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1 DESAFIO PROFISSIONAL CURSO: EDUCAÇÃO FÍSICA DISCIPLINAS NORTEADORAS: • ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO • PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E DA APRENDIZAGEM APRESENTAÇÃO O Desafio Profissional é um procedimento metodológico de ensino- aprendizagem que tem por objetivos: ü Favorecer a aprendizagem. ü Estimular a corresponsabilidade do aluno pelo aprendizado eficiente e eficaz. ü Promover o estudo dirigido a distância. ü Desenvolver os estudos independentes, sistemáticos e o autoaprendizado. ü Oferecer diferentes ambientes de aprendizagem. ü Auxiliar no desenvolvimento das competências requeridas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação. ü Promover a aplicação da teoria e conceitos para a solução de problemas práticos relativos à profissão. ü Direcionar o estudante para a busca do raciocínio crítico e a emancipação intelectual. Para atingir esses objetivos, você deverá seguir as instruções na elaboração do Desafio Profissional ao longo do bimestre, sob a orientação do tutor, considerando as disciplinas norteadoras. A sua participação nesta proposta é essencial para o desenvolvimento de competências e habilidades requeridas na sua atuação profissional. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES 2 Ao concluir os passos propostos neste desafio profissional, você terá desenvolvido as competências e habilidades que constam nas Diretrizes Curriculares Nacionais descritas a seguir: ü Aplicar modos de ensinar diferentes linguagens: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes, Educação Física, Língua Brasileira de Sinais, de forma interdisciplinar e adequada às diferentes fases do desenvolvimento humano. ü Relacionar os conhecimentos relativos à área de atuação com as demais áreas do conhecimento. ü Realizar pesquisas que proporcionem conhecimentos, entre outros: sobre seus alunos e alunas e a realidade sociocultural em que esses desenvolvem suas experiências não escolares; sobre processos de ensinar e de aprender, em diferentes meios ambiental-ecológicos; sobre propostas curriculares; e sobre a organização do trabalho educativo e práticas pedagógicas. ü Utilizar, com propriedade, instrumentos próprios para a construção de conhecimentos pedagógicos e científicos. OBJETIVO DO DESAFIO Promover a construção de currículos inclusivos que favoreçam a integração de alunos com necessidades especiais em turmas regulares a partir de projetos de educação individualizada. PRODUÇÃO ACADÊMICA Elaborar um Projeto de Educação Individualizada (PEI) a partir de uma demanda real apresentada por uma criança ou adolescente do ensino fundamental e professores com experiência na educação inclusiva. DESAFIO PROFISSIONAL 3 O ano letivo de uma turma do ensino fundamental iniciou com uma novidade: a chegada de uma aluna cadeirante. Uma das professoras responsáveis pela turma está buscando, junto à equipe pedagógica, diretoria e pais da aluna, formas de orientá-la e educá-la adequadamente. Para que isso seja possível, a diretora realizou melhorias na estrutura física da escola e a equipe pedagógica se mobilizou para a elaboração de um Plano de Educação Individualizado para a aluna cadeirante. Assim como a professora Adriana, a partir de agora você também faz parte desse projeto. Faz apenas um ano que a professora Adriana trabalha como professora do ensino fundamental na escola Malala Yousafzai. Logo que terminou o curso de Educação Física, iniciou suas atividades como docente de uma turma com 12 meninos e 10 meninas do 6º ano do ensino fundamental. Duas semanas antes do início das aulas, ao término do período de férias docentes, a professora Adriana retomou suas atividades na escola para participar de capacitações e de reuniões pedagógicas com a equipe de professores e pais de alunos. Logo no primeiro encontro, a diretora comunicou à equipe de professores que a escola estava se adaptando para receber uma aluna cadeirante. Dias depois em uma reunião da equipe pedagógica da escola, a diretora conversou com os pais e professores de todos os alunos que possuíam algum tipo de deficiência física ou mental. Essa era a primeira vez que Adriana participava. Na ocasião, os professores tiveram a