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Psicologia Apostila de Teorias e Técnicas Psicoterápicas (Gláucia)

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Apostila de
Teorias e Técnicas Psicoterápicas
Profa. Gláucia Braga
glauciabraga@ibest.com.br
2016.2
TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS
Origens Históricas
Originalmente chamada de cura pela fala, a psicoterapia tem suas origens na medicina antiga, na religião, na cura pela fé e no hipnotismo. No final do século XIX, foi utilizada no tratamento das doenças nervosas e mentais. Tornou-se uma atividade médica restrita aos psiquiatras. No século XX, diferentes profissionais passaram a exercê-la: médicos clínicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, entre outros, ultrapassando as fronteiras do "modelo médico", com novos modelos e métodos apoiados em diferentes concepções sobre os sintomas e o funcionamento mental.
Escolas surgiram, especialmente no pós-guerra, e sociedades científicas organizaram-se promovendo seus eventos:
Na década de 1950: a preocupação em comprovar e avaliar a efetividade dos métodos propostos, seus alcances e limites, - proposição do psicólogo inglês Eysenck - os efeitos das psicoterapias eram devidos a simples passagem do tempo, e não decorrentes das técnicas utilizadas, o que acabou representando um desafio para os praticantes dos diversos modelos. Na mesma época, Carl Rogers afirmava, que os efeitos da terapia não eram devido as técnicas especificas de cada modelo, e sim decorrentes de fatores intrinsecos a relação humana que se estabelecia em qualquer terapia.
A partir da década de 1960, pesquisas de grande porte foram feitas, com a finalidade de comprovar a efetividade das diferentes modalidades de terapia. Atualmente, há um relativo consenso de que as terapias são efetivas. Seus efeitos devem-se a um conjunto de fatores que envolvem as técnicas especificas utilizadas, próprias de cada modelo, e, ainda, um complexo conjunto de elementos que incluem técnicas e fatores não específicos, comuns à todas as psicoterapias. 
Contexto interpessoal da terapia: a pessoa do terapêuta e, empatia, calor humano e interesse genuino; a qualidade da relação terapêutica (a aliança terapêutica e o vínculo).
Psicoterapia
Psicoterapia é um método de tratamento mediante o qual um profissional treinado/qualificado, valendo-se de meios psicológicos, especialmente a comunicação verbal e a relação terapêutica, realiza, deliberadamente, uma variedade de intervenções, com o intuito de influenciar um cliente ou paciente, auxiliando-o a modificar problemas de natureza emocional, cognitiva e comportamental, já que ele a procurou com essa finalidade (Strupp, 1978).
Características: As psicoterapias distinguem-se quanto aos seus objetivos e fundamentos teóricos, bem como quanto à frequência das sessões, o tempo de duração, o treinamento exigido dos terapeutas e condições pessoais que cada método exige de seus eventuais candidatos.
	O termo abrange desde as psicoterapias breves de apoio ou intervenções em crise.
Destinadas a auxiliar o paciente a superar dificuldades momentâneas, até formas mais complexas, como a psicanálise ou a terapia de orientação analítica, que se propõe a modificar aspectos mais ou menos amplos da personalidade. Embora todas utilizem a comunicação verbal no contexto de uma relação interpessoal.
Abordagens Psicanalíticas
Várias modalidades de psicoterapia fundamentam-se na Teoria Psicanalítica: a Psicanálise, a Psicoterapia de Orientação Analítica, a Psicoterapia de Apoio, a Psicoterapia Breve Dinâmica, além da Terapia de Grupo e de algumas formas de Terapia Familiar.
Psicoterapia Psicodinâmica
Psicoterapia expressiva-suportiva (de apoio) 
Exploratória e expressiva quando seu objetivo preferencial é a analise das defesas, da transferência e a obtenção de insight sobre conflitos inconscientes.
Suportiva quando se propõe a fortalecer as defesas e a suprimir os conflitos inconscientes. Em um extremo expressivo - a psicánalise.
No extremo suportivo - a terapia de apoio.
Ambas têm por base a mesma teoria do desenvolvimento da personalidade e da formação dos sintomas.
Psicanálise e Psicoterapia de Orientação Analítica
O termo "psicanalise", significa dividir a mente em seus elementos constitutivos e nos seus processos dinâmicos. Um conjunto de teorias psicologicas sobre o funcionamento mental, sobre a formação da personalidade e de aspectos do caráter, tanto aqueles considerados normais como os psicopatológicos (sexualidade infantil, inconsciente dinâmico, confito psiquíco, mecanismos de defesa e formação dos sintomas). Um método ou procedimento de investigação dos conteúdos mentais, especialmente os inconscientes (livre associação, análise dos sonhos, análise da transferência).
O método psicoterápico propõe a efetuar modificações no caráter (ou em aspectos focais do caráter) por meio da obtenção de insight mediante a análise sistemática das defesas, na chamada neurose de transferência.
A psicanálise teve seu início nas experiências de Breuer e Freud ao tratar pacientes com sintomas conversivos por meio de hipnose.
Após o abandono da hipnose, Freud desenvolveu outras formas de acessar os conteúdos mentais inconscientes: a livre associação, regra fundamental da psicanálise, a interpretação dos sonhos e a análise da transferência.
No campo teórico, as ideias iniciais de Freud tiveram inúmeros desdobramentos, destacando-se a Psicologia do Ego, liderada por Anna Freud; a Teoria das Relações de Objeto, Melanie Klein; a Psicologia do Self, Heins Kohut; a Teoria do Apego, de Bowlby e Bion; O Processo de Separação e Individuação, de Margareth Mahler, entre outras. (Gabbard, 2005).
Psicologia do Ego
O mundo intrapsíquico é caracterizado por conflitos entre três instâncias: o ego, o id e o superego, O conflito se manifesta pela ansiedade que, por sua vez, mobiliza os mecanismos de defesa do ego. 
Os sintomas representam soluções de compromisso entre a expressão plena dos impulsos. (ou sentimentos) e sua repressão ou manejo pelos mecanismos de defesa e moldam o caráter da pessoa. 
