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Fundamentos da Administração I UNIDADE 2 1 UNIDADE 2 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO I APRESENTAÇÃO Nessa unidade você estudará as principais abordagens da Administração e, conse- quentemente, as teorias, visões e experiências de estudiosos que muito contribuíram com a administração. Nessa segunda unidade você chega ao início do século XX, uma época em que a Revolução Industrial se consolida na Europa e chega à Améri- ca do Norte. Com esse movimento, surgiram as grandes corporações de negócios, os gerentes profissionais como Taylor, Fayol e Ford, entre outros, que construíram a base da moderna sociedade industrial e organizacional na qual você vive. Você vai conhecer o engenheiro e economista americano Frederick W.Taylor (1856- 1915) e suas idéias sobre eficiência. Vai conhecer o Henry Ford e a sua extraordi- nária ideia da linha de montagem. E, por fim, vai conhecer e apreciar o estudo do engenheiro francês Henri Fayol e suas ideias sobre as funções do processo de ad- ministrar organizações. Conheça tais autores no quadro 1. Frederick W.TAYLOR (1856-1915) Teoria: Administração Científica Henry FORD (1863-1947) Teoria: Fordismo Jales Henri FAYOL (1841 – 1925) Teoria: Teoria Clássica Quadro 1: Principais autores da Abordagem clássica. Fonte: http://admmartins.blogspot.com.br/ A primeira teoria estudada será a “administração científica”, conhecida como o mo- vimento taylorista, que é caracterizado pela racionalização do trabalho que se inicia no final do século XIX e é, efetivamente, difundido e implantado em todo o mundo no início do século XX. O taylorismo recebeu esse nome por ser um método de planeja- mento e controle dos tempos e movimentos no trabalho. 2 A segunda teoria que você vai estudar será o Fordismo, assim como o nome de Taylor está associado à administração científica, o nome de Henry Ford, está asso- ciado à linha de montagem móvel, mas esse foi apenas um dos inúmeros avanços que ele criou e que deixaram sua marca na teoria e prática da administração. Foi Henry Ford quem elevou ao mais alto grau os dois princípios da produção em mas- sa, que é a fabricação de produtos não diferenciados em grande quantidade: peças padronizadas e trabalhador especializado. A terceira teoria estudada nessa unidade será a teoria clássica, o personagem mais importante que sistematizou e divulgou essas ideias foi o engenheiro francês Henry Fayol, um dos integrantes da escola clássica da administração. ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA É importante você ficar sabendo que, ao terminar esse assunto, você estará prepa- rado para descrever o movimento da administração científica, sintetizando as contri- buições de seus participantes mais destacados. Como toda ciência, a Administração tem passado por modificações profundas ao longo do tempo, à medida que a complexidade do mercado e das organizações aumentaram e novas questões passaram a serem feitas e novas respostas foram demandadas dos administradores. Em especial após a revolução industrial, que foi como um divisor de águas histórico, mudando drasticamente os meios de produção e, consequentemente, o próprio modo de ser da sociedade. Mas somente no início do século XX com os trabalhos de Frederick W. Taylor e Henry Fayol, que acabaram, cada um a sua maneira, com a visão que tinham das organizações, sistematizando o conhecimento até então produzido e acrescentando a estes suas próprias observações que este movimento ganhou força e acabou se tornando conhecido como a abordagem clássica da Administração. Muito embora não tenham se comunicado entre si e tenham partido de pontos de vista diferentes e mesmo opostos, o certo é que suas ideias constituem as bases da chamada Abordagem Clássica da Administração, cujos postulados dominaram as quatro primeiras décadas do século XX no panorama administrativo das organiza- ções”. Maximiniano (2011) explica que a “passagem para o século XX marcou o início de um grande avanço para administração. Esse avanço foi impulsionado pela expansão da Revolução Industrial na América, que criou uma nova realidade para as organi- zações. A escala de operações exigiu o