oportunidade para discutir os avanços dos alunos, as dificuldades, os limites impostos pelos problemas físicos e mentais e os projetos para o trabalho com esses alunos durante o ano letivo. Os pais também comentaram sobre a vida escolar e do comportamento e aprendizagem dos filhos fora da sala de aula. A professora Adriana teve a oportunidade de conversar com os pais de Camila, a aluna cadeirante. Os pais explicaram que a garotinha nasceu com problemas na coluna vertebral, o que comprometeu o movimento dos membros inferiores. Relataram que na antiga escola frequentada por Camila houve um esforço por parte da professora em garantir a inclusão, mas a integração social de Camila com as demais crianças não ocorria de maneira satisfatória e também não perceberam empenho da equipe pedagógica em garantir um programa de educação individualizada e adaptação curricular. 4 A professora Adriana disse aos pais que nunca vivenciou uma situação semelhante e que considera muito importante que toda equipe pedagógica esteja empenhada em oferecer todas as condições para o pleno desenvolvimento de Camila. A conversa com os pais de Camila deixou a professora Adriana preocupada, pois sabia que a inclusão de uma criança com deficiência no ambiente escolar não era uma tarefa fácil. Ela estava consciente de que precisava aprender a lidar com essa nova realidade. Insegura em relação à reação dos seus alunos diante de uma coleguinha cadeirante, Adriana procurou estudar formas de desenvolver as competências sociais das crianças diante dessa situação. Seu maior receio era de que Camila enfrentasse situações constrangedoras, bullying e problemas relacionados à aceitação social. Também estava preocupada com o comportamento e reação dos demais professores diante dessa realidade. Naquela mesma semana, a diretora procurou adaptar os espaços físicos da escola de maneira a favorecer a mobilidade de Camila. Cada estudante com condições especiais é único em suas necessidades, por isso, além de solicitar a construção de rampas e mobília especial, a escola proveu a adaptação de bebedouros e reposicionou móveis para garantir a acessibilidade de acordo com as necessidades da nova aluna. Diante desta nova realidade, a equipe pedagógica da escola buscou estabelecer um programa de educação individualizada para Camila. Consensualmente, reconheceram a importância de garantir a acessibilidade de Camila, todavia destacaram a importância de a escola estar preparada para acolher crianças com outros tipos de necessidades especiais, como autismo, prejuízo auditivo e surdez, prejuízo visual e cegueira, comprometimento intelectual, comprometimento ortopédico ou muscular, retardo no desenvolvimento, comprometimento nas atividades cerebrais ou cognitivas, déficit de atenção e hiperatividade, síndromes e alguns problemas de saúde. Finalmente, chegou o primeiro dia de aula. Os alunos demonstravam saudade dos colegas de turma, tinham muita novidade para contar e de maneira geral estavam muito contentes. No toque do sinal, todos entraram rapidamente na sala, 5 buscando o espaço preferido ao lado dos melhores amigos. A agitação dos alunos acaba quando percebem que a professora Adriana entrou na sala de aula trazendo uma garotinha em uma cadeira de rodas. De imediato, osalunos silenciaram e passaram a observar atentamente aquela garota que entrava junto com a professora. Camila foi posicionada em uma carteira adaptada e, em seguida, a professora explicou o problema de Camila, mostrando que cada um dos alunos que ali estavam eram únicos, diferentes entre si, alguns por serem altos, outros baixos, de pele clara ou escura, que podiam precisar de óculos para enxergar ou cadeira de rodas para se locomover, por exemplo. Os alunos começaram a fazer muitas perguntas e a partir daquele instante Adriana percebeu que, mais do que garantir para Camila a acessibilidade, a nova aluna precisava estar rodeada de adultos e crianças que compreendessem seu problema sem preconceitos, pois só assim seria possível a construção de vínculos saudáveis de amizade com os demais colegas de turma e garantir um desenvolvimento social saudável para todos. Esse é o desafio da professora Adriana e a partir de agora será o seu desafio também. Passo 1 Cada vez mais a inclusão de crianças