagem 
e dos resultados de uma investigação rigorosa, seja ela filosófica, 
científica ou artística. 
A partir das concepções sobre o trabalho acadêmico, podemos 
lançar algumas questões, tendo a finalidade de possibilitarmos a 
reflexão crítica sobre o domínio das regras e do conteúdo de um 
texto acadêmico. São elas: 
➢ Do ponto de vista pedagógico: Qual é a finalidade do 
trabalho acadêmico em nossa formação? 
 
28 
➢ Do ponto de vista teórico-ideológico: Qual é a finalidade do 
trabalho acadêmico para a sociedade? 
➢ Do ponto de vista epistemológico: Qual é a forma (o 
método) e o conteúdo (as bases teóricas) do trabalho 
acadêmico? 
Em referência ao trabalho acadêmico, estamos querendo afirmar 
que o mesmo é intencional e datado historicamente. Portanto, 
ele expressa determinados interesses da época em que é ou foi 
produzido. Sendo assim, aquele que produz um trabalho 
acadêmico se constitui como autor, ou seja, o responsável pelo 
que declara. Isso nos leva a afirmar que é uma questão ética 
evidenciarmos com quem, como e para que dialogamos em 
nossos textos. 
Texto Acadêmico – Caracterização 
Todo texto acadêmico resulta de um processo de investigação 
rigorosa, seja ela filosófica, científica ou artística. Sendo assim, 
podemos compreender que a sua essência ou razão de ser 
encontra-se no objeto de análise de pesquisa. 
Um segundo aspecto – tão importante quanto o primeiro – é a 
distinção existente entre o conteúdo (bases teóricas) e a forma 
(o método, a linguagem, a organização dos elementos e etc.). A 
esta altura, você deve estar se perguntando: se o conteúdo 
sobrepõe a forma ou se a forma sobrepõe ao conteúdo? 
Essa é uma questão complexa para tratarmos rigorosamente da 
mesma em nossa aula. Mas vale fazermos a seguinte 
consideração: vai depender de qual base teórico-metodológica 
nos apoiamos para compreender a relação entre conteúdo e 
forma. 
 
29 
Por conseguinte, cabe-nos fazer uma opção teórica e 
explicitarmos como ela compreende tal relação. 
Sendo assim, tomemos como referencial a perspectiva de análise 
dialética. Segundo a dialética, embora o conteúdo e a forma 
sejam coisas distintas, uma só existe mediante a existência da 
outra, ou seja, uma constitui e é constituída pela outra. Além 
disso, compreende que a forma e o conteúdo de um texto 
rigoroso revelam uma determinada compreensão acerca da 
natureza, do mundo, do homem, da sociedade e das relações 
que estabelecemos com os mesmos. Portanto, um texto não é 
neutro e objetivo, mas subjetivo, histórico, social e intencional. 
Tipos de textos acadêmicos: 
Todo trabalho acadêmico, ou seja, toda pesquisa ou atividade 
acadêmica pode e deve ser divulgada em diferentes tipos de 
textos: 
Livro: tradicionalmente utilizado para veicular os resultados da 
pesquisa científica, literária ou artística. 
Artigos: em decorrência do aumento da produtividade nos meios 
acadêmicos e científicos do século XX para cá, como também do 
fenômeno da especialização nas áreas de conhecimento, optou-
se por uma forma de texto que pudesse divulgar os resultados de 
uma pesquisa ou de um estudo de forma rápida. Dessa 
necessidade, surgiram os periódicos especializados (revistas) que 
tem por finalidade publicar artigos e resenhas. Hoje, com o 
advento da Internet e com a propagação de sites de caráter 
científico, acadêmico, filosófico e literário, expandiram as 
possibilidades de publicação e de divulgação. 
 
30 
Outros: teses, dissertações, monografias, ensaios, relatórios de 
pesquisa, trabalhos de curso, memorial, portfólio e etc, são 
textos mais restritos, ou seja, atendem às necessidades do 
processo de formação, pesquisa e apresentação de seus 
resultados. 
A leitura e o texto acadêmico 
Possivelmente, quando você iniciou o seu curso, deve ter 
ficado(a) impressionado(a) com a quantidade de leituras 
diferentes que deve enfrentar em cada disciplina, esta ou aquela 
matéria difícil e, como se não bastasse, produzir trabalhos 
acadêmicos que devem seguir determinadas normas ou regras 
para serem avaliados. Ufa! Haja fôlego. 
A respeito da formação acadêmica, inicialmente, gostaríamos de 
dizer que, como professores universitários, um dia fomos alunos 
da universidade. Provavelmente, no passado fizemos tais 
perguntas em algum momento, seja na graduação ou na pós-
graduação. 
Hoje nos deparamos com a responsabilidade de orientar e 
formar o nosso aluno a partir dos rituais existentes como, por 
exemplo, do domínio crítico do conhecimento e das regras de 
organização do trabalho acadêmico. Quem sabe um dia você não 
poderá estar ocupando este lugar! 
Uma formação acadêmica, de base teórico-metodológica e 
crítica, só se faz mediante a leitura atenta, rigorosa e 
investigativa da obra. Desse modo, passamos a uma questão 
central: qual é a importância da leitura? 
 
