Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
0 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CIVIL Trabalho de Logística Setor de Alimentos e Bebidas Artur de Jesus Neves Deivid Ângelo Santos Camila Fróes Camba de Freitas Érika Aline dos Santos Belo Horizonte Maio/2017 1 Sumário 1- Introdução ............................................................................................................................ 2 2- Desenvolvimento ...................................................................................................................... 3 2.1- Histórico ............................................................................................................................ 3 2.2- Principais métricas financeiras e de empregabilidade ................................................... 3 2.3- Contribuição para a economia, principais produtores, principais mercados, principais produtos .................................................................................................................................... 4 2.4- Cadeia de suprimentos característica ............................................................................... 5 2.5- Estratégias logísticas utilizadas ........................................................................................ 6 2.6- Indicadores Chave de Desempenho ................................................................................. 7 2.7- Análise do nível de integração logística e informatização............................................... 8 2.8- Logística reversa ............................................................................................................... 8 3- Estudo de Caso ....................................................................................................................... 10 4- Conclusão ............................................................................................................................... 12 5- Referências bibliográficas ..................................................................................................... 13 2 1- Introdução As empresas ao longo dos anos vêm procurando diferenciais, seja pela alteração dos modelos de gestão adotados, seja pelo uso intensivo de tecnologia no aprimoramento de processos, produtos ou serviços. Neste cenário, a logística tem sido estudada nos últimos anos, sendo reconhecida como uma forma de melhorar a competitividade, à medida que seus conceitos e práticas vêm sendo adotados nas empresas (LAIDENS et al., 2007). A logística é a área da cadeia de suprimentos responsável por criar valor para o consumidor final através de produtos e serviços. Ela planeja, implementa e controla o fluxo e estocagem de bens, serviços e informações correlatas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender as necessidades dos clientes (DOMINGUES, 2008). Os setores de alimentos e bebidas representam aproximadamente 20% dos trabalhadores da indústria de transformação do Brasil. Em termos de faturamento, os dois representam 10,14% do total do PIB, com receita superior a R$ 614 bilhões, e ainda correspondem a 22,40% da indústria de transformação. Mesmo em um cenário de desaceleração econômica, a indústria de alimentos e bebidas mantém crescimento acima do patamar nacional, em torno de 9% em 2016. O aumento da população juntamente com o crescimento da economia e da renda são fatores determinantes para a demanda desses produtos. A diversidade maior de produtos, a concorrência mundial, mudanças nos padrões de compra dos consumidores, a consolidação de players globais, segurança alimentar, rastreabilidade, sustentabilidade e regulamentos mais rigorosos entre outras questões desafiam essas indústrias. A maioria dos desafios é movida pela natureza única do negócio em que a oferta e a demanda são altamente variáveis (ABIA, 2017). O presente trabalho tem como objetivo analisar os principais parâmetros logísticos utilizados nas indústrias do setor de alimentos e bebidas. O assunto é importante tanto comercialmente quanto academicamente. Academicamente não existem muitos estudos nessa área e comercialmente o fato de se tratar de distribuição voltada para produtos de conveniência essenciais para a subsistência do ser humano que têm como característica serem produtos ou serviços que o consumidor faz a compra com o mínimo de esforço e comparação, normalmente com frequência e rapidez. 