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Escola Positiva

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Escola Positiva 
     - Características: 
a)                 Surge no século XIX, com as teorias de Darwin e Lamarck e pelo pai da sociologia, Auguste Comte; 
b)                 Seus estudos, ao contrário dos clássicos que usavam o método dedutivo e abstrato, baseavam-se no método empírico, ou seja, na análise, observação e indução dos fatos; 
c)                  Como expoente de maior vulto desta escola temos: Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Rafael Garófalo; 
A Escola Positiva considerava o crime como fato humano e social. A pena deveria então ter por fim a defesa social e não a tutela jurídica. Os positivistas rechaçaram totalmente a noção clássica de um homem racional capaz de exercer o livre arbítrio. Os pensadores positivistas sustentavam que o delinquente se revelava automaticamente nas suas ações e que estava impulsionado por forças que ele mesmo não tinha consciência.  
As idéias defendidas por César Lombroso, acerca do que classificou como criminoso nato, preconizavam que pela análise de determinadas características somáticas seria possível antever aqueles indivíduos que se voltariam para o crime. É dele a obra O Homem Delinquente que deu início a criminologia. 
O ponto de partida da teoria de Lombroso proveio de pesquisas craniométricas de criminosos, abrangendo fatores anatômicos, fisiológicos e mentais. A base da teoria primeiramente foi o ATAVISMO, ou seja, o retrocesso atávico ao homem primitivo, em segundo a parada do desenvolvimento psíquico (comportamento do deliquente semelhante ao de criança) e por fim a agressividade explosiva dos epiléticos. 
A contribuição principal de Lombroso foi no método que utilizou em suas investigações: o método empírico, isto é, quando a análise, a observação e a indução substituíram a especulação e o silogismo, superando o método abstrato, formal, dedutivo do mundo clássico. Sua teoria do deliquente nato foi formulada com base em resultados de mais de 400 autópsias de deliquentes e 6 mil análises de deliquentes vivos e o atavismo (que para ele caracteriza o tipo criminoso) contou com estudo minucioso de 25 mil reclusos de prisões européias. 
                    A idéia de atavismo aparece estreitamente unia a figura de deliquente nato. Segundo Lombroso, criminosos e não criminosos se distinguem entre si em virtude de uma rica gama de anomalias e estigmas de origem atávica ou degenerativa. 
                    Características do Homem deliquente apontada por Lombroso: lábios grossos, arcada dentária defeituosa, braços excessivamente longos, mãos grandes, anomalias dos órgãos sexuais, orelhas grandes e separadas. As característicasanímicas segundo Lombroso são: insensibilidade à dor, cinismo, vaidade, crueldade, falta de senso moral, preguiça excessiva, caráter impulsivo. 
O grande equívoco dos positivistas foi acreditar na possibilidade de se descobrir causa biológicas para o fenômeno criminal. Isso porque não se pode falar em causa única para a delinquência e porque Lombroso se preocupou apenas com aspectos biológicos (endógenos) do fenômeno criminoso, quando se sabe que os fatoresexógenos (externos, fatores do meio) são preponderantes. Ferri procurou corrigir essa postura unilateral, demonstrando a importância de fatores socioeconômicos e culturais da delinqüência. 
Enrico Ferri é considerado o maior vulto da Escola Positiva, criador da Sociologia Criminal. Buscava, ao estudar criminosos, fatores econômicos e sociais. Com isso, chegou à conclusão de que não bastava a pessoa ser um delinqüente nato, era preciso que houvessem certas condições sociais que determinassem a potencialidade do criminoso. Com isso, Ferri criou o que ficou conhecido como trinômio causal do delito: fatores antropológicos, sociais e físicos. Dessa forma, Ferri opunha-se ao livre arbítrio defendido pelos clássicos, pois seriam os fatores do meio que iriam formar o criminoso. Além disso, Ferri classificou os criminosos em cinco grupos: nato, louco, habitual, ocasional e passional. 
Rafael Garófalo definiu o que era delito criando assim a teoria de delito natural. Foi em sua obra intitulada “Criminologia” que pela primeira vez foi usada este termo. Neste livro, Garófalo amplia o estudo da criminologia, sugerindo para esta um comportamento jurídico. Por essa razão é considerado por muitos o iniciador da fase jurídica da Escola positiva, encerrando assim o entendimento do crime como algo dotado de fatores antropológicos (Lombroso), sociais (Ferri) e jurídicos (Garófalo).  
  
  
Objetos de Estudo da Criminologia: 
O crime é um fenômeno complexo e multifatorial. A criminologia moderna estendeu o foco inicial do estudo do fenômeno criminal (centrado inicialmente no crime e no criminoso – escolas clássica e positiva, respectivamente) e hoje trabalha com quatro pilares básicos: crime, criminoso, vitima e controle social. Esses quatro pilares darão a sustentação ao que hoje se tornou o principal objetivo da criminologia: a prevenção do delito. 
- Objetivos da Criminologia: 
a)                 Crime; 
b)                 Criminoso; 
c)                  Vítima; 
d)                 Controle social. 
  