A análise das defesas que surgem como resistência ao tratamento e o foco da psicoterapia, a luz da Psicologia do ego (Gabbard, 2005).
Teoria das Relações de Objeto
Psicologia do Self
A teoria das relações de objeto parte do princípio de que as relações são internalizadas muito precocemente, a partir dos primeiros meses de vida, e envolvem as representações do self, do objeto e dos afetos que ligam essas representações.
Dissociação e projeção são os mecanismos de defesa mais utilizados nessa fase primitiva do desenvolvimento (Gabbard, 2005).
Para Kohut (psicologia do self), os pacientes narcisistas, em vez de conflitos, teriam deficits de uma relação empática com a mãe, o que os deixariam muito vulneráveis em questões de autoestima.
Em sua formação, o self começaria sob a forma de núcleos fragmentados que adquiririam coesão como consequencia de respostas empáticas dos pais (Gabbard, 2005).
A Técnica da Psicánalise
O analista adota uma atitude neutra, sentando-se nas costas do paciente, não havendo, portanto, um contato visual direto.
O paciente é orientado à expressar-se livremente e sem censura seus pensamentos, sentimentos, fantasias, sonhos, imagens, assim como as associações que lhe ocorrem, sem prejulgar sua relevância ou significado.
O terapêuta senta atrás do divã, mantendo uma atitude de curiosidade e de ouvinte atento, de tempos em tempos, interrompe as associações do paciente, fezendo-o observar determinadas conexões entre fatos de sua vida mental (interpretação), particularmente emoções ou fantasias relacionadas com a pessoa do terapêuta (transferência), que passam despercebidas, e refletir sobre o seu significado subjacente (inconsciente).
Se estabelece uma regressão e uma relação transferencial por parte do paciente, que passa a deslocar para a pessoa do terapêuta pensamentos e sentimentos voltados, originariamente, para pessoas importantes do seu passado, repetindo padrões primitivos.
A Técnica da Psicoterapia de Orientação Analítica
Na terapia de orientação analítica, as associações não são tão livres como na psicanálise, pois habitualmentesão dirigidas pelo terapeuta para questões-chave da terapia, a qual, à princípio, busca intervir em áreas circunscritas ou problemas delimitados, dentro da area selecionada (foco), o paciente é estimulado a explorer seus sentimentos, suas ideias e suas atitudes por meio de suas relações com figuras importantes de sua vida atual, do seu passado, e com o próprio terapeuta, com vistas ao insight.
São interpretadas as defesas, mas as interpretações transferenciais são menos frequentes.
É feito um uso maior de esclarecimento, sugestão e, até mesmo, de técnicas comportamentais (sugestão e reforços), do que na psicanálise.
Psicoterapia Psicodinâmica
As terapias psicodinâmicas buscam a mudança essencialmente por meio do insight e da relação terapêutica. O insight é obtido em consequência das interpretações, tornando conscientes impulsos, sentimentos, medos, fantasias e desejos, especialmente quando se manifestam na relação transferencial.
Além do insight, algumas mudanças podem ser consideradas consequência da própria relação terapêutica. Em um tratamento prolongado como a psicanálise, com vários encontros semanais, é inevitável que o paciente internalize, na relação com o terapêuta, aspectos reais de sua pessoa, especialmente os aspectos idealizados e com os quais se identifica, e, como consequência, sejam modificadas representações (de objeto e do self; das figuras parentais internalizadas na infância.
Um outro efeito do tratamento é o aumento da capacidade de refletir sobre si mesmo, de identificar sentimentos ligados a pessoas do passado e deslocados para pessoas da vida presente.
Observação: Em todos os métodos e abordagens psicoterapêuticas, o ponto comum e fundamental é o COMPORTAMENTO ÉTICO.
“A urgência do terapêuta está na emergência do paciente”. / O sigilo e o respeito ao contrato terapêutico.
As Condições Para o Início da Análise
As entrevistas preliminares.
O diagnóstico e a possibilidade do tratamento.
A demanda de análise.
O lugar do sintoma.
Tempo e dinheiro na análise.
O pagamento e a questão da falta.
A duração do tratamento.
Dinheiro e sexualidade.
O Fenômeno da Transferência
Transferência e resistência
O manejo da transferência
Transferência - Os conteúdos transferenciais como material da analise.
Resistência - Freud identificou cinco formas de resistência: três ligadas ao eu e manifestadas sob a forma de recalque; sob a forma da resistência de transferência e sob a forma de um “lucro”, de um gozo do sintoma, cuja cura poderia representar um perigo para o eu. 
Ele afirma: “Na vida civil a doença pode ser utilizada como uma tela para encobrir a incompetência na profissão de alguém ou na concorrência com outras pessoas, enquanto na família pode servir de meio para sacrificar os outros membros e extorquir provas de amor destes, ou para impor a vontade sobre eles” (Freud, vol XX 1969,p.253.). Afirma também que o eu desconhece esses mecanismos que ele mesmo cria, ou seja, a operação da resistência é inconsciente. Das outras duas formas de resistência, uma está ligada ao isso e leva à repetição e à compulsão e a outra está ligada ao superego e se expressa através da culpa e da necessidade de punição. Portanto, para Freud, a resistência não se reduz às defesas do ego (Roudinesco; Plon,1997). 
Terapia Cognitiva Comportamental 
A Terapia Comportamental (TC)
A terapia comportamental (TC) baseia-se nas teorias e nos princípios da aprendizagem para explicar o surgimento, a manutenção e a eliminação dos sintomas. Dentre esses princípios, destacam-se:
O Condicionamento Clássico (Pavlov),
O Condicionamento Operante (Skinner),
A Aprendizagem Social (Bandura) e a Habituação.
A terapia comportamental utiliza uma variedade de técnicas:
Exposição: também chamada de prática programada, pode ser in vivo ou na imaginação, Pode ser gradual ou instantânea, assistida pelo terapeuta ou em grupo. Tem sido utilizada a exposição virtual quando a exposição in vivo é difícil ou impossível.