3 2- Desenvolvimento 2.1- Histórico A industrialização brasileira apresentou características peculiares, ela ocorreu após as revoluções industriais e ocupou papel menor no cenário da industrialização. As primeiras atividades manufatureiras praticadas no Brasil instalaram-se ainda no período colonial, destinando-se aos suprimentos das grandes fazendas de cana-de-açúcar através do fornecimento de materiais e serviços. Em 1889 com início da república o Brasil utilizou-se do controle de importações, através da tarifação, como instrumento de fomento à industrialização. Em 1907, o censo das indústrias, mostrou participação de 26,7% das indústrias de alimentos na produção industrial brasileira. Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) a indústria nacional foi impulsionada, tanto pela falta de fornecimento de bens pelos países envolvidos, quanto pelo encarecimento dos produtos que chegavam. No fim década de 90, a participação da indústria alimentícia do Brasil alcançou a liderança da produção industrial brasileira, com 14% do total. Com o Plano Real, a indústria de alimentos foi muito beneficiada pelo aumento real da renda verificado no período, além do aumento na concentração industrial que apresentou 2.308 transações de aquisições e fusões de empresas instaladas no Brasil no período de 1992 a 2000. O segmento industrial alimentício, com 269 transações de fusões e aquisições entre as indústrias de alimentos e bebidas. Entre os fatores que motivaram a ocorrência de transações de fusão e aquisição, temos a exploração de economia de escala e escopo, além da redefinição de rotinas organizacionais. 2.2- Principais métricas financeiras e de empregabilidade A ABIA (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação) (2017), explicita dados interessantes para a indústria de alimentos como mostrado nas Tabelas 1, 2 e 3. Fonte: ABIA (2017) Os dados da Tabela 1 apontam crescente participação no PIB (Produto Interno Bruto) geral e na indústria de transformação das indústrias de alimentos e bebidas. Tabela 1- Indicador de desempenho financeiro na indústria de alimentos e bebidas (PIB) 4 Fonte: ABIA (2017) O valor de faturamento das indústrias de alimentos (Tabela 2) vem aumentando significativamente durante os anos. Os dados apontam crescimento e melhora no setor, sendo essenciais estudos para conhecimento e aprimoramento de um setor tão importante da economia brasileira. Tabela 3- Indicador de desempenho de empregabilidade na indústria de alimentos e bebidas Fonte: ABIA (2017) A porcentagem de emprego (Tabela 3) em relação à indústria de transformação também vem aumentando, mostrando que a indústria de alimentos está ficando cada vez mais expressiva nas indústrias em geral. 2.3- Contribuição para a economia, principais produtores, principais mercados, principais produtos Tabela 2- Indicador de desempenho financeiro na indústria de alimentos e bebidas (Valorda produção) 5 De acordo com o documento da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) realizado para a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (2012), os produtos alimentícios e bebidas representavam 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em 2012, aumentando o número de empregos e gerando saldo comercial superior ao gerado por todo o restante da economia. Em 2016, a participação no PIB aumentou para 10,1%, conforme Tabela 1. O faturamento das indústrias nesse setor (Tabela 2) somou R$383,3 bilhões em 2011, sendo R$316,5 bilhões em alimentos e R$66,8 bilhões em bebidas. Esse desempenho permitiu que o setor alcançasse o lugar de segundo maior em valor bruto de produção da indústria de transformação, atrás apenas do petroquímico. (ABIA, 2012). Já em 2016, o faturamento aumentou para R$ 497,3 bilhões em alimentos e R$ 117,0 bilhões em bebidas. Em relação às vendas, conforme Tabela 4, as importações de alimentos são menores que as exportações, fazendo com que o setor da alimentação seja um dos mais relevantes para a geração de saldo comercial positivo, atingindo em 2016, US$ 31,5 bilhões em um saldo comercial da economia brasileira de US$ 47,7 bilhões. Tabela 4: Balança Comercial das Indústrias da Alimentação Fonte: ABIA (2017) Dentre os principais produtos da indústria da alimentação no Brasil em 2016, podemos citar o café e açúcar, conservas vegetais e óleos e gorduras. O Brasil se destacou, em 2016, como produtor e exportador mundial de suco de laranja e açúcar, exportador mundial de carne, obtendo destaque também como exportador mundial de café solúvel, óleo de soja e alimentos processados. (ABIA, 2016). Dos principais produtores da indústria de alimentos e bebidas, podemos citar: Nestlé, Anheuser-Busch InBev, Ambev, Coca-Cola, Pepsico, Kraft Heinz, General Mills, Kellogg’s e Mondelez. (FORBES, 2016 e EXAME, 2016). 