31 
O educador brasileiro Paulo Freire em sua obra “A importância 
do ato de ler” faz uma análise profunda sobre a coerência entre 
a prática e o discurso. 
Tal análise aponta para a compreensão de que é possível o 
exercício de uma prática pedagógica baseada numa perspectiva 
libertadora da educação, ou seja, de uma prática que supera a 
opressão e a dominação da prática tradicional, autoritária e 
bancária que predominou no modelo de escola da sociedade 
moderna. 
Durante a obra, Freire faz uma profunda reflexão entre a 
vivência do autor na infância e a sua concepção de leitura e 
ressalta que antes todo ser humano sabe ler antes mesmo de 
conhecer e dominar a palavra escrita. Desse entendimento, 
compreende que assim como fazemos a leitura do mundo, 
conseguimos escrevê-lo, ou seja, traduzi-lo em palavras. Além 
disso, salienta que não existe texto sem contexto. Em outras 
palavras, um texto é uma forma de compreensão da realidade. 
Sendo assim, convidamos-lhe a conhecer as palavras deste autor 
sobre a importância do ato de ler. 
A respeito do ato de ler, mediante o exposto até o momento, 
indicamos a você os seguintes procedimentos de estudo: 
a) Ao fazer a leitura dos textos (livro didático da 
disciplina, textos complementares, aulas on-line), procure 
registrar as palavras que você não conhece e faça uma 
pesquisa no dicionário (ele é uma fonte de consulta 
fundamental em nossa formação). Após compreendero 
significado da palavra, refaça a leitura do texto. Assim, 
estará ampliando o seu entendimento, portanto, 
 apropriando-se do conteúdo. 
 
32 
b) Procure fazer uma síntese (resumo) das principais ideias 
do(a) autor(a) com suas palavras ou com as palavras do 
(a) autor (a). Tal prática é fundamental para você 
compreender o que está e como está sendo dito. 
c) Anote suas dúvidas e coloque-as para o(a) professor(a). 
Assim, o (a) mesmo (a) terá como fazer as devidas 
orientações para os seus estudos e entendimentos. 
d) Sempre que possível, consulte outras fontes de pesquisa, 
como Internet, jornal, artigos, livros de assuntos que você 
não domina. A prática da pesquisa é um diferencial na 
formação de ensino superior. 
e) Procure elaborar novas questões problematizando o que 
está sendo estudado e faça uma relação entre os 
referenciais teóricos e as práticas sociais. Com o tempo, 
você perceberá que toda prática social está alicerçada em 
uma determinada forma de compreensão e que toda teoria 
é resultado de práticas humanas como, por exemplo, a 
pesquisa. 
Agora, dedicando-nos a estudar a Internet como fonte de 
pesquisa na área da educação, destacaremos alguns sites 
fundamentais para o campo educacional. 
Breve Histórico da Internet 
Boa parte da produção do conhecimento científico e tecnológico 
no século XX se desenvolveu a partir de pesquisas desenvolvidas 
na área militar. A Internet surgiu nos tempos áureos da Guerra 
Fria. 
Guerra Fria: Corresponde ao período histórico de disputas 
estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados e a União 
 
33 
Soviética. Iniciou-se após o final da Segunda Guerra Mundial 
(1939-45) e vai até a dissolução da União Soviética em 1991. 
Esse período expressa a disputa entre dois projetos distintos de 
sociedade, ou seja, entre o Capitalismo e Socialismo. 
Nesse contexto, qualquer inovação científica e tecnológica era de 
interesse das duas grandes potências da época: os Estados 
Unidos e a União Soviética. Elas compreendiam que era 
necessária uma eficácia dos meios de comunicação. Tal situação 
levou os EUA, que temia um ataque soviético ao seu país, a 
investirem num modelo de troca e compartilhamento de 
informação que permitisse a descentralização das informações 
armazenadas no Pentágono (Central das Forças Armadas dos 
Estados Unidos, inaugurado em 13/01/1943). Sendo assim, foi 
criada pela ARPA (AdvancedResearchProjectsAgency a ARPANET 
que operava através de um sistema de chaveamento de pacotes, 
ou seja, de um sistema de transmissão de dados em rede de 
computadores. 
Como o conflito militar entre as duas grandes potências (EUA e 
União Soviética) não se materializou nos anos 70, o governo 
norte-americano permitiu que pesquisadores das universidades 
de seu país desenvolvessem estudo na área de defesa. A partir 
daí, o sistema foi dividido em dois grupos: MILNET (para 
localidades militares) e a ARPANET (para as localidades não 
militares) o que acabou impulsionando as pesquisas na área de 
ciências da computação. 
A Internet decorre da lógica de um projeto de defesa militar, a 
partir do momento em que jovens da contracultura buscaram a 
difusão da informação. Sendo assim, foi criado um sistema 
técnico denominado “Protocolo da Internet”, permitindo que o 
 
34 
tráfego de informações fosse encaminhado de uma rede para 
outra. 
No ano de 1991, foi criado, pelo cientista Tim Berners-Lee, a 
World Wide Web (WWW) e a empresa norte-americana 
Nescape criou o protocolo HTTPS. Este protocolo possibilitou o 
envio de dados criptografados para transações comerciais pela 
Internet. 
Portanto, a década de 90 marcou a explosão e a popularização 
da Internet. Só para se ter uma ideia, em 2003, cerca de 600 
milhões de pessoas estavam conectadas à rede e, em junho de 
2007, esse número chegava a 1,234 bilhão de usuários 
espalhados pelos quatro cantos do mundo. 
Internet – A rede mundial de computadores 
A rede mundial de computadores, denominada de Internet, 
tornou-se uma grande fonte de pesquisa para todas as áreas do 
conhecimento, pois a mesma disponibiliza um grande acervo de 
dados aos interessados. Além disso, o conteúdo disponível pode 
ser acessado com facilidade, pois os atuais recursos 
informacionais e comunicacionais estão acessíveis no mundo 
inteiro. 
As informações que são armazenadas num Web Site permite ao 
usuário navegar por toda a rede de computadores, podendo 
realizar consultas e buscar informações de toda ordem. Segundo 
Severino, a Internet “permite ainda aos pesquisadores de todo o 
planeta trocar mensagens e informações, com rapidez 
estonteante, eliminando assim barreiras de tempo e de espaço“. 
(2008, p. 137) 
 