desenvolvimento de métodos totalmente novos de Administração. Essa evolução teve a participação de muitas pessoas, uma das mais importantes foi Frederick W. Taylor, ele e seus seguidores transformaram a administração da eficiência do trabalho em um corpo de conhecimentos com vida própria”. Frederick Winslow Taylor (http://pt.wikipedia.org/wiki/Frederick_Taylor) foi o criador e participante mais destacado do movimento da administração científica, seu trabalho junta-se ao de outras pessoas que na mesma época, compartilhavam esforços para 3 desenvolver princípios e técnicas de eficiência, que possibilitassem resolver os gran- des problemas. Caro(a) estudante, a administração científica é uma abordagem de baixo para cima (do operário para o gerente) e das partes (operários e seus cargos) para o todo (or- ganização empresarial). No século XX, a atenção se foca totalmente para o método do trabalho, para os movimentos necessários à execução de uma tarefa, para o tem- po padrão determinado para sua realização. É importante ressaltar que este cuidado detalhista permitiu a especialização do operário, e a organização de movimentos, operações, tarefas e cargos constituem a chamada Organização Racional do Traba- lho-ORT. Chiavenato (2001) e Andrade (2011) dividiram didaticamente o trabalho de Taylor em dois períodos. Veja no quadro 2. 1º período A obra tratava sobre as seguintes questões: O primeiro período de Taylor ocorre quando publicou o seu livro de- nominado ‘Administra- ção de oficinas’, no qual se preocupava exclusi- vamente com as técni- cas de racionalização do trabalho operário por meio do estudo de tem- pos e movimentos. O objetivo da administração é pagar salários melhores e reduzir custos de produção; À administração se deve aplicar métodos científicos de pesquisa, experimentos para formular princípios e estabelecer processos padronizados que permitam o controle das operações; Os empregados devem ser cientificamente selecionados e colo- cados em seus postos com condições de trabalho ideais; Os empregados devem ser cientificamente treinados para aper- feiçoar suas aptidões e executar uma tarefa para que a produção normal seja cumprida; A Administração precisa criar uma atmosfera de íntima e cordial cooperação com os trabalhadores para garantir a permanência de um ambiente positivo que favoreça à produtividade. 2º Período Para Taylor as fábricas apresentavam três problemas básicos: O segundo período de Taylor é marcado com a publicação do livro Prin- cípios de Administração Científica (1911). Taylor partiu do princípio de que a racionalização do trabalho deveria ser acompanhada por uma estruturação geral das empresas. 1) Vadiagem sistemática: Os operários só produziam 30% do que eram capazes por motivos como: Se aumentassem a produ- tividade haveria desemprego; Se mantinham ociosos para prote- ger seus interesses pessoais e os Métodos empíricos de controle da produção que eram ineficientes para medir a produtividade. 2) Os gerentes não conheciam os fluxos de operações das ativi- dades que eram desenvolvidas nem o tempo gasto necessário para sua execução; 3) Métodos e técnicas de trabalho não uniformes. Quadro 2: Primeiro e Segundo períodos de Taylor. Fonte: Chiavenato (2011) e Andrade (2011). Adaptação da autora. 4 Para solucionar estes problemas encontrados, Taylor propõe a Organização Racio- nal do Trabalho - ORT, cujos princípios são: Ciência em lugar de empirismo; Harmo- nia em vez de discórdia; cooperação e não individualismo; Rendimento máximo em lugar de produção reduzida; Desenvolvimento de cada homem a fim de alcançar a maior eficiência e prosperidade. Você pode imaginar a importância deTaylor para o mundo da Administração? Pois vou lhe explicar. Taylor defendia que a organização e a administração devem ser estudadas e analisadas segundo os princípios científicos. Porque não bastava o ad- ministrador compreender as organizações de forma empírica. Taylor estava preocu- pado com o desenvolvimento de uma ciência para a administração, o principal fim da administração deve ser de assegurar o máximo de prosperidade ao empregador e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado da organização. Taylor deixou bem claro