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Estágio supervisionado 1 SERVIÇO SOCIAL

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Nesta aula, você irá: 
1 - Ter uma segunda aproximação com a Legislação, Diretrizes e documentações que respaldam estágio supervisionado em Serviço Social, considerando que o aluno está dentro do campo de estágio.
2 - Conhecer alguns elementos importantes para o processo de aprendizagem mútua, a partir do processo de supervisão.
Vamos começar a aula, relembrando e esclarecendo que o estágio em Serviço Social é uma atividade curricular obrigatória, prevista pelas Diretrizes Curriculares para o Curso de Serviço Social, desenvolvidas pela Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) e orientado pelo Código de Ética Profissional (1993), pela Lei de Regulamentação da Profissão (1993), pela Resolução 533/2008 do CFESS e pela Política Nacional de Estágio da ABEPSS (2010).
Então, é fundamental que você realize um estágio supervisionado, que é chamado de Curricular, obrigatório, porque faz parte da grade curricular: é uma disciplina com os objetivos e com uma carga horária definida (Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008).
Estágio supervisionado
O que é um estágio supervisionado?
A ABEPSS, no documento Política Nacional de Estágio, explica que o estágio supervisionado no curso de Serviço Social:
[...] apresenta como uma de suas premissas oportunizar ao (a) estudante o estabelecimento de relações mediatas entre os conhecimentos teórico-metodológicos e o trabalho profissional, a capacitação técnico-operativa e o desenvolvimento de competências necessárias ao exercício da profissão, bem como o reconhecimento do compromisso da ação profissional com as classes trabalhadoras, neste contexto político-econômico-cultural sob hegemonia do capital
É através da experiência de estágio supervisionado que você, estudante, identificará os conteúdos trabalhados nas diferentes disciplinas para o desenvolvimento de competências e habilidades para o exercício profissional, ou seja, aprenderá a ser um assistente social.
Princípios para a realização do estágio em Serviço Social
A ABEPSS destaca alguns princípios que devem nortear a realização do estágio em Serviço Social, tais como:
A indissociabilidade entre as dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa;
A articulação entre estudantes, professores e assistentes sociais dos campos de estágio, através de uma constante comunicação, de um diálogo.
Para valorizar as dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa, o aluno deve exercitar constantemente a prática da leitura, a partir da bibliografia e textos disponibilizados até o momento, bem como as sugeridas pelas diversas disciplinas e supervisora de campo. Todas as leituras serão fundamentais para que o aluno possa responder seus questionamentos, contribuindo para construção de uma prática profissional qualitativa.
Condições de realização do estágio
Com relação às condições em que deve ser realizado, NOVAMENTE destacamos:
Que deve ter uma supervisão sistemática, ou seja, ser acompanhado pelo profissional de campo (devidamente inscrito em Conselho Regional de Serviço Social da região onde atua), com atividades planejadas e voltadas para o aprendizado do aluno; 
Que o aluno busque saber o que é o plano de estágio, e possa participar da construção deste;
Que o estágio não seja realizado antes que o aluno tenha cursado as disciplinas que o capacitem a analisar a realidade social, reconhecendo as mais diversas expressões da questão social e tenha adquirido conhecimentos básicos de aspectos éticos, teóricos e metodológicos da profissão;
Que deve transcorrer no período letivo escolar;
Tenha uma carga horária mínima de 450 horas;
As atividades no campo não devem ultrapassar 30 horas semanais e as de sala de aula devem contar com três aulas semanais.
A supervisão no campo de estágio deve contar com um momento aonde o aluno possa sentar com o supervisor e dialogar sobre a experiência vivenciada, lançando seus questionamentos na perspectiva do aprendizado mútuo. O processo de supervisão deve ser educativo, onde o supervisor é estagiário aprendem em conjunto, onde há a troca, a conversa sobre a experiência de trabalho, respaldada em uma teoria, isto é, valorizando ao processo de teoria-prática.
O supervisor de campo é o responsável pelo acompanhamento do estágio na instituição onde o mesmo se realiza. O profissional não é obrigado a aceitar um aluno para supervisionar, mas quando solicita um aluno estagiário: significa que aceitou a atividade de supervisão, devendo se organizar para acompanhar o aluno no campo de estágio. Esta ação requer o desempenho de papéis, que Buriolla citada por Oliveira (2004, p. 70) destaca: “o papel de educador, o de transmissor de conhecimentos-experiências e de informações, o de facilitador, o de autoridade e o de avaliador.”
O estágio
Você deve estar perguntando: parte significativa deste material já foi visto? Certíssimo. No entanto, a partir deste momento você está inserido em um campo de estágio, e rever alguns pontos é fundamental para delimitar e refletir sobre o papel de todos os envolvidos seja o supervisor, ou você mesmo enquanto aluno-estagiário.
É sempre bom lembrar que o estágio é uma responsabilidade, exigindo uma postura profissional de todos envolvidos – em especial: supervisor e estagiário. Isso significa um compromisso com a população atendida. Sendo assim, o estagiário deve justificar ao supervisor de campo quando ocorrer alguma situação em que o impeça de estar presente na instituição, visando não prejudicar o desenvolvimento das atividades.
Outra situação que os alunos comentam é que têm muitas tarefas a realizar, fazem muitas coisas, mas que nem sempre sabem o significado. Então o espaço de supervisão é fundamental, o diálogo entre o supervisor de campo e o aluno é o momento em que os questionamentos devem ser apresentados, falados! É preciso falar as suas dúvidas e observações para o supervisor, porque por mais disponível que seja nunca irá adivinhar o que passa na sua mente, e vice-versa.
Então pergunte, fale, converse sobre o estágio. Este é o momento do aprendizado. Não tenha medo de errar, porque o medo paralisa o processo de aprendizado. As coisas acontecem e deixamos de acompanhar por medo e insegurança. Não deixe isso acontecer com você. Então pergunte quando estiver com dúvidas.
Diário de Campo
Finalizamos a aula orientando a todos a adquirir um caderno para o registro da vivência de estágio. Este instrumento é chamado de Diário de Campo. O aluno deve levar o caderno, seu diário de campo, e fazer as anotações desde o primeiro dia – como já falado anteriormente. Como se aprende a fazer o diário de campo? A resposta é simples: fazendo. E a supervisora de campo irá auxiliar, mas não pode deixar de realizar as leituras das aulas e textos propostos. O Diário de Campo será um importante instrumento para contribuir na elaboração do relatório de estágio ao final da disciplina. Mas vamos devagar, e respeitando o tempo, o aprendizado é planejado dentro de um processo pedagógico para que todos possam obter um resultado positivo dentro de uma “tempestade” de novidades.
Atividade Proposta
Como atividade para o primeiro dia de estágio, sugiro prestar atenção aos profissionais que trabalham na instituição. Caso seja uma instituição média ou grande, procure saber, ao menos, os nomes dos profissionais mais próximos. E com o passar do tempo, conhecerás os demais. Por exemplo: qual o nome do profissional que realiza a limpeza da sala, dos banheiros? Que tal ao chegar à instituição cumprimentá-lo com um BOM DIA. Aliais, numa Graduação que valoriza tanto o fator humano, ser gentil como todos é requisito fundamental, além de contribuir para a promoção de clima amistoso. 
Nesta aula, você irá: 
1 - Aprender que o aluno está iniciando uma nova experiência, acolhido por uma supervisora de campo.
2 - Aprender sobre o papel que o estagiário tem que cumprir.
Na aula anterior falamos bastante sobre o papel do supervisor de campo e do aluno-estagiário. Daremos continuidade à discussão partindodo pressuposto que você já iniciou o estágio. Conforme colocado anteriormente, nunca é demais lembrar que é preciso levar um caderno para anotações, que chamamos de diário de campo. Para depois não dizer que se esqueceu de anotar porque não tinha o diário de campo (um caderno). E anote as informações antes sugeridas. Não se recorda? Então faça uma leitura da aula passada.
A vestimenta no estágio
É importante se apresentar a supervisora de campo, ouvir as colocações, apresentar dúvidas. Os alunos quando iniciam estágio em um hospital costumam me perguntar se precisam usar jaleco. Então observe nos primeiros dias: se todos estão usando, e procure debater com o supervisor de campo o significado. Já nos estágios em outros locais, aonde não precisa de vestuário complementar, a vestimenta deve ser atenta, considerando que o trabalho é de atendimento direto a população.
Por exemplo: uma vez recebi um aluno quem usava blusa do time de futebol. E sempre orientei que no dia do estágio evitasse a blusa, porque poderia atender alguém que não concordasse com sua opinião. O aluno disse que era uma grande bobagem, que não tinha nada demais.
Então vamos observar o aprendizado no cotidiano:
Um dia marcamos uma entrevista com o pai de uma criança, cuja mãe dizia que o pai era agressivo verbalmente com a filha, desvalorizando as atividades escolares, depreciando a imagem da filha, etc. Após várias tentativas de atendimento, porque o pai marcava e não aparecia - um dia o pai compareceu ao atendimento. E o estagiário entrou na sala com a blusa do time. Esse pai imediatamente falou: “não sei o que estou fazendo aqui, ainda tenho que olhar pra cara desse aí com essa blusa ridícula”. E o canal de diálogo foi abalado por algo que se poderia evitar.