35 
A Internet estrutura-se da seguinte forma: pela WWW (World 
Wid Web) e que o acesso deverá ser feito através do protocolo 
HTTP (Protocolo de Transporte de Hipertexto), ou seja, é uma 
técnica utilizada pelos servidores da rede para passarem 
informações para os programas rastreadores (browsers web). 
Além disso, existem os provedores que são grandes centros que 
articulam as redes de computadores. 
A pesquisa científica na rede mundial de computadores 
Uma das primeiras preocupações que se deve ter para realizar 
uma pesquisa de caráter científico na Internet é ter clareza do 
que e onde pesquisar, pois, por se tratar de uma rede mundial de 
computadores, encontramos as mais variadas informações e 
comunicações, mas nem todas atendem às necessidades de uma 
pesquisa acadêmica. 
Em primeiro lugar, devemos diferenciar os sites informacionais 
dos sites de instituições que se dedicam às pesquisas científicas 
nas mais diversas áreas do conhecimento. 
Para se ter acesso aos diversos sites que disponibilizam os 
resultados de pesquisas científicas, você poderá fazer um 
levantamento através dos Web Sites de Busca. 
Ou seja, no acesso aos programas que ficam vinculados à rede de 
computadores e que tem por finalidade localizar os sites que 
tratam do tema pesquisado. Entre os sites mais populares da 
rede encontram-se: 
O Google (www.google.com.br), o Yahoo (www.yahoo.com), o 
Alta Vista (www.altavista.com), entre outros. Ao se conectar a 
um dos sites, você deverá digitar uma palavra-chave, o assunto, 
o nome de uma pessoa ou de uma entidade etc. A partir dessa 
 
36 
informação inicial, aparece uma relação de sites onde se poderá 
ter acesso ao conteúdo do que se pesquisa. 
Outro dado importante é compreendermos que existem sites 
oficiais do governo que disponibilizam seus dados através da 
Internet. Vejamos alguns sites: 
Nesta aula, você: 
- Teve a possibilidade de compreender a organização do trabalho 
acadêmico. 
- Conheceu o histórico da Internet: a rede mundial de 
computadores. 
- Identificou os principais sites de pesquisa na área educacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
AULA 4 - PROCEDIMENTOS CIENTÍFICOS II: O 
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO 
 
Nesta aula, conheceremos o processo histórico-social da técnica, 
bem como as exigências de elaboração de um trabalho 
acadêmico de acordo com as normas da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas. Será dada ênfase às Referências Bibliográficas. 
 
 
O tecnicismo educacional tem como fundamento o seguinte 
principio: aprender a fazer. 
 
 
 
38 
 
 
Normas, procedimentos e técnicas – o cotidiano racionalizado 
Uma das formas de compreendermos o tempo histórico em que 
vivemos é considerarmos o modo de organização da produção 
material e não material de nossa sociedade. Assim sendo, para 
entendermos as relações às quais estamos sujeitos em nossa 
contemporaneidade, temos que refazer o percurso e 
compreender alguns elementos centrais na formação e 
desenvolvimento da cultura urbano-industrial. 
• Pré-História: A partir de um breve estudo histórico sobre a 
formação cultura urbano-industrial, iremos apenas 
identificar alguns pontos que nos permitirá uma radiografia 
da mesma. Para tanto,retomaremos ao processo de 
constituição da sociedade moderna e capitalista, bem como 
o desenvolvimento do conhecimento científico e 
tecnológico. Tal conhecimento constituiu-se como um dos 
pilares centrais para a racionalização das relações humanas 
(sejam elas políticas, econômicas e sociais). 
 
• Modernidade e o Capitalismo: O sistema capitalista de 
produção, baseado no processo de industrialização, só foi 
possível com o nascimento e desenvolvimento da ciência 
moderna. Esta, por sua vez, acabou por atender às 
 
39 
necessidades da burguesia capitalista que, a partir de sua 
ascensão econômica, aspirava ao controle do poder 
político-social e, para tanto, teria que promover processos 
revolucionários nos planos teóricos e práticos. Assim, se 
por um lado a burguesia comercial assumiu o papel de 
mecenas, financiando o desenvolvimento da arte, da 
filosofia moderna e da ciência, por outro lado, o 
conhecimento científico produzido promoveu a junção da 
ciência com a técnica, provocando profundas mudanças 
nas relações do homem com a natureza e consigo mesmo. 
O processo revolucionário burguês estendeu-se ao campo 
político e econômico. No plano econômico, foi possível o 
desenvolvimento de um novo sistema de produção a partir da 
Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no século XVIII, e mais 
tarde, na Alemanha do século XIX. No plano político, 
impulsionado pelas ideias do liberalismo, no século XVIII, deu-se 
Revolução Francesa fundamentada nos princípios da liberdade, 
igualdade e fraternidade. 
Revolução Industrial significou um conjunto de transformações 
em diferentes aspectos da atividade econômica (indústria, 
agricultura, transportes, bancos, etc.) que levou a uma afirmação 
do capitalismo como modo de produção dominante com suas 
duas classes básicas: a burguesia, detentora dos meios de 
produção e concentrando grande quantidade de dinheiro, e o 
proletariado, que, desprovido dos meios de produção, vende a 
sua força de trabalho para subsistir. Significou, sobretudo, uma 
revolução no processo de trabalho, por meio da “(...) criação de 
um ‘sistema fabril’ mecanizado que por sua vez produz em 
quantidades tão grandes e a um custo tão rapidamente 
decrescente a ponto de não mais depender da demanda 
 
40 
existente, mas de criar o seu próprio mercado (...)”. 
(HOBSBAWM, 1981, p.48. in: PEREIRA, Maria Eliza M.; RUBANO, 
Denize Rosana & MOROZ, Melamia. Séculos XVIII e XIX: 
revolução na economia e na política, p. 257). 
Se o século XVIII presenciou o nascimento da indústria 
mecanizada, podemos apontar alguns efeitos desse processo, a 
partir do século XIX, tais como: 
 
Do ponto de vista político, os séculos XVIII e XIX trouxeram: 
• A destituição das relações feudais; 
• Uma postura contrária ao absolutismo assumida pela 
burguesia (poder absoluto do rei); 
• A defesa de um governo liberal, ou seja, a defesa de um 
Estado baseado no contrato social entre Estado e 
Sociedade; 
• A formação e o desenvolvimento do Estado-Nação; 
• A divisão social do trabalho; 
• O aprofundamento da divisão social de classes; 
• Introdução da divisão social do trabalho. 
A racionalização da produção material e não material, na 
sociedade moderna, instituiu novas formas de controle racional 
sobre a vida. O Estado Moderno ou Estado Nação assume o 
papel de regulador das relações políticas, econômicas e sociais 
no novo modelo de sociedade. Com o emprego da ciência e da 
tecnologia no mundo do trabalho e da produção, desenvolve-se 
 