2.4- Cadeia de suprimentos característica 6 A eficiência da cadeia de suprimentos é um diferencial cada vez mais importante que proporciona vantagens competitivas para a empresa, gerando melhores relacionamentos, tanto do lado do fornecimento de matéria-prima quanto do cliente industrial até a chegada do produto, via canais de distribuição, ao consumidor (VEIGA et al., 2006). A cadeia de suprimentos (Figura 1) do setor alimentício tem passando por várias mudanças na última década, principalmente em função do aumento da competitividade imposta pela abertura comercial com a estabilização econômica. Se, por um lado, a estabilização econômica reduziu drasticamente as possibilidades de ganhos inflacionários, forçando as empresas a focar nas atividades fins do negócio, por outro lado, a maior disponibilidade de produtos similares, com a chegada dos importados, aumentou ainda mais a competição no mercado. De forma geral, as empresas têm reagido a estes movimentos por meio de uma série de mudanças, tanto nos aspectos gerenciais quanto operacionais. Uma das mudanças que pode ser facilmente observada é a busca de relacionamentos mais próximos entre as empresas industriais e comerciais, mediante um esforço de coordenação das operações logísticas. Esta é uma das razões pelas quais as questões logísticas têm crescido de importância na agenda da alta administração. Figura 1- Cadeia de suprimentos do setor de alimentos e bebidas Fonte: Revista de administração Contemporânea (2000) 2.5- Estratégias logísticas utilizadas As estratégias econômicas, financeiras e tecnológicas das empresas industriais vêm se modificando em função de mudanças na conjuntura internacional. Tais mudanças foram provocadas por movimentos como o aumento da internacionalização, em seus diversos aspectos e a intensificação do processo de globalização, com elevado crescimento do comércio mundial inter e intra-empresas. Existem várias estratégicas logísticas: - Estratégia inovadora ofensiva: é aquela que pretende conseguir a liderança tecnológica e de mercado, colocando-se à frente de seus competidores na introdução de novos produtos. Utiliza-se muita pesquisa e desenvolvimento. -Estratégia defensiva: o inovador defensivo não deseja ser o primeiro, tampouco quer ser deixado para trás. Embora não deseje assumir os grandes riscos de ser o primeiro a inovar, se aproveita dos erros dos primeiros inovadores e de sua abertura de mercado. -Estratégia imitativa: não aspira passar à frente dos concorrentes, contenta-se em andar atrás dos líderes em tecnologias estabelecidas. O imitador desfruta de algumas vantagens ao entrar no mercado competindo com empresas já estabelecidas, estas vão desde um mercado cativo até menores custos com mão-de-obra, com matérias-primas e com investimentos na planta. 7 -Estratégia dependente: comporta a aceitação de um papel essencialmente satélite ou subordinado em relação a outras firmas mais fortes. A firma dependente não tenta iniciar ou imitar mudanças técnicas em seus produtos, exceto como resultados de pedidos específicos de clientes ou da empresa matriz. A firma dependente é uma subcontratista. Em sua forma pura, é um departamento ou tenda de uma empresa maior. -Estratégia tradicional: é essencialmente não-inovadora. O produto ofertado muda pouco, se é que muda em algo. A firma tradicional não vê nenhuma razão para mudar seu produto porque o mercado e a concorrência não o pedem. As inovações nos setores de alimentação e bebidas são, frequentemente, resultado de pequenos desvios da atividade de rotina diária e são criadas por novas combinações do conhecimento existente. Tabela 5- Identificação de estratégias da Indústria de Alimentos Fonte: Domingues (2008). 