que, quanto maior a produção proporcionada pelo empregado, maior o ganho em termos financeiros e maior será o retorno para o empregador com o mínimo de custo. Taylor, ao analisar o trabalho desenvolvido pelos trabalhadores, chegou à conclusão de que eles aprendiam por meio da observação do que os outros estavam fazendo. Diante dessa situação, Taylor proporcionou a utilização de métodos e procedimentos diversificados para o desenvolvimento de uma mesma atividade por parte dos traba- lhadores e, também, a diferentes níveis de produção. Foi a partir daí que Taylor con- siderou mais oportuno separar as atividades de planejamento e de execução. A or- ganização Racional do Trabalho- ORT consistia em vários aspectos, veja no quadro 3. ORT Descrição Análise do trabalho e estudo de tempos e movimentos Consistia em decompor cada tarefa em uma série orde- nada de movimentos simples. Os movimentos inúteis eram eliminados, e os movimentos úteis eram simplifi- cados, racionalizados ou fundidos com outros movimen- tos, para proporcionar economia de tempo e de esforço ao operário. Agora seria possível planejar o trabalho, para que não houvesse alternância entre excesso e falta de trabalho, além de se poder medir o rendimento de cada operário e estipular um salário mais justo para quem cumprisse suas tarefas, e prêmios para quem a ultrapassasse. Estudo da Fadiga Humana Tinha a finalidade de identificar os principais causadores da fadiga humana, uma vez que a fadiga era responsá- vel por uma intensa queda de produtividade. A adminis- tração científica procurou eliminar os movimentos desne- cessários para o desenvolvimento de uma determinada atividade, visando à diminuição dos esforços muscula- res. 5 Divisão do Trabalho e especiali- zação do trabalho O trabalho de cada pessoa deveria, tanto quanto possí- vel, limitar-se à execução de uma única e simples tarefa predominante. Dessa forma, cada operário passou a ser especializado na execução de tarefas simples e elemen- tares, realizando seus ajustes aos padrões descritos e às normas de desempenho estabelecidas pelo método. A ideia principal era de que a eficiência aumenta com a especialização: quanto mais especializado for um operá- rio, maior será sua eficiência. Desenho de Cargos e Tarefas O desenho de um cargo compreende a definição do seu conteúdo em termos de tarefas/atividades, bem como os métodos necessários para a sua execução e seu relacionamento com outros cargos. Pela descrição das tarefas e pela simplicidade dos cargos (soma de tarefas simples), o ocupante poderia aprender rapidamente os métodos prescritos (máxima especialização) exigindo um mínimo de treinamento, permitindo um controle e acompanhamento visual por parte do supervisor. Incentivos salariais e prêmios de produção Taylor partiu do pressuposto de que os trabalhadores deveriam desenvolver os seus trabalhos dentro dos pa- drões de tempo determinados. Relacionou a remunera- ção com a quantidade produzida. O salário era determi- nado pelas peças produzidas por trabalhador. Conceito de Homo Economicus O homem econômico. Segundo esse conceito, toda pes- soa é concebida como influenciada, exclusivamente, por recompensas salarias, econômicas e materiais. Condições de Trabalho A eficiência não está atrelada só à aplicação dos méto- dos científicos e ao incentivo salarial, mas também às condições de trabalho. Adequação de instrumentos e fer- ramentas de trabalho e de equipamentos, arranjo físico das máquinas, melhoria do ambiente físico de trabalho de maneira que o ruído, ventilação e iluminação e o con- forto no trabalho não reduzam a eficiência do trabalhado. Padronização dos métodos de trabalho A ORT também se preocupou com a padronização das máquinas e equipamentos, ferramentas e instrumentos de trabalho, matérias-primas e componentes, no intuito de reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo, com intuito de eliminar o desperdício e au- mentar eficiência. Supervisão funcional Mostra a existência de diversos supervisores, cada qual especializado em sua área, tendo autoridade funcional (relativa somente à sua especialidade) sobre operários subordinados em comum e outros supervisores. Quadro 3 : A Organização Racional