Outros exemplos: 
Blusa de santos religiosos; bermudas e shorts (tanto homens como mulheres – mas no verão algumas repartições pública libera a bermuda comprida). O estágio é um local de trabalho, e como tal é preciso observar este aspecto.
Horário de estágio
Sobre o horário de estágio, o estagiário se adequará ao horário da instituição e a disponibilidade de horário do profissional, esta informação deve ser verificada antes do aceite para o campo de estágio. 
Vamos trabalhar com muitos exemplos nesta aula, porque não há bibliografia específica. Voltando ao exemplo: se ambos entram no acordo que o estágio será aos sábados, então ambos devem reservar este tempo para a atividade de estágio supervisionado. Conciliar as atividades de estudos e trabalho é pesado, bem cansativo, mas com toda certeza trará recompensas de um investimento planejado.
Conhecendo a dinâmica
O estagiário está se aproximando, gradativamente, da realidade de trabalho do Serviço Social. Neste primeiro momento, sugerimos ao estagiário conhecer os profissionais mais próximos, nomes dos colegas de trabalho, suas respectivas funções. Levantamento dos setores existentes e atividades desenvolvidas. E peça ao supervisor de campo uma sugestão de leitura.
Vamos a mais um exemplo: se você vai fazer estágio em um hospital, qual a leitura mais apropriada para auxiliar nesta primeira aproximação? Ou se o estágio é em uma organização não governamental, qual a bibliografia mais sugestiva de acordo com área de atuação? Mas pode acontecer de você encontrar algum livro ou material na Internet. Antes de realizar a leitura ou comprar o livro, converse com a supervisora de campo sobre a qualidade do material.
Ao ingressar em um novo espaço de convivência profissional, o campo de estágio, procuramos, primeiramente, conhecer a dinâmica de suas ações e, aos poucos, desenvolver uma rotina que irá facilitar a interação sócio-profissional e o exercício mais eficiente.
Coleta de dados sobre a instituição
Vamos aprender sobre a instituição? Busque saber se existem documentos aonde possa encontrar o histórico da instituição, missão, valores, serviços oferecidos, etc. Você perguntou à supervisora se existem registros com estas informações? 
Alguns alunos relatam que não foram encontrados registros em alguns campos de estágio, cabendo ao estagiário construir parte desse conhecimento, perguntando, buscando e registrando para posteriores análises.
Por exemplo: um estagiário iniciou suas atividades em uma creche comunitária, em uma favela. A assistente social estava na instituição há pouco mais de um ano e, com poucos recursos, havia instituído um espaço para o Serviço Social de forma bem qualitativa. Na ocasião, o aluno ficou inseguro quanto à inexistência de registros sobre a instituição e o trabalho desenvolvido, mas a partir da experiência de estágio (com outros estagiários) construíram um planejamento para resgatar a história da instituição, bem como analisar a experiência de estágio. A partir da vivência de estágio, elaborou o objeto de estudo para monografia, refletindo sobre a experiência de realização dos grupos focais com as mães da creche. Agora, imagina se o aluno desiste do estágio, no primeiro desafio, por medo e insegurança quanto à falta de informações sobre o histórico da instituição. Iria perder uma boa oportunidade de aprendizado.
A atividade de coleta de dados, em geral, inicia-se por uma aproximação preliminar exploratória que busca levantar informações que irão compor um primeiro quadro de situação geral. A proposta é ler a documentação existente(Relatórios e planos) e formular questões para o momento da supervisão, que ajudarão na reflexão sobre a prática profissional.
A prática social
amamoto (2004, p. 114) nos diz que a trajetória do Serviço Social enquanto profissão apresenta um arsenal de mitos hoje presentes na compreensão da prática social e, mais especificamente, da prática profissional. Como componentes dessa ‘mitologia’, apresenta:
*A prática social reduzida a qualquer atividade, à atividade geral;
* A concepção utilitária da prática social, traduzida profissionalmente na preocupação com a eficácia técnica, com o resultado imediato e visível, quantificavelmente mensurável;
* A prática social apreendida na sua imediaticidade, como um dado, que teria o poder miraculoso de revelar-se a si mesma, como coisa ‘natural’. Essa naturalização da vida social e essa coisificação da prática – aparências necessárias e historicamente gestadas na própria sociedade capitalista – são apreendidas unilateralmente como se fossem reveladoras da concretude do real. Assim, as expressões da prática social passam a ser apreendidas em si mesmas de maneira auto-suficiente, em um processo de parcialização progressiva da totalidade da vida social.”
Podemos compreender a exposição de Iamamoto(2004) como uma real preocupação, onde o fazer profissional do assistente social não pode ser entendido como uma atividade que qualquer pessoa pode desempenhar, a partir do domínio puro da técnica, sem a realização de uma leitura crítica da realidade. É preciso fugir da prática “profissional” imediatista, sem planejamento, isenta do olhar crítico construtivo, cujo objetivo é apenas a resolução imediata da situação apresentada.
A prática social não se revela na sua imediaticidade. É preciso estudar, realizando uma leitura crítica das situações apresentadas no cotidiano profissional, valorizando a relação teoria e prática.
As sessões plenárias do XIX Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais produziram valiosas considerações quanto ao exercício profissional, que merecem destaque (IAMAMOTO, 2007, P. 467): 
“ – aprofundar o conhecimento as condições reais de trabalho do assistente social, enquanto trabalhador assalariado, articulando-o às lutas mais gerais dos trabalhadores frente as reformas sindical, trabalhista e universitária;
 - estimular o estudo sobre os espaços ocupacionais -, tradicionais e emergentes - transformando-os em espaços públicos de denúncias e reivindicações;
- aperfeiçoar e estimular a construção de articulações político-institucionais com a sociedade civil na luta pela garantia de direitos;
- apoiar o aprofundamento teórico-metodológico como base para a leitura dos trabalhos realizados, reconhecendoa convivência de tendência inovadora e conservadoras nessas leituras e atribuindo maior atenção a dimensão técnico-operativa da profissão; estimular formas de socialização e intercâmbio de experiências profissionais exitosas que indicam avanços na concretização do projeto ético-político profissional.”
Diante do que foi colocado, constatamos que o Serviço Social é uma profissão dinâmica inserida no próprio contexto sócio histórico. 
O assistente social deve modificar a sua forma de atuação profissional, em decorrência da demanda que lhe é colocada. É necessário acompanhar o movimento da sociedade e perceber os novos espaços como possibilidades de intervenção sobre uma realidade social.
Isto é, cabe ao profissional ir além do imediatismo, assumindo uma postura de investimento no processo de apreensão da realidade concreta e das mudanças sociais em movimento, buscando identificar novas possibilidades de intervenção profissional.
A partir da valorização da qualificação continuada para desenvolvimento de novas competências e habilidades, será possível atender as novas demandas postas à profissão.
O atual quadro social brasileiro pede por uma atuação profissional consistente, que intervenha sobre os novos desafios postos a cada dia. Por isso o assistente social deve estar em permanente atualização para oferecer respostas à demanda de trabalho apresentada.
Qualificação continuada significa assumir a ação investigativa na busca da organização de novas possibilidades de intervenção. É a atitude investigativa que permite desvendar o ponto central do problema. Lembra-se que a teoria fundamenta a prática e encontra-se no nível da abstração, do pensamento, já o método norteia a prática.
É preciso romper com a idéia de que “qualquer um” tem condição de fazer o que o Serviço Social faz e mostrar qual é o produto do trabalho profissional, apropriando-se das ferramentas gerenciais e tecnológicas, de registro e documentos. Em outras palavras, é preciso entender que, nesse momento histórico, o fazer profissional está diretamente relacionado às seguintes dimensões: investigativa, teórico metodológica, técnico-operativa, ético-política e pedagógica. E o “como fazer” (investigativo, técnico-operativo e pedagógico) precisa ser trabalhado a partir de uma formação continuada.
Sugerimos a participação em seminários e palestras com temas relacionados ao campo de estágio ou a política de atuação. Faça uma pesquisa na internet, no site do CRESS ou CFESS, ou até mesmo em outros sites. Pergunte à supervisora se haverá algum evento nos próximos dias, ou mês. E assim se organize para participar e aprender com outras experiências. E lembra-se de solicitar o certificado de participação enquanto ouvinte, importante documento para comprovação curricular.
Na aula anterior aprendemos que o estágio supervisionado propicia ao aluno uma aproximação gradativa a realidade de trabalho do assistente social. Mas pra isso é preciso apresentar um plano de trabalho. Neste caso, um plano de estágio. Mas o que é um plano de estágio? É um instrumento de didático-pedagógico. É o registro das etapas do estágio supervisionado, delimitando o período (data estimada), as atividades, os objetivos, a metodologia e as leituras necessárias ao aprendizado do aluno. O qual poderá ser adaptado as necessidades que possam surgir no decorrer do período.
Plano de estágio
São vários os motivos para valorizarmos o momento de elaboração do plano de estágio, apresentamos alguns:
Facilita o acompanhamento, a supervisão e o controle do planejamento pedagógico por parte de todos envolvidos.
Possibilita a rápida alteração/atualização do plano de estágio, que deve ser colocado imediatamente à disposição das partes interessadas.
Facilita e incentiva a participação de todos no planejamento das ações, permitindo a todos o acesso ao plano de estágio.