2.6- Indicadores Chave de Desempenho O uso de indicadores é uma maneira de se medir e avaliar a qualidade de produtos, processos e clientes. Um Indicador-chave de desempenho (em inglês Key Performance Indicator KPI) são ferramentas de gestão para se realizar a medição e o consequente nível de desempenho e sucesso de uma organização ou de um determinado processo, focando no “como” e indicando quão bem os processos dessa empresa estão permitindo que seus objetivos sejam alcançados. Existem várias categorias diferentes de indicadores, os mais importantes para a indústria de bebidas e alimentos são: - Indicadores de produtividade: correspondem ao uso dos recursos da empresa a partir da avaliação das entregas. - Indicadores de qualidade: ajudam a compreender qualquer desvio ou não- conformidade ocorrida durante um processo produtivo. - Indicadores de capacidade: medem a capacidade de resposta de um processo. Podemos citar como exemplos a quantidade de produtos que uma máquina consegue embalar durante um determinado período de tempo. - Indicadores de eficácia: analisa a relação entre os resultados alcançados e/ou pretendidos. O foco é o produto, o resultado obtido e os lucros que vêm deles. - Indicadores de lucratividade: medem a relação percentual entre a totalidade das vendas e o lucro. 8 - Indicadores de rentabilidade: analisam a porcentagem entre o investimento feito e o lucro. - Indicadores de competitividade: tem como principal objetivo mensurar a relação da empresa com as concorrentes diretas. - Indicadores de eficiência: têm como objetivo a redução de custos, mensurando todos os recursos aplicados. - Indicadores de valor: indica a relação entre o valor percebido ao receber algo ou um produto e o valor real despendido para o seu recebimento. - Indicadores de efetividade: são verificados os resultados da conjugação entre eficácia e eficiência, citadas anteriormente. 2.7-Análise do nível de integração logística e informatização À alta competitividade entre empresas concorrentes no mercado global tornaram os consumidores mais exigentes. Nesse contexto, a qualidade do nível de serviço é um dos indicadores que impacta diretamente na preferência de escolha do cliente. A confiabilidade do consumidor e a sua fidelidade pode ser garantida pelo nível de serviço logístico. O nível de serviço logístico dentro das organizações é o resultado de todo o desempenho logístico da empresa e de seus fornecedores para atender os clientes com produtos e serviços de qualidade. Os valores logísticos dependem de dois fatores básicos, tempo e local, uma vez que tais valores só conseguem ser percebidos quando os produtos e serviços estão disponíveis no momento em que o cliente deseja consumi-los. Para mensurar e analisar nível de serviço logístico são utiizados alguns indicadores de desempenho ou de resultado. Ballou (2006) apresenta três fases do nível de serviço: - Elementos de pré-transação: atuando na qualidade do ambiente; - Elementos de transação: atuando na entrega do produto ou serviço ao cliente; - Elemento de pós-transação: atuando como suporte para o campo. 2.8- Logística reversa A logística reversa é a área da logística empresarial que [...]planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-vendas e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômica, ecológica, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. (LEITE, 2003) Essa logística é considerada uma prática antiga, sendo que seus estudos e a sistematização dos processos começaram por volta dos anos 80 e sua influência foi maior a partir dos anos 90, quando a preocupação com os impactos ambientais cresceu. Em 2010, através da Lei nº 12.305, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos 9 (PNRS) que estabeleceu a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos entre os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e o poder público. Alguns autores dividem a logística reversa em três tipos: de pós-venda, de pós- consumo e de embalagem. Esta última, apesar de se enquadrar ou como de pós-venda ou pós-consumo, devido a sua importância, recebeu uma classificação separada. No setor alimentício e de bebidas, o maior retorno será de embalagens de acondicionamento e transporte das matérias-primas, vasilhames, pallets de madeira ou plásticos utilizados no transporte dos produtos e alguns resíduos que são gerados durante o processo produtivo. Segundo documento da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) realizado para a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em 2012, apesar dos alimentos e bebidas não