Prevenção de respostas: abster-se de realizar rituais (verificações, lavar as mãos).
Modelagem: demonstração de um comportamento desejável pelo terapeuta.
Reforço positivo: tornar um evento agradável contingente a um comportamento desejável (dar atenção, elogiar, premiar, etc.)
Reforço negativo: remoção de algo desagradável como forma de estimular o comportamento desejável (p. ex. imobilização em pacientes agitados).
Contraindicações da Terapia Comportamental
Níveis de ansiedade muito elevados ou incapacidade de tolerar aumento dos níveis de ansiedade (transtornos da personalidade bordeline, histriônica/bipolaridade).
Problemas cardiológicos graves, incapacidade de estabelecer um vínculo com o terapeuta personalidade esquizoide ou esquizotípica.
Incapacidade de estabelecer um relacionamento honesto com o terapeuta (personalidade antissocial).
Ausência de motivação.
Terapia Cognitiva
A terapia cognitiva foi proposta inicialmente por Aaron T. Beck, no início da década de I960, para tratamento da depressão. 
Beck teve sua atenção despertada pela visão negativa que os pacientes deprimidos tinham de si mesmos, do mundo a sua volta e do seu futuro (tríade de Beck).
Bases Teóricas da Terapia Cognitivo Comportamental
A Terapia Cognitiva de A. Beck parte do pressuposto de que as reações comportamentais, fisiológicas e emocionais do indivíduo estão relacionadas com as interpretações que este faz de uma determinada situação. Essas interpretações estão presentes em três níveis de pensamento: pensamento automático, crenças intermediárias e crenças centrais. (Beck, 1995/1997).
Pensamentos Automáticos - são rápidos e avaliativos, não são racionalizados e, por isso, difíceis de serem percebidos. Podem surgir como uma sentença ou uma imagem. 
Crenças Intermediárias - são regras, atitudes e suposições que influenciam os pensamentos e surgem para compensar o sofrimento causado pela crença central.
Crenças Centrais - são ideias absolutas e globais que a pessoa tem sobre si mesma, o mundo e os outros. Desenvolvem-se nos primeiros estágios da vida, quando tentamos entender e extrair sentido das relações com o mundo e com os outros. Por serem profundas, não nos damos conta delas ou as temos como verdades absolutas e vão refletir no modo como cada um de nós irá funcionar, interagir e se adaptar. (Beck, 1995/1997).
O modelo cognitivo apresenta três importantes componentes para a compreensão dos transtornos psicológicos:
Tríade Cognitiva – é composta pelas visões que o indivíduo tem de si mesmo, do mundo e do seu futuro , na maioria dos transtornos essa visão tende a ser negativa nos três âmbitos.
Esquemas – caracterizam-se por conjuntos de crenças estruturadas ao longo do tempo capazes de influenciar as interpretações em situações específicas no futuro. Podem ficar inativos por muito tempo ou serem ativados por um fator precipitante, como, por exemplo, eventos estressores.
Evidências de Eficácia e Indicações de Tratamento
Depressão unipolar de intensidade leve ou moderada, não psicótica
Transtornos de ansiedade (associados a terapia comportamental e a drogas)
Transtornos alimentares
Transtornos somatoformes (hipocondria)
transtorno dismórfico corporal) 
Indicações da Terapia Cognitiva Como Tratamento Coadjuvante
Abuso de substancias e de álcool
Transtornos de personalidade
Transtornos psicóticos (esquizofrenia, transtorno delirante)
Transtorno bipolar
Abordagem Existencial Fenomenológica 
Existencialismo
Origens conceituais:
A analítica existencial do filosofo alemão Martin Heidegger (1889-1976). Heidegger estudou e trabalhou cerca de 10 anos com Edmund Husserl (1859-1938), o fundador da Fenomenologia. 
A analítica, publicada na obra Ser e Tempo, em 1927, veio a ser a base para o desenvolvimento da chamada psicologia fenomenológico-existencial. Ser e Tempo une o pensamento e os procedimentos fenomenológicos com o questionamento do modo de ser humano. 
É nessa obra que aparecem termos como existência e existencial, que viriam a se tornar tradicionais na filosofia ena psicologia, principalmente em virtude do movimento existencialista, popularizado por Jean Paul Sartre (1905-1980).
Fenomenologia
Fenomenologia é definida por King (2001) como "o estudo das formas como algo aparece ou se manifesta, em contraste com estudos que procuram explicar as coisas a partir de relatos causais ou processos evolutivos“.
A forma como algo se manifesta é o que se chama de fenômeno.
Principais Conceitos Existencialistas
A abordagem fenomenológico-existencial vai mostrar que:
qualquer procedimento cientifico esta vinculado ao modo de ser do homem;
a psicologia não necessita adotar o modelo naturalista para suas investigações;
as ciências naturais não realizam a desejada assepsia metodológica.
Assim como a consciência apresenta-se na forma de um tipo especifico de ser entre outros - podendo ser objeto para si mesma -, ela também possibilita a percepção de todos os demais seres possíveis.
Heidegger (1927/1993) quem vai levar a consciência intencional husserliana além das fronteiras mentalistas: antes da consciência intencional há um modo de ser que a possibilita. Este e o modo de ser do homem, retomado por Heidegger em oposição a tradição metafisica do "animal racional".
O filosofo chama Dasein ao modo humano de ser. O Dasein e o ente que, descobre, revela o Ser (o que e como algo é) em geral, porque tem uma compreensão do Ser, ainda que não explicitada e/ou elaborada. E sendo descobridor que o Dasein conhece. 
Pode-se dizer que o Dasein esta sempre conhecendo, ele e conhecendo. Assim sendo, a pureza epistêmico-metodológica naturalista é impossível.
O Dasein, como o modo humano de ser, tem uma compreensão do ser, ele compreende o ser dos demais entes (os que não são Dasein), assim como compreende seu próprio ser, tem uma relação com seu próprio ser. Em função de compreender o ser, o ser humano é ontológico. O ser-ontológico do homem é ser o lugar (o at) da descoberta e do encontro com todos os demais entes.