Facilita a vida do supervisor e do aluno, que poderá, mês após mês, atualizar e aprimorar o conteúdo realizado.
Objetivo do estágio supervisionado
O objetivo maior do estágio supervisionado é proporcionar ao aluno vivência em diferentes dimensões de atuação profissional, promovendo a articulação entre teoria e prática e a busca de soluções para situações-problema características do cotidiano profissional, de forma contextualizada, crítica e atualizada, formando assistentes sociais, que (re) pensem seu trabalho e estimulem o desenvolvimento do pensamento crítico e científico.
As atividades delimitadas no plano de estágio devem estar comprometidas como o aprendizado do aluno, o incentivando a:
Articular teoria e prática de forma sistematizada, propiciando o saber, o fazer e a compreensão do que se fez, através da reflexão-ação nos diversos tempos e espaços;
ompreender as diferentes dimensões do espaço profissional, atuando de forma coletiva e articulada;
Atuar como agente de integração entre o conhecimento científico e o senso comum, promovendo a analise crítica da realidade social e a busca de alternativas para sua transformação;
Construir um perfil profissional competente e comprometido com o código de ética profissional;
Elaborar estratégias de ação atualizadas, contextualizadas e interdisciplinares, capazes de atender a solicitações institucionais e promover a construção de conhecimento e responder a demanda da população alvo dos serviços.
Desenvolvimento do estágio supervisionado
O aluno-estagiário deverá desempenhar suas atividades numa perspectiva de reflexão na ação e sobre a ação, de modo a formar-se como um profissional reflexivo que paute sua prática em dimensões éticas e políticas, de forma crítica, contextualizada, interdisciplinar e transformadora.
O desenvolvimento do Estágio Supervisionado basear-se-á no conhecimento da realidade; na reflexão sobre a realidade e na identificação das situações que possam tornar-se objeto da proposta de aprendizado profissional.
Alguns elementos que deverão estar registrado no plano de estágio são: as reuniões de orientação de estágio para reflexão e análise das informações obtidas; setores em que o aluno-estagiário atuará; e forma de acompanhamento e de avaliação do aluno-estagiário. 
 Sabemos que no cotidiano de trabalho ocorrem alguns empecilhos que podem atrasar os prazos estimados, mas o acompanhamento sistemático das ações faz com que o plano seja flexível a garantia do aprendizado do aluno.
Após o exercício de elaboração do Plano de Estágio, delimitando as diretrizes a serem desenvolvidas ao longo do semestre: Qual será o próximo passo?
O próximo passo é o planejamento mesmo das atividades. Aprofundando “o como fazer?”, “como atingir o objetivo proposto?” para um resultado satisfatório, valorizando as etapas de execução das atividades delimitadas no plano, planejando as ações e destacando as formas de monitoramento e a avaliação da prática profissional.
Planejamento das atividades
Baptista apud Ferreira (2000, 15) nos diz que o planejamento se organiza por operações complexas e interligadas, e aponta alguns aspectos que devem ser considerados quando do planejamento. São eles:
Aprendemos que o plano e planejamento são etapas complementares no cotidiano profissional, mas vamos esclarecer mais uma vez a diferença entre os dois:
Educação para formação do assistente social
Na atualidade, alguns requisitos para garantir a qualidade da formação profissional do assistente social são a busca pelo fortalecimento da formação de um profissional criativo, propositivo que tenha competência e agilidade na pesquisa e no desvendamento da realidade, apreendendo a dinâmica dos processos sociais na sua totalidade. Espera-se a superação da visão fragmentada, praticista e determinada unicamente pelos interesses da instituição na qual está inserido o assistente social.
Partindo deste ponto de vista, propõe-se uma ampliação da proposta de educação, contribuindo para que todos tenham acesso a dados, informações, fatos permitindo que estes possam analisar relacionar, escolher, organizar e lançar mão destes conhecimentos para a complementação daformação humana. 
Para podermos compreender a crescente cumplicidade dos fenômenos mundiais, e dominar o sentimento de incerteza que suscita, precisamos, antes, adquirir um conjunto de conhecimentos e, em seguida, aprender a relativizar os fatos e a revelar sentido crítico perante o fluxo de informações.
A educação manifesta aqui, mais do que nunca, o seu caráter insubstituível na formação da capacidade de analisar. Facilita uma compreensão verdadeira dos acontecimentos, para lá da visão simplificadora ou deformada transmitida, muitas vezes, pelos meios de comunicação social. 
A necessidade por educação e a luta que ela ocasiona, pode gerar uma transformação da realidade social e isso é tarefa dos homens que compõem a luta e neste sentido, a realidade social, não existe por acaso, mas como produto da ação dos homens, pois nada se transforma por acaso.
O que é o diário de campo?
O diário de campo é um instrumento utilizado pelos pesquisadores para registrar os dados recolhidos e possíveis de serem interpretados. Sendo assim, o diário de campo é um instrumento que permite sistematizar as experiências para posteriormente analisar os resultados.
Trabalho do pesquisador com o diário de campo
Devemos considerar que cada pesquisador desempenha de uma forma a hora de registrar em seu diário de campo. Então, no momento do registro, pode-se anotar idéias desenvolvidas, frases isoladas, transcrições, mapas e esquemas, por exemplo. O que importa mesmo é que o pesquisador possa apontar no diário aquilo que vê e observa ao longo do seu processo de aprendizado (no estágio supervisionado) para depois analisar e estudar.
Certamente, os apontamentos oriundos do diário de campo não têm necessariamente que descrever em detalhes a realidade em si, mas antes a realidade vista a partir do olhar do pesquisador, com as suas percepções, bagagem teórica e a sua visão de mundo até o momento. Por isso, pode-se afirmar que, mesmo que dois pesquisadores (ou aluno-estagiário) trabalhem em conjunto sobre o mesmo tema (realizando estágio no mesmo campo/instituição), os diários de campo de cada um deles serão certamente diferentes.
Divisão do diário de campo
De acordo com os especialistas, recomenda-se que o diário de campo seja dividido em dois momentos. Desta forma, o pesquisador pode incluir, num lado, tudo o que diz respeito às observações realizadas por si e, no outro, as suas impressões ou conclusões. Também é interessante que, ao fim do dia, o pesquisador se reúna com os seus colegas de trabalho de modo a partilharem ideias e trocarem impressões podendo ser úteis para o diário. No caso da aluno-estagiário, trata-se do momento mesmo da supervisão. Onde senta-se com o supervisor para debater as atividades e vivências do dia de estágio.
A importância do diário de campo
Devemos considerar que o diário de campo pode ser o primeiro passo dos ensaios, das reflexões e dos livros que pesquisam a realidade social.
O diário de campo é uma das documentações mais importantes ao processo de estágio supervisionado, devendo fazer parte da vida acadêmica do aluno. É um instrumento de registro diário e, segundo Minayo (1993:100), nele:
“(...) constam todas as informações que não sejam o registro das entrevistas formais. Ou seja, observações sobre conversas informais, comportamentos, cerimoniais, festas, instituições, gestos, expressões que digam respeito ao tema da pesquisa. Falas, comportamentos, hábitos, usos costumes, celebrações e instituições compõem o quadro das representações sociais.”
Isso significa que o aluno-estagiário deve registrar no diário de campo, em tempo real, atitudes, fatos e fenômenos percebidos no campo de estágio. Por meio destes registros, posteriormente, podem-se estabelecer relações entre a vivência do estágio e a base teórica oferecida na academia.
Iniciando o processo de documentação
Os registros devem ser feitos diariamente, sempre datados, sinalizando os sujeitos envolvidos, o local, a situação observada etc. Ao ingressar em uma instituição para estagiar, a orientação é para que o aluno:
Tenha um caderno para elaborar o seu diário de campo, identificando-o com seu nome, dados da instituição (nome, endereço, e-mail e telefone da instituição), setor (programa/projeto) em que se insere nome da supervisora, período dos registros (início e fim).
Realize uma pesquisa bibliográfica acerca da área de atuação da instituição. Ex: estágio em um Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). Área de ação: Assistência Social. Ação do Assistente Social no Programa Bolsa Família. Recorte teórico-operacional: Assistência Social, Políticas Públicas, Políticas Sociais. O aluno deverá buscar textos sobre os temas antes relacionados e as leis que regulamentam a ação da instituição e do Assistente Social.
Faça o levantamento da história da instituição e da inserção do Serviço Social.
Organize uma lista das fontes de consulta, considerando as normas da ABNT (livros, leis, sites, jornais, revistas, folders etc.).
Nesse sentido, Mioto (2007) nos diz que a documentação não pode ser negligenciada no contexto do exercício profissional, considerando a sua relevância para o processo de conhecimento e sistematização da realidade, do planejamento, da qualificação das ações profissionais, bem como da sua importância ao alicerçar a produção de conhecimento. Desse modo urge a necessidade de incorporá-la no cotidiano profissional, nos mais diferentes momentos do processo interventivo.
O diário de campo é uma ferramenta de aprendizado. 
A partir das considerações sobre o diário de campo, a expectativa é para fazer uso deste como mais uma ferramenta de aprendizado. Então, o diário de campo consiste em uma forma de registro de observações, comentários e reflexões para uso individual do aluno. Pode ser utilizado para registros de atividades de pesquisas e/ou registro do processo de trabalho.