estarem na lista inicial de produtos com logística reversa obrigatória, a indústria desse setor tem se movimentado juntamente com os representantes da cadeia de embalagens pós-consumo para implementar a logística reversa e buscar diminuir o uso de recursos das embalagens e torná-las recicláveis. Além dos benefícios para o meio ambiente, a logística reversa traz vantagens competitivas e lucratividade, agregando valor à imagem corporativa perante os consumidores. Como exemplo, no setor das bebidas, pode-se destacar a preocupação com as garrafas PET, pois são consideradas um fator importante na degradação ambiental. Dessa maneira, podemos citar a AmBEV e a Coca-Cola, como algumas das maiores produtoras de bebidas engarrafadas que, de acordo com Lima et al. (2015), possuem programas de logística reversa em parceria com cooperativas de catadores de lixo, escolas, igrejas, associações e distribuidores. 10 3- Estudo de Caso Fusão entre empresas de grande porte no cenário brasileiro: Um estudo de caso entre as empresas Sadia e Perdigão Realizar um processo de fusão ou aquisição de empresas busca se tornar mais competitivas no mercado, algumas vêem como alternativas que os fazem garantir maior participação no mercado e obter mais lucro. Este estudo de caso mostra sucintamente o significado dos processos de fusão e cisão de empresa e detalha o processo de incorporação que tem como finalidade ganhar parte maior do mercado. A BR foods é resultado de um processo de incorporação da Empresa Sadia pela Perdigão, sabe-se que a incorporadora absorve todos os direitos e deveres da empresa incorporada, essas duas empresas são gigantes no setor da alimentação do mercado nacional. A fusão ou incorporação tem maior possibilidade de crescimento com maior velocidade e segurança, pois economiza tempo de aquisição de novos equipamentos e de conhecimento e há uma grande chance de dominar o mercado. A Sadia registrou sua marca em 1945 e a Perdigão foi fundada em 1934 e somente em 1994 a parte acionaria da Perdigão foi vendida para um consorcio de fundos de pensão brasileiro. A Sadia e Perdigão fizeram três tentativas de associação, 1999, 2002 e em 2006, sendo que esta última difamou a imagem da Sadia, pois foi usada informações privilegiada na iniciativa privada resultando em primeiro processo brasileiro devido a esse motivo. Porém, em 2008 a concorrente Sadia com maior poder aquisitivo tentou novamente a compra da Perdigão, essa conversa para esse processo durou mais de cinco meses. A situação da Sadia antes da incorporação não era das melhores, com a crise norte americana, várias empresas tiveram perdas em suas receitas e a Sadia não escapou, segundo a empresa obteve uma perda de R$ 800 milhões. Em 2009, a duas firmara um acordo de associação para viabilizar a unificação da Sadia e Perdigão, assim aprovadas pelo conselho de administração das empresas, surgiu a BRF Foods S.A, com sede em Santa Catarina. Nesse acordo, os acionistas aderentes Perdigão e os da Sadia detentores de mais de 51% das ações ordinárias deveriam fazer adesão. Sabe-se que nesse acordo tem a presença das empresas e da HFF Participações S.A, que detém maior parte das ações da Sadia. No site da Bovespa em 2009, constou uma alteração do nome da Perdigão para BR Foods, também houve mudança da sede social para Itajaí em Santa Catarina e alteração no conselho de administração que passou de 11 membros com estrutura de Co- presidência. Na Sadia também houve alteração no estatuto social, mudando assim para doze membros e criando uma co-presidência, e nesta optou por ter alguns integrantes que contém no conselho da BRF. O recurso captado foi de R$ 4,6 Bilhões, que são prioridades para os acionistas da empresa Perdigão/BRF. O custo para essa operação de incorporação foi de R$ 67 milhões, sendo pagos R$35 milhões pela Sadia e $32 milhões pela BRF, incluídas todas as despesas até a Incorporação. Sabe-se que a incorporação já tem permissão das autoridades europeia de defesa da concorrência, mas ainda não estava autorizada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Com algumas reuniões exraordionarias das empresas BRF e Sadia, foi divulgado que foram aprovadas a incorporação das ações ordinárias e preferências da Sadia pela BRF, assim aumentou o capital da BRF em mais de R$ 2 Bilhões resultado de mais 59 11 mil ações novas no mercado, logo o novo capital passa