41 
um conjunto de princípios racionais para regular as relações 
humanas e sociais. 
Desta forma, é no aparelho estatal que se configuram as regras 
e/ou normas que procuram padronizar procedimentos a partir 
de critérios científicos e reconhecidos por um determinado 
grupo ou classe. 
A partir do controle do Estado, todo indivíduo, ao nascer, deve 
passar pelo crivo do reconhecimento do aparelho estatal através 
do Registro Civil (ou Certidão de Nascimento) para se constituir 
como cidadão de direitos e deveres de uma sociedade 
racionalizada. Desse documento derivam-se outros, tais como: 
EX. Carteira de Identidade, CPF, Certificado de Reservista, 
Carteira Profissional, etc. A partir dos números dos registros em 
documentos, faz-se um controle das ações dos indivíduos em 
sociedade. Fica claro que o não cumprimento de seus deveres 
implicará em um conjunto de sanções sobre o indivíduo e/ou 
grupo. 
A cultura urbano-industrial, por ser uma cultura complexa nas 
suas formas de organização e controle, atinge as diversas áreas 
do saber com os critérios bem definidos, para organizar o que, 
como e para que produzir algo ou alguma coisa. Diante do 
exposto até o momento, podemos conhecer a Associação 
Brasileira de Normas Técnicas. 
- A Associação Brasileira de Normas Técnicas é responsável pela 
determinação das normas dos trabalhos científicos e acadêmicos 
em nossa sociedade. 
- A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é uma 
entidade privada, sem fins lucrativos. Ela foi fundada em 1940 e 
 
42 
é reconhecida como único Fórum Nacional de Normalização 
através da Resolução Nº 07 do CONMETRO, de 21.08.1992. 
A finalidade da ABNT é “Prover a sociedade brasileira de 
conhecimento sistematizado, por meio de documentos 
normativos, que permita a produção, a comercialização e uso de 
bens e serviços de forma competitiva e sustentável nos 
mercados interno e externo, contribuindo para o 
desenvolvimento científico e tecnológico, proteção do meio 
ambiente e defesa do consumidor” (retirado do site da ABNT. 
Acessado em 01 jun. 2010). 
Fases de elaboração do trabalho acadêmico: 
• CAPA: Por se tratar de um trabalho acadêmico, portanto de 
caráter científico ou filosófico, deve conter as seguintes 
informações: nome da instituição, nome do autor, título do 
trabalho, local (cidade) da instituição, ano de entrega do 
trabalho. Use a fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 
14 e em caixa alta. A capa é um elemento obrigatório em 
um texto acadêmico. Veja o exemplo do documento CAPA 
na Biblioteca Virtual da disciplina. 
 
• FOLHA DE ROSTO OU CONTRACAPA: Contém as mesmas 
informações da capa, mas com fonte menor, ou seja, de 12 
cm. Além disso, contém um texto sintético no canto 
inferior direito sobre o tipo do trabalho a ser desenvolvido, 
instituição, objetivo do trabalho e nome do orientador. Da 
mesma forma que a capa, a contracapa é obrigatória. Veja 
o exemplo do documento CONTRACAPA na Biblioteca 
Virtual da disciplina. 
 
43 
• AGRADECIMENTOS ou DEDICATÓRIA: Vai depender da 
natureza e da especificidade do trabalho. Em um trabalho 
acadêmico mais extenso, que envolve um tempo de 
pesquisa e de produção longo, como é o caso da 
Dissertação de Mestrado ou Tese de Doutorado, o autor 
tem a liberdade de escrever seus agradecimentos em um 
texto longo. Em trabalhos específicos de uma disciplina, 
como um fichamento, resumo, trabalhos de pesquisa, 
deve-se fazer um texto conciso, ou seja, um texto mais 
curto. Veja o exemplo do documento AGRADECIMENTOS 
ou DEDICATÓRIA na Biblioteca Virtual da disciplina. 
 
• RESUMO: Deve expressar os pontos essenciais ou 
fundamentais do trabalho desenvolvido. Portanto, deve 
informar os resultados e as conclusões mais relevantes. É 
elaborado ao final do processo de uma pesquisa realizada. 
Esse parágrafo deve ser escrito no centro da folha e 
recomenda-se o mínimo de 100 palavras e o máximo de 
250 palavras. É um elemento obrigatório em um trabalho 
de caráter acadêmico. Veja o exemplo do documento 
RESUMO na Biblioteca Virtual da disciplina. 
 
• EPÍGRAFE: É uma citação que se relaciona com o tema do 
trabalho, ou seja, é um primeiro convite à reflexão sobre a 
temática que será apresentada. Situa-se geralmente no 
canto inferior da página e consiste em uma frase de caráter 
reflexivo. Além disso, deve-se citar o nome do autor da 
frase. Veja o exemplo do documentoEPÍGRAFE na 
Biblioteca Virtual da disciplina. 
 
 
44 
• SUMÁRIO: Evidencia cada uma das partes do trabalho 
(capítulo, título, subtítulo, considerações finais, referências 
bibliográficas e anexos. Ele não é obrigatório, mas deve ser 
colocado, quando necessário, pois é um documento 
comprobatório de determinadas questões que foram 
desenvolvidas). Veja o exemplo do documento SUMÁRIO 
na Biblioteca Virtual da disciplina. 
 