do Trabalho Fonte: Chiavenato (2011) e Andrade (2011). Adaptado pela autora. É importante que você saiba que a preocupação de racionalizar, padronizar e prescrever normas de conduta ao administrador levou os engenheiros da Administração Científica a pensar que tais princípios pudessem ser aplicados a todas as situações possíveis. Assista a este vídeo sobre a visão de Taylor em rela- 6 ção à Administração Científica. <http://www.youtube.com/watch?v=LD6kGNQKt44>. Para finalizar esse assunto de grande importância para a evolução do pensamento administrativo, você deve saber que alguns autores criticaram a Administração Cien- tífica e as principais críticas foram em relação ao mecanicismo da administração científica; a superespecialização do operário; a visão microscópica do homem; au- sência de comprovação científica; abordagem incompleta da organização e limitação do campo de aplicação; abordagem prescritiva e normativa; abordagem de sistema fechado e o pioneirismo na administração. Assista a este vídeo que mostra as críti- cas a Administração científica. <http://www.youtube.com/watch?v=hlrKBEoKfqU>. Apesar de todas as críticas formuladas à Administração científica, há uma forte ten- dência atual no intuito de reabilitar a imagem de Taylor. Alguns autores chegam a apontá-lo como o criador da administração científica. FORDISMO Henry Ford (1863-1947), também fez grande contribuição para a construção da administração: fundador da Ford Motor Company e criador da linha de montagem móvel que revolucionou o modo de produção e a estratégia comercial de sua época. Foi tal a importância do que ele realizou que alguns consideram seu feito como uma segunda Revolução Industrial. Ford (http://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Ford) foi o ho- mem que popularizou o automóvel, com o seu célebre modelo T: Lançado em 1908, seis anos depois, havia meio milhão de veículos a circular. Figura 1: Um Ford T totalmente restaurado Fonte: http://brauto.blogspot.com/ Historicamente, foi graças ao taylorismo-fordismo que o automóvel se tornou um pro- duto de consumo de massas ou, pelo menos, ao alcance da classe média, inclusive dos operários que o fabricavam, em razão de seu baixo preço, dos salários elevados e das próprias facilidades de crédito introduzidas pela administração da Ford. 7 Caro(a) aluno(a), o fordismo não se constitui em uma teoria da Administração, mas em uma associação dos princípios de Taylor, como o incrível complemento da linha de montagem que possibilitou a produção e o consumo em massa. No começo, a Ford trabalhava artesanalmente, 1908, o tempo médio para fabricação de um carro chegava a 514 minutos. Neste sistema, cada trabalhador ficava sempre na mesma área de montagem e fazia uma parte importante de um carro, (colocar as rodas, molas, motor) antes de passar para o carro seguinte. Porém, os trabalhadores apanhavam as peças no estoque para trazer ao seu posto de trabalho. A primeira providência de Ford foi tornar esse processo mais eficiente, foi entregar as peças em cada posto, assim,os trabalhadores não precisavam mais ficar saindo o dia todo. A linha de montagem móvel (Veja a figura 2), na qual o produto em processo se des- cola ao longo de um percurso enquanto os operadores ficam parados, desenvolveu- -se rapidamente em seguiada. As consequências foram espantosas. O tempo médio de fabricação foi reduzido. Figura 2: Linha de Montagem móvel Fonte: http://www.novidadesautomotivas.blog.br/ Ford fez grandes inovações, adotou o dia de trabalho de 8 horas e duplicou o valor do salário, para 5 dólares por dia. Mas ele achava que seus operários deveriam po- der comprar o produto que fabricavam o que, sem dúvida, é uma opinião avançada até mesmo hoje em dia. Maximiano (2011) explica que Ford também revolucionou a estratégia comercial da sua época: Fabricou o primeiro carro popular, criou um plano de vendas, criou assis- tência técnica de grande alcance, repartiu em 1914, parte do controle acionário da empresa com os funcionários e estabeleceu salário mínimo de 5 dólares por dia de 8 trabalho com jornada de 8 horas. Em 1926 fabricava 2.000.000 de carros por ano. Produzia desde a matéria prima inicial ao produto final