Essa compreensão, em geral vaga, mediana, informal ocorre em meio aos demais entes com os quais o ser humano se relaciona, em meio aos quais ele sempre está e com os quais se identifica, na maioria das vezes. 
A partir da compreensão do ser - informal, não intelectualizada - que o homem desenvolve o conhecimento que, por sua vez, também não é necessariamente intelectualizado, formalmente reconhecido.
O conhecimento poderá, sim, ser formalmente elaborado de modo sistemático, metodológico, critico e geral constituindo, então, conhecimento científico (Giorgi, 1995).
“Relação eu – isso” 
O modo de ser humano depende dos demais entes para aparecer, entretanto, essa aparição não se reduz a uma idealização. Os objetos (entes) do conhecimento são distintos do ser humano, são distintos do ato conhecedor, porém dependem dele para ser; aquilo que transcende o conhecimento, em função do modo de ser - descobridor, revelador, compreensivo - do homem. 
O sujeito atinge o objeto na forma de representações (mentais) racionais. Para Heidegger, o ser humano já está junto aos objetos que, por sua vez, não são coisas extensas, mas sim constituem o Mundo, na forma das diferentes relações que o ser humano estabelece com as coisas.
Exemplo: uma barra de giz recebe sentido como um instrumento que permite ao ser humano que se comunique com seres humanos, sendo como é. O ser humano produz barras de giz.
“Sujeito-objeto é uma distinção que somente pode ser feita quando se rompe a unidade Ser-no-mundo que caracteriza, ontologicamente, o ser humano.” Heidegger
O ser humano sempre já se orienta numa determinada compreensão do seu contexto, numa familiaridade para consigo e para com o que lhe é próximo. 
É a partir da concepção (existencial) do conhecimento que chamam a atenção expressões correntes em psicologia como bem-estar subjetivo (Albuquerque & Troccoli, 2004), ou instrumento objetivo e, ainda, avaliação objetiva (Noronha, 2002).
Abordagens Fenomenológica e Existencial em Psicopatologia 
Do encontro entre Fenomenologia, Existencialismo e Psicopatologia resultou um amplo movimento de ideias e de reflexão, intervenção e investigação.
Em linhas gerais é possível partir da psicopatologia fenomenológica - que, retirando as suas categorias da psicopatologia descritiva, se centra nas vivências e nos dados imediatos da consciência - até às abordagens existenciais que, para além de investigarem a qualidade existencial dos diversos estados psicopatológicos, tentam elucidar as preocupações básicas do Homem na sua confrontação dialética com a realidade (Carvalho Teixeira, 1989, 1991). 
Os Estudos de Psicologia e Psicopatologia Fenomenológicas e Existenciais variam desde a Análise Existencial a Dasein analyse de Binswanger e Boss, passando, por exemplo, pela Logoterapia de V. Frankl (terapia do discurso, pode também ser definida como um conjunto de esquemas lógicos usados para desmontar os subterfúgios com que a mente doentia procura eludir a questão decisiva: a busca do sentido), e pela Terapia Centrada no Cliente de C. Rogers.
“Relação Eu –Tu” 
A concepção do Homem que emana no cuidado posto na consideração das suas capacidades e potencialidades.
Entre elas: o amor, a criatividade, a realização de si, o ser e o vir-à-ser, a espontaneidade e a responsabilidade (no sentido existencial). 
O ser do Homem se define num contexto humano, que o cuidado posto por ele na sua existência é uma experiência imediata que resulta da descoberta de si mesmo ao lidar com o mundo que está já-aí.
Isto quer dizer que a experiência interpessoal - em rigor, a experiência intersubjetiva - não pode nunca ser ignorada.
Por outro lado, o Homem é consciente, capaz de fazer escolhas e intencional. 
O Homem é consciente de si mesmo, de forma contínua e em diversos níveis. Não é passivo face A existência.
O Processo Terapêutico
O Homem é essencialmente livre, no sentido de ser capaz de fazer escolhas e de tomar decisões, das quais resulta o significado da sua existência.
O Sujeito pessoal e intersubjetivo, é ele quem opera o comprometimento e o realizador de todas as estruturas relacionais. Dirige-se para o futuro e arrisca-se (Guimarães Lopes, 1982), acredita em valores e procura o sentido da sua presença no mundo. 
Implica-se de forma significativa no seu projeto existencial, de tal maneira que ser-Homem envolve a espacialidade e a temporalidade, a corporeidade, o ser-com-os-outros num mundo comum, ter uma relação ao mundo que é temporal, implicando memória e historicidade. 
Mas é, também, ser-para-a-morte que só se pode compreender sobre o fundo da finitude - a temporalidade e a morte -, pelo que se preocupa a angustia. Mas, ao mesmo tempo, a angústia existencial empurra-o a viver pondo cuidado na sua existência.
“O método é o fenomenológico, permite aceder diretamente aos fenômenos tal como aparecem a consciência, tornando inteligível tudo o que está marcado pela subjetividade.”
A fragilidade do ser (ou impossibilidade de possibilidades posteriores) que significa a inevitabilidade da sua própria morte, acaba por ser aquilo que pode permitir viver a vida de modo autêntico, porque a existência não pode ser adiada. 
Enfrentando-se com a inevitabilidade da sua própria morte, o Homem é capaz de superação pela liberdade, a liberdade que salva a distância entre ser e não ser e da qual emana, como consequência, a responsabilidade existencial e o compromisso com os outros, que consubstanciam uma liberdade situada.
Há algum bem-estar que não seja aquele reconhecido por quem o vivencia? 
Estar-doente é constituído por obstáculos importantes a realização da disposição do humor próprio a essência da pessoa, onde se destacam as psicoses afetivas e outros distúrbios afetivos, nomeadamente depressivos. 
Estar-doente é constituído por obstáculos importantes à realização do ser-aberto e da liberdade.
Assim, o modo de estar-doente esquizofrénico aparece como uma manifestação da privação extrema que consiste em não-poder ser de forma livre e autônoma.