O CRIME (DELITO): 
O delito é um dos objetos mais antigos de preocupação da humanidade. O crime é um fenômeno humano e cultural. Ele só existe em nosso meio, na natureza não há a figura do crime. 
O direito penal trabalha com 3 conceitos de crime: material, formal e analítico. 
Conceito material está vinculado ao ato que possui danosidade social ou que provoque lesão a um bem jurídico. 
Conceito formal está ligado ao fato de existir uma lei penal que descreva determinado ato como infração criminal. É o enquadramento do fato a norma. 
Conceito analítico expõe os elementos estruturais e aspectos essenciais do conceito de crime, ou seja, crime é o fato típico, antijurídico e culpável. 
No entanto, esses conceitos trazidos pelo direito penal são rasos, pois não traduzem a profundidade do fenômeno criminal. O crime é fenômeno muito mais complexo, ele pode ter origens diversas como o excessivo desnível social, defeitos hormonais, problemas de ordem psíquicas como traumas, fobias e transtornos emocionais, etc. A criminologia busca entender a dinâmica do crime e intervir nessa dinâmica com o intuito de convencer o agente a não praticar o crime. Para fazer isso a criminologia precisou desenvolver outros conceitos para o delito, conceitos estes mais próximos e íntimos da realidade que o fenômeno criminal apresenta. 
A criminologia define crime como um problema social e comunitário. Para a criminologia, um fato só poderá ser considerado um problema social e por consequência um crime, quando apresentar alguns critérios; 
a)                 Incidência massiva na população; 
b)                 Incidência aflitiva (quando causa insegurança na sociedade); 
c)                  Persistência no tempo e no espaço;  
d)                 Razoável concordância sobre as causas e medidas de intervenção para seu combate; 
  
  
O CRIMINOSO: 
O delito foi o objeto principal de estudo da escola clássica. Foi com o surgimento da escola positiva que houve um giro de estudo, abandonando-se a centralização na figura do crime e passando o núcleo das pesquisas para a pessoa do Deliquente. 
Na atualidade, os modelos biológicos de explicação da criminalidade da escola positiva, perderam força, mas não foram totalmente eliminados. 
Na moderna criminologia, o estudo do criminoso ganhou um novo enfoque: ele está contido na interdependência dos estudos da conduta delitiva, da vitima e do controle social. 
  
Classificação dos Delinquentes: 
O primeiro a classificar os delinquentes foi Ferri, que os classificou em criminosos natos, habituais, loucos ocasionais e passionais. 
Hoje, podemos citar a classificação de Candido Mota, que classifica os criminosos em: 
a)                 Ocasionais: São aqueles que decorrem da influência do meio, isto é, são pessoas que acabam caindo em tentação devidoa alguma circunstância facilitadora. Os crimes mais comuns desse tipo de delinquente são o furto e o estelionato. Em geral, mostram arrependimento posterior e tendem a não reincidir. 
b)                 Habituais: São os Profissionais do crime. Normalmente se iniciam no crime durante a adolescência ou até mesmo durante a infância e progressivamente adquirem habilidades mais sofisticadas. Praticam todo tipo de crime. Em geral não apresentam arrependimento e não raro utilizam a violência com o intuito de intimidar a vítima. Tendem a reincidir no crime. 
c)                  Impetuosos: São aqueles que cometem crimes movidos por impulso emotivo. Os principais exemplos desse tipo de criminoso são os que se envolvem em crimes passionais ou crimes que ocorrem em uma discussão de trânsito. O criminosoimpetuoso costuma se arrepender em seguida. 
d)                 Fronteiriços: São os criminosos que se enquadram em zona fronteiriça entre a doença mental e a normalidade. São indivíduos que delinquem devido a distúrbios de personalidade. Em geral são pessoas frias, insensíveis e sem valores ético-morais. Em geral cometem crimes com extrema violência e específicos. Areincidência é uma realidade bem próxima. 
e)                 Loucos criminosos: São pessoas que possuem doença mental que compromete completamente sua auto-determinação. Em geral agem sozinhos, impulsivamente, sem premeditação ou remorso. Em face da lei penal, são considerados inimputáveis.  
  
  
A VÍTIMA: 
Podemos conceituar como vítima a pessoa que sucumbe ou que sofre as consequências de um ato, de um fato ou de um acidente. Na verdade, a vítima pode sofrer as consequências dos próprios atos (no caso de suicídio, por exemplo), pode sofrer o resultado da ação de outrem ou do acaso. 
O direito define que vitima é toda pessoa que sofre ameaça ou ofensa de umbem juridicamente tutelado. 
Basicamente, a vítima passou por três períodos: 
                    Protagonismo: Também chamada de Idade de Ouro, foi o período da justiça privada, onde imperava a Lei de Talião (Olho por olho, dente por dente), onde cabia a vítima defender-se na mesma proporção da ofensa recebida. 
                    Neutralização: Foi a intervenção do Estado nas relações processuais. A pena passa a ser uma garantia da ordem coletiva e não vitimaria. A vítima passou a ser um personagem secundário, uma vez a sanção previa a não reincidência do criminoso, e não o ressarcimento ou vingança da vitima. 
                    Redescobrimento: Após a II Guerra Mundial, com base no massacre dos judeus no Holocausto, a vítima volta a ter a importância na relação jurídico-penal, mas não de forma autoritária, fazendo justiça com as próprias mãos, mas sob um enfoque mais humanista, de maneira que se respeite sua integridade física e com o ressarcimento dos danos patrimoniais sofridos. 
Os estudos criminológicos da vítima foram se multiplicando na segunda metade do século XX, sendo fundada uma nova disciplina (ou ciência para alguns): a vitimologia (vide no resumo o tópico vitimologia).

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