Desse modo, o Diário de campo deve ser usado diariamente para garantir a maior sistematização e detalhamento possível de todas as situações ocorridas no dia durante a intervenção. Quanto mais utilizar o seu diário de campo, mais desenvolverá a habilidade em descrever suas observações e reflexões.
Mioto (2007) sugere uma forma de registro. E fala que o diário de campo pode ser organizado em três partes:
Descrição;
Interpretação do observado, momento no qual é importante explicitar, conceituar, observar e estabelecer relações entre os fatos e as conseqüências;
Registro das conclusões preliminares, das dúvidas, imprevistos, desafios tanto para um profissional especifico e\ou para a equipe, quanto para a instituição e os sujeitos envolvidos no processo.
O diário de campo é um instrumento de registro de atividades de aprendizado, uma forma de complementação das informações sobre o cenário onde o aluno está estagiando e onde estão envolvidos os demais sujeitos. Neste instrumento, é possível registrar todas as informações que não sejam aquelas coletadas em contatos e entrevistas formais, em aplicação de questionários, formulários e na realização de grupos focais. 
 As anotações descritivas realizadas em diário de campo são para servirem de suporte na análise e planejamentos das ações. É o primeiro passo para avançar na explicação e compreensão da realidade em seu contexto. As anotações de cunho analítico-reflexivo indicam quais as questões que devem ser aprofundadas.
As informações, tanto de natureza descritiva como reflexiva, são o conteúdo do diário de campo, costurando os retalhos de todo o processo de desenvolvimento de uma pesquisa e/ou dos processos de intervenção profissional em dado contexto, oferecendo o cenário da realidade vivenciada.
O diário de campo oferece subsídios para a intervenção crítica no real e para a orientação da ação profissional. Isso se o diário for considerado como “um documento pessoal-profissional no qual o aluno fundamenta o conhecimento teórico-prático, relacionando-o com a realidade vivenciada no cotidiano profissional, através do relato de suas experiências e sua participação na vida social” (Mioto,2007).E o que mais pode ser anotado no diário de campo? As dúvidas e dificuldades são extremamente bem-vindas. Estas devem ser registradas e consideradas como elementos importantes no cotidiano profissional porque possibilitam à reflexão e análise da experiência de estágio.
O registro detalhado da intervenção no diário de campo permite observar e analisar criticamente como se planejam e se executam as ações profissionais, e ainda perceber as dificuldades e limitações do profissional frente ao serviço, como também as limitações do serviço frente às demandas concretas dos usuários.
Portanto, o diário de campo, os relatórios, prontuários, protocolos de serviço e de atendimento, enfim, toda a forma de documentação só adquire sentido se são úteis tanto para os profissionais quanto para a instituição porque, mais do que apenas guardar ou arquivar informações, deve incidir positivamente nos processos de planejamento e avaliação no sentindo de facilitar a sua realização.
 O propósito é utilizar o diário de campo em um instrumento de aprendizagem, onde o aluno interage com a realidade de forma sistematizada e ativa, como principal ator do processo de construção do conhecimento. O ensino de novos conteúdos deve permitir que o aluno se desafie a avançar nos seus conhecimentos. O exercício da análise crítica levará o aluno a ultrapassar a sua experiência, os estereótipos, as sínteses anteriores etc.
Considerando que uma aula é complementar a anterior, esta apresenta um conteúdo que contribui sobremaneira na elaboração do diário de campo. Mas antes precisamos apresentar o que é a observação participante.
Observação participante
*Para iniciarmos vamos conhecer um pouco da história da observação participante.
A observação participante foi introduzida pela Escola de Chicago, nos anos 1920, tendo sido duramente contestada pelos pesquisadores experimentais, e abandonada por décadas. Seu resgate atual, no entanto, auxilia nas descrições e interpretações de situações cada vez mais globais. 
 Após sua recuperação, porém, o método é banalizado e utilizado de forma indiscriminada, sem o rigor metodológico que esse procedimento exige em relação à coleta, registro e interpretação pertinentes e coerentes com a realidade estudada. Em muitos casos, a observação participante passa a ser relacionada a interpretações meramente emotivas e deformações subjetivas e sem dados comprobatórios.
O antropólogo inglês Branislaw Malinowski revolucionou a Antropologia nas três primeiras décadas do século XX, quando fez propostas referentes aos métodos de trabalho de campo.
É no universo científico que a construção sistemática da observação participante se torna cada vez mais evidente, uma vez que essa técnica modifica a ação do observador que, ao integrar o grupo que vivencia a realidade social, propicia interações que contribuam para a mudança de comportamento do grupo observado.
A técnica de observação participante caiu no esquecimento por alguns anos, até ser novamente introduzida no meio acadêmico na década de 1990, sendo, a partir de então, considerada um processo pelo qual a interação da teoria com a prática concorre para a transformação ou implementação do meio pesquisado – neste caso: o campo de estágio supervisionado.
Com o auxílio da observação participante, o estagiário poderá analisar a realidade social que o rodeia, tentando compreender os conflitos e tensões existentes e identificar grupos sociais que têm em si a sensibilidade e motivação para participar das lutas e transformações sociais necessárias.
Etapas do processo de observação participante
De acordo com Richardson (1999), o processo de observação participante segue algumas etapas essenciais.
Na primeira etapa, há a aproximação do observador ao grupo social em estudo.  Esse é um trabalho longo e difícil, pois o observador precisa trabalhar com as expectativas do grupo, além de se preocupar em destruir alguns bloqueios, como a desconfiança e a reticência do grupo. Nessa fase, é necessário que o observador seja aceito em seu próprio papel, isto é, como alguém externo, interessado em realizar, juntamente com a população, um estudo. Diante disso, pode-se dizer que a verdadeira inserção implica uma tensão constante do observador em razão do risco de identificação total com a problemática e o conflito de assegurar objetividade na coleta de dados.
Já na segunda etapa, Richardson (1999) diz que é preciso realizar um esforço do pesquisador em possuir uma visão de conjunto da comunidade objeto de estudo. No caso do estágio, substituímos o espaço da comunidade pelo espaço do estágio supervisionado. Então o autor coloca que essa etapa pode ser operacionalizada com o auxílio de alguns elementos, como o estudo de documentos oficiais – como já falamos na aula anterior -, reconstituição da história do grupo e do local, observação da vida cotidiana, identificação das instituições e formas de atividades econômicas, levantamento de pessoas chave e a realização de entrevistas não diretivas com as pessoas que possam ajudar na compreensão da realidade. Os dados devem ser registrados imediatamente no diário de campo, para não haver perda de informações relevantes e detalhadas sobre os dados observados. Caso não seja possível o registro imediato, sugere-se o uso do recurso de filmagens, fotos ou entrevista – Mas sempre com o acompanhamento da supervisora de campo, já que filmagens e fotos requerem a autorização de todos envolvidos no que refere se ao uso da imagem.
É preciso registrar a data, local e pessoas envolvidas na situação em que se está registrando e pretende esclarecer e estudar. Os detalhes auxiliam a memória a lembrar outros dados que possam ser úteis no momento de debate com o supervisor ou análise dos dados coletados.
Richardson (1999) aponta que após a coleta dos dados, passa-se à terceira fase, na qual é preciso sistematizar e organizar os dados, o que corresponde a uma etapa difícil e delicada. A análise dos dados deve informar ao observador a situação real do grupo e sobre a percepção que este possui de seu estado. Se todas essas etapas forem seguidas adequadamente, pode-se afirmar que o trabalho terá êxito, favorecendo o conhecimento da realidade social, bem como estimulando o crescimento do grupo de estudo por meio da auto-organizarão e conseqüente desenvolvimento de ações conscientes e criativas para a transformação social.
Para os assistentes sociais, os resultados obtidos a partir da análise dos dados devem servir de base para elaboração de ações profissionais que contribuam para promoção e garantia de Direitos.
Realização da observação
A observação participante é uma técnica de orientação quanto ao que será observado (pesquisado) ao participar (vivenciar) uma realidade (estágio supervisionado), delimitando o objetivo da entrada no estágio supervisionado.
A realização da observação participante exige o desenvolvimento de habilidades e competências. Então o estagiário buscará o seguinte aprendizado no campo: ser capaz de estabelecer uma relação de confiança com todos envolvidos; ter sensibilidade para pessoas; ser um bom ouvinte; ter familiaridade com as questões investigadas, com preparação teórica sobre o objeto de estudo ou situação que será observada; ter flexibilidade para se adaptar a situações inesperadas; não ter pressa de adquirir padrões ou atribuir significado a realidade observada; elaborar um plano sistemático e padronizado para observação e registro dos dados; ter habilidade em compreensão dos dados; verificar e controlar os dados observados; e relacionar os conceitos e teorias científicas aos dados coletados. (Schwartz, 1955).
Os observadores
Os observadores participantes se inserem na situação estudada (observada) e na vida das pessoas que estudam e, embora nos registros de campo os nomes sejam fictícios (justificativa ética), os sujeitos da pesquisa são reais e se conhecem uns aos outros. Então é primordial valorizar o ser humano, respeitando todos envolvidos na realidade. Cabe ao aluno sempre deixar claro que é estudante,estagiário, apresentando se em uma postura de diálogo, e buscando aprender sobre a vivência no campo.