com algum tipo de deficiência física ou mental no ensino regular faz parte da realidade da educação brasileira. O direito fundamental à educação tem se ampliado à medida que os preconceitos são quebrados, os direitos são assegurados e as diferenças são compreendidas e respeitadas. Consciente dessas questões, a professora Adriana trabalhou com a turma as relações de amizade e o respeito às diferenças. Para compreender melhor sobre o posicionamento dos alunos em relação aos diferentes colegas, a professora Adriana sugeriu que a toda a turma fizesse um desenho com o título “Meu amigo diferente é especial” e, em seguida, solicitou que cada um expusesse o desenho e explicasse o porquê do amigo retratado ser especial. 6 Tal como o exemplo da professora Adriana, esta é a sua vez de trabalhar os conceitos de “amizade” e de “diferença” com as crianças. Encontre em Organizações Não Governamentais, Escolas ou até mesmo na sua comunidade crianças com idades entre 10 e 14 anos e solicite a elas que elaborem desenhos com o tema “Meu amigo diferente é especial”. Oriente-as a desenhar espontaneamente um amigo que possua algum tipo de deficiência física ou mental. Aproveite a oportunidade para registrar o relato das crianças sobre o porquê de esse amigo diferente ser especial para elas. Entregue a elas papel em branco e lápis de cor. Digitalize essas imagens com uma câmera digital ou scanner. Anote os comentários das crianças relacionadas a esses amigos. Solicite que elas expliquem o desenho. Se for necessário, faça perguntas como: Por que seu amigo é diferente? Como iniciou sua amizade? Como você trata o seu amigo? Em que o seu amigo é diferente de você? Passo 2 Infelizmente, muitas escolas no Brasil não possuem infraestrutura ou equipe de profissionais para atender à demanda educacional de crianças com problemas físicos ou mentais. Faltam rampas de acessibilidade, equipamentos e tecnologias assistivas, psicopedagogos, intérpretes de Libras e tantos outros recursos que favorecem a inserção plena das crianças à educação como um direito fundamental. Tanto a professora Adriana como a equipe pedagógica e direção da escola buscaram meios de ofertar para a aluna Camila uma educação digna e inclusiva. A partir do exemplo apresentado, encontre um educador que teve a oportunidade de trabalhar com crianças com algum tipo de deficiência física e mental. Elabore um pequeno roteiro de entrevista e questione esse educador sobre os principais desafios que ele enfrentou ao lidar com estes alunos. Pergunte a ele se a equipe pedagógica da qual fazia parte utilizava algum Programa de Educação Individualizada (PEI). Anote todas as perguntas e respostas. Passo 3 7 A equipe pedagógica da escola reconhece a necessidade de desenvolver um PEI para Camila. A professora Adriana sabe que esse é um trabalho que precisa ser desenvolvido por toda a equipe escolar e reconhece que ela mesma precisa assumir muitas responsabilidades para que o PEI seja eficiente. Siga a iniciativa da professora Adriana e desenvolva o seu PEI a partir de um dos desenhos apresentados no passo 1. Atente para a descrição relatada pela criança que elaborou o desenho e procure preencher o PEI assumindo todos os papéis relativos a cada um dos itens a serem preenchidos (papel de professor, pai ou responsável, prestador de serviços, coordenador do PEI etc.). Visualize a personagem do desenho e desenvolva um PEI com perfil condizente com o perfil desta criança ilustrada. Exemplo de Ficha de Projeto de Educação Individualizado (PEI): PROGRAMA DE EDUCAÇÃO INDIVIDUALIZADA (PEI) Escola: Nome da criança: Nível ou ano escolar: Nome dos pais ou responsáveis pela criança: Líder da equipe PEI: Outros membros da equipe PEI Nome: Função: Nome: Função: Nome: Função: Preocupações dos pais ou responsáveis da criança Que preocupações os pais ou a criança querem abordar neste plano para melhorar o aprendizado da criança? Pontos fortes da criança e resumo dos resultados da avaliação Quais são os pontos fortes educacionais, as áreas de interesse, os atributos pessoais e as habilidades da criança? Qual é a dificuldade determinada da criança? 