Objetivo do Processo Terapêutico
O seu objetivoé o de permitir ao Homem perturbado compreender-se, isto é, re-situar-se em relação aos seus próprios comportamentos e pôr em evidência, em cada um deles, a intencionalidade com que os orienta e subentende, embora tenha sido sucessivamente aplicado à essência e a existência. 
Como método qualitativo de investigação, o método fenomenológico utiliza uma aproximação holística que envolve uma análise indutiva de caráter naturalista (Ionescu, 1992). 
As aproximação holísticas correspondem a tentativa de compreensão global dos fenômenos, sem qualquer limitação quanto ao número de aspectos a avaliar e por intermédio de estudo pormenorizado de casos individuais. 
“O método fenomenológico exige, em primeiro lugar, uma descrição cuidadosa e sistemática daquilo que é percebido na experiência vivida e, em segundo lugar, procura identificar e elucidar o seu significado essencial.”
A finalidade é o estudo dos significados e estruturas dos fenômenos na sua dimensão dialética, isto é, em função da sua natureza fundamental e dos seus constituintes essenciais. 
O estilo é o existencial, enquanto modo de conceituar o encontro com o paciente, que é, antes de mais, um encontro entre dois Homens a maneira humana, isto é, encontro enquanto tal. A presença comum e sentida que poderá permitir uma aliança entre dois destinos. Que promove uma escuta “acreditante” que só se realiza quando o outro se sente plenamente ouvido e quando promove mudança.
O significado essencial do encontro é o estar- com, que implica a presença (de estar-por-si), a reciprocidade (enquanto troca ou estar- para-o- outro), o cuidado (no acolhimento do outro) e, ainda, um laço emocional entre um Eu e um Tu que criam um Nós, numa reciprocidade ativa.
O Sucesso do Processo Terapêutico
Cada um é um Eu e o outro um Tu ao qual se dirige, o que faz de cada um, ao mesmo tempo, um Eu (que se dirige ao outro) e um Tu (ao qual outro se dirige).
Emerge um Nós que, não representando qualquer ameaça a identidade e a autonomia de cada um, alcança precedência. 
Assim, o fenômeno do encontro tem como características essenciais (Tellenbach, 1992):
A coerência, enquanto reciprocidade ou comportamento mútuo de correlação; carácter fortuito, por chegar ao instante e de forma imprevisível; 
A liberdade de deixar o outro ser como é; e, ainda, o face-a-face, porque o encontro acontece no olhar. 
O transcender, abre possibilidades de ser e de vir-à-ser. 
Finalmente, a ética de uma exigência de liberdade, de liberdade de ser o autor do seu próprio destino, pondo cuidado na sua existência.
Psicologia Humanista: Maslow e Rogers
Origens conceituais
A Psicologia Humanista surgiu na década de 50 e ganhou força nos anos 60 e 70, como uma reação às ideias de análise apenas do comportamento, defendida pelo Behaviorismo e do enfoque no inconsciente e seu determinismo, defendido pela Psicanálise.
A grande divergência com o Behaviorismo é que o Humanismo não aceita a ideia do ser humano como máquina ou animal, sujeitos aos processos de condicionamento. Já em relação à Psicanálise, a reação foi à ênfase dada no inconsciente, nas questões biológicas e eventos passados, nas neuroses, psicoses e na divisão do seu humano em compartimentos.
Psicologia Humanista - Influência Existencial e Fenomenológica
De forte influência existencial e fenomenológica, a Psicologia Humanista busca conhecer o ser humano, tentando humanizar seu aparelho psíquico, contrariando assim, a visão do homem como um ser condicionado pelo mundo externo. No existencialismo, o ser humano é visto como ponto de partida dos processos de reflexão e na fenomenologia, esse ser humano tem consciência do mundo que o cerca, dos fenômenos e da sua experiência consciente.
A maior contribuição dessa nova linha psicológica é a da experiência consciente, a crença na integralidade entre a natureza e a conduta do ser humano, no livre arbítrio, espontaneidade e poder criativo do indivíduo.
Abraham Maslow(1908-1970)
A realidade, para a Psicologia Humanista, deve ser exposta à temporalidade, deve ser fluída e não estática, permitindo que ao indivíduo a perspectiva de sua totalidade, desmistificando a ideia de uma realidade pura, confrontando-a com outras realidades.
A integração entre o indivíduo e o mundo, permite que ele sinta a realidade presente, libertando-se das exigências do passado e do futuro.
Um dos principais teóricos da Psicologia Humanista foi Abraham Maslow (1908-1970), americano, considerado o pai espiritual do movimento humanista, acreditava na tendência individual da pessoa para se tornar auto realizadora, sendo este o nível mais alto da existência humana. Maslow criou uma escala de necessidades a serem satisfeitas e, a cada conquista, nova necessidade se apresentava. Isso faria com que o indivíduo fosse buscando sua auto realização, pelas sucessivas necessidades satisfeitas, conforme a Pirâmide de Maslow.
Carl Rogers (1902-1987)
Terapia Centrada na Pessoa
Para Rogers, os indivíduos bem ajustados psicologicamente têm autoconceitos realistas e a angústia psicológica é advinda da desarmonia entre o autoconceito real (o que se é de fato) e o ideal para si (o que se deseja ser). Ele acreditava que o sujeito deveria dar a direção e o conteúdo do tratamento psicológico, por ter ele suficientes recursos de auto entendimento para mudar seus conceitos. A terapia centrada na pessoa e não em teorias, nasceu dessa ideia.
As críticas a essa abordagem centrada na pessoa residem no fato de que indivíduos com distúrbios mais graves, não teriam suporte emocional suficiente para um autoconhecimento e modificação de conceitos. Porém, mesmo com essa deficiência, a abordagem centrada na pessoa, possui muitos adeptos, por valorizar as pessoas, adaptando as teorias a elas e não elas a teoria.
(Geraldo Magela Machado- http://www.infoescola.com/psicologia/psicologia-humanista)
Gestalt -Terapia
“Gestalt" é uma palavra alemã que significa "configuração" a maneira peculiar como cada sujeito estrutura a percepção de si mesmo e do mundo.