A observação e a participação tanto podem ser uma *participação distanciada e ligeira, como uma participação mais profunda e mais integrada que propicia o uso da metodologia de observação participante.
*Caso de uma reportagem sobre uma conferência ou sobre outra qualquer prática social; ou da observação presencial de aulas.
Tempo de duração
O tempo é também um pré-requisito para os estudos que envolvem sobre a uma dada realidade, bem como a ação de grupos sociais. Para se conhecer a história e comportamento das pessoas e de grupos é necessário observá-los por um longo período e não num único momento. Por isso é recomendável permanecer no mesmo campo de estágio por no mínimo 01 (um) ano.
A importância do diálogo
Além de Rubem Alves outra referência para a Educação do Brasil é Paulo Freire. Para este Educador, o diálogo é o elemento chave para alcançar a conscientização e transformação da realidade. É preciso ouvir a todos, nossa voz interna, os profissionais envolvidos na realidade do estágio supervisionado, e em especial: os usuários, a população, com quem queremos estar para participar da transformação social.
O diálogo com a população, e o cunho educativo da ação do Assistente Social no cotidiano profissional, não podemos deixar de citar o livro Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire. Neste livro, autor propõe uma explicação da importância e necessidade de uma pedagogia dialógica emancipatória do oprimido, em oposição à pedagogia da classe dominante, que contribua para a sua libertação e sua transformação em sujeito consciente e autor da sua própria história através da práxis enquanto unificação entre ação e reflexão.
Nesta pedagogia, o educador – e aqui podemos entender como o assistente social, também -, através de uma educação dialógica problematizante e participante, procura conscientizar e capacitar o povo para a transição da consciência ingênua à consciência crítica com base nas fundamentações lógicas do oprimido. Assim, caracteriza-se por um movimento de liberdade que surge a partir dos oprimidos, sendo a pedagogia realizada e concretizada com o povo na luta pela sua humanidade.
Concluindo
Todo material coletado através da observação participante, registrado principalmente no diário de campo, bem como aqueles obtidos através de uma escuta atenta, do diálogo e aproximação com todos envolvidos no contexto do estágio supervisionado, será analisado a partir da leitura bibliográfica sobre a área profissional, textos e livros sugeridos na faculdade, ou através da indicação de leitura orientada pela supervisora de campo.
Fontes para aprendizado
Aprender é criar a possibilidade para que uma pessoa tenha iniciativa para buscar as fontes de conhecimento que está à sua disposição na sociedade. A vida é caracterizada por vários canais de informações. Para todo lado que olhamos, nos deparamos com alguns desses canais, seja: televisão, rádio, cinema, jornais, revistas, cartazes, livros, folhetos, internet, cd-room, etc.
Essas informações também podem estar também armazenadas em arsenais específicos: livrarias, bibliotecas, museus, salas de espetáculos, centro culturais, circos, escolas, monumentos históricos, prédios públicos, fábricas, empresas, laboratórios, jardins, zoológicos, supermercados, shoppings centers, jardim botânico, estações de metrô, galerias de artes, etc.
Mas é preciso desenvolver o olhar crítico que lhe permita desviarem-se as informações inúteis, sem base científica, ou pouco comprometida com a evolução humana. E preciso desenvolver habilidades para reconhecer, em meio um labirinto, as trilhas que conduzem as verdadeiras fontes de informação e conhecimento.
A prática da leitura
A leitura é um exercício primordial no aprendizado de uma profissão. É fundamental para o entendimento da profissão, do objeto de trabalho e das atuais condições de vida e trabalho. Então valorize a leitura, reserve um tempo para a realização da leitura bibliográfica indicada nas diversas disciplinas, escolha um livro e comece a leitura.
Os alunos costumam dizer: “São muitos livros, o que devo ler primeiro?”. É verdade! São muitos livros, mas o importante é começar a ler. Depois a sua curiosidade irá apontar o próximo livro, de acordo com a bagagem de leitura e experiência que for adquirindo. Uma aula de cada vez, um texto de cada vez, um livro de cada vez. E quando menos esperar, já se tornou um leitor nato, sabendo selecionar materiais de qualidade.
Pesquisar é muito importante
A realização do estágio supervisionado é para o aluno um momento de observação e estudo sobre a profissão escolhida. É uma pesquisa sobre a profissão e seus demais conteúdos. Veremos aqui, como a pesquisa é uma atividade que, embora não pareça, está presente em diversos momentos do quotidiano, além de ser requisito fundamental nas diversas profissões.
Então ler a bula de um remédio antes de tomá-lo é pesquisar. Recorrer ao manual de instruções de um aparelho eletrônico também. Remexer papéis velhos atrás daquela preciosa receita de bolo da madrinha Miriam é fazer pesquisa. A eterna dificuldade de consultar em dicionário ou um catálogo telefônico é ou não é uma tarefa de pesquisa?
Pesquisar é a investigação feita com o objetivo expresso de obter conhecimento específico e estruturado sobre um assunto preciso. Pesquisa está presente no dia-a-dia, seja no desenvolvimento da ciência, no avanço tecnológico ou no progresso intelectual do individuo.
A pesquisa social
O projeto de pesquisa do aluno-estagiário é aprender sobre o fazer profissional do Assistente Social, buscando compreender o processo de trabalho da profissão, bem como a sistematização da prática profissional.
 
O desejo de conhecer é um servo do desejo de prazer. Conhecer por conhecer é um contra-senso. Você está realizando estágio supervisionado para conhecer uma profissão do qual escolheu exercer. 
Utilize a pesquisa social a seu favor, ser organize para estudar sobre a profissão que escolheu seguir. Como antes colocado, reserve um tempo para a leitura para as aulas e bibliografia indicada, desenvolvendo os exercícios propostos.
Minayo (2003) nos diz que pesquisa veicula pensamento e ação, e que “Nada pode ser intelectualmente um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática. As questões da investigação estão, portanto, relacionadas a interesses e a circunstâncias socialmente condicionadas” (p.18)
  
Em outras palavras, estudamos sempre algo que aconteceu na vida prática, no dia-a-dia, no cotidiano, e que se apresenta como um problema, algo que nos desafia a compreensão, uma curiosidade a ser respondida para responder aos interesses sociais da época.
Teoria
A pesquisa é o exercício da relação teoria e prática. 
Minayo (2003,18) destaca que as funções da teoria são: 
- Esclarecer melhor o objeto de investigação.
- Levantar hipóteses.
- Permitir clareza na organização dos dados.
- Iluminar análise dos dados.
Por outro lado Minayo (2003, 19) fala que as proposições 
de uma teoria devem Ter três principais características:
 
- Serem capazes de sugerir questões reais.
- Serem inteligíveis.
- Representarem relações abstratas entre coisas, fatos, fenômenos e/ou processos.
O que isso tudo quer dizer?
Precisamos para analisar e compreender a realidade que estamos vivenciando, em especial o objeto de investigação/estudo. A leitura nos possibilita clareza na organização dos dados, sendo fundamental na análise dos dados e registros coletados na experiência do estágio supervisionado.
 
A teoria, a bibliografia selecionada deve ser capaz de sugerir questões reais, ou seja, permitir uma compreensão da realidade apresentada, inteligíveis, isto é, compreensíveis, e representarem relações abstratas entre coisas, fatos, fenômenos e/ou processos – a leitura realizada deve apresentar um sentido frente à realidade estudada.
Pesquisa qualitativa
Estudar sobre o ServiçoSocial e o universo que pertence à especificidade da profissão requer o conhecimento da pesquisa social qualitativa, isto é, pesquisar uma realidade que não pode ser quantificada. Minayo (2003) nos diz que a pesquisa qualitativa:
 “Trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis” (p. 22)
Pesquisa social apresenta várias fases, a saber:
A fase exploratória é o que o aluno-estagiário já vem realizando, delimitar o que será observado e estudado, seleção da bibliografia e teoria para leitura, escolha da metodologia apropriada e as questões operacionais para levar o trabalho de campo.
A fase do trabalho de campo é o levantamento dos dados e informações; somado a observação e escuta como estratégia de levantamento de dados e informações; registrando no diário de campo as atividades desenvolvidas e os dados, com as informações coletadas. No entanto, é primordial a realização das leituras, indicadas e sugeridas nas disciplinas cursadas até o momento, bem como seguir as orientações que se encontram nas aulas desta disciplina.
Sobre a fase do tratamento do material, os dados e informações coletadas serviram para analisar a realidade profissional vivenciada.
Questões elucidadas pelo profissional de serviço social
Para Vasconcelos (1997, 145), o levantamento sobre as demandas apresentadas ao Serviço Social leva o profissional à elucidação de várias questões, tais como:
“Quem são os usuários? 
De onde vêm? 
Em que condições vivem?
Que demanda (s) apresenta? Que clareza tem dela (s)? Como visualizam dentre suas necessidades e prioridades?
Por que buscam o serviço com esta demanda?
Com que expectativas apresentam sua (s) demanda (s)?
Que visão tem do serviço que procuram?
O que o serviço tem a oferecer diante das demandas apresentadas?
Os usuários mostram-se disponíveis para a proposta que o serviço lhes faz?
O serviço tem condições de atender suas demandas? Até que ponto?”
Finalizando
Finalizamos a aula fortalecendo que ao assistente social cabe:
Conhecer a realidade sobre a qual operam, nas suas particularidades e singularidade.