8 Nível atual de habilidades Assinalar todas as opções aplicáveis Como esta área de aprendizado é afetada pelas dificuldades da criança? Habilidades de autocuidados/independência Autocontrole/concentração Desenvolvimento social e emocional Desenvolvimento motor fino e grosso Desenvolvimento da linguagem Resolução de problemas/pensamento analítico Aprendizado de ciência e ambiente Outras áreas do desenvolvimento Especificar: Áreas curriculares de nível fundamental Assinalar todas as opções aplicáveis Como esta área de aprendizado é afetada pelas dificuldades da criança? Língua Portuguesa História e Ciências Sociais Matemática Ciência e Tecnologia Linguagem e expressão corporal Outras áreas curriculares Especificar: Como as dificuldades da criança afetam o aprendizado? Como as dificuldades da criança repercutem em sua aceitação social? Adaptações facilitariam o aprendizado para a criança? De que tipo? Como? 9 Como cuidados, instruções e ambientes especialmente modificados podem ajudar a criança a fazer um progresso efetivo em todas as áreas do aprendizado? Descreva as modificações de instrução necessárias e como serão feitas Métodos de ensino: Métodos de orientação: Alterações ambientais: Equipamentos especiais: Considerações gerais (Assinalar todas as opções aplicáveis) Problemas de movimento Problemas na fala Outros: Necessidades emocionais Intervenção comportamental Desenvolvimento social Problemas de autocontrole Necessidade de Braille Carência de higiene pessoal Surdez /problemas auditivos Suporte médico Proficiência limitada (língua) Requer apoio médico Como esses problemas serão abordados? Considerações sobre as práticas apropriadas ao desenvolvimento 10 Como será a participação da criança em atividades curriculares e extracurriculares apropriadas ao desenvolvimento de colegas sem dificuldades? Níveis de desempenho atuais e metas anuais mensuráveis Deve haver uma correlação direta entre as metas anuais e o nível presente do desempenho escolar Meta 01 Foco específico da meta: Nível de desempenho atual:O que a criança faz atualmente? Meta anual: Que meta desafiadora, e ainda assim alcançável, pode ser atingida pela criança ao final deste período PEI? Como saber se a criança atingiu esta meta? Objetivos: O que a criança precisará para completar essa meta? Níveis de desempenho atuais e metas anuais mensuráveis Deve haver uma correlação direta entre as metas anuais e o nível presente do desempenho escolar Meta 02 Foco específico da meta: 11 Nível de desempenho atual: O que a criança faz atualmente? Meta anual: Que meta desafiadora, e ainda assim alcançável, pode ser atingida pela criança ao final deste período PEI? Como saber se a criança atingiu essa meta? Objetivos: O que a criança precisará para completar essa meta? Níveis de desempenho atuais e metas anuais mensuráveis Deve haver uma correlação direta entre as metas anuais e o nível presente do desempenho escolar Meta 03 Foco específico da meta: Nível de desempenho atual: O que a criança faz atualmente? Meta anual: Que meta desafiadora, e ainda assim alcançável, pode ser atingida pela criança ao final deste período PEI? 12 Como saber se a criança atingiu essa meta? Objetivos: O que a criança precisará para completar essa meta? Atividades especiais dentro ou fora da sala de aula Foco na meta Nº Tipo de atividade Pessoa responsável Frequência e duração Data de início Data de encerramento Serviços Especiais/terapias fornecidas fora da escola Foco na meta Nº Tipo de atividade Pessoa responsável Frequência e duração Data de início Data de encerramento Observações especiais/Avaliações relacionadas a condições especiais Identificar e descrever as observações/avaliações planejadas durante o período da PEI para confirmar a obtenção da meta: Meta 1: Meta 2: Meta 3: Meta 4: (se houver) Meta 5: (se houver) ... Serviços necessários Meta 01 Tipo de Pessoa Resultado Início Término 13 serviço responsável desejado Meta 02 Tipo de serviço Pessoa responsável Resultado desejado Início Término Meta 03 Tipo de serviço Pessoa responsável Resultado desejado Início Término Frequência Serviço 1 Diário Semanal Mensal Outros Frequência Serviço 2 Diário Semanal Mensal Outros Frequência Serviço 2 Diário Semanal Mensal Outros Programa de adaptações Justificar se o estudante precisa de um dia letivo ou ano letivo mais curto: Justificar se o estudante necessita de um dia letivo mais longo ou um