A Gestalt-Terapia, também conhecida como Terapia Gestalt, é uma abordagem psicológica, e que possui uma visão de homem e de mundo pautadas na doutrina holística, na fenomenologia e no existencialismo. 
A Gestalt - terapia foi criada por Frederick (ou "Fritz") Perls e um pequeno grupo de psicoterapeutas, na década de 1950. Fritz fazia críticas ao método freudiano, muito voltado para o passado e muito interpretativo, e propunha uma terapia centrada no aqui-agora e na experiência concreta do sujeito englobando a sua totalidade: corpo, sensações, emoções, sentimentos, pensamentos, fantasias, sonhos, enfim tudo que está presente naquele momento, tudo que constitui o campo de experiência único daquela pessoa, com todos os seus valores e significados.
Na Gestalt-terapia é a relação que se estabelece entre o terapeuta e o cliente. Procura-se construir uma relação autêntica, genuína, pautada pelo diálogo de pessoa para pessoa, no decorrer da qual, pouco a pouco, o sujeito vai ampliando sua percepção e atribuindo seus próprios significados.
Assim, o sintoma (seja ele qual for, depressão, pânico, ansiedade, compulsão ou gastrite, enxaqueca, distúrbio psicossomático) vai sendo compreendido como um "sinal" do organismo, que poderá ser ressignificado e utilizado na busca de uma auto regulação mais saudável.
"Descascando a Cebola"
A partir da experiência sensorial concreta e imediata vai-se desenvolvendo o contato com outras camadas (emoções, memórias, fantasias, expectativas), enfim, é um processo em que o terapeuta e o cliente, juntos, vão explorando as vivências e descobrindo não só os bloqueios, mas também (e principalmente) as possibilidades. Como diz Perls, vai-se "descascando a cebola".  
Memórias e situações passadas (às vezes de um passado remoto) vão aflorando espontaneamente, e são trabalhadas através de experimentos nos quais o cliente revive sensações e emoções, trazendo o passado para o presente, e pode assim chegar a uma resolução ("fechando" uma "Gestalt aberta", istoé, completando uma situação interrompida). Aos poucos, vai descobrindo seus recursos internos e ampliando sua fronteira de contato podendo assim concretizar uma parte maior do potencial.
Integração de Partes Alienadas do Eu
O trabalho com sonhos também é um caminho importante para a integração de partes alienadas do eu. Os sonhos não são interpretados, mas sim vivenciados no aqui e agora, e o cliente vai se identificando com os vários elementos do sonho (pessoas, animais, objetos, etc.) e através das sensações e sentimentos vai descobrindo as suas polaridades (por exemplo: força e fraqueza, adulto e criança, bondade e maldade) e pouco a pouco vai conseguindo integrá-las, a mensagem existencial do sonho é captada pelo sonhador.
"Aqui-Agora"
Enfim, a proposta da Gestalt-terapia é uma terapia de contato, que é feita no "aqui-agora", dentro de uma relação dialógica que se estabelece entre o terapeuta e o cliente, que visa uma ampliação da conscientização, integração da personalidade aumentando o auto apoio (auto aceitação, autovalorização, autoconfiança).
Desenvolvendo a própria individualidade e aprendendo a confiar em seus próprios recursos e utilizá-los.
(Alina Purvinis - http://www.nucleogestalt.com.br/artigo.asp?id=1)
“Estabelecer uma relação mais saudável e construtiva consigo mesma e com as outras pessoas significativas”. 
Terapia Familiar e de Casal e Grupo
Teoria Sistêmica
A abordagem sistêmica é uma proposta de trabalho com as pessoas, as relações e o sistema humano, visto que o sujeito é sempre referido por um sistema e a matriz de sua identificação é a família. 
O trabalho sistêmico pode ser indicado para todas as faixas etárias, e visa escutar e acolher o sofrimento psíquico do sujeito ou alguma forma de dificuldade emocional nesses contextos sistêmicos. Nesse sentido, o procedimento terapêutico pode ser realizado de modo individual, com casais, ou familiar.
O processo terapêutico tem o objetivo de intervir de modo intenso e por tempo limitado, com o intuito de modificar o padrão de relacionamento intra ou extrafamiliar.
Esse trabalho pode ser realizado através de uma reflexão sobre suas questões individuais, seus processos de convivência familiar ou com o seu cônjuge. 
As técnicas utilizadas na abordagem sistêmicas são pautadas no aqui e agora, ou seja, no intuito de estabelecer uma aliança com o terapeuta, e contribuir para a melhoria da comunicação nos relacionamentos interpessoais sistêmicos.
“A construção do modelo teórico sistêmico partiu de indagações aos modelos tradicionais de abordagem do ser humano, dando ênfase às relações sistêmicas, nos contextos: familiar, social, escolar, comunitário.”
Nasceu nos EUA
Nos anos 50, as sessões começam a serem realizadas com todos os membros da família, ainda com foco nas ideias psicanalíticas. Posteriormente, esse movimento ganhou um novo enfoque na compreensão do funcionamento sistêmico.
A partir de 1960 as linhas terapêuticas vão se diferenciando. Tal diferenciação ocorre devido aos vários grupos de terapeutas que se interessam em desenvolver seus estudos sobre os vários aspectos da compreensão sistêmica.
Milton Erickson (psiquiatra americano) que desenvolveu a história clínica e uma forma muito particular de fazer terapia assente numa invulgar intervenção terapêutica. Embora nunca se tenha centrado no trabalho terapêutico com famílias, influenciou em muito as ideias dos teóricos da área.
Contribuições: Bateson , depois de formações em biologia, trabalhos de cibernética com Foerster, N.Wiener e K.Lewin, vai para Palo Alto, com um convite para participar num projeto, aplicando os conceitos sistêmicos à comunicação, e desta à psicopatologia e psicoterapia da esquizofrenia (RELVAS, 1999).