Desnudar, avaliar, criticar a proposta neoliberal no sentido de propor políticas alternativas.
Determinar objetivos profissionais possíveis de se implementar/realizar.
Qualificar as práticas operativas, garantindo um padrão mínimo de eficiência do conhecimento técnico-operativo.
Assim, unidade entre a teoria e a prática não vai ser obtida no Serviço Social apenas a partir de referencias teórico-metodológicas, mas tendo como base a qualidade das conexões que os profissionais estabeleçam com a realidade objeto da ação profissional, o que passa por uma relação consciente entre o pensamento e ação.
Busque materiais e relatórios sobre a instituição onde realiza estágio. Pergunte a supervisora de campo onde pode encontrar as documentações (históricos, relatórios, levantamentos, pesquisas, estatísticas, programas e projetos da instituição e do Serviço Social).
Caso não tenha material escrito, você pode perguntar a supervisora quem pode responder essas questões. E entrevistar alguém que tenha participado da fundação da instituição, ou que tenha essas informações porque teve a oportunidade de conhecer os fundadores. Você pode auxiliar no resgate da história e valorizar as pessoas de fundamental importância para existência do trabalho oferecido nos dias atuais.
No segundo momento, busque as fontes onde possa realizar o levantamento das principais demandas apresentadas ao serviço social – procurando destacar qual o perfil da população quem procurar os serviços oferecidos (quantitativo de pessoas na família, formação educacional, faixa etária, sexo, local de moradia, se possui benefício ou está inserido em programa governamental, etc.).
Anteriormente destacamos sobre a importância em estudar sobre o histórico da instituição onde realiza seu estágio. Se você já começou a estudar sobre o assunto, ótimo! Caso contrário, comece a organizar a história da instituição para o relatório de atividades do estágio. Em seguida, busque nas supervisões de estágio a identificar a população alvo dos serviços oferecidos pela instituição, bem como as demandas apresentadas pela mesma. É importante delimitar quais são as demandas que a instituição se propõe a trabalhar daquelas que aparecem no atendimento, mas não é objeto de trabalho da instituição, devendo ser encaminhadas para as instituições parceiras, seja pública ou privada.
Premissa
Esta aula tem como objetivo incentivar a reflexão sobre a instrumentalidade do Serviço Social, pois a pertinência em analisar o conjunto de fatores essenciais à aplicabilidade de cada instrumento é fundamental.
Então muita atenção a partir de agora, leia com bastante atenção!
É preciso prestar atenção na diferença entre instrumentalidade e instrumentos do Serviço Social. Ao final desta aula iremos relembrar alguns dos principais instrumentos utilizados pelo Serviço Social, tais como: observação participante, escuta atenta (diálogo), entrevista, atividades em grupo, visita domiciliar e institucional.
Instrumentalidade
De acordo com Guerra (2005), a instrumentalidade é uma propriedade e/ou capacidade que a profissão vai adquirindo na medida em que concretiza seus objetivos. 
Ela possibilita que os profissionais objetivem sua intencionalidade em respostas profissionais. 
Ao alterarem o cotidiano profissional e o cotidiano das classes socais que demandam a sua intervenção, modificando as condições, os meios e os instrumentos existentes, e os convertendo em condições, meios e instrumentos para alcance dos objetivos profissionais, os assistentes sociais estão dando instrumentalidade ás suas ações.
Ordem Instrumental
Continua Guerra (2005) dizendo que se muitas das requisições da profissão são de ordem *instrumental, exigindo respostas instrumentais, o exercício profissional não se restringe a elas.
*(Em nível de responder as demandas – contraditórias – do capital e do trabalho e em nível de operar modificações imediatas no contexto empírico.)
Com isso, queremos afirmar que reconhecer e atender ás requisições técnico-instrumentais da profissão não significa ser funcional á manutenção da ordem ou ao projeto burguês. Isto pode vir a ocorrer quando se reduz intervenção profissional à sua dimensão instrumental. Isto é necessário para garantir a eficiência e eficácia operatória da profissão.
Porém, reduzir o fazer profissional à dimensão técnico-instrumental significa tornar o Serviço Social um meio para o alcance de qualquer finalidade. Significa também limitar as demandas profissionais às exigências do mercado de trabalho. É também equivocado pensar que para realizá-la o profissional possa prescindir de referências-teóricas e éticas-políticas.
Definição de Instrumentalidade
Então vamos parar um pouco para refletir sobre o que foi dito até agora:
A instrumentalidade é um arcabouço de conhecimento sobre profissão, em especial o conhecimento adquirido e acumulado com a experiência de trabalho. Conhecimento alimentado ao dialogar com outros profissionais e experiências já vivenciadas.
Guerra (2005) nos fala que todo trabalho social (e seus ramos de especialização — por ex. o Serviço Social) possui instrumentalidade, a qual é construída e reconstruída na trajetória das profissões pelos seus agentes.
Esta condição inerente ao trabalho é dada pelos homens no processo de atendimento às necessidades materiais (comer, beber, dormir, procriar) e espirituais (relativas à mente, ao intelecto, ao espírito, à fantasia) suas e de outros homens. Avance para mais informações.
Relação do homem com o trabalho
Pelo processo de trabalho os homens transformam a realidade, transformam-se a si mesmo e aos outros homens. Assim, os homens reproduzem material e socialmente a própria sociedade.
Neste âmbito, o processo de trabalho é compreendido como um conjunto de atividadesprático-reflexivas voltadas para o alcance de finalidades, as quais dependem da existência, da adequação e da criação dos meios e das condições objetivas e subjetivas. Os homens utilizam ou transformam os meios e as condições sob as quais o trabalho se realiza modificando-os, adaptando-os e utilizando-os em seu próprio benefício, para o alcance de suas finalidades.
As ações profissionais precisam estar conectadas a projetos profissionais aos quais subjazem referenciais teórico-metodológicos e princípios éticos-políticos.
Assim, na realização das requisições que lhe são postas, a profissão necessita da interlocução com conhecimentos científicos.
Tais conhecimentos têm sido incorporados pela profissão e particularizados na análise dos seus objetos de intervenção. Mas a profissão também tem produzido, através da pesquisa e da sua intervenção, conhecimentos sobre as dimensões constitutivas da questão social, sobre as estratégias capazes de orientar e instrumentalizar a ação profissional (dentre outros temas) e os tem partilhado com profissionais de diversas áreas.
Desenvoltura do assistente social
No cotidiano, como o espaço da instrumentalidade, imperam demandas de natureza instrumental.
No exercício profissional, o assistente social constrói certo modo de fazer que lhe seja próprio e pelo qual a profissão torna-se reconhecida socialmente.
*Produz elementos novos que passam a fazer parte de um acervo cultural (re)construído pelo profissional e que se compõe de objetos, objetivos, princípios, valores, finalidades, orientações políticas, referencial técnico, teórico-metodológico, ídeo-cultural e estratégico, perfis de profissional, modos de operar, tipos de respostas; projetos profissionais e societários, racionalidades que se confrontam e direção social hegemônica, etc.
Na escolha dos meios e instrumentos mais adequados somente podem ser pensadas a partir do acervo cultural que a profissão dispõe para orientar as escolhas técnicas, teóricas e ético-políticas.
*Tais escolhas implicam projetar tanto os resultados e meios de realização quanto às conseqüências. No âmbito profissional, não existem ações pessoais, as ações são públicas, ou seja, de responsabilidade do indivíduo como profissional e da categoria profissional como um todo. Para tanto, há que se ter conhecimento dos objetos, dos meios/instrumentos e dos resultados possíveis. 
Objetivos
Expressar os objetivos que se quer alcançar não significa que eles necessariamente serão alcançados. Em outras palavras, os instrumentos e técnicas de intervenção não podem ser mais importantes que os objetivos da ação profissional.
Se partirmos do pressuposto que cabe ao profissional apenas ter habilidade técnica de manusear um instrumento de trabalho, o Assistente Social perderá a dimensão do por que ele está utilizando determinado instrumento. Sua prática se torna mecânica, repetitiva, burocrática.  
Habilidades do assistente social – capacidade criativa
Mais do que copiar e seguir manuais de instruções, o que se coloca para o Assistente Social hoje é sua capacidade criativa, o que inclui o potencial de utilizar instrumentos consagrados da profissão, mas também de criar outros tantos que possam produzir mudanças na realidade social.
Assim, pensar a instrumentalidade do Serviço Social é pensar para além da “especificidade” da profissão: é pensar que são infinitas as possibilidades de intervenção profissional.  Guerra (2005) resume, em poucas palavras, o sentido dessa reflexão:
Aqui se coloca a necessidade de dominar um repertório de técnicas, legada do desenvolvimento das ciências sociais, fruto das pesquisas e do avanço tecnológico e patrimônio das profissões sociais (e não exclusividade de uma categoria profissional), mas também um conjunto de estratégias e táticas desenvolvidas, criadas e recriadas no processo histórico, no movimento da realidade.