• CORPO DO TRABALHO: É importante destacar que a Capa 
não faz parte da contagem, ou seja, a contagem deve 
ocorrer a partir da folha de rosto ou contracapa. É 
fundamental compreender que a visualização numérica da 
página ocorrerá a partir da primeira página de conteúdo. 
Na produção de uma trabalho acadêmico, deve-se utilizar a 
seguinte formatação: 
Títulos e subtítulos devem ser digitados em letra Times New 
Roman ou Arial, tamanho 14 e espaçamento simples entre as 
linhas. 
Citações existem 3 tipos a) Citação de abertura: localiza-se após 
o título ou subtítulo, que deve ter uma relação com o tema a ser 
desenvolvido. Deve-se utilizar o recuo de 4 cm da margem 
esquerda e colocar em "CAIXA ALTA" o nome do autor, ano e 
página. 
b) Citação no corpo do parágrafo: só é permitida se a mesma não 
ultrapassar as três linhas e deve estar entre aspas. Em seguida, 
deve-se colocar em “caixa alta” o nome do autor, ano e página e; 
c) Citação em destaque: é feita quando a mesma ocupar mais de 
03 linhas de texto e sem aspas, pois ela encontra-se em 
destaque. Deve-se utilizar o recuo de 4 cm a partir da margem 
 
45 
esquerda, tamanho 11 e espaçamento simples entre as linhas. 
Em seguida, deve-se colocar em "CAIXA ALTA" o nome do autor, 
ano e página. 
O texto deve ser digitado em letra Times New Roman ou Arial, 
tamanho 12 e espaçamento de 1,5cm entre as linhas. 
Vejamos a seguir os principais exemplos de citações e como fazê-
las: 
a) Livros são citados da seguinte forma: 
SOBRENOME, Nome do Autor. Título. Cidade: Editora, ano. 
Exemplos: 
 
CHAUÍ, Marilena. Brasil: Mito fundador e sociedade autoritária. 
São Paulo: Editora Perseu Abramo, 2000. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à 
prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura). 
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. Campinas, São Paulo: 
Autores Associados, 2008 (Coleção Educação Contemporânea). 
b) Artigos de Jornais são citados da seguinte forma: 
SOBRENOME, Nome do Autor (se houver). Título do artigo. 
Nome do jornal, cidade, data de publicação. Caderno, página. 
Exemplo: 
NASSIF, Luís. O neonacionalismo nascente. Folha de São Paulo, 
São Paulo, 07 jul. 2004. Caderno B, p.3. 
c) Artigos de Revistas são citados da seguinte forma: 
 
46 
SOBRENOME DO AUTOR, Nome do autor (se houver). Título do 
artigo. Nome da revista. Cidade, Nº do volume, Nº do fascículo, 
Páginas consultadas inicial-final, mês ano. Exemplo: 
WORRAL, Simon. Londres volta por cima. NationalGeographic. 
São Paulo, v.1, nº 2, p.22-43, junho 2003. 
d) Textos de Internet são citados da seguinte forma: 
Texto com Autoria: 
SILVA, Deonísio. Até o mais amargo fim. Disponível em: 
<http://www.deonisio.com>. Acesso em: 12 dez. 2007. 
Texto sem autoria: 
ESTUDANTES ajudam na preservação ambiental. Disponível em: 
<http://www3.uberlandia.mg.gov.br/noticia.php?id=885>. 
Acesso em: 19 set. 2007. 
d) Textos de Internet são citados da seguinte forma: 
Trabalho acadêmico, dissertação ou tese: 
PEDOTT, Paulo Roberto. Publicidade na Internet: a internet como 
ferramenta de comunicação de marcketing. 2002. Dissertação 
(Mestrado em Administração) – Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul, 2002. Disponível em: <http://www.ufrgs.br>. 
Acesso em: 07 maio 2003. 
Legislação: BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. 
Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e 
dá outras providências. Disponível em: 
<http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/5198.html>. 
Acesso em: 12 dez. 2007. 
 
47 
Vimos que na produção do trabalho acadêmico devem ser 
observadas diversas regras.Você deve ter observado ainda que 
os títulos encontram-se em ITÁLICO. Além desse tipo de formato, 
você poderá usar também o NEGRITO ou SUBLINHADO. Contudo, 
ao optar por um deles, deverá utilizá-lo até o final de seu 
trabalho. Alertamos para o fato de que se deve procurar 
pesquisar sites com credibilidade, como, por exemplo, sites de 
universidades, centros de pesquisa, jornais, revistas, etc. 
Nesta aula, você: 
-Refletiu sobre a dimensão histórico-social da técnica. 
-Analisou os fatores políticos, econômicos e sociais do 
desenvolvimento da cultura urbano-industrial. 
-Conheceu a história e o papel da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas. 
-Compreendeu a necessidade de organização das Referências 
Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
AULA 5 - A ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO 
UNIVERSITÁRIO 
 
No curso de Pedagogia, você tem a oportunidade de refletir 
sobre o processo de investigação científica e compreender que a 
mesma decorre de uma forma rigorosa de organização de 
estudo. Além disso, procuramos diferenciar os tipos de 
conhecimento e entender que o conhecimento científico é um 
tipo de conhecimento lógico e sistemático. Estudaremos as três 
fases de desenvolvimento de um projeto científico e as fontes 
bibliográficas que compõem o mesmo. 
Evidenciamos, também, que faz parte de nosso Projeto Político 
Pedagógico a formação com base na pesquisa, pois um dos 
nortes é a formação do pedagogo como pesquisador-reflexivo. 
Contudo, ao entrarmos na Universidade, nos deparamos com um 
“universo” que nos é totalmente desconhecido, começamos a 
estudar áreas ou disciplinas de conhecimento que constituem a 
nossa formação político-pedagógica, pois a prática educativa é 
uma prática social e política. 
Com o decorrer das aulas e dos estudos, começamos a conhecer 
novos referenciais teóricos de análise advindos das ciências 
humanas e sociais, como parte da área de fundamentação 
teórica, como também, as disciplinas de fundamentação da 
prática pedagógica a partir de uma realidade social concreta. 
Além disso, o currículo apresenta a disciplina de Pesquisa e 
Prática em Educação (PPE), como uma disciplina que perpassa 
toda a estrutura curricular visando uma formação de base 
teórica-metodológica e investigativa. 
 
