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INICIAL - SEMANA 4

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA/ES.
MARLY, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade nº., CPF nº., residente e domiciliada na, Vitória/ES e HERON, menor impúbere, neste ato representado por sua genitora Ana Maria, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade nº., CPF nº., residente e domiciliada na, Vitória/ES, vêm, por seu advogado (endereço, art. 39, I do CPC), com fundamento no art. 274 do CPC ajuizar
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
Em face de FÁBIO, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade nº., CPF nº., residente e domiciliado na, Vitória/ES e ANTÔNIO, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade nº., CPF nº., residente e domiciliado na, município/estado, expondo e requerendo o que segue.
DOS FATOS
Em junho de 2013 (dois mil e treze), no município de Vitória/ES, dirigindo embriagado e se a devida habilitação para conduzir veículo automotor, Antônio deu causa, por culpa exclusiva sua, a um acidente de trânsito, no qual danificou o carro de Marly e lesionou gravemente Heron, menor com 12 (doze) anos de idade naquela ocasião, sobrinho de Marly.
Ainda em junho de 2013 (dois mil e treze), na iminência de ser judicialmente acionado para compensar os danos do acidente, Antônio transmitiu todos os seus bens, avaliados em R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), para Fábio, amigo de longa data. O negócio jurídico foi gratuito, caracterizando-se em uma doação.
DOS FUNDAMENTOS
Vê-se no caso concreto em tela que os réus estabeleceram entre si um contrato de doação de elevado valor, sendo ainda um contrato que aglutina todos os bens do doador, o que demonstra com nitidez a intenção exclusiva deste de resguardar tais bens. A partir disso, aduz-se que os réus atuaram com má-fé e em unidade de desígnios, infringindo o direito pátrio, que protege a função social e a boa-fé dos contratos, nos moldes dos artigos 421 e 422 do Código Civil Brasileiro. Além disso, o réus recaíram no ilícito civil de fraude contra credores, o que acarreta um vício ao negócio jurídico, conforme entendimento do art. 158 do Código Civil Brasileiro de 2002:
“Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos”.
Destarte, é evidente que o pleito da parte autora é legítimo e acobertado pelo vigente ordenamento jurídico. Além da norma mencionada acima, o Código Civil Brasileiro de 2002 ainda versa em seu art. 171 que:
“Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.”
Sendo assim, conforme os fatos narrados, é notório que a movimentação dos réus se deu com intuito de fraude contra terceiros, a fim de resguardar o patrimônio de Antônio contra possíveis ações judiciais futuras, decorrentes da obrigação de reparar o dano que este ocasionou no acidente de trânsito que deu causa. Logo, com base no direito invocado, deve o questionado negócio jurídico ser anulado.
DOS PEDIDOS
	Face ao exposto, requerem a Vossa Excelência:
	1 – A citação dos réus para apresentarem defesa no prazo legal, sob pena de confissão e revelia se assim não fizerem.
	2 – Seja intimado o ilustre membro do Ministério Público.
	3 – Que seja julgado procedente o pedido para anulação do negócio jurídico celebrado entre os réus.
	4 – Que seja julgado procedente o pedido para condenar os réus ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.
DAS PROVAS
	Requerem provar o alegado por todo o meio de provas em direito admitidas, especialmente a prova documental.
DO VALOR DA CAUSA
	Dá-se a causa o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais).
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Vitória/ES, XX de XXXXXXXX de XXXX.
Advogado
OAB/XX

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