(GUERRA: 2005; p. 115-6)
Sumário dos instrumentos de trabalho
Bom, agora vamos ler mais um pouco sobre alguns instrumentos de trabalho que o Serviço Social mais utiliza no seu cotidiano profissional:
Observação participante
Vamos começar pela observação participante, tema da aula passada. Apenas para relembrar, observar é muito mais do que ver ou olhar. Observar é estar atento, é direcionar o olhar. Em outras palavras, é preciso definir o que se quer observar, delimitar o objeto de estudo. E como esse conteúdo já foi trabalhado anteriormente, iremos dedicar a leitura para outro importante instrumento: a entrevista individual ou em grupo.
Entrevista
A entrevista é um diálogo, um processo de comunicação direta entre o Assistente Social e um usuário (entrevista individual), ou mais de um (entrevista grupal). Contudo, o que diferencia a entrevista de um diálogo comum são o fato de existir um entrevistador e um entrevistado, e um direcionamento quanto ao conteúdo a ser explorado.
Sistematização
A sistematização, ou seja, análise do material produzido ocorre posteriormente ao registro de várias entrevistas, cuja análise, com base em referenciais teóricos, deverá levar à produção de novos conhecimentos.Claro que existem mais conteúdos sobre a entrevista social, mas a partir da experiência de estágio o aluno se aproximará integrando teoria e prática. Riqueza do aprendizado. O aluno-estagiário pode buscar as leituras sobre o assunto, a partir das referências sugeridas, seja na Universidade, ou no processo de supervisão.
Dinâmica de grupo
Outro importante instrumento é a dinâmica de grupo, descendente da Psicologia Social, a dinâmica de grupo surgiu como um instrumento de pesquisa do comportamento humano em pequenos grupos. Contudo, a dinâmica de grupo é um recurso que pode ser utilizado pelo Assistente Social em diferentes momentos de sua intervenção. Para levantar um debate sobre determinado tema com um número maior de usuários, bem como atender um maior número de pessoas que estejam vivenciando situações parecidas.
E nunca é demais lembra que é o instrumento que se adapta aos objetivos profissionais – no caso, a dinâmica de grupo deve estar em consonância com as finalidades estabelecidas pelo profissional.
Visita domiciliar
E ainda temos outro instrumento para estudar: a visita domiciliar. A visita domiciliar é um dos instrumentos que potencializa as condições de conhecimento do cotidiano dos sujeitos, no seu ambiente de convivência familiar e comunitária. 
Contudo, ela só se realizará efetivamente quando o profissional entender que é necessário e cabível para a situação social em que está intervindo, requerendo disponibilidade e habilidades específicas deste profissional.
Visita institucional
Mas talvez vocês já tenham escutado falar sobre visita institucional – que possui outra natureza. Vamos então ler mais um pouco para entender do que se trata esta última. Assim como a visita domiciliar, aqui se fala de quando o Assistente Social realiza visita a instituições de diversas naturezas – entidades públicas, empresas, ONGs etc. Muitas podem ser os motivos para que o Assistente Social realize uma visita institucional, vejamos alguns...
Quando o Assistente Social está trabalhando em uma determinada situação singular, e resolve visitar uma instituição com a qual o usuário mantém alguma espécie de vínculo.
Quando o Assistente Social quer conhecer um determinado trabalho desenvolvido por uma instituição.
Em síntese...
O estudo realizado até o momento é para dizer que não é possível pensar um instrumento de trabalho como se ele pudesse ser mais importante do que os objetivos do Assistente Social.
O instrumental é o resultado da capacidade criativa e da compreensão da realidade social, para que alguma intervenção possa ser realizada com o mínimo de eficácia, responsabilidade e competência profissional.
Reconhecer a instrumentalidade como mediação significa tomar o Serviço Social como totalidade constituída de múltiplas dimensões: técnico-instrumental, teórico-intelectual, ético-política e formativa (Guerra, 2005), e a instrumentalidade como uma particularidade e como tal, campo de mediaçõesque porta a capacidade tanto de articular estas dimensões quanto de ser o conduto pelo qual as mesmas traduzem-se em respostas profissionais.
Em outros termos, ela permite que os sujeitos, em face de sua intencionalidade, invistam na criação e articulação dos meios e instrumentos necessários à consecução das suas finalidades profissionais.
Conclusão, por Guerra (2005)
Assim, finalizamos a aula com a contribuição do autor, que diz:
“Pela instrumentalidade da profissão, pela condição e capacidade de o Serviço Social operar transformações, alterações nos objetos e nas condições (meios e instrumentos), visando alcançar seus objetivos, vão passando elementos progressistas, emancipatórios, próprios da razão dialética. Pressionando a profissão, tais forças progressistas (internas e externas) permitem que a profissão reveja seus fundamentos e suas legitimidades, questione sua funcionalidade e instrumentalidade, o que permite uma ampliação das bases sobre as quais sua instrumentalidade se desenvolve”.
Exercício
Procure reservar um tempo no estágio supervisionado para observar uma entrevista social, depois busque compreender o sentido de cada pergunta feita aos usuários. Lembra se que não é conveniente perguntar algo que não será útil. As perguntas são formuladas para trazer dados que possam contribuir nas respostas as demandas sociais.
Premissa
O tema da aula é sobre a consideração que os profissionais das mais diversas áreas devem ter com relação ao conhecimento produzido pelas categorias de trabalho diferentes.
É fundamental dialogar com o conhecimento produzido pelas diversas áreas de trabalho, seja a Pedagogia, o Direito, a Saúde, etc. E principalmente, valorizar o aprendizado em conjunto, com o colega de trabalho ou estágio de outra área de atuação. Aquele quem pode apontar um ângulo diferente da situação apresentada, ampliar a leitura do contexto vivenciado na experiência de estágio.
Vamos estudar sobre o trabalho multiprofissional, interdisciplinar e transdisciplinaridade no cotidiano profissional. 
Precisamos observar essas diferenciações na vivência de estágio supervisionado. 
Tenha a iniciativa em pedir auxilio a supervisora de campo para aprender a identificar tais experiências de trabalho com profissionais das mais diferentes áreas de atuação e conhecimento.
Influências no trabalho do assistente social
O assistente social, como qualquer outro trabalhador, tem o seu processo de trabalho influenciado por diferentes atores e determinado por contexto econômico e político, pelas diferentes organizações institucionais, pelas diferenças geográficas e culturais e pelas atuações exercidas pela sociedade civil e do Estado. 
 
Mediante a essa constatação, a pergunta que se faz é:
Claro que é impossível dar conta de tudo e todos. Então a proposta é buscar o diálogo com diversos conhecimentos para ampliar a visão sobre uma questão profissional.
Conceitos, por Jantsch
No entanto, antes de prosseguimos com os estudos, é preciso auxiliar a compreensão dos conceitos. E para isso iremos expor o conteúdo de Jantsch (1972) exposto por Mourão (1997, 140):
Multidisciplinaridade:
Gama de disciplina que propomos, simultaneamente, mas sem fazer aparecer às relações existentes entre elas. Pode ser visualidade nas práticas ambulatoriais, em geral sem cooperação e troca de informações entre si, a não ser um sistema de referência e contra-referência dos clientes, com uma coordenação apenas administrativa.
Pluridisciplinaridade:
Justaposição de diversas disciplinas situadas geralmente no mesmo nível hierárquico e agrupadas de modo a fazer aparecer às relações existentes entre elas.
Interdisciplinaridade:
Axiomática comum a um grupo de disciplinas conexas, definida no nível hierarquicamente superior, introduzindo a noção de finalidade, tendendo (mas não necessariamente) para a criação de campo de saber ‘autônomo’.
Transdisciplinaridade (ou transversalidade):
Coordenação de todas as disciplinas e interdisciplinas do campo, sobre a base de uma axiomática geral compartilhada; criação de campo com autonomia teórica, disciplinar ou operativa próprias.
Mas o que significa Transdisciplinaridade?
A transdisciplinaridade surge como possibilidade para o alargamento da compreensão do real, ampliando a visão sobre o mundo, ou seja, sobre o objeto de estudo. 
O aprendizado reside em aprender a dialogar com os diferentes conhecimentos, problematizar o contexto, articulando todo o saber à vida; a necessidade de realizar uma linha de pensamento capaz de promover a cultura de uma consciência humanitária que se funde na capacidade de integração entre a vida, a conduta e o conhecimento.
A transdisciplinaridade nasceu frente à necessidade em promover o diálogo entre diferentes campos de saber sem impor o domínio de uns sobre os outros, a partir de uma postura ética, recíproca e democrática.
Mediante a necessidade do diálogo, é necessária a formação de outra cultura profissional, intelectual e educacional que contemple uma qualificação diversificada, que possibilite gradativamente extinguir as distâncias culturais e tenha como foco a reaproximação dos profissionais, a partir de um diálogo generoso.
Vamos voltar aos conceitos!
DIALOGAR= A transdisciplinaridade pressupõe o exercício do diálogo, o desenvolvimento da escuta para se aproximar do que se passa em outras áreas do conhecimento, pois é impossível saber-se tudo sobre o objeto de investigação ou observação.
INTERVENÇÃO= A transdisciplinaridade nos convida a uma aproximação sobre os saberes produzidos, desvelando os valores que os mantêm, o modo de praticá-los, questionando o fazer profissional; utilizando este aprendizado como experiência fundamental na reorientação de ações e valores. Cabe um exercício crítico entre pensamento, ação, experiência, diferença, valores.