acabado. Além de ter criado a distribuição através de agências próprias e idealizado a linha de montagem, com produção em série, padronizada e de custo baixo. Fica claro para você que os princípios básicos de Ford foram a intensificação, a economicidade e a produtividade? A intensificação consiste em diminuir o tempo de produção; a economicidade consiste em reduzir, ao mínimo, o volume do estoque da matéria prima em transformação; e a produtividade consiste em aumentar a capaci- dade de produção do homem no mesmo período através da especialização da linha de montagem. Motta e Vasconcelos (2006) relatam que “Ele propunha ao cliente escolher a cor que quisesse para o seu automóvel, desde que essa fosse preta, ou seja, o cliente não podia escolher a cor ou o modelo”. Para concluir esse assunto, considerando o mesmo de suma importância para a melhoria da eficiência no processo produtivo, preciso ressaltar que esse modelo de gestão industrial foi a causa do seu declínio. A sociedade começa a mudar. O mer- cado já não aceita produtos feitos em série. O consumidor começa a exigir produtos diferenciados e de maior exclusividade. Assista a este vídeo e preste atenção quan- do trata a empresa Ford como líder de mercado. <http://www.youtube.com/watch?- v=al9AZjSbIF8>. Pergunto: como uma a empresa se mantém no mercado até hoje? Por quê? Reflita. TEORIA CLÁSSICA A corrente dos anatomistas e fisiologista da organização foi desenvolvida na França com os trabalhos pioneiros de Jales Henri Fayol. link: (http://pt.wikipedia.org/wiki/Jules_Henri_Fayol). Essa escola era formada, principalmente, por executivos de empresas da época. Essa corrente foi chamada de teoria clássica da administração, cuja preocupação básica era aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e da disposição de seus órgãos componentes (departamentos) e das suas estruturas, o que explica o porquê da ênfase na “estrutura” organizacional. Enquanto Taylor, Ford e outros estudiosos estavam desenvolvendo suas pesquisas e teorias nos Estados Unidos, Henri Fayol (1841 – 1925) estava realizando o mesmo trabalho na Europa. Fayol, na posição de gerente, assumiu a direção de um conjunto de minas de carvão e siderurgia que estava numa condição precária e as levou a um patamar de sucesso bastante expressivo. Acredite, essa teoria é considerada uma abordagem “de cima pAra baixo” (da dire- ção à execução) e do todo (organização) para as partes componentes (unidades de trabalho). Predominava a ênfase na estrutura organizacional, com os elementos e os princípios gerais da administração, com a departamentalização, possibilitando a me- lhor maneira de subdividir a empresa a centralização de um supervisor principal. Para você entender a diferença, entre a ideia de Taylor e Fayol, vou explicar de ou- tra maneira: enquanto Taylor focava nas tarefas desenvolvidas no chão de fábrica; Fayol, por sua vez, se preocupou em trabalhar e desenvolver uma estrutura funcio- 9 nal para dar suporte ao desempenho da organização. Assim, fica claro que ambos estavam focados na eficiência, mas cada um com seu próprio entendimento sobre como alcançá-la. Enquanto Taylor dividia tarefas, Fayol dividia a organização em departamentos; en- quanto Taylor se preocupava com o trabalhador, Fayol se preocupava com os geren- tes; enquanto Taylor queria aperfeiçoar a organização “de baixo para cima”, Fayol queria torná-la eficiente de “cima para baixo”. Fayol distinguiu seis funções empresariais como o conjunto de operações que toda sempre possui. Veja no quadro 4. Funções Empresariais Descrição Função Técnica Relacionadas à produção de bens ou de serviços da empresa. Função Comercial Relacionada à compra, venda e per- mutação. Função Financeira Relacionadas à procura e a gerência de capitais. Função de Segurança Relacionada à proteção e preservação dos bens e das pessoas. Função de Contabilidade Relacionadas a inventários, registros, balaços, custos e estatísticas. Função Administrativa Relacionadas à integração de cúpula das outras cinco funções. Essa fun- ção coordena e sincroniza as demais funções da empresa, estando sempre acima delas. Quadro 4: Funções básicas da empresa. Fonte: Chiavenato (2011) Adaptado pela autora. Veja na figura 3, o posicionamento das funções. Figura 3: Funções Básicas da empresa Fonte: Blog Administração para administradores. Fayol definiu as funções do administrador conforme o Quadro 5. 