Adler e Sullivan
Precursor, sem dúvida, foi Adler que enfatiza, na sua teoria do desenvolvimento da personalidade, a importância dos papéis sociais e das relações entre estes papéis na etiologia da patologia.
Influenciado pelas teorias de Adler, Sullivan coloca que a doença mental tem origem nas relações interpessoais perturbadas e que um entendimento mais completo do indivíduo só pode ser alcançado no contexto de sua família e de seus grupos sociais. Sullivan coloca, assim, a patologia na relação, na dimensão interacional (CARNEIRO, 1996).
Terapia Sistêmica Com Casais
A terapia familiar também associa-se a sua variante de terapia de casal, dada à sua origem no seio do modelo sistêmico.
A terapia de casais visa compreender os problemas em termos de interação do casal com os sistemas, tendo em vista que tais relacionamentos são considerados com um fator determinante para a saúde mental.
“Os estudos que tentam identificar as características dos processos interacionais, que ao longo do tempo, podem permitir aos casais fortalecer a flexibilidade e sair das crises com o mínimo de desgaste possível ou até mesmo mais unido (WALDEMAR, 2008).”
Sadock e Sadock (2007) explicam que a maioria das pessoas vivem em uma matriz  de relacionamento na qual encontram conexão, consolo, intimidade e felicidade. 
No  entanto, também experimentam obrigações, responsabilidades, compromissos e atritos. No caso do casal, a saúde psicológica e a sensação de bem-estar dependem, em grau significativo, da qualidade do relacionamento entre os parceiros, ou seja, dos padrões de interação estabelecidos.
Desse modo, a terapia de casais objetiva auxiliar os cônjuges nas dificuldades específicas que eles estão vivendo. De modo que contribua para identificar os pontos de conflito existentes na relação e a determinar quais as mudanças desejáveis, sejam no modo de se relacionar, sejam mudanças individuais.
Terapia Sistêmica Familiar
A terapia familiar surgiu dos problemas da clínica psiquiátrica ligados a certos impasses pragmáticos que a realidade cotidiana colocava aos terapeutas. 
Aparece como um recurso diante de realidades inextrincáveis por meio da criação de acontecimentos singulares: inscrevendo-se no tempo e no espaço, modificando a evolução da família; estabelecendo uma conexão entre a semiologia do corpo e a do espírito; dos modos de conduta, emoção e pensamento de microssistemas familiares. 
A terapia familiar é composta por vários modelos, em que cada um deve ser visto como um sistema em si mesmo que funcionam como uma espécie de quadro, de guia de leitura e intervenção que fixa o objeto de estudo sem se confundir com ele (MIERMONT, 1994).
O terapeuta familiar pode oferecer uma melhora das interações no interior do sistema familiar e fazer um processo de recodificação de mensagens, onde possibilita a maior compreensão nas suas comunicações. 
Também pode facilitar uma busca e descoberta de novos caminhos de relação sistêmica, incitar a todos para atuarem e descobrirem onde convém introduzir mudanças para favorecer uma evolução e um amadurecimento ao paciente identificado e em todo sistema.
“Compreende-se que o foco da terapia sistêmica é possibilitar a autonomia ao sujeito, despertar a consciência acerca das responsabilidades, das escolhas, e estimular a mudança nas pautas disfuncionais. Ao promover uma mudança no sistema familiar, muda-se automaticamente o padrão de interações interpessoais nesse contexto.”
Para Carneiro (1996) a terapia desenvolvida a partir deste enfoque enfatiza a mudança no sistema familiar, sobretudo pela reorganização da comunicação entre os membros da família.
O passado é abandonado como questão central, pois o foco de atenção é o modo comunicacional no momento atual.
A unidade terapêutica se desloca de duas pessoas para três ou mais à medida em que a família é concebida como tendo uma organização e uma estrutura. É dada uma ênfase a analogias de uma parte do sistema com relação a outras partes, de modo que a comunicação analógica é mais enfatizada que a digital.
Terapia Familiar e de Casal 
As sessões são semanais, com todos ou com parte dos membros presentes, podendo, posteriormente, passarem a ser quinzenais ou ate mensais (subsistema). 
Tem por objetivos gerais
Melhorar a comunicação entre os membros dafamília,
Desenvolver a autonomia e a individualização dos diferentes indivíduos,
Descentralizar e tomar mais flexíveis os padrões de liderança e de tomada de decisões, 
Reduzir os conflitos interpessoais e os sintomas, além de melhorar o desempenho individual.
https://psicologado.com/abordagens/psicologia-sistemica/algumas-contribuicoes-sobre-a-abordagem-sistemica
Terapia Interpessoal
A terapia interpessoal (TIP) é uma psicoterapia de tempo limitado, desenvolvida por Gerald Klerman e Myrna Weissmann, na década de 1970, para o tratamento da depressão. Principalmente em mulheres.
Além dos fatores de ordem biológica, deveriam interferir os de ordem interpessoal, que complicavam o curso e a recuperação. 
Suas origens situam-se no enfoque interpessoal e psicossocial de Adolf Meyer e Harry Stack Sullivan, que valorizavam a relação do paciente com o grupo social e com as pessoas mais próximas como determinantes dos problemas mentais, contrastando com o enfoque intrapsíquico e com a valorização de experiências do passado da psicanalise, Fundamenta-se ainda, na teoria do apego, Dejohn Bowlby (Klerman et aj., 1984; Weissman et al., 1994; Weissman; Markovitz; Klerman, 2000; Blanco; Weissman, 2005).
“A ideia subjacente a TIP e muito simples: os transtornos psiquiátricos, embora multideterminados em suas causas, sempre surgem em um contexto social ou interpessoal” 
Diversos enfoques teóricos embasam a terapia de família. Ackerman foi quem cunhou o termo terapia familiar, na década de 1950, e introduziu a ideia de trabalhar com a família nuclear, utilizando métodos psicodinâmicos. 
Psicoterapia de Grupo
As psicoterapias de grupo surgiram a partir da necessidade de se estender a um numero maior de pessoas as possibilidades de atendimento psicoterápico.