ano letivo mais longo: A programação do estudante será alterada? Por que a alteração da programação está sendo recomendada? Como os serviços serão coordenados? Serviços de mobilidade Justificar a necessidade ou não de auxílio para transporte especial para o estudante: Cronograma para reunião e comunicação com os pais ou responsáveis 14 Identificar e descrever as estratégias planejadas para reunião e comunicação com os pais durante o período de PEI Cronograma para relato de progresso aos pais ou responsáveis Identificar e descrever o cronograma para relato do progresso aos pais durante o período de PEI: Garantias da escola Certifico que as metas deste PEI são aquelas recomendadas pela equipe de planejamento e que o plano indicado será efetuado. Assinatura e cargo do líder da equipe: _______________________________ Data: ____/____/_____ Feedback dos pais ou responsáveis Aceito o PEI como desenvolvido Rejeito o PEI como desenvolvido Rejeito parcialmente o PEI Solicito uma reunião para discutir o PEI rejeitado ou as partes rejeitadas Ressalvas em relação à aplicação do PEI: Assinatura dos pais ou responsáveis: _______________________________ Data: ____/____/_____ Fonte: Adaptado de MILLER, 2012, p. 418-430. Passo 4 Para que um PEI seja eficiente, é importante que pais, equipe escolar e, geralmente, o estudante participem de reuniões, troquem informações, comuniquem-se, compartilhem compromissos e experiências. O PEI permite que seja 15 reunido o maior número possível de dados e informações sobre as necessidades específicas do estudante. Essa é uma forma de cooperar para projetar um plano de suporte que aumenta as chances de sucesso curricular. Ao acompanhar o PEI de Camila, a professora Adriana poderá verificar as ações assumidas pelos pais e pela equipe. Chegou a sua oportunidade de exercitar a capacidade de análise das metodologias, abordagens e ações de um profissional da educação em casos de alunos com alguma condição especial. Analise a entrevista concedida no passo 2 e avalie se as ações tomadas pelo profissional (e equipe pedagógica) foram adequadas ou não em relação aos cuidados e educação de uma criança ou adolescente em condição especial. Justifique sua resposta em uma lauda. ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA A frase “uma criança, uma caneta, um livro e um professor podem mudar o mundo” foi proferida por Amala Yousafzai, jovem paquistanesa que conquistou o prêmio Nobel da Paz em 2014, juntamente com o indiano Kailash Satyarthi, que atua na libertação de crianças do trabalho escravo. Malala foi baleada na cabeça por um grupo extremista talibã contrário à educação de mulheres naquele país. Os atiradores alvejaram a cabeça de Malala dentro de um ônibus escolar, pois estavam indignados com as postagens da jovem no blog Diário de uma estudante paquistanesa, no qual ela falava sobre sua paixão pelos estudos e as dificuldades enfrentadas no Paquistão sob o domínio do talibã. Desde então, Malala é uma das principais ativistas mundiais pelos direitos humanos, especialmente ligados à educação. O nome da escola em que Adriana é professora homenageia a ativista Malala. A educação de meninos e meninas no Brasil é assegurada pela Constituição Federal brasileira sem que exista qualquer tipo de discriminação, entretanto nem sempre isso é colocado em prática, principalmente quando se trata da inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência na educação regular. Muitas escolas e até mesmo professores se mostram despreparados para receber alunos especiais e integrá-los em turmas regulares. Nos últimos anos, é 16 crescente o número de escolas que defendem uma postura inclusiva e que mobilizam toda a comunidade escolar no sentido de fortalecer os laços de amizade entre seus alunos, sensibilizá-los para as diferenças e a solidariedade. A reportagem “A escola que é de todas as crianças” discute essa questão e apresenta dados sobre a evolução no número de matrículas de crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência física ou mental na rede de ensino regular nos últimos anos. A reportagem especial da TVE sobre as escolas e famílias que possuem crianças com problemas físicos ou mentais “Inclusão escolar: equação complexa” expõe a realidade de famílias, escolas