10 Funções Definições Planejar Estabelece os objetivos da organização, especificando a ma- neira como serão atingidos. Organizar Coordena todos os recursos da empresa, sejam eles huma- nos, financeiros ou matérias, alocando-os da melhor maneira, seguindo o planejamento traçado. Comandar Significa fazer com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe que as relações hierárquicas este- jam claramente definidas. Coordenar A implementação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e esforços de toda organização (departamentos e pessoas), tendo em vista os objetivos defini- dos. Controlar É estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes adotadas são as mais compatíveis com o que a organização almeja. Quadro 5: Funções do Administrador Fonte: Andrade (2011) e Chiavenato (2011). Adaptado pela autora. Para Fayol, essas funções da administração podem ser encontradas em todos os níveis da organização, mas, especialmente, nos níveis mais altos, onde elas ganham maior importância e força. Assista ao vídeo e entenda melhor a importância de Fayol <http://www.youtube.com/watch?v=eWsJgMF4Kuc> . Preciso reforçar que a administração é um todo do qual a organização é uma das partes. Fayol concebe a organização como se fosse uma estrutura, em termos de forma e organização das partes que a constituem, além do inter-relacionamento en- tre as partes. Os órgãos de linha são aqueles responsáveis pelo alcance dos objetivos básicos da organização, possuindo autoridades pela posição ocupada na estrutura organizacio- nal. Os órgãos de assessoria (staff), por sua vez, ligam-se indiretamente aos objeti- vos básicos da organização através dos setores de linha, e sua autoridade é apenas funcional. É importante frisar que os órgãos de staff não possuem autoridade de car- go conferido pela estrutura organizacional. Em 1916, Fayol projeta 14 princípios gerais da administração, veja no quadro 6. Princípios Gerais Características Divisão do trabalho Especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência. Autoridade e responsabilidade Autoridade se refere ao direito de dar ordens e serem obedecidas; a responsabilidadese refere à obrigação de obedecer e prestar contas. Disciplina Respeito aos acordos estabelecidos entre as par- tes da empresa e que exige obediência. 11 Unidade de comando Autoridade única. Cada funcionário deve receber ordens de apenas um superior. Unidade de direção O controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupos de atividades com os mesmos objetivos. Subordinação de interesses individuais aos interesses gru- pais Os interesses gerais da empresa devem se sobre- por aos interesses particulares. Remuneração do pessoal Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e das organizações. Centralização Concentração da autoridade no topo da organiza- ção. Cadeia escalar Hierarquia. É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo. É o princípio de comando. Ordem Deve ser mantida em toda organização, preser- vando um lugar para cada coisa, e cada coisa em seu lugar. Equidade A justiça deve prevalecer também no ambiente de trabalho, justificando a lealdade e a devoção dos empregados à empresa. Estabilidade e duração (em um cargo) do pessoal Quanto mais tempo uma pessoa permanecer em um cargo, melhor. Iniciativa Os empregados devem ser encorajados a desen- volver e a implantar planos de melhorias. Espírito de equipe O trabalho deve ser em conjunto, facilitado pela comunicação dentro das equipes. Harmonia e união. Quadro 6: Princípios gerais de administração Fonte: Fayol (1978) e Andrade (2011). Adaptação da autora. Mesmo sabendo que a Teoria Clássica foi de suma importância para o mundo da Ad- ministração, há muitas críticas que podem ser feitas a esta teoria. São elas: Obses- são pelo comando; a empresa como sistema fechado; e a tentativa da manipulação dos trabalhadores. Agora acesse as atividades e as realize. Até a próxima unidade!
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