Os primeiros grupos de que se tem notícias foram os organizados por Pratt, por volta de 1922, em que ele reunia de 20 a 30 pacientes portadores de tuberculose para os quais fazia palestras uma ou duas vezes por semana.
Entre outros, Addler, Bion, Foulkes e Moreno se destacaram no estudo dos grupos.
Fatores terapêuticos na terapia de grupo
Instalação da esperança
A universalidade do problema
Compartilhamento de informações
Altruísmo
Socialização
Comportamento imitativo
Catarse
Recapitulação corretiva- Reviver
Fatores existenciais
Coesão grupal
Aprendizagem interpessoal
Técnica
Os grupos podem distinguir-se quanto ao setting: podem ser de pacientes internos ou externos a uma clínica.
Não importa a abordagem terapêutica adotada, importa a honestidade e a ética do terapeuta em seu caminhar com o cliente (Gláucia Braga)
Ludoterapia e Terapia Infantil
Ludorerapia
Contribuição da Gestalt - Indicações Terapêuticas
Atendimentos individuais ou em grupo
Ludoterapia / Psicopedagogia
Atividade: Exemplifique com um estudo de caso um atendimento individual ou em grupo com crianças.
Psicoterapia
O Processo Psicoterapêutico
Insight
O termo insight e utilizado em um sentido mais superficial para designar o grau de consciência e de entendimento que o paciente tem em relação ao fato de estar doente.
As psicoterapias, juntamente com os psicofarmacos, constituem os principais recursos de que dispõem os profissionais de saúde mental para o tratamento dos transtornos mentais e de problemas emocionais ou interpessoais, sendo, em algumas situações, o método mais efetivo disponível e, em muitas outras, um importante coadjuvante de outros métodos de tratamento, como os psicofarmacos.
Avaliação/Psicodiagnóstico
As atitudes do terapeuta e a impressão que causará são decisivas para que o paciente possa ter a confiança necessária para falar sobre temas delicados, revelar segredos e aceitar ou não o que lhe for sugerido.
Para atingir seus objetivos, o terapeuta deve seguir certas regras na forma de conduzir as entrevistas de avaliação: Respeito e ética são fundamentais.
Quais os motivos da procura do tratamento e o diagnostico do paciente
Psicanálise: Mecanismos de defesa adaptativos normais (do ego): repressão, racionalização, intelectualização, anulação e formação reativa, sem distorção da realidade.
Mecanismos de defesa primitivos: dissociação, identificação projetiva, controle.
TCC: Terapia cognitiva e designado como crenças nucleares ou esquemas iniciais desadaptativos.
A avaliação da personalidade por meio da obtenção da história do paciente.
Exame da realidade
O exame da realidade pode ser avaliado pela capacidade do paciente de distinguir os sentimentos e emoções como provenientes do seu mundo interno ou como provenientes de fora; pela presença de alucinações ou ilusões; por pensamentos, conduta e afetos apropriados ou não; bem como pela capacidade do paciente de simpatizar com o terapeuta (Kemberg,1980).
Critérios de Kemberg, (1980)
Classificação da organização do caráter em três níveis:
Organização neurótica: caracteriza-se por uma imagem do self e uma auto-imagem integradas, pela diferenciação da auto-imagem da imagem dos objetos, por mecanismos de defesa maduros, e por um teste de realidade preservado.
Organização borderline: não há constância. objetal. Há difusão de identidade; as imagens do self dos objetos estão dissociadas e não integradas; há predomínio da dissociação e falta capacidade de empatia. As relações interpessoais são caóticas, e há ausência de controle de impulsos e de tolerância a frustração, assim como os traços de caráter são contraditórios e alternados, e o superego é sádico.
Organização psicótica: as imagens do self e dos objetos não estão integradas, e sim fundidas. Predominam a projeção e a identificação projetiva como mecanismos de defesa. O exame da realidade é gravemente comprometido.
Os critérios de Kemberg parecem particularmente úteis para distinguir patologias leves de patologias graves do caráter, o que não é possível se forem levados em conta apenas os critérios do DSM-IV ou da CID-10.
Podem ser identificados os fatores etiológicos?
A maioria dos transtornos mentais ainda estão longe de ser esclarecidos, os fatores que concorrem para a sua etiologia ou contribuem para a manutenção dos sintomas.
Entretanto, não é correto recomendar o tratamento psicoterápico para um paciente sem que se tenha evidências de que fatores de natureza psicológica (emocional interpessoal) contribuam ou são os principais ou únicos responsáveis pelos seus problemas. 
Qual o tratamento mais apropriado?
Está indicada alguma modalidade de psicoterapia?
A escolha de uma modalidade especifica de psicoterapia depende, em grande parte, das condições pessoais do paciente para se beneficiar dos diferentes modelos.
Observação: Na Hipótese Sistêmica
Se o paciente mora com a família ou mantém uma relação intima significativa com outra pessoa, é importante realizar uma avaliação das interações, influências recíprocas e papéis que existem nessa relação, assim como sua possível importância no quadro apresentado pelo paciente.
Condições do paciente associadas aos resultados em psicoterapia:
Sofrimento Psíquico
Uma das questões a serem observadas na avaliação de um paciente para psicoterapia é se ele apresenta ou não sofrimento psíquico. Sofrimento psíquico é a presença de um certo grau de desconforto psíquico, em decorrência de sintomas desagradáveis como ansiedade, inquietude, preocupação excessiva, depressão ou alterações fisiológicas. 
Na avaliação do sofrimento psíquico o clínico deve levar em conta o grau de:
Desconforto psíquico sofrido pelo paciente: 
Ausente, Ieve, moderado, grave ou muito grave.
Comprometimento ou interferência nas atividades diárias, acadêmicas e profissionais.
Interferência no relacionamento familiar.
Interferência nos relacionamentos interpessoais
Interferência nas atividades a fazer.
Tempo que os sintomas tomam do paciente.
Sofrimento psíquico, motivação, capacidade de estabelecer um bom vínculo e uma aliança de trabalho com o terapeuta são condições necessárias para todas as formas de psicoterapia.

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