49 
Aos poucos, vamos percebendo que o viés teórico do curso é 
marcado pela análise ou reflexão crítica dos conteúdos, estes, 
por sua vez, são problematizados a partir dos contextos 
históricos e sociais em que foram produzidos. Tal perspectiva é 
essencial para o desenvolvimento do espírito de 
problematização e investigação da realidade educacional - ou 
seja, do fenômeno educativo como um fenômeno humano - de 
nossos tempos e em todas as suas formas de organização e 
expressão. 
Com o passar do tempo, das aulas on-line e tele-transmitida, das 
leituras, dos diálogos em nossos fóruns temáticos e do Projeto 
Integrador, fica evidente que uma formação de ensino superior 
exige de nós uma forma de organização de estudo, 
principalmente das leituras realizadas, para compreendermos as 
principais temáticas que perpassam a nossa área de formação 
profissional e político-social, pois, geralmente, é na universidade 
que descobrimos as duas grandes dimensões da prática 
educativa: a pedagógica e a político-social. 
Para além dessas descobertas, passamos a conhecer um novo 
universo para a prática do(a) pedagogo(a) em nossa sociedade, 
ou seja, descobrimos que o sistema educacional brasileiro 
organiza a educação da seguite forma: 
Educação Básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino 
médio), Educação Superior (Graduação e Pós-Graduação), 
Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos, Educação 
Indígena, Educação Corporativa, Educação Presencial e a 
Distância, Educação de Jovens e Adultos, Educação de Formação 
Profissional etc. Além disso, talorganização estabelece a Lei de 
 
50 
Diretrizes e Bases da Educação que vai oferecer as bases da 
Educação Nacional. 
Além deste universo, descobrimos outros para a prática 
pedagógica em nossa sociedade, espaços educativos tais como: 
organizações não governamentais, empresas, associação de 
moradores, comunidades carentes e religiosas. 
Todo este universo nos dá a certeza de que a prática educativa 
não pode e não deve ser espontânea, mas deve ser planejada a 
partir de referenciais teórico-metodológicos, como também, da 
clareza das finalidades (objetivos) a serem atingidas. 
Por fim, fica evidente para todos nós (professores e alunos) uma 
questão essencial: 
Como organizar de forma sistemática os meus estudos e 
leituras? 
Preocupados como esta questão, estudaremos nesta aula as 
técnicas de registro de nossos estudos. 
 
MÉTODO DE ESTUDO 
Ao iniciarmos o período, nos deparamos com uma infinidade de 
livros e textos das disciplinas que estamos cursando para 
fazermos uma leitura rigorosa. Se não tivemos uma base 
educacional que nos permite a leitura atenta de um texto, ou 
seja, de compreendermos o tema ou problema abordado, bem 
como o desenvolvimento das principais ideias de análise e das 
considerações finais do autor, nos sentimos perdidos e com a 
sensação de que não conseguiremos caminhar durante o curso. 
Além disso, é claro, a sensação de não entendermos 
 
51 
determinados termos e/ou palavras que nos aparecem pela 
primeira vez. 
Aos poucos, vamos percebendo que se não organizarmos os 
nossos hábitos quanto à organização de nosso tempo para os 
estudos, temos o sentimento de estarmos perdidos e confusos e, 
consequentemente, não sabemos por onde começar. 
Tal apreensão é nítida nos relatos dos alunos através da Central 
de Mensagens e de alguns fóruns temáticos que são realizados 
nas disciplinas. Assim, os professores do curso estão 
disponibilizando para os alunos algumas orientações de métodos 
de estudo para se organizarem ao longo de sua formação. 
É fundamental esclarecer que a utilização da terminologia 
Método de Estudo decorre de duas questões fundamentais: 
➢ Primeiro, por se tratar de uma formação de Ensino Superior 
de base científico-tecnológica e; 
➢ Segundo, que tal formação é sistemática e, portanto, deve 
ser organizada tanto na dimensão do ensino quanto da 
aprendizagem. 
Mediante esta realidade, iremos destacar alguns instrumentos 
de estudo que possibilitarão tanto a organização de seus estudos 
como o domínio dos referenciais teórico-metodológicos dos 
autores estudados. Portanto, destacaremos: o fichamento, o 
resumo, a resenha crítica e o glossário. 
Fichamento: Uma das técnicas de registro de estudos na 
formação acadêmica, em especial na Universidade, é a técnica 
do fichamento. Esta é uma forma de investigação do conteúdo e 
da forma de um texto ou livro pelo ato de fichar (registrar) o 
 
52 
material necessário em seus estudos, seja em uma disciplina do 
curso ou na pesquisa de uma determinada temática ou autor. 
Até o momento da popularização do computador, os registros de 
fichamento eram feitos de forma manuscrita ou datilografada 
em fichas. Como estamos num curso da modalidade de Educação 
a Distância, podemos organizar pastas temáticas para 
guardarmos os nossos registros. 
Sendo assim, sugerimos um passo a passo importante para você 
organizar, em seu computador, os registros de suas leituras. 
Vejamos os mesmos: 
➢ Em Meus Documentos, abra uma pasta com o nome do 
curso: PEDAGOGIA. 
➢ Em seguida, clique na pasta PEDAGOGIA e abra novas 
pastas com os nomes das disciplinas que você estiver 
cursando. 
➢ Logo após, clique na pasta da disciplina e abra novas pastas 
tais como: Fichamento, Resumo, Resenha Crítica, Textos da 
Disciplina, Textos da Internet, Trabalhos, Glossário, Autores 
e etc. 
Em outras palavras, crie quantas pastas forem necessárias para a 
organização de seus estudos. 
Tais passos indicam uma forma de arquivar o material da 
disciplina, como também, o registro de suas leituras e pesquisas. 
Sendo assim, retornemos ao fichamento. 
Em nosso caso, usuários de computadores, faremos os nossos 
fichamentos em um Arquivo do Word obedecendo às seguintes 
formas de organização: 
 
53 
• Cabeçalho: coloque o título genérico ou específico do texto 
ou da obra (livro). Em seguida, registre as Referências 
Bibliográficas, tais como: o sobrenome do autor em caixa 
alta e, depois da vírgula, o nome do autor, título da obra, 
subtítulo se houver, edição, local de publicação, editora, 
ano de publicação, coleção (se fizer parte). 
 