Diálogos
O exercício do diálogo é fundamental para a promoção da troca de experiências. Esse tipo de diálogo é abordado pelas teorias ligadas à cultura e ao desenvolvimento do trabalho em equipe. Normalmente, esse conhecimento compartilhado acontece quando:
*Ocorre diálogo frequente e comunicação “face a face”; a partir de discussão de casos ou reuniões visando o estudo de um objeto delimitado.
*Falas, insights e intuições são valorizados, disseminados e analisados (discutidos) sob várias perspectivas (por grupos heterogêneos) para que se possa fazer uma triagem do que realmente valerá se debruçar a partir de um olhar investigativo.
*É preciso valorizar o trabalho do outro, a partir de uma postura de quem está em busca do aprendizado.
Troca de “bagagens”
A troca de conhecimento em busca do aprendizado e da criação de formas de intervenção se realiza “face a face”, como antes colocado. 
Mas também a partir das leituras bibliográficas pertencentes às diversas áreas do conhecimento e temas, a saber: psicologia, educação, economia, administração, direito, etc. 
A leitura será selecionada a partida da experiência de trabalho (ou estágio) vivenciada.
Por exemplo, se o estágio está ocorrendo no espaço do judiciário, então é sugestiva a leitura de textos relacionados à área do direito em busca de conhecimento acumulado nesta área.
Introdução
O Serviço Social é trabalho, portanto, possui elementos constitutivos do processo de trabalho:
Matéria-prima (objeto de trabalho);
Meios (instrumentos);
Produtos (resultados).
Parte desta discussão foi realizada ao longo desta (e de outras) disciplinas.
Como e por quem é planejado o processo de trabalho do serviço social?
Quem gerencia o trabalho do serviço social? 
Quais são as frentes de atuação do serviço social?
Quais os principais instrumentos de trabalho?
Quais os principais objetivos?
Quais os principais objetos?
Quais as principais demandas ao serviço social? 
Quais os principais produtos do trabalho do Serviço social?
Qual o referencial teórico metodológico (base intelectual)?
Esses questionamentos são direcionadores para compreensão do processo de trabalho do ServiçoSocial. Mas como acontece em toda profissão, há profissionais que estão apenas executando, sem delimitar os instrumentos, apenas reproduzindo ações realizadas anteriormente. 
Outros apenas gerenciam, mas pouco se aproximam daqueles que executam, para compreender o sentido do trabalho. E ainda existem aqueles que não conseguem perceber o resultado, o trabalho realizado (produto) dado à fragmentação da prática profissional. Neste sentido, a importância em analisar os elementos constitutivos da profissão.
A matéria-prima
A matéria-prima ou objeto num processo de trabalho ao qual o serviço social se encontra inserido será delimitada a partir da própria experiência de trabalho. Esta matéria-prima aparece camuflada da sua realidade. Os fatos se apresentam fragmentados, exigindo uma intervenção profissional. Para tanto, podemos compreender que a matéria-prima da profissão aparece primeiramente no campo da singularidade, e necessita ser delimitada, estudada.
Instrumentos de trabalho
Os meios ou instrumentos de trabalho são utilizados pelo assistente social na estratégia de realização do trabalho do profissional. Estes meios ou instrumentos podem estar ao alcance ou alienado ao profissional, que deve criar caminhos para superar os limites e ampliar as possibilidades de ação profissional.
Instrumentos não consistem somente em técnicas, como visitas, reuniões e relatórios, pois afirmar isto é desqualificar o trabalho do assistente social. Ao estudar uma profissão, seja qual for, aprendemos que os instrumentos são utilizados e selecionados visando o alcance de objetivos.
Para isso existe a faculdade, o profissional recebe uma formação que o habilita em uma determinada área de conhecimento e atuação, ou seja, responsável pelo discurso e ações profissionais. Aprendendo organizar o seu próprio fazer profissional, e delimitando os instrumentos necessários para atingir os objetivos propostos.
A competência política e teórico-metodológica é a base para delimitar as possibilidades da prática profissional, a instrumentalização da prática profissional deve superar o sentido apenas operacional que vem sendo colocado e reforçado, historicamente.
 O instrumental mobilizado no processo de trabalho do serviço social se relaciona diretamente como o aporte teórico-metodológico. Uma separação destes acaba se desdobrando em ações com pouca efetividade e resultado, pragmáticos.
A autonomia, a conquista de espaços, o saber se posicionar, o desenvolvimento de habilidades, a criação de estratégias, o aprimoramento intelectual e o conhecimento teórico-metodológico são exemplos de meios/instrumentos utilizados pelo profissional, na perspectiva de uma intervenção transformadora.
 A especificidade (o objeto de intervenção da profissão) é campo de ação profissional e esta intervenção necessita de instrumentalidade: técnicas, instrumentos, estratégias. Sem esta instrumentalidade não há possibilidades de uma intervenção profissional transformadora, tendo em vista que a apropriação da instrumentalidade possibilitará a criação de espaços de potencialidades.
Isso quer dizer que o profissional deve saber por que estão escolhendo um determinado instrumento, outros não. É preciso justificar os instrumentos mais adequados a transformação da matéria prima, ou objeto de intervenção
 O objetivo consiste em um elemento constitutivo do processo de trabalho. Este elemento no trabalho do assistente social está relacionado a direcionamento profissional. Não é possível intervir na realidade se não há uma diretriz norteadora que indique princípios e objetivos da intervenção profissional. Sem a finalidade, a intervenção se reduz às demandas institucionais e não traz transformação efetiva à vida dos sujeitos.
Todo o trabalho profissional resultará num produto, isto é, ações que tenham impacto, que mudem a realidade e tenham continuidade através do tempo e do espaço.
Mas devemos refletir sobre os diversos espaços sócio-ocupacionais ou institucionais, que trabalham os assistentes sociais, isto é, com demandas/objetos institucionais igualmente diversificados.
A Questão Social como objeto da profissão Serviço Social leva assistentes sociais a diversos espaços profissionais. É necessário, portanto, articular os fundamentos teórico-metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos e consolidar a identidade profissional nestes espaços, a partir da finalidade, objeto e objetivos da profissão Serviço Social.
Agora muita atenção!
Como a questão social se configura naquela instituição ou naquele espaço sócio-ocupacional (onde você realiza seu estágio curricular)? 
A busca da resposta é o desafio em compreender o processo de trabalho do Serviço Social atrelado a uma determinada área de atuação, seja na Saúde, Judiciário, Assistência Social, Empresa, etc.
O conhecimento
Considerando os diversos espaços sócios ocupacionais, devemos apoiar as pesquisas e os projetos que favoreçam o conhecimento do modo de vida e de trabalho, as expressões culturais, da população atendida, construindo um acervo de dados sobre os sujeitos e as expressões da questão social.
O conhecimento sistematizado dos processos sociais e sobre o modo de vida dos indivíduos poderá alimentar ações inovadoras, capazes de resultar no atendimento as reais necessidades sociais da população atendida, alvos das ações institucionais. 
 Esse conhecimento é indispensável para promover a consciência crítica e uma cultura pública democrática para além das ideologias difundidas, particularmente pela mídia.
Isso demanda estratégias técnicas e políticas no campo da comunicação social – no emprego da linguagem escrita, oral e midiática –, para o desenvolvimento de ações coletivas que possibilitem propostas profissionais para além das demandas instituídas.
O mundo atual solicita um perfil de profissional culto, crítico e capaz de formular, recriar e avaliar propostas que colaborem para a progressiva democratização das relações sociais. Exige-se compromisso ético-político com os valores democráticos e competência teórico-metodológica na teoria crítica, em sua lógica de compreensão da vida social. Esses elementos, aliados à pesquisa da realidade, possibilitam desvendar as situações particulares com que se defronta o assistente social no seu trabalho, de modo a conectá-las aos processos sociais macroscópicos que as geram e as modificam.
Premissa
A aula de hoje é sobre a importância em se organizar profissionalmente para se garantir a qualidade na prática profissional, considerando a dinâmica de sistematização da prática profissional
 
O Serviço Social, que exige uma formação de nível superior para ser exercido, construiu ao longo da história um conjunto de procedimentos de registro, monitoramento e avaliação das práticas profissionais. E todo material de registro é necessário para subsidiar pesquisas analíticas, visando o aperfeiçoamento das ações desempenhadas. No entanto, Teixeira (2007) nos diz que:
“Esta regularidade, contudo, esteve longe de sedimentar uma postura que atravessasse a história do Serviço Social com a mesma intensidade e relevância. Da mesma forma, esteve muito distante dos processos de demarcação de preocupações investigativas que requeressem a mobilização e o domínio de um conjunto razoável de instrumentos e aportes teórico-metodológicos, tal como ocorre entre os profissionais pesquisadores das diversas áreas das chamadas ciências sociais. Concluindo, não conseguiu, contudo, o Serviço Social forjar uma cultura profissional que se alimentasse diretamente, ou que indicasse um papel de destaque, às atividades investigativas, particularmente aos processos de sistematização do seu trabalho, tomado integral ou parcialmente segundo um variado leque de enfoques (p.400).”
A profissão
O Serviço Social enquanto profissão precisa construir continuadamente procedimentos de sistematização de suas atividades profissionais, considerando os instrumentos até então construídos e as orientações acadêmicas sobre o assunto. Os registros não podem se tornar atividades burocráticas

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