e crianças que lutam pelo direito a uma educação inclusiva. A reportagem traz à tona o ponto de vista de profissionais na área da educação, de familiares e até mesmo das próprias crianças sobre a questão da inclusão. Um bom resumo sobre as ações e condições necessárias para o cuidado, orientação e educação de criançasem condições especiais é apresentado pela professora Darla Ferris Miller, no livro Orientação Infantil (MILLER, 2012, p. 324). De acordo com Miller, é importante: • fornecer aceitação incondicional; • focalizar positivamente o que a criança consegue fazer; • definir metas realistas em cooperação com a criança, deixando que ela assuma o máximo de controle possível; • apoiar a criança e a família ao lidar com higiene, dispositivos de assistência ou outras questões médicas; • ajudar a criança a lidar com os altos e baixos de suas emoções relativas à sua condição especial; • reconhecer que mesmo crianças com necessidades especiais algumas vezes têm um comportamento inadequado e precisam enfrentar as consequências disso; • aprender a lidar com a raiva e o medo da criança de modo honesto e afetuoso; • prestar atenção a indicações verbais e não verbais e deixar a criança saber que você entende e se importa com ela; 17 • lembrar-se de que as crianças devem ser tratadas o máximo possível como crianças que não possuem condições especiais; • manter contato próximo com os pais para sugestões sobre como resolver problemas táticos e comemorar triunfos; • manter um registro por escrito de observações e progresso. Algumas vezes, os estudantes com dificuldades especiais precisam de acomodações especiais para ajudá-los a interagir, aprender e brincar de modo mais normal possível com seus colegas. Mas, acima de tudo, precisam de práticas adequadas para o seu desenvolvimento. As dicas da professora Miller (2012, p. 327) para que o trabalho com crianças em condição especial tenha êxito são as seguintes: • aprenda o máximo possível sobre a dificuldade da criança; • mostre respeito pela criança e pela família que lutam para lidar com essa condição; • evite ser superprotetor. Nunca faça algo para a criança que ela mesma possa fazer; • a criança com necessidade especial precisa tanto de orientação calma, assertiva, afetuosa e positiva quanto qualquer criança sem essa necessidade; • tenha expectativas realistas em relação à orientação. Reconheça limitações; • aprecie as particularidades das crianças sem estabelecer comparações, focalizando os pontos fortes de cada criança; • mostre afeto incondicional por todas as crianças. Ensine a elas a celebrar diferenças, mostre compaixão e expresse afeto pelos colegas. Evite intimidações e estigmatização. No vídeo “Planejamento de ensino individualizado aplicado à pessoa com TGD”, produzido pelo NEaD Unesp, você pode acompanhar a importância do PEI no acompanhamento e orientação de crianças e adolescentes com algum tipo de necessidade especial. O estudo desenvolvido pela professora Gabriela Tannús Valadão (VALADÃO, 2010, p. 100), em sua dissertação de mestrado, revela, dentre outras coisas, que o PEI consiste em: • um plano escrito, uma espécie de contrato, que descreve o programa educacional em termos de serviços demandados por um estudante em 18 particular, tomando como base uma avaliação profunda dos pontos fortes do aluno e de suas necessidades, que afetam a habilidade do aluno em aprender e para demonstrar a aprendizagem; • o PEI é também um registro das acomodações individualizadas que são necessárias para ajudar o aluno a alcançar expectativas de aprendizagem; • o PEI é um documento norteador do trabalho educacional que identifica como as expectativas de aprendizagem podem ser alteradas, levando-se em consideração as necessidades do aluno e o currículo padrão e a identificação das metas alternativas nas áreas de programas, caso seja necessário; • o PEI é um registro dos conhecimentos e habilidades específicas do aluno que permite identificar o repertório de partida, acompanhar a evolução em direção às metas e traçar novos caminhos se determinado programa não estiver permitindo atingir as metas estabelecidas para o estudante; • o PEI é um instrumento que permite prestar contas para o aluno, para seus pais, e para todos que têm responsabilidades para