• Na barra de ferramentas, clique em Inserir e, em seguida, 
em Número de páginas. Abrirá uma telinha. Escolha a 
opção Posição e, logo após, escolha a opção Início da 
página (cabeçalho) e clique em OK. Tal procedimento é 
fundamental, pois, ao final do registro de sua leitura, o seu 
fichamento poderá conter mais de uma página. 
Organizado os dados básicos, você estará pronto(a) para 
registrar as suas leituras de textos, artigos e obras. Passemos ao 
próximo passo, o passo do registro de nossos estudos. 
No corpo da folha, procure redigir um texto com uma linguagem 
clara, objetiva, direta, sem comentários pessoais tais como: eu 
penso que, eu acho que, eu concordo com, eu discordo de etc. 
Entenda que um fichamento é uma técnica de registro que deve 
privilegiar dois aspectos: as principais ideias que perpassam a 
análise desenvolvida por um autor e seus comentários e 
reflexões que afloraram na leitura de entendimento de um texto 
ou livro. Em outras palavras, registre o assunto abordado pelo 
autor, ou seja, qual o tema, como é desenvolvido (identifique as 
principais ideias de análise) e qual ou quais as considerações 
finais do autor. 
Sendo assim, é importante salientarmos que seu texto poderá 
ser estruturado de duas formas diferentes, tais como: 
 
54 
I- registro das principais partes, ou seja, o essencial e 
fundamental, com as palavras do próprio texto ou da 
obra estudada. Caso opte por este recurso, não se 
esqueça de fazer os registros dos trechos retirados da 
fonte entre aspas e, ao final, coloque entre parênteses o 
número da(s) página(s) da citação que compõe a síntese 
da obra. 
II- registro das principais partes, ou seja, o essencial e 
fundamental, com as suas próprias palavras intercaladas 
de passagens (entre aspas e com a numeração da 
página) do próprio texto ou da obra. Portanto, você 
poderá enriquecer o seu fichamento utilizando-se de 
dois outros elementos de registros. São eles: 
Comentários e Ideação. 
Comentários – expressando a compreensão crítica do texto, 
baseando-se ou não em outros autores e outras obras. 
Ideação (Reflexões) – colocando em destaque as novas ideias 
que surgiram durante a leitura reflexiva. 
 
RESUMO 
Segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, Resumo é o 
ato ou efeito de resumir (-se), ou seja, é uma exposição 
abreviada de uma sucessão de ideias, princípios, normas, regras, 
acontecimentos, características gerais de uma determinada coisa 
e assim por diante. Tal recurso tem por finalidade favorecer uma 
visão global de forma sintética. 
Caso você tenha organizado as pastas das disciplinas, como 
também de seus arquivos, como indicamos anteriormente, cabe 
 
55 
a você anotar as referências bibliográficas e iniciar o registro de 
seu resumo. 
Da mesma forma como acontece no fichamento, você poderá 
realizar um Resumo Crítico, ou seja, de um registro de análise 
(reflexão) e ideação. Contudo, fazemos o mesmo quando temos 
um certo domínio da temática abordada pelo autor. 
RESENHA CRÍTICA 
 O primeiro aspecto a ser destacado sobre a Resenha Crítica é 
que a mesma é um recurso muito utilizado nos meios 
acadêmicos. Contudo, deve ser um recurso a ser utilizado 
quando já se tem um bom domínio de conhecimento sobre a 
temática em questão. 
A Resenha Crítica é um recurso utilizado com a finalidadede se 
relatar qualquer acontecimento da realidade (um filme, uma 
peça teatral, um evento esportivo, um congresso acerca de uma 
determinada temática, um acontecimento histórico, etc.), como 
também, o registro da forma e do conteúdo de obras como livros 
e textos diversos. 
 
 
GLOSSÁRIO 
 Conforme você for realizando as leituras e pesquisas das 
disciplinas que você estiver cursando, procure ter uma pasta 
denominada Glossário para que você possa fazer o registro das 
palavras que não são de seu domínio, principalmente, dos 
principais conceitos ou categorias de análise de uma área de 
conhecimento. Tais conceitos ou categorias podem estar 
 
56 
presentes nos conteúdos das aulas on-line e teletransmitidas, 
como também, nos textos e livros-estudos ao longo do curso. 
O Glossário é um recurso de registro, estudo e entendimento 
dos diferentes significados de uma palavra, conceito ou categoria 
de uma determinada área de conhecimento ou saber. Sendo 
assim, deve-se organizar o mesmo em ordem alfabética com os 
significados e a fonte na qual o mesmo foi retirado. 
Tal recurso é fundamental para que você amplie o seu 
vocabulário. Portanto, sua forma de compreensão e análise será 
também uma excelente fonte de consulta quando você tiver que 
elaborar seus trabalhos acadêmicos, tais como: texto científico, 
relatório de estágio, projeto de pesquisa, monografia e outros. 
Nesta aula, você : 
- Compreendeu a necessidade de organizar de forma metódica, 
rigorosa e sistemática o seu processo de formação. 
- Aprendeu sobre os recursos de registro de leitura, estudos e 
pesquisas, tais como: fichamento, resumo, resenha e glossário. 
- Refletiu que uma formação acadêmica de nível superior requer 
uma organização de nosso tempo e dos meios para se estudar e 
se apropriar criticamente dos referenciais teóricos das diciplinas 
que compõem o nosso curso de formação. 
 