ser de quase 12 bilhões, composto por 419 mil ações ordinárias e escriturais. Logo, foi mostrado que os dois gigantes no ramo Brasileiro do setor de alimentos tiveram que fazer uma fusão para defender seus interesses. A Sadia apresentava uma queda devido à crise e porquestão de sobrevivência ela se incorporou a Perdigão. A Perdigão, por sua vez, com visão de se tornar umas das líderes dos ramos no mercado brasileiro, optou por incorporar sua principal concorrente, com isso ganhou a vantagem, pois a estrutura da Sadia no exterior é muito maior, além disso, há a possibilidade de redução de custos na estrutura das empresas. Assim, esta operação foi uma necessidade para a Sadia e uma oportunidade estratégica para a Perdigão. Tendo em vista aos conceitos aplicados nas aulas, é fácil perceber que a Sadia procurou uma reestruturação financeira e acesso ao capital de giro para suas operações, pois continuar do jeito que estava era um risco para sua sobrevivência. Porém para a Perdigão foi uma visto com uma oportunidade de expandir seus negócios, reduzir custos e atingir um mercado que antes não estava deslumbrado. Uma forma de comprovar isso, é que a perdigão tem acesso a todos os canais de distribuição dos concorrentes, da carteira de clientes, ativos físicos, funcionários e demais stakeholders. É fundamental ter conhecimento de que a BR foods tem elevada participação do mercado Brasileiro, porém não significa que ela pode impor preços, pois tem as concorrentes multinacionais que também atuam no mercado e riscos de novos entrantes que podem fazer com que a BRF aumente os preços de seus produtos. Sabe-se que a BRF representa uma multinacional e pode se transformar em uma grande investidora e compradora de empresas estrangeiras, com isso o Brasil não torna somente receptor de capitais e sim um grande grupo de participação de economia mundial como investidor. 12 4- Conclusão Neste trabalho pudemos verificar que o setor da indústria de alimentos e bebidas é um setor de grande complexidade logística pois implica em alto número de consumo, empregabilidade, cadeia de suprimentos complexa e um grande fatia do PIB nacional. A indústria da alimentação permaneceu, em 2016, com o maior faturamento da indústria de transformação, sendo também, o setor que mais emprega no Brasil. Apesar dos alimentos e bebidas não estarem na lista inicial de produtos com logística reversa obrigatória, a indústria desse setor tem buscado praticar essa logística a fim de trazer benefícios não só para o meio ambiente, mas também trazer vantagens competitivas e lucratividade. 13 5- Referências bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIA DE ALIMENTAÇÃO. Disponível em: http://www.abia.org.br/vsn/. Acesso em 28/05/2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO. Sustentabilidade na Indústria da Alimentação: Uma visão de futuro para o Rio+20. Brasília, 2012. Disponível em: <https://static-cms- si.s3.amazonaws.com/media/filer_public/8e/ad/8ead2f68-e58c-40dd-b8d0- ce874a92d47d/20131002162456498394o.pdf>. Acesso em 28 mai. 2017. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006. DOMINGUES, A. S. A Indústria de Alimentos e Bebidas no Brasil: uma análise da dinâmica tecnológica e das estratégias de inovação de suas empresas entre 1998 e 2005. 2008. 178f. Tese (Doutorado) - Pós Graduação em Política Científica e Tecnológica, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008. EXAME. As 10 maiores empresas de alimentos e bebidas da América. 2016. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/negocios/fusao-de-kraft-e-heinz-cria- empresa-maior-que-coca-cola/>. Acesso em 26 mai. 2017. FORBES. The World’s Largest Food and Beverage Companies 2016: Chocolate, Beer and Soda Lead the List. 2016. Disponível em: <https://www.forbes.com/sites/maggiemcgrath/2016/05/27/the-worlds-largest-food- and-beverage-companies-2016-chocolate-beer-and-soda-lead-the-list/#78c5202c1e96>. Acesso em 26 mai. 2017. LAIDENS, G.; TELES, C. D.; MÜLLER, C. J. Avaliação dos custos logísticos em empresas do setor alimentício. Estudos tecnológicos, v. 3, n. 2; p. 83-91, 2007. LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Prentice Hall, 2003. LIMA, Carolina Ferreira Cardoso; BERTI Jr., Ivan Gaiolli; CARVALHO, Patrícia Carneiro de Andrade e COLARES, Renato Moya. Logística Reversa e sua aplicação na indústria de bebidas. 2015.
Compartilhar