que os objetivos da educação sejam cumpridos. É importante também que você acompanhe a importância de ambientes especialmente preparados para que o PEI seja aplicado. Confira no vídeo “Sala de recursos – planejamento de ensino individualizado para pessoa com deficiência intelectual” como é possível criar ambientes que favorecem a educação de crianças com algum tipo de necessidade especial. POSTAGEM DO DESAFIO PROFISSIONAL Todos os alunos deverão postar no Ambiente Virtual a versão final do Desafio Profissional em arquivo único no formato .doc / .docx (Word), para a avaliação e atribuição da nota pelo tutor. A postagem deverá ser realizada em uma única disciplina que contemple o Desafio Profissional como parte integrante das atividades avaliativas. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 19 Desafio Profissional: nota de 0 a 4 pontos. Observar a padronização, a organização e observância das orientações para a construção do Desafio Profissional. Observância da matriz de avaliação por competências. PADRONIZAÇÃO O Desafio Profissional é elaborado em planilha de texto com no máximo 10 páginas, estruturado1 com o seguinte padrão: Padronização geral: • Papel branco, formato A4; • margens esquerda e superior de 3cm, direita e inferior de 2cm; • fonte Times New Roman ou Arial tamanho 16 para título, 14 para o subtítulo, 12 para o texto, 10 para citações diretas superiores a 3 linhas e espaçamento simples. 1. Capa • Papel branco, formato A4; • adoção da logomarca da Universidade Anhanguera – Uniderp; • local da unidade de ensino (polo), curso e disciplinas norteadoras; • nome e RA do participante; • título da atividade (se houver); • nome do tutor; • cidade e data da postagem. 2. Introdução (apresentar brevemente o desafio). 3. Desenvolvimento (abordar os passos desenvolvidos). 4. Considerações finais. 5. Referências. 1 Consulte o Manual para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos. Unianhanguera. Disponível em: <http://www.unianhanguera.edu.br/anhanguera/bibliotecas/normas_bibliograficas/index.html>. 20 REFERÊNCIAS CENTRO de Excelência para o Desenvolvimento na Primeira Infância. Relações entre pares: ajudando crianças a fazer amizades. Disponível em: <http://www.enciclopedia-crianca.com/sites/default/files/docs/coups-oeil/de-olho- no-relacoes-entre-pares-profissionais.pdf>. Acesso em: 8 mar. 2015. COSTA, Cyntia. Inclusão: deficiência física. Educar para crescer. Grupo Abril. Disponível em: < http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/inclusao- cadeirante-755487.shtml>. Acesso em: 8 mar. 2015. G1. Mundo. Saiba quem é Malala Yousafzai, a paquistanesa que desafiou os talibãs. Disponível em: < http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/10/saiba-quem- e-malala-yousafzai-paquistanesa-que-desafiou-os-talibas.html>. Acesso em: 8 mar. 2015. NOVA Escola. A escola que é de todas as crianças. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/escola-todas-criancas-424474.shtml>. Acesso em: 8 mar. 2015. MILLER, Darla Ferris. Orientação Infantil. Trad. 6ª ed. Norte-americana. São Paulo: Cengage Learning, 2012. VALADÃO, Gabriela Tannús. Planejamento Educacional Individualizado na Educação Especial: Propostas oficinais da Itália, França, Estados Unidos e Espanha. Tese. São Carlos: Ufscar, 2010. Disponível em: <http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArq uivo=3874>. Acesso em: 8 mar. 2015. YOUTUBE. Inclusão escolar: equação complexa. Disponível em: <https://youtu.be/70s3gr28ZvI>.Canal: tutoread. Acesso em: 13 mar. 2015. _______. Sala de Recursos – Planejamento de Ensino Individualizado para pessoa com Deficiência Intelectual. NEaD Unesp. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=AXxBbg4dl9Y >. Acesso em: 8 mar. 2015. _______. Planejamento de Ensino Individualizado Aplicado à Pessoa com TGD. NEaD Unesp. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=SF14wUD_UOU>. Acesso em: 8 mar. 2015. COMO CITAR ESTE DESAFIO PROFISSIONAL 21 MARTELLI, Lindolfo Anderson. Desafio Profissional das disciplinas Organização do Trabalho Pedagógico e Psicologia da Educação e da Aprendizagem [Online]. Valinhos, 2015, p. 1-17. Disponível em: <www.anhanguera.edu.br/cead>. Acesso em: jul. 2015.
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