 
 
 
 
 
57 
AULA 6 – UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A 
PESQUISA NO BRASIL E AS ABORDAGENS 
QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS 
Nesta aula, teremos a preocupação de fazermos um breve histórico sobre 
o desenvolvimento da pesquisa no Brasil, mais especificamente, a 
pesquisa no campo educacional. Além disso, explicitaremos os estudos 
quantitativos decorrentes do modelo das ciências naturais. Tal modelo se 
pauta na busca de uma relação de causalidade entre as variáveis 
investigadas, bem como na crença da objetividade e neutralidade do 
conhecimento construído e da imutabilidade da verdade científica. 
Por fim, explicitaremos o advento dos métodos qualitativos orientados 
por uma abordagem crítico-dialética, como também, das novas 
possibilidades de compreensão dos fenômenos educativos trazidos pela 
pesquisa participante, pela pesquisa etnográfica e pelos estudos de caso. 
Sendo assim, convidamos você a ler o texto: Educação, Ciência e 
Tecnologia no Brasil – um breve histórico das políticas de Estado na 
segunda metade do século XX, que se encontra disponível na Biblioteca 
Virtual de nossa disciplina. 
Segundo o Dicionário Michaellis, pesquisa significa: 
sf (cast pesquisa) 1 Ação ou efeito de pesquisar; busca, indagação, 
inquirição, investigação. 2 Exames de laboratório. P. de audiência: aquela 
que é levada a efeito entre o público exposto às transmissões de uma 
emissora de rádio ou televisão ou a um determinado programa, para 
saber a frequência e a intensidade com que a emissora ou o programa é 
ouvido; enquete. P. de mercado: coleta e análise interpretativa de fatos 
relativos a um produto ou serviço capazes de influir na sua 
comercialização e na planificação de sua propaganda. Disponível em: 
http://michaelis.uol.com.br/moderno 
/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=pesquisa, 
Acesso em: 24 jan. 2011. 
 
58 
Da definição acima, podemos compreender que a pesquisa é uma prática 
humana. Enquanto prática decorreu e decorre da necessidade do homem 
compreender a existência das coisas e de si mesmo, com a finalidade de 
dominá-las e produzir a sua própria existência. 
O modelo das ciências naturais será aplicado ao campo das ciências 
humanas e sociais, a partir do século XIX, através da corrente do 
positivismo desenvolvida pelo filósofo francês Augusto Comte. 
Esta vertente desenvolveu a perspectiva quantitativa que esteve presente 
no nascimento e desenvolvimento da pesquisa em nosso país. Desta 
forma, estaremos enfatizando tanto as contribuições quanto os limites 
deste modelo de pesquisa. 
Portanto, tal prática possibilita dois elementos centrais para o homem. 
São elas: 
➢ a da necessidade de produzir a sua existência; 
➢ desta a necessidade de conhecer; 
➢ por fim, a produção de saberes que expressam os resultados de sua 
investigação. 
Partindo da compreensão de que a pesquisa é uma prática histórico-
social e, portanto, humana, é fundamental entendermos como a 
mesma se desenvolveu na cultura ocidental. 
Sendo assim, faça uma leitura atenta do texto “Visão Histórica da 
Pesquisa Científica”, de Dante Marcello Claramonte Gallian, que se 
encontra na Biblioteca Virtual. 
Neste texto, você terá a oportunidade de compreender que: 
• Nos mitos cosmogônicos mais importantes das grandes civilizações, 
a ciência ou conhecimento aparece como elemento definidor por 
excelência do homem. 
• Nos relatos mais antigos, como na Bíblia e nos livros 
mesopotâmicos, nos poemas épicos e gestas das mais diversas 
civilizações, identifica-se a distinção entre o conhecimento revelado 
e o adquirido, a ciência humana. 
 
59 
• Nascidos num contexto histórico muito peculiar, no 
entrecruzamento de diversas etnias, culturas e sociedades, os 
pensadores gregos foram talvez os primeiros homens a 
empreenderem uma confrontação sistemática de saberes e 
tradições cosmogônicas que acabou por gerar um método de 
análise e, ao mesmo tempo - com consequências mais 
revolucionárias - uma perspectiva fundamentalmente nova de olhar 
o universo: a crítica. 
• Os grandes tratados científicos da Alta Idade Média são, em sua 
maioria, sumárias compilações do conhecimento antigo, sem 
nenhuma pretensão crítica. 
• Mais tarde, entretanto, principalmente depois de Descartes, a 
ciência moderna começou a firmar sua autonomia, reivindicando a 
tarefa de redefinir o cosmos a partir de uma metodologia própria, 
inteiramente assentada na lógica racional. Entramos assim na 
aurora do Iluminismo, momento em que se começa a acreditar na 
possibilidade de alcançar a verdadeira verdade através das luzes da 
razão científica, banindo para sempre as trevas do misticismo 
religioso e mítico. 
• A matemática não euclidiana ou a física não newtoniana, que vão 
eclodir no fechamento do século XIX e início do século XX, 
determinam uma mudança de mentalidade, tanto em nível 
filosófico - abalando a crença religiosa na ciência - quanto em nível 
metodológico - relativizando o império do quantitativo, do empírico 
e do mensurável. 
• O século XX se encarregaria, portanto, do difícil trabalho de 
desconstrução e reconstrução da herança do XIX, trilhando novos 
caminhos, encontrando novas encruzilhadas. Às vezes, de maneira 
cética ou niilista, às vezes de maneira esperançosa e entusiasta. De 
qualquer forma, os novos problemas colocados pela ciência na 
passagem do século se apresentaram como um vasto programa 
que, gradativamente, vai sendo assumido por todas as ciências, 
tanto as novas como as mais antigas. 
• O problema fundamental que se apresenta na pesquisa científica, 
ao despontar o século XXI, é, sem dúvida, a necessidade de se 
 
60 
redefinir o conceito de razão que herdamos do iluminismo e do 
positivismo dos séculos XVIII e XIX. Passadas e esgotadas as 
tentativas resistematizadoras do século passado - os neo 
empirismo, positivismo, racionalismo, etc – cabe agora o desafio de 
resgatar outras tradições, para além da herança cientificista. A 
consideração de outras percepções da inteligência humana, além do

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