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HIPOCALCEMIA Artur Torres INTRODUÇÃO Doença metabólico-nutricional; Incidência maior em vacas de alta produção leiteira; Caracterizada pelo rápido declínio das concentrações de cálcio no sangue; Comumente conhecida como hipocalcemia pós-parto (síndrome da vaca caída), paresia puerperal, febre vitular ou febre do leite. Está relacionada com o período pré-parto, lactação e período pós-parto; Pode está acompanhada ou não de hipofosfatemia e hipomagnesemia; Causa importante perda econômica na exploração leiteira e custo considerável no tratamento; Casos de distorcia também pode ter sua origem na hipocalcemia, devido a inércia uterina provocada pelo distúrbio metabólico (EDDY,1999). A maioria dos casos ocorre nas primeiras 48 hrs pós-parto e o período crítico se dá até o décimo dia (RADOSTITS et.al.,2002); Bovinos da raça Jersey são mais susceptíveis, porém vacas da raça Holandesa são vistas com mais frequência devido à alta produção leiteira; Vacas adultas de terceiro parto ou mais são mais acometidas comparada a vacas primíparas. METABOLISMO DO CÁLCIO O cálcio é um dos principais elementos estruturais do tecido ósseo; Tem como funções: O nível normal de cálcio no sangue é de 8,8 a 10,4 mg/dL (GONZALES,2006), o que é equivalente a 6g em uma vaca de 600kg; Controlado endocrinamente pelo Paratormônio, Calcitonina e a Vitamina D3. HIPOCALCEMIA A HP é causada por um aumento súbito no requerimento de cálcio, no período que antecede o parto, para a produção de colostro e leite e mineralização do feto; Dividida em hipocalcemia clínica e subclínica; Sintomatologia é dividida em 3 estágios: 1°, 2° e 3°. Atualmente se sabe que a causa da patogenia está associada a uma resposta refrataria do paratormônio, calcitonina e vitamina D3; Alguns fatores podem afetar o aparecimento da doença: HIPOCALCEMIA SUBCLÍNICA Cerca de 50% das vacas adultas são acometidas durante a primeira semana de lactação; Causando: redução do apetite, diminuição da motilidade ruminal, interferindo no balanço energético do animal no primeiro mês de lactação; A hipocalcemia subclínica é mais comum e mais perigosa, pois, por muitas vezes não é diagnosticada, interferindo assim na produtividade do rebanho. HIPOCALCEMIA CLÍNICA Animal já apresenta toda a sintomatologia clinica; Doença em estagio mais avançado; Intervenção e tratamento rápido do médico veterinário. O animal acometido pode apresentar diferentes sinais clínicos. Cada conjunto de sinais clínicos é descrito como um estagio da doença. EFEITO NA PRODUÇÃO Vaca com hipocalcemia tem uma queda na próxima lactação de 14% na produção leiteira, além de reduzir a vida produtiva em 3 a 4 anos. Doença passível de causar complicações secundárias, como: atonia ruminal, falta de apetite, mastite, retenção de placenta, metrite, cetose e necrose muscular. DIFERENÇA CATIONICO-ANIONICA DA DIETA Eletrólitos da dieta Tem influência no ph sanguíneo; Regulação dos hormônios responsáveis pela calcemia; Cátions (+) importantes na dieta: cálcio, magnésio, sódio e potássio; Ânions (-) importantes na dieta: fósforo, cloro e enxofre. MECANISMO DE AÇÃO 1° ESTÁGIO A vaca ainda se encontra em estação, com relutância a se mover; Ocorre: excitação, tetania, tremores de cabeça e dos membros; Não se alimenta e a temperatura corporal se encontra normal (levemente aumentada); Pode permanecer nesse estado por horas; Veterinários e criadores falam em uma fase anterior ao 1° estágio sendo controlada com rápida adm de cálcio. 2° ESTÁGIO Considerada a fase prodrômica; Caracteriza-se pela prostração e decúbito esternal prolongado; Consciência deprimida, sonolenta e com a cabeça voltada ao flanco; Paralisia ruminal podendo ocorrer constipação. Intensidade diminuída das bulhas cardíacas na auscultação, e redução na frequência cardíaca e pulso; Focinho seco, extremidades e pele frias, olhos secos e fixos com pupila dilatada; A estase ruminal influencia negativamente na absorção intestinal levando o animal ao 3° estágio; Duração do 2° ao terceiro estágio leva de 1 a 12 hrs. 3° ESTÁGIO Fase caracterizada pelo decúbito lateral; Acentuada flacidez na musculatura; O animal apresenta hipotermia; Pulso praticamente impalpável e bulhas cardíacas dificilmente auscultadas. Segundo Eddy (1999), a vaca entra em um processo de coma, com pupilas dilatadas e com ausência de reflexos pupilar à luz; Se o animal não for tratado urgentemente, pode morrer de 3 a 4 horas por paralisação dos músculos cardíacos e respiratórios. OUTROS ACHADOS CLÍNICOS Prolapso uterino Mastite DIAGNÓSTICO DA HIPOCALCEMIA Sinais clínicos: Anamnese; Concentração de cálcio no sangue, hemograma, função renal; Exame clínico detalhado; Diagnóstico diferencial. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL TRATAMENTO DA HIPOCALCEMIA Rapidez no diagnóstico e o sucesso do tratamento é fundamental. Tratamento padrão: - Borogliconato de cálcio ( BGC) dose de 100 a 200 g, concentração de 20 a 30% IV ou SC; - Volume de 500ml a 1 l por vaca; - Vaca no 3° estágio: corrigir o decúbito lateral, colocar o animal em decúbito esternal; - Terapia de suporte PREVENÇÃO Limitando a ingestão de cálcio e fósforo, ajustando o ph da ração; Administração de vit D; Cuidados pré-parto e dieta aniônica por um período de 